Por que Rússia nunca entrou na Otan, segundo historiador:palpites esportes

"Mas também, nos anos 1990, havia outras coisas que afastavam Otan e Rússia. As guerras russas na Chechênia convenceram muitos nos estados-membros da Otanpalpites esportesque a Rússia não havia se tornado um país que poderia se encaixar confortavelmente como um dos aliados da Otan. O estilo e a conduta da Rússia naqueles conflitos preocupavam. Ao mesmo tempo,palpites esportes1999, os russos desconfiaram das intenções da Otan, com o bombardeiopalpites esportesKosovo", afirma o historiador, mencionando as guerraspalpites esportesindependência e reconquista da zona separatista da Chechênia e a incursão militar humanitária da Otan contra os iugoslavos, que atacou a área sem agressão a membros da aliança nem aprovação no conselhopalpites esportessegurança da ONU.

"Por fim, os atritos ultrapassaram esse períodopalpites esportesesperança", resume Sayle.

Se a Rússia tivesse entrado na Otan, é possível que jamais tivesse invadido a Crimeiapalpites esportes2014, por exemplo, no primeiro atopalpites esportesuma escaladapalpites esportestensão que desaguou na completa invasão da Ucrânia,palpites esportes2022. Mas, embora Putin diga que a expansão da Otan no Leste Europeu e a possibilidadepalpites esportesingresso da Ucrânia na aliança sejam motivadores parapalpites esportesrecente ação militar contra o vizinho, Sayle afirma que a Otan "não é uma explicação real" para a guerra. Isso porque, segundo o historiador, desde 2008 os países da aliança militar resistempalpites esportesincluir os ucranianos entre seu hallpalpites esportesaliados.

"Antes da invasão russa, não havia movimento rápido provável para a admissão da Ucrânia na Otan", diz Sayle.

Para ele, se a Otan representa alguma ameaça para Putin, é menos pela questão militar do que pelo modelo político e econômico - distinto dopalpites esportesPutin - que apresenta à população local.

Embora rechace a noção, expressa por Putin,palpites esportesque os EUA sempre impõem seus interesses ao bloco, Sayle reconhece que a guerra do Iraque, quando os aliados racharam, trouxe sequelas para a Otan. Tanto assim que muitos dos seus membros sequer se lembravam mais das razões para manter o pacto.

A invasão da Crimeia pela Rússia,palpites esportes2014, e a emergência do Estado Islâmico, mudaram esse jogo e reunificaram os aliados. E, segundo Sayle, garantiram que o ex-presidente americano Donald Trump não tivesse força política para extinguir a Otan. Durantepalpites esportesgestão, Trump chegou a dizer que os aliados deviam dinheiro aos EUA e que contemplava a ideiapalpites esportesretirar o país da aliança.

Em entrevista à BBC News Brasil, o historiador Sayle afirma que a Otan ganhou um sopropalpites esportesvida com as ações recentespalpites esportesPutin e não descarta que a possível criaçãopalpites esportesuma zonapalpites esportesexclusão aérea na Ucrânia - pedida pelo governopalpites esportesVolodymyr Zelensky e até agora negada pela aliança - arraste a Otan para o centro da guerra.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista, editada por concisão e clareza.

palpites esportes BBC News Brasil - Até que ponto a palpites esportes Otan palpites esportes é um motivo real por trás dessa guerra?

palpites esportes Timothy Sayle - Discursos e comentários feitos por diplomatas e líderes russos, incluindo o presidente Putin, apontaram a possibilidadepalpites esportesa Ucrânia um dia se juntar à Otan como a explicação para esta guerra. Mas, antes da invasão russa, não havia um caminho rápido provável para a admissão da Ucrânia no bloco. Havia uma divisão dentro da aliança desde 2008 sobre se seria uma boa ideia a Ucrânia entrar e a maioria dos aliados opinava contra qualquer admissão precipitada. Portanto, a Otan não é uma explicação real para a decisão russapalpites esportes2022palpites esporteslançar essa invasão.

Dito isso, seria errado ignorar o fatopalpites esportesque, desde o fim da Guerra Fria, mais estados europeus se juntaram à Otan, e esses estados incluem ex-aliados do Pactopalpites esportesVarsóvia e até ex-repúblicas da União Soviética. E há uma desconexão real entre como a Rússia vê a Otan e como os aliados da Otan olham para si mesmos. De um lado, os aliados da Otan falam, e acho que realmente pensam, na aliança como defensiva, sem planospalpites esportesatacar a Rússia. Os russos, no entanto, apontam para algumas ações da Otan, na décadapalpites esportes1990, por exemplo, o bombardeio da Sérviapalpites esportes1999, como um exemplopalpites esportesque a Otan realiza ações ofensivas - e, portanto,palpites esportesexpansão representaria ameaça.

palpites esportes BBC News Brasil - Se a ameaça da Otan não é uma explicação real, por que Putin optou pela incursão militar na Ucrânia?

palpites esportes Sayle - Acho que o que está acontecendo na Ucrânia agora não é o que Putin e os russos estavam procurando, eles esperavam uma vitória muito rápida e a invasão deu errado. E aqui é onde eu acho que a Otan e mesmo a adesão da Ucrânia à União Europeia podem ser entendidas como uma ameaça à Rússia, mas não no sentidopalpites esportesque a Otan estava prestes a atacar a Rússia.

Acho que uma das principais razões pelas quais Putin decidiu agir contra a Ucrânia foipalpites esportespreocupaçãopalpites esportesque a Ucrânia continuasse desejando e sendo cada vez mais aceita no sistema econômico e político europeu. Então, o sistema militar da Otan não é o dado importante aqui, mas o fatopalpites esportesque a Ucrânia estava continuamente criando esses laços econômicos com a Europa e se movendopalpites esportesdireção a um estilopalpites esportesdemocracia e política que não é compatível com a forma como Putin lidera a Rússia. Acho que Putin viu a Ucrânia se tornar uma ameaça política e econômica para a Rússia, no fatopalpites esportesser um modelopalpites esportesoutra maneirapalpites esportesfazer negócios e política que ameaçaria seu controle e seu governopalpites esportescasa.

palpites esportes BBC News Brasil - Se, como o senhor diz, Putin errou nas previsões sobre a invasão, o que poderia explicar isso?

palpites esportes Sayle - Parece ter havido dois grandes errospalpites esportescálculopalpites esportesMoscou, um sobre a própria Rússia e outro sobre a Ucrânia. Do jeito que a invasão inicial foi feita, parecia que os russos esperavam que o governo ucraniano desistisse totalmente ou fosse morto extremamente rápido,palpites esportesum movimento do tipo decapitação, e assim não forneceria liderança para os militares ucranianos ou o povo ucraniano resistir na maneira que eles têm conseguido fazer. E quando esse esforçopalpites esportesdecapitação não funcionou, o governo na Ucrânia permaneceu claramente intacto e forneceu, através das mídias sociais e outros meios, uma liderança considerável ao povo da Ucrânia. E assim os militares ucranianos - equipados e treinados pela Europa Ocidental e a América do Norte - e o povo ucraniano agirampalpites esportesuma maneira que parece ter confundido muito os planos russos.

O outro grande erropalpites esportescálculo parece estar na capacidade das forças russas. As forças armadas russas foram reinventadas nas últimas décadas, reconstruídas e reequipadas. E parece que algumas das propagandas e expectativas que acompanharam a reconstrução do exército russo foram longe demais e convenceram até a liderança militar russa e, aparentemente, o próprio Putin,palpites esportesque os militares russos eram capazespalpites esportesalgo que eles, na verdade, não são capazes, a saber, este nocaute muito rápido da Ucrânia. Uma coisa que devemos estar cientes é que, com muita frequência, nesses sistemas fechadospalpites esportesgoverno, os líderes ouvem o que querem ouvir.

Obviamente, apesar das perdas sofridas pelos russos na Ucrânia, ainda há um número enormepalpites esportesforças russas no país, que mudarampalpites esportestática e estão trazendo suas notáveis forças ​​para atacar cidades, civis e ucranianospalpites esportesgeral.

palpites esportes BBC News Brasil - Por que a O palpites esportes tan palpites esportes , criada durante a Guerra Fria, não terminou com o fim da União Soviética?

palpites esportes Sayle - É verdade que a Otan foi formada para defender a Europa e impedir a União Soviéticapalpites esportesexercer seu poder político e militar na região. Mas não serviu só pra isso. Rapidamente, a aliança se converteupalpites esportesum novo lar para a Alemanha e,palpites esportesparticular, para a Alemanha Ocidental. Foi apenas sob o guarda-chuva da Otan que a Alemanha pôde novamente se militarizar, depois da Segunda Guerra Mundial.

E, como a Guerra Fria durou quatro décadas, a Otan foi também o princípio organizador da políticapalpites esportesdefesa dos aliados, uma estrutura para o desenvolvimento da políticapalpites esportessegurança e defesa europeia do pós-guerra. Essencialmente, os estados da Europa se adaptaram ao mundo pós-guerra sob o quadro da Otan. É assim que eles se protegempalpites esportesconflitos que podem eclodir no continente, não apenas com a União Soviética, mas entre si, porque, como sabemos, muitos dos aliados da Otan lutaram uns contra os outros na primeira metade do século 20.

E, com o colapso da União Soviética, havia a Rússia, uma potência militar significativa, e os Estados que surgiam, e a Otan fornecia uma possível resposta para os problemaspalpites esportessegurança que viriam da nova composição do leste europeu.

palpites esportes BBC News Brasil - Mas quando a União Soviética colapsou, existia algum combinado entre o líder soviético Mik palpites esportes h palpites esportes ail Gorbachev e o então presidente americano George H. Bush para fixar os limites orientais da O palpites esportes tan palpites esportes nas fronteiras da Alemanha e não além dela palpites esportes s palpites esportes ? E se houve, por que não foi cumprido?

palpites esportes Sayle - Há uma declaração muito famosa do então Secretáriopalpites esportesEstado dos EUA, James Baker (entre 1989 e 1992),palpites esportessuas discussões com os soviéticos sobre o futuro da Alemanha e como o país se encaixaria no pós-Guerra Mundial e pós-Guerra Fria. Epalpites esportesuma conversa, Baker lançou uma ideiapalpites esportesque a jurisdição da Otan não se moveria um centímetro para o leste além da Alemanha. Essa declaração foi feita, mas foi muito rapidamente retirada pelos americanospalpites esportesconversas com os soviéticos e russos epalpites esportesdeclarações públicaspalpites esportesque isso não funcionaria. Epalpites esportesfuturas conversas entre Bush e Gorbachev, Gorbachev concordou que uma Alemanha unificada tinha o direito, como todos os demais estados soberanos da Europa,palpites esportesescolher suas próprias alianças.

O que há, mais tarde, são acordos formais, como opalpites esportesBudapestepalpites esportes1994, no qual tanto os Estados Unidos quanto a Rússia forneceram garantiaspalpites esportessegurança à Ucrâniapalpites esportesque respeitariam suas fronteiras, o que claramente tem sido violado.

palpites esportes BBC News Brasil - Putin disse ao diretor Oliver Stone,palpites esportesentrevistapalpites esportes2015, que chegou a sugerir a Bill Clinton, meio sério e meiopalpites esportespiada, que a Rússia entrasse na O palpites esportes tan palpites esportes . Isso chegou a ser uma possibilidade real? Por que não aconteceu e o que poderia ter acontecido se a Rússia tivesse entrado?

palpites esportes Sayle - A ideia da Rússia se juntar à Otan na verdade remonta aos anos 1950. Jápalpites esportes1954, a União Soviética propôs que deveria aderir à Otan, e isso foi uma manobrapalpites esportesrelações públicas, uma espéciepalpites esportesmovimentopalpites esportespropagandapalpites esportesque os soviéticos sabiam que a Otan diria não. Acho que havia alguma esperança real na décadapalpites esportes1990palpites esportesque a relação entre a Otan e a Rússia pudesse crescer e se tornar mais próxima. E foram dados vários passos para isso, como o Ato Fundador Otan-Rússia, o Conselho Otan-Rússia e os esforços contínuos para construir um relacionamento entre o país e o bloco. Mas havia outras coisas também na décadapalpites esportes1990 que os afastavam. As guerras russas na Chechênia convenceram muitos nos estados-membros da Otanpalpites esportesque a Rússia realmente não havia se tornado o país que poderia se encaixar confortavelmente com um dos aliados da Otan. O estilo e a conduta da Rússia naquela guerra preocupavam. Ao mesmo tempo,palpites esportes1999, os russos desconfiaram das intenções da Otan com o bombardeiopalpites esportesKosovo. Portanto, os atritos que os separam ao longo da décadapalpites esportes1990 ultrapassaram esse períodopalpites esportesesperança.

Mas há ainda outro elemento realmente importante aqui, e tem a ver com a expansão da Otan na décadapalpites esportes1990.

palpites esportes BBC News Brasil - Queria chegar nesse ponto palpites esportes . palpites esportes D palpites esportes os atuais 30 Estados-membros da O palpites esportes tan palpites esportes , 14 são ex-repúblicas soviéticas ou países da zonapalpites esportesinfluência russa. Por que? Os Estados Unidos deliberadamente decidiram trazer esses países parapalpites esportesesferapalpites esportesatuação ou foram esses países que buscaram a O palpites esportes tan palpites esportes ?

palpites esportes Sayle - É certamente uma viapalpites esportesmão dupla. Mas quase imediatamente após o colapso do Pactopalpites esportesVarsóvia, alguns dos maiores aliados soviéticos pediram para se juntar à Otan. Os americanos e seus aliados entenderam que isso seria um problema para a Rússia, mas optaram por incluir esses estados na aliança.

Mas o fatopalpites esportesestes Estados terem pedido espontaneamente para aderir à Otan, nenhum deles ter sido forçado a fazê-lo, e nenhum deles ter sido encorajado a fazê-lo contra apalpites esportesvontade, é realmente significativo: esses Estados acreditaram que estariam mais seguros ao ingressar na Otan do que se permanecessem independentes ou se buscassem algum tipopalpites esportesrelacionamento com a Rússia novamente.

E assim, enquanto grande parte da propaganda russa retrata isso como um movimento agressivo da Otan ou do Ocidente europeu para se aproximar da Rússia, o que esse movimento realmente expressa é a preocupação dos estados na fronteira russa com a atuação da própria Rússia, a necessidade essencialpalpites esportesse juntar a esta aliançapalpites esportessegurança mais ampla. E isso levanta questões reais sobre por que esses estados não querem se juntar a uma aliança com a Rússia ou não esperam que a Rússia forneçapalpites esportessegurança. E a resposta, eu acho, tem a ver com a experiência deles durante a Guerra Fria com a União Soviética,palpites esportesque frequentemente não tinham voz nem eram contados.

palpites esportes BBC News Brasil - A O palpites esportes tan palpites esportes é ou foi usada como um instrumentopalpites esporteshumilhação e ameaça contra a Rússia?

palpites esportes Sayle - Essa é uma respostapalpites esportesdois tempos. Eu acho que a Otan e a União Europeia representam uma ameaça para Vladimir Putin, mas não no sentido militar. Elas representam uma ameaça política para ele na medidapalpites esportesque servem ao povo russo como um modelopalpites esportesum modopalpites esportesvida diferente. Então, nesse sentido, acho que Putin está certopalpites esportesse preocupar com a Otan e a União Europeia. Mas também acho que a Otan é uma ferramentapalpites esportespropaganda realmente eficaz para Putin por causapalpites esportessua formação no início da Guerra Fria e seu planejamentopalpites esportesguerra contra a União Soviética. É uma ferramentapalpites esportespropaganda muito fácil para ele agregar os russospalpites esportestornopalpites esportessua liderança.

palpites esportes BBC News Brasil - Putin já disse que na O palpites esportes tan palpites esportes só existem duas opiniões: a americana e a errada. Essa perspectiva é verdadeira?

palpites esportes Sayle - Li as atas do Conselho do Atlântico Norte da Otan e registros privadospalpites esportesdiscussões que explicam como a Otan operou desdepalpites esportesfundação. E é notável ver como as decisões são tomadas na Otan nisso. Os americanos nem sempre conseguem o que querem. Suas posições frequentemente prevalecem na aliança, mas os EUA operam fortemente para convencer os outros aliadospalpites esportesque a posição americana está correta. E assim os Estados Unidos usam a Otan como instituição para convencer, explicar e persuadir seus aliadospalpites esportessua política. Eles compartilham informações sobre inimigospalpites esportespotencial e trabalham para trazer a aliança por consenso. E outros estados também operam dessa maneira. Portanto, não é o casopalpites esportesque um aliado mais forte vai ditar sozinho uma política para os demais. Se há alguma crítica à Otan é apalpites esportesque ela se move muito devagar porque todos os aliados valorizam o consenso e tentam chegar a um acordo juntos. Então, eu simplesmente não acho que a caracterizaçãopalpites esportesVladimir Putin esteja correta.

palpites esportes BBC News Brasil - Mas na guerra do Iraque, por exemplo, não houve esse consenso e os EUA forampalpites esportesfrente mesmo sem a aprovaçãopalpites esportesparte dos aliados. A Turquia, por exemplo, não permitiu o usopalpites esportesseu território para ataque militar americano no Iraque porque discordava da ação. Isso feriu a O palpites esportes tan palpites esportes ?

palpites esportes Sayle - Esse é um excelente exemplo dos membros europeus da aliança diferindo dos Estados Unidos e não concordando que a Otan desempenharia qualquer papel significativo na guerra e essencialmente os Estados Unidos e alguns europeus rompendo com outros europeus sobre como abordar a questão do Iraque. Agora a Otan, é claro, sobreviveu ao Iraque, mas foi um momento desafiador para a aliança, e isso levou a um conflito entre os aliados. E eu acho que nos anos 2000 tanto a guerra no Iraque como as operações da Otan no Afeganistão criaram tensões realmente significativas na aliança, diferenças profundas entre os aliados.

E levantaram questões reais sobre o que a aliança se tornou e por que ela existia. A Otan estavapalpites esportesuma situação difícil nos anos 2000 e iníciopalpites esportes2010 porque os líderes divergiam sobre como deveriam continuar e as populações dos países da Otan não tinham clareza sobre por que a aliança era importante. E 2014 mudou drasticamente isso: as ações russas na Ucrânia serviram como uma lembrança a todos os aliados por que eles estavam juntos. Em um segundo momento, há ainda a batalha contra o Estado Islâmico. Isso permitiu à Otan reformular seu propósitopalpites esportestrabalhopalpites esportesconjunto para enfrentar ameaças externas à segurança. E se não tivesse havido esse impulso à aliança antes da eleição do presidente Donald Trump (em 2016), a Otan não teria sobrevivido.

E isso corresponde a um padrão na história da Otan ao longo da Guerra Fria,palpites esportesque as ações soviéticas davam vida à Otan, como a invasão da Hungria,palpites esportes1956, da Tchecoslováquiapalpites esportes1968, ou a invasão do Afeganistão,palpites esportes1979. Um diplomata britânico resumiu a situação uma vez: toda vez que Otan estápalpites esportesapuros, os russos vêm e a salvam. E é isso que estamos vendopalpites esportes2022.

palpites esportes BBC News Brasil - Temos visto os países da O palpites esportes tan palpites esportes basicamente armando e financiando a Ucrânia durante esse conflito. Existe, napalpites esportesavaliação, alguma situaçãopalpites esportesque a Otan pode entrar nessa guerra para enviar soldados para lutar na própria Ucrânia? E qual é o futuro dessa aliança?

palpites esportes Sayle -Os aliados e a própria Otan estão sendo muito cuidadosos empalpites esportesretórica para deixar claro que não se juntarão aos combates na Ucrânia. Mas posso ver esta guerra se expandindopalpites esportesmaneiras diferentes e, com certeza, isso implicaria na Otan. A primeira seria se os russos tentassem interceptar essas armas que os aliados estão enviando para a Ucrânia. As armas escoam pela Polônia, e um ataque na Polônia seria um ataque a um aliado da Otan, o que potencialmente desencadearia o Artigo 5,palpites esportesdefesa mútua, e uma guerra mais ampla.

Mais improvável seria um ataque russo aos Bálcãs, que também implicaria no acionamento do mesmo mecanismo.

Outra possibilidade, e essa acho mais provável, é que esses crescentes apelos à Otan para implementar uma zonapalpites esportesexclusão aérea sobre a Ucrânia e o apoio público à Ucrânia nos países da Otan, especialmente com ataques russos a civis, ou eventual usopalpites esportesarmas biológicas ou químicas, criem uma pressão tão forte que leve líderes da Otan a sentirem a necessidadepalpites esportesintervir. Já há ex-líderes militares da Otan pedindo a implementaçãopalpites esportesuma zonapalpites esportesexclusão aérea, o que implicaria a Otan nesta guerra.

palpites esportes BBC News Brasil - De que maneira?

palpites esportes Sayle - De algumas maneiras: se os russos atacassem esses aviões da Otan nos céus da Ucrânia, isso já criaria mais pressão nos aliados para expandir a guerra. E se os russos tentarem destruir os aeródromospalpites esportesonde esses aviões da Otan alçam voo, poderiam atingir território da Otan. Então, acho que uma zonapalpites esportesexclusão aérea faria com que a guerra assumisse uma lógica própria, que certamente poderia se expandir, mesmo que não fosse isso que nenhum dos lados quisesse.

E há a questão maior da Otan depois desta guerra, ou mesmo enquanto a guerra continua. Este é um ponto crítico na história da Otan. Vemos alguns padrões da Guerra Fria emergindo novamente, com os Estados Unidos enviando mais tropas para a Europa e deixando claro que cumprirá as obrigações com a Otan. Mas, diferente da Guerra Fria, vemos a Europa mais unida e disposta a fazer mudanças significativas tanto empalpites esportespolítica quantopalpites esportesseus orçamentospalpites esportesdefesa, e os alemães parecem liderar nessa frente. Isso tem implicações reais para a Otan. Uma Europa unida e mais forte, que vai gastar mais empalpites esportesprópria defesa, alivia a posição dos Estados Unidos, que desejam se concentrar na Ásia. Parece haver uma nova divisãopalpites esportestrabalho dentro da Otan, com os europeus assumindo mais uma defesa europeia.

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