Bolsonaro na Rússia: como visita a Putin pode afetar relação com EUA:casa com bonus de cadastro
É nesse contexto que Bolsonaro desembarcarácasa com bonus de cadastroMoscou no dia 14casa com bonus de cadastrofevereiro.
"É como assistir uma criança correndo na pista para tentar atravessar uma rodovia expressa e movimentada", afirmou à BBC News Brasil um ex-alto diplomata americano, que já trabalhou no Brasil, a respeito da visita do presidente brasileiro à Rússia.
Na semana passada, oficiais do Departamentocasa com bonus de cadastroEstado agiram para expressar claramente o descontentamento dos EUA com os planos brasileiros. Há dez dias, consultado pela BBC News Brasil, o departamentocasa com bonus de cadastroEstado afirmou, por nota, que "o Brasil tem a responsabilidadecasa com bonus de cadastrodefender os princípios democráticos e proteger a ordem baseadacasa com bonus de cadastroregras, e reforçar esta mensagem para a Rússiacasa com bonus de cadastrotodas as oportunidades''.
A portas fechadas, diplomatas americanos disseram aos brasileiros que a viagemcasa com bonus de cadastroBolsonaro à Rússia passaria ao mundo uma mensagemcasa com bonus de cadastroque o Brasil endossa as atitudescasa com bonus de cadastroPutincasa com bonus de cadastrorelação à Ucrânia ecasa com bonus de cadastroque o governo brasileiro é indiferente a ameaçascasa com bonus de cadastroinvasãocasa com bonus de cadastroterritórios alheios por potências.
O Brasil é atualmente um aliado militar extra-OTAN dos Estados Unidos, status garantido ao país ainda na gestão do republicano Donald Trump. No ano passado, já no governo do democrata Joe Biden, os americanos afirmaram endossar que o Brasil se tornasse um parceiro global da Aliança Militar do Atlântico, o que aumentaria ainda mais acesso às Forças Armadas brasileiras a armamentos e treinamentos.
"Não é possível que o Brasil ignore o significado simbólico dessa viagem. Esse não é o momentocasa com bonus de cadastrodiscutir relações bilaterais com a Rússia, enquanto eles ameaçam invadir seu vizinho. Claro que os Estados Unidos não estão felizes com o plano, assim como os europeus também não estão, porque sugere uma faltacasa com bonus de cadastrorespeitocasa com bonus de cadastrorelação às regras do jogo internacional, que historicamente o Brasil costumava defender", afirmou à BBC News Brasil o ex-embaixador americano no Brasil Melvyn Levitsky, atualmente professorcasa com bonus de cadastrorelações internacionais da Universidadecasa com bonus de cadastroMichigan.
'Por que seu presidente não fala com o meu?'
O Itamaraty tem respondido aos americanos que a viagem estava pendente há maiscasa com bonus de cadastroum ano - embora o convitecasa com bonus de cadastroPutin tenha sido formalizado apenascasa com bonus de cadastrodezembro -, e que tratará estritamentecasa com bonus de cadastrotemas bilaterais.
A Rússia não está nem entre os dez maiores parceiros comerciais do Brasil, mas vende ao país fertilizantes necessários para a agricultura brasileira. Não há, no entanto, expectativacasa com bonus de cadastroque a visita possa resultarcasa com bonus de cadastroalgum acordo comercial formal entre os dois países.
A viagem ao leste europeu também contará com uma paradacasa com bonus de cadastroBolsonaro na Hungria, excluída por Biden do encontro pela democracia organizado pelos EUAcasa com bonus de cadastrodezembro, já que Washington vê o governo conservador e direitistacasa com bonus de cadastroViktor Orban como distanciado dos princípios democráticos.
Orban é hoje um dos principais aliados internacionaiscasa com bonus de cadastroBolsonaro. A entusiastas que o questionaram na frente do Palácio da Alvorada, o presidente brasileiro também elogiou as credenciais políticascasa com bonus de cadastroPutin: "Ele [Putin] é conservador sim. Eu vou estar mês que vem lá, atráscasa com bonus de cadastromelhores entendimentos, relações comerciais. O mundo todo é simpático com a gente".
Analistas internacionais afirmam que a viagem à Rússia tem importância política doméstica para Bolsonaro, que quer mostrar aos eleitores brasileiros que não está isolado no mundo, como afirmam seus críticos. "Com a saídacasa com bonus de cadastroTrump da Casa Branca, Bolsonaro perdeu seu principal aliado e tenta com a visita a Putin um realinhamento ideológico internacional. É claro que isso vai irritar ainda mais os EUA", afirma Carlos Gustavo Poggio, professorcasa com bonus de cadastrorelações internacionais da FAAP.
Há pouco maiscasa com bonus de cadastroum ano, a relação entre brasileiros e americanos sofreu um forte abalo, depois que o republicano Donald Trump, considerado o maior aliado global do atual mandatário brasileiro, perdeu as eleições e acusoucasa com bonus de cadastrofraude eleitoral seu opositor Joe Biden, sem provas. Bolsonaro endossou tais alegaçõescasa com bonus de cadastroTrump e demorou semanas para parabenizar o novo presidente dos EUA, que,casa com bonus de cadastrotroca, se recusa a conversar diretamente com o colega brasileiro desde que chegou à Casa Branca.
De lá pra cá, o Brasil tem sido pressionado pelos americanos a mudarcasa com bonus de cadastroposturacasa com bonus de cadastrorelação à questão do meio ambiente, já que combater o aquecimento global é uma prioridade da gestão Biden. Por outro lado, os EUA mantiveram o apoio para que o Brasil entrasse na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, uma prioridade para o governo Bolsonaro.
Um embaixador que acompanhou as discussões com os americanos sobre a viagem à Rússia afirmou que para o Brasil não há vantagenscasa com bonus de cadastrose alinhar nesse momento com os americanos e cancelar a viagem. "Se eles acham que somos tão importantes, porque então o Biden não fala com nosso presidente?", teria sido uma das respostas da diplomacia brasileira.
Apesar da retórica, no entanto, na segunda-feira passada (31/1), o Brasil acompanhou os Estados Unidos no Conselhocasa com bonus de cadastroSegurança da ONU ao concordar que a questão Ucrânia deveria ser tratada no colegiado - contra a vontade dos russos.
No voto do país, no entanto, o embaixador brasileiro Ronaldo Costa fez questãocasa com bonus de cadastropontuar que o Brasil não endossa nem os exercícios militares russos nem as ameaçascasa com bonus de cadastrosanções econômicas unilaterais dos americanos. E que manterácasa com bonus de cadastroindependência e defesacasa com bonus de cadastrosaídas diplomáticas e multilaterais.
"Visitas bilaterais são normais, não implicam na violaçãocasa com bonus de cadastronenhuma regra internacional. Com o voto na ONU, o Brasil tentou deixar claro que a viagem à Rússia não deve ser tomada como a expressãocasa com bonus de cadastrouma posição pró-Rússia. A questão está na oportunidade: os americanos estão fazendo um esforço para conter os ímpetos russos por meiocasa com bonus de cadastroalianças, e queriam contar com o Brasil nesse bloco", avalia o embaixador brasileiro Sérgio Amaral, que já comandou a embaixadacasa com bonus de cadastroWashington e hoje é integrante do Centro Brasileirocasa com bonus de cadastroRelações Internacionais.
A preocupação dos americanos com a questão Rússia/Ucrânia tem dominado a agenda internacional do país. E não só porque ela pode detonar uma guerra na Europa, mas porque os Estados Unidos enxergam no desafio russo uma contestação à atual ordem internacional.
"Estamos vivendo um processocasa com bonus de cadastrodemarcaçãocasa com bonus de cadastrolinhas e territórioscasa com bonus de cadastroinfluência pelas potências, que estão reavaliando as suas posições geopolíticas. E isso vai criando novas áreascasa com bonus de cadastroinstabilidade. Os EUA vão tentando mantercasa com bonus de cadastrohegemonia e as regras do jogo do pós segunda guerra, que veta invasões e tomadascasa com bonus de cadastroterritório, enquanto a Rússia se vê prejudicada pela expansão da OTAN. Dos 30 membros da aliança militar hoje, 14 são ex-repúblicas ou paísescasa com bonus de cadastroinfluência russa", nota Amaral. Nesse xadrez global, estaria também a tensão entre China e Taiwan.
O graucasa com bonus de cadastroimportância ecasa com bonus de cadastrotensão do assunto transpareceucasa com bonus de cadastroum episódio entre os governos brasileiro e americano. Em meadoscasa com bonus de cadastrojaneiro, depoiscasa com bonus de cadastrouma conversa com o chanceler Carlos França, o secretáriocasa com bonus de cadastroEstado americano Antony Blinken divulgou uma notacasa com bonus de cadastroque dizia que os dois países tinham "prioridades compartilhadas, incluindo a necessidadecasa com bonus de cadastrouma resposta forte e unida contra novas agressões russas à Ucrânia". O Itamaraty considerou que os americanos cruzaram uma linha com a afirmação, que não refletia o posicionamento brasileiro. O órgão veio a público com um "esclarecimento", no qual defendia solução diplomática e pacífica e mostrava não se alinhar a nenhum dos lados.
Uma sombra na relação
Para Melvyn Levitsky, a viagemcasa com bonus de cadastroBolsonaro à Rússia "lançará mais uma sombra sobre a relação Brasil-EUA". "Não acredito que haverá uma resposta imediata (dos americanos), mas a relação vai piorar, certamente, e Bolsonaro terá que responder - se (Brasil) se posicionou como um aliado militar extra-OTAN deveria se posicionar diantecasa com bonus de cadastroPutin", diz o ex-embaixador no Brasil. Bolsonaro já afirmoucasa com bonus de cadastroentrevista à rede Record que não mencionará o assunto Ucrânia na visita a Putin.
Na última quinta (3/2), o secretário assistentecasa com bonus de cadastroEstado para o Hemisfério Ocidental Brian Nichols afirmoucasa com bonus de cadastrosessão no Congresso dos EUA que, "até onde sei", não há planos para revogar o statuscasa com bonus de cadastroaliado militar extra-OTAN do Brasil.
Mas diplomatas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que, a depender do que acontecer na viagem e caso Bolsonaro se reelejacasa com bonus de cadastrooutubro, essa é uma possibilidade.
Segundo os americanos, a visita recente do presidente argentino Alberto Fernandéz a Putin também provocou descontentamentocasa com bonus de cadastroWashington. Os diplomatas dos EUA afirmam que o convite russo para os mandatárioscasa com bonus de cadastroBrasil e Argentina são uma formacasa com bonus de cadastromostrar aos americanos que ele também pode exercer poder na zonacasa com bonus de cadastroinfluência americana por excelência e que não está tão isolado como o Ocidente gostaria.
Como Fernandez e Biden têm boa relação, os argentinos estariam agora, segundo fontes americanas, se esforçando para reverter o mal-estar. Isso não seria verdade no caso brasileiro. Para os americanos, pode custar caro.
"Bolsonaro pode até achar agora que ele não tem muitos amigos no governo americano ou na Europa Ocidental. Mas se seguircasa com bonus de cadastrofrente com esse tipocasa com bonus de cadastroatitude, aí sim ele vai ver o que é ser barrado no baile", diz um ex-alto diplomata dos EUA.
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