Rússia invade Ucrânia: o que forças ucranianas podem fazer contra ataque russo:
Autoridades internacionais estimam que a Rússia tenha até 190 mil soldados na fronteira com a Ucrânia — muito mais do que os 125,6 miltodo exército regular ucraniano.
As forças russas já estão cruzando a fronteira, chegandovárias direções.
A Ucrânia terá dificuldadedefender milharesquilômetrossua fronteira —Belarus, no norte, até a Crimeia, no sul.
Se você pensar na Ucrânia como um relógio, os russos podem preparar ataques das 10h às 7h.
Ben Barry, do Instituto InternacionalEstudos Estratégicos (IISS, na siglainglês) e ex-brigadeiro do exército britânico, diz que é uma "posição muito difícil para quem está na defesa".
Além disso, a Ucrânia está sendo ameaçadavárias direções e suas forças estão "distribuídasmaneira muito escassa", afirma Jack Watling, do RUSI.
O domínio da Rússia no ar
Mas a verdadeira disparidade entre as forças russas e ucranianas está no céu.
A Ucrânia tem 105 aviõescombate na fronteira, contra 300 da Rússia, diz Watling. Os russos, ele prevê, "vão obter muito rapidamente superioridade aérea".
Os sistemas avançadosdefesa aérea da Rússia, como os mísseis S-400, também oferecem vantagem às suas forças. Em contrapartida, a Ucrânia tem defesas aéreas mais antigas e mais limitadas.
Watling cita o exemploIsrael, capazse defendervárias direções. Mas ele acrescenta que o país só foi capaz disso por causasua superioridade no ar — algo que a Ucrânia simplesmente não tem.
Moscou desenvolveuprópria versão da tática"choque e terror", com uma artilharia aérea integradamísseis e fogueteslongo alcance, explica Ben Barry. Isso permite que os russos ataquemlonge os centroscomando e controle da Ucrânia, depósitosmunição, força aérea e defesas aéreas.
Isso já parece ter começado, com ataquesmísseiscruzeiro a alvos perto da capital Kiev.
Watling afirma que os russos têm um arsenal bastante significativoarmas modernas e recursos para os quais a Ucrânia não tem uma resposta — como o sistema Iskandermísseis balísticos ecruzeiro.
A Ucrânia recebeu recentemente suprimentos"ajuda letal" dos EUA e do Reino Unido, mas são principalmente mísseis ar-ar (disparadosuma aeronave com o propósitodestruir outra aeronave)curto alcance e armas antitanque.
Em suma, a Rússia tem mais armas e supera a Ucrânia.
Com a superioridade aérea e as armaslongo alcance da Rússia, o risco para as forças ucranianas é quebreve serão imobilizadas.
As forças da Ucrânia podem ser impedidasmanobrar e se reposicionar para enfrentar o avanço russoqualquer outra direção, acredita Watling.
Muitas das unidades mais bem treinadas e equipadas da Ucrânia estão no leste do país — perto da linhacontroleLuhansk e Donetsk —, onde há combates desde 2014.
Autoridadesinteligênciaoutros países disseram à BBC que há uma preocupação realque a Rússia possa tentar cercá-las.
No entanto, as forças armadas da Ucrânia estão mais bem treinadas e equipadas do que quando a Rússia invadiu a Crimeia.
Barry diz que as unidades e soldados ganharam uma experiênciacombate útil na luta com separatistas apoiados pela Rússia no leste do país.
Mas ele acrescenta que eles estiveram envolvidos sobretudo numa guerratrincheiras linear, e as demandas da "guerramanobra" serão muito mais difíceis.
As forças da Rússia são capazesse mover rapidamente com lançadores móveisfoguetes e mísseis e defesas aéreas. As tropas russas também foram reforçadas por combates desde a invasão da Crimeia e da Síria.
Luta urbana
Se os combates entrarem nas cidades e vilas da Ucrânia, isso pode dar uma chance às forças ucranianas.
Um defensor bem preparado pode tornar a luta urbana difícil e sangrenta para qualquer atacante — como foi mostradoStalingrado, na Segunda Guerra Mundial, e mais recentementeMossul, no Iraque.
Ben Barry acredita que as forças russas podem inicialmente tentar evitar vilas e cidades.
Mas ele diz que é muito improvável que os russos consigam evitar o combate urbano, principalmenteKiev, devido ao seu significado político.
Jack Watling afirma que se a Ucrânia conseguir defender suas cidades adequadamente, elas podem ser capazesresistir por muito tempo.
Armas antitanque leves fornecidas pelos britânicos (também conhecidas como NLAWs) podem ajudarcombates corpo a corpo,que as forças ucranianas podem se movimentar usando a coberturaedifícios. Um número indeterminadocivis também pode pegararmas.
A Rússia não pode confiar apenasataques aéreos e artilharia para controlar vilas e cidades.
Mas Watling diz que a Rússia já tem agentes e operadoressolo. E, segundo ele, "haverá subversão e operações não convencionaisKiev para tentar desestabilizar o governo".
A Rússia, acrescenta ele, também vai tentar cercar cidades e usar artilharialongo alcance para atingir redutosresistência e,seguida, tentar usar agentes e forças especiais para "essencialmente assassinar líderes da sociedade civil".
A Ucrânia está agora lutando porsobrevivência.
O país combateu forças apoiadas pela Rússia no leste nos últimos oito anos, mas a ameaça agora é existencial para toda a nação.
Tendo acabadovisitar a Ucrânia, Watling diz que há uma "determinação sombriasobreviver como país, mas há o reconhecimentoque estãodesvantagem e que será extremamente sangrento".
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