Violência doméstica: ‘Fui indiciada por ajudar ex abusivo que cometeu assassinato’:casimiro bet
A entidade alerta que, devido a "leis e práticas impróprias", mulheres vulneráveis, forçadas ao crime por seus agressores - incusivecasimiro betcasoscasimiro betdefesa própria -, são"injustamente" presas pela Justiça britânica, detidas e processadas por delitos decorrentes diretamentecasimiro betsua experiênciacasimiro betabuso, incluindo se defendercasimiro betagressões físicas.
Isso inclui cenárioscasimiro betque as vítimascasimiro betabuso doméstico são coagidas a infringir a lei e também casoscasimiro betque a vítima é forçada a se defender contra seu agressor.
'Dormente' por dentro
Megan conheceu seu ex-namorado quando tinha 23 anos e ele, 38.
Eles se apaixonaram rapidamente, mas aos poucos ela passou a perceber nele um comportamento errático.
Depoiscasimiro betexperimentar três anoscasimiro betabuso emocional, financeiro e físico, Megan diz que ficou "dormente" por dentro.
"Acordei com medocasimiro betestar viva e ter que passar mais um dia com ele sem saber o que ele faria", acrescenta ela.
"Ele me estrangulou, me bateu, me jogou no chão, me chutou, colocou uma faca na minha garganta".
"Aceitei meu destino, mas ele também ameaçou absolutamente todos na minha vida. Minha família, meus amigos."
Em junhocasimiro bet2019, quando seu ex foi preso — e depois condenado — por assassinar seu primo, Megan sentiu que poderia finalmente estar segura e livre das garras dele.
Mas esse sentimento durou pouco — porque ela própria foi presa e processada por obstrução à Justiça.
No dia do assassinato, os dois estavam hospedados na casa dos pais delacasimiro betTeddington, um subúrbio no sudoestecasimiro betLondres. Megan diz que seu ex pediu a ela para buscá-lo na estaçãocasimiro bettrem e sacar dinheiro para ele - algo que, diz, costumava fazer por ele diariamente.
A Promotoria acabou usando isso como evidênciacasimiro betque ela havia ajudado seu parceirocasimiro betum assassinato do qual ela não sabia nada.
Megan e seus pais alegam que a polícia e o Crown Prosecution Service (CPS, o Ministério Público do Reino Unido) estavam cientes do contexto do abuso doméstico desde o início, mas optaram por processar Megancasimiro betqualquer maneira.
Falando sobre o casocasimiro betMegan, o CPS disse à BBC que "o apoio à vítima está na vanguardacasimiro bettodas as etapascasimiro betuma acusação".
"Não é papel do Crown Prosecution Service decidir se uma pessoa é culpadacasimiro betuma ofensa criminal, mas fazer avaliações justas, independentes e objetivas sobre se é apropriado apresentar acusações para um júri considerar", diz o órgão, por meiocasimiro betum comunicado.
"Estamos convencidoscasimiro betque nossa decisãocasimiro betapresentar essa acusação foi correta,casimiro betacordo com nossa avaliação legal, e respeitamos o veredicto que o júri chegou neste caso".
'Dois pesos, duas medidas'
"Não é do interesse público processar vítimascasimiro betabuso doméstico, que foram coagidas ou forçadas a cometer um crime. Isso simplesmente não deveria acontecer. Mas acontece rotineiramente", diz Katy Williams, do Center for Women's Justice, à BBC.
Katy acrescenta que há uma "falha"casimiro betproteger mulheres e meninascasimiro bet"processos inapropriados".
O governo britânico já havia reconhecido publicamente a ligação entre violência doméstica e infrações das quais mulheres são acusadas. Em 2017, quase 57% das mulheres presas no Reino Unido disseram ter sofrido abuso doméstico.
O Center for Women's Justice defende que seja feita uma emenda à leicasimiro betlegítima defesa, que desse às sobreviventes que agem contra seu agressor a mesma proteção dada a quem se defende contra um invasor.
Além disso, a entidade preconiza uma defesa legal para vítimascasimiro betabuso doméstico, com base na Lei da Escravidão Modernacasimiro bet2015, que daria a sobreviventes proteção semelhante às vítimascasimiro bettráfico que são obrigadas a cometer infrações.
'Estava sozinha'
Os paiscasimiro betMegan dizem que, no diacasimiro betque ocorreu a prisão do casal, foram informados por um inspetor da Polícia Metropolitanacasimiro betLondres que detalhes da coerção e violência a que Megan foi submetida seriam usados como prova durante seu julgamento.
A evidência do abuso doméstico também estava disponível para o CPS, depois que Megan fez a denúncia à polícia.
Em dezembrocasimiro bet2020, o CPS julgou Megan por obstrução da justiça, mas o júri não chegou a um acordo sobre o veredicto.
Um relatório psiquiátrico detalhado enviado ao CPS, ao qual a BBC teve acesso, elencou as condiçõescasimiro betsaúde mental que Megan estava sofrendo como resultado do abuso domésticocasimiro betseu ex.
Durante dois anos, Megan foi aconselhada por profissionais médicoscasimiro betque era muito arriscado iniciar o tratamento para Transtornocasimiro betestresse pós-traumático (TEPT), porque a intensidade do tratamento, combinada com os procedimentos legais, poderia ter sido muito perigosa para ela.
"Estava tomando antipsicóticos neste momento e o CPS tinha acabadocasimiro betchamar meus pais como testemunhascasimiro betacusação. Estava sozinha."
Megan diz que esses sintomas, incluindo alucinações, perdacasimiro betvisão e ataquescasimiro betpânico, continuaram ao longo dos dois anoscasimiro betque ela teve que enfrentar a Justiça.
Apesar disso, o CPS optou por levá-la aos tribunaiscasimiro betnovo. Após ir a julgamento pela segunda vez,casimiro betjulhocasimiro bet2021, ela foi considerada inocente. A BBC apurou que, além dos custos incorridos pelo CPS, 32 mil libras (R$ 192 mil) foram gastoscasimiro betadvogados externos para processar Megan.
Em resposta ao relatório do Center for Women's Justice, o CPS disse que está atualizandocasimiro betorientação legal.
"Já estamos tomando medidas para melhorar todos os aspectoscasimiro betcomo um caso é tratado, mas é necessário aceitar mais e consideraremos essas ações recomendadas com cuidado", afirmoucasimiro betcomunicado.
'Continuando o trabalho do meu ex'
"O CPS estava continuando o trabalho do meu ex para ele - eu ainda estava sob o controle daquele homem", diz ela. "Acho que o CPS estava mais interessadocasimiro betobter uma condenação do quecasimiro betjustiça real".
"Acho que eles me processaram na esperançacasimiro betque isso significaria uma pena mais longa para meu ex-parceiro. Eles tentaram me usar como um peão emcasimiro betpartidacasimiro betxadrez. Era um dano colateral fácil para eles."
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