Os difíceis cenários para uma solução negociada na guerra da Ucrânia:pixbet confiavel

pixbet confiavel 2) Reconhecimento da Crimeia: o Kremlin quer que a região, anexada militarmentepixbet confiavel2014, seja internacionalmente aceita como parte do território russo. Na época da União Soviética, a Crimeia foi incorporada à Ucrânia e permaneceu assim depois da implosão do blocopixbet confiavel1991. Uma corrente na Rússia argumenta que historicamente esse pedaçopixbet confiavelterra faz parte do país;

pixbet confiavel 3) Reconhecimentopixbet confiavelDonetsk e Luhansk: outra exigência é que essas regiões no leste da Ucrânia, atualmente sob domíniopixbet confiavelseparatistas pró-Rússia, sejam legitimadas pela comunidade internacional como Estados independentes;

pixbet confiavel 4) "Desmilitarização" do Estado ucraniano: embora ainda não tenham sido estabelecidos quais seriam os parâmetros para essa condição, integrantes do governo russo repetem que armaspixbet confiavelterritório ucraniano ameaçam a integridade e a segurança da Rússia.

"É muito complicado imaginar que qualquer governo soberano aceite uma desmilitarização. Ainda mais depoispixbet confiavelter o país invadido", afirma Loureiro.

Ashok Swain, professor do centropixbet confiavelestudospixbet confiavelpaz e conflito da Universidadepixbet confiavelUppsala, na Suécia, disse à BBC News Brasil que um compromissopixbet confiavelneutralidade feito pela Ucrânia representaria o que Putin mais necessita nesse momento: uma saída que preserve a imagem do presidente russo.

É uma análise que vai no mesmo caminho apontado pelo diretor-geral do Russian International Affairs Council (Riac), órgãopixbet confiavelconsultoriapixbet confiavelassuntos internacionais ligado ao governo russo.

Para Andrei Kortunov, "Putin vai precisarpixbet confiavelalguma coisa para declarar vitória. Ele não pode aceitar a derrota. Porque politicamente isso é arriscado demais para ele, isso pode ter riscos muito grandes para apixbet confiavelliderança. Ele precisa ter algo que permita que ele diga basicamente 'eu ganhei'".

Swain descreve um cenário complicado. "Se a insurgência [contra as forças russas] continua e se aprofunda, Putin terá que manter um grande contingente militar no país e realizar uma brutal operação contra a insurgência. Quanto mais o conflito se prolonga na Ucrânia, mais se aprofunda um terrível desastre humanitário e haverá mais pressão sobre a Otan para engajamento direto. Por outro lado, Putin se tornará mais e mais dependente da China para apoio diplomático e econômico. Pela situaçãopixbet confiavelhoje, parece que será um conflito longo e terrível, empurrando o mundopixbet confiaveluma divisão entre dois campos."

Carolina Boniatti Pavese, professorapixbet confiavelrelações internacionais na ESPM, afirma que ainda não há clareza se as dificuldades da incursão russa na Ucrânia estão fora do cálculo feito por Putin antespixbet confiaveldecidir pelo início da ofensiva.

"Na construçãopixbet confiavelcenáriospixbet confiavelanálisepixbet confiavelrisco, você precisa antecipar todas as possibilidades. Certamente Putin fez isso como faz todo estrategista militar. A gente não sabe se o que está acontecendo agora não estava dentro do que ele antecipava como um riscos calculados", diz. "O que nós temos até agora é uma derrota da Ucrânia."

Loureiro, da USP, diz que Putin só deverá retroceder se pesarem "os custos da guerra do pontopixbet confiavelvista humano, do pontopixbet confiavelvista material, incluindo a parte dos efeitos das sanções econômicas, e principalmente se a oposição dentro da Rússia se tornar significativa. Mas esse cenário me parece muito pouco provável porque, para que a Rússia aceite cederpixbet confiavelsuas posições, esses custos têm que ser muito altos. Maiores do que o custopixbet confiavelPutin sair dessa invasão apenas com parte dos seus objetivos cumpridos".

Adriana Erthal Abdenur, diretora-executiva da Plataforma Cipó, think tank com sede no Brasil que lida com questõespixbet confiavelpaz, clima e governança global, aponta que a ONU poderia desempenhar um papel muito importante.

"O secretário-geral [da entidade] poderia indicar um enviado especial para apontar caminhos para além das negociaçõespixbet confiavelpaz e a implementaçãopixbet confiavelum cessar-fogo. A ONUpixbet confiavelmuitas ocasiões desempenha um papel muito fundamental que é o monitoramento da implementação do cessarpixbet confiavelhostilidades para que possa ter uma negociação mais detalhada, com substância."

O Protocolopixbet confiavelMinsk

Uma saída encampada pelo presidente francês Emmanuel Macron para dissuadir no final do ano passado as tensões que acabaram resultando na invasão russa foi a retomada do Protocolopixbet confiavelMinsk.

Esse tratado foi assinadopixbet confiavel2015 por Putin, pelo então presidente ucraniano Petro Poroshenko, por representantespixbet confiavelgrupos separatistas pró-Rússia e foi apoiado por França e Alemanha.

Em seus 13 pontos, o acordo prevê a desmilitarização e a retomada pela Ucrânia do controle do leste do país, na fronteira com a Rússia.

Donetsk e Luhansk, hoje sob domínio dos separatistas, seriam reconhecidas como parte do território ucraniano, mas com uma condição especial: as regiões ganhariam o direitopixbet confiavelrealizar eleições locais e teriam muito mais independênciapixbet confiavelrelação ao governo central.

O protocolo nunca foi totalmente implementado pela grande resistência expressa por parte dos ucranianos.

"Os acordospixbet confiavelMinsk são vistospixbet confiavelmaneira negativa na sociedade ucraniana por haver uma percepçãopixbet confiavelque, por meio deles, a Rússia poderá exercer influência direta sobre o país, limitando apixbet confiavelsoberania. Parte da sociedade e das elites acredita que as lideranças das regiões separatistas são 'controladas' por Putin", diz Vicente Ferraro, cientista político e pesquisador do Laboratóriopixbet confiavelEstudos da Ásia da USP.

"Logo, argumenta-se que a reintegração dessas regiões nas condições defendidas pela Rússia permitiria a Putin influenciar o curso da política ucraniana e, inclusive, vetar projetospixbet confiavelintegração com a União Europeia e a Otan."

"A Rússia se incomoda com o fatopixbet confiavelque o governo ucraniano declara para o público externo a intençãopixbet confiavelimplementar os acordos, mas, dentro do país, faz críticas. A estigmatização das posições pró-Rússia na sociedade ucraniana após a crisepixbet confiavel2014 tornou a discussão interna dos acordos um verdadeiro tabu. De fato, ambas as partes fizeram pouco para implementá-los. Com o reconhecimento da independência das regiões separatistas pela Rússia e a intervenção militar, as chancespixbet confiavelelas serem reintegradas ao território ucraniano tornaram-se ainda mais remotas", complementa.

Outra saída

Uma proposta lançadapixbet confiavel2019 por pesquisadores da Rand Corporation, um think tankpixbet confiavelpolítica global baseado nos Estados Unidos, tentava levarpixbet confiavelconta as tensões geopolíticas que resultaram do esfacelamento da União Soviética e das novas adesões à Otan, apontadas pela Rússia como um dos estopins da atual crise.

O ambicioso projeto defende uma zona especialpixbet confiavelneutralidade que incluiria Belarus, Moldávia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão, além da Ucrânia, todas ex-repúblicas soviéticas.

A ideia é estabelecer mecanismos com participaçãopixbet confiavelpotências e organizações multilaterais importantes para definir soluções para diálogo, normas para segurança e comércio que envolvam essa região entre a Europa e a Rússia. O objetivo maior é criar um ambientepixbet confiavelconfiança para alcançar uma distensão nas relações.

Mas os próprios autores reconhecem que dificilmente os termos conseguiriam agradar completamente todas as partes.

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