Ômicron: qual a previsãojackpotmasternovas vacinas:jackpotmaster
Uma das previsões mais pessimistas veio do executivo-chefe da farmacêutica Moderna, Stéphane Bancel, numa entrevista ao jornal Financial Times. "Me parece que haverá uma queda importante [da imunidade]. Só não sei quanto, porque precisamos esperar os dados. Mas todos os cientistas com quem conversei dizem que 'não vai ser bom'", declarou.
Na contramão, o ministro da SaúdejackpotmasterIsrael, Nitzan Horowitz, acredita que "há espaço para otimismo". "Nos próximos dias, nós teremos informações mais precisas sobre a eficácia das vacinas contra a ômicron. Mas alguns indicadores iniciais revelam que os indivíduos vacinados continuam protegidos contra essa variante", declarou, durante uma coletivajackpotmasterimprensa na terça-feira (30/11).
Nos últimos dias, representantesjackpotmasteralguns laboratórios afirmaram que estão desenvolvendo versões atualizadasjackpotmasterseus imunizantes. Foi o casojackpotmasterPfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Janssen.
Mas, caso a necessidadejackpotmasternovas vacinas contra a ômicron fique realmente comprovada, quanto tempo demoraria para elas ficarem prontas?
O que falta descobrir
Identificada na África do Sul no finaljackpotmasternovembro, a ômicron logo chamou a atenção dos especialistas pela quantidade e pela variedadejackpotmastermutações, muitas delas localizadas na proteína S.
Esse "S" é a inicialjackpotmasterspike, ou espículajackpotmasterportuguês. Essa proteína fica na superfície do coronavírus e tem a funçãojackpotmasterse conectar no receptor das células humanas para dar início à infecção.
Na perspectiva das vacinas disponíveis, essa estrutura é muito importante. A maioria dos imunizantes tem como base justamente a tal da proteína S.
As vacinasjackpotmastermRNA (como aquelas desenvolvidas por Pfizer e Moderna) trazem najackpotmasterformulação um pedacinhojackpotmastercódigo genético com instruções para que nossas próprias células fabriquem a proteína S. Na sequência, esse material é identificado pelo sistemajackpotmasterdefesa, que gera uma resposta imunológica capazjackpotmasternos protegerjackpotmasteruma infecçãojackpotmasterverdade.
Já nos imunizantesjackpotmastervetor viral (casojackpotmasterAstraZeneca e Janssen), o produto traz um vírus inofensivo para seres humanos que possui um código genéticojackpotmasterseu interior. Daí, o processo é mais ou menos igual: nossas células produzem a proteína S e o sistema imunológico faz o seu trabalhojackpotmastermontar uma resposta contra o invasor.
Agora, se a ômicron traz mutações importantes justamente na proteína S, existe a probabilidadejackpotmasteras célulasjackpotmasterdefesa não reconhecerem mais essa nova versão do coronavírus e não lançarem um contra-ataque efetivo. E isso, porjackpotmastervez, aumenta o riscojackpotmasterinfecção mesmo entre os vacinados ou aqueles que tiveram covid-19 anteriormente.
"Essa variante traz muitas mutaçõesjackpotmasterlugares estratégicos, como a região da espícula que se liga ao receptor das células", observa o imunologista Jorge Kalil Filho, professor titular da FaculdadejackpotmasterMedicina da UniversidadejackpotmasterSão Paulo.
"E isso abre a possibilidadejackpotmasterque os anticorpos neutralizantes paremjackpotmasterfuncionar como observado até agora", completa.
De novo: ainda não se sabe se isso vai acontecer na prática e o quanto a ômicron é realmente capazjackpotmaster"driblar" a imunidade prévia. Mas há alguns cenários possíveis, como você confere a seguir (do mais otimista para o mais pessimista):
1) A imunidadejackpotmasterquem já teve covid-19 ou tomou as doses recomendadasjackpotmastervacina continua suficientemente alta;
2) Há uma perda da imunidade, mas boa partejackpotmasterquem está vacinado ou já foi infectado continua com um nível bomjackpotmasterproteção contra as formas mais graves da doença;
3) A perda da imunidade é grande e boa parte da população volta a ficar mais vulnerável, especialmente os mais velhos e aqueles com o sistema imunológico comprometido.
Há quem apostejackpotmastercada um desses cenários e nas possíveis variações e combinações entre eles. Mas isso ainda não passajackpotmasteruma aposta oujackpotmasteruma especulação.
É justamente para acabar com essas dúvidas que diversos gruposjackpotmasterpesquisa estão trabalhando nos últimos dias. Uma das formasjackpotmasterencontrar respostas é pegar amostrasjackpotmastersanguejackpotmasterpessoas vacinadas (ou recuperadas da covid) e ver no laboratório como as células imunes delas reagem ao ômicron.
"Essa estratégia nos dá uma ideia se os anticorpos conseguem neutralizar a nova variantejackpotmasteruma maneira parecida ao que acontecia com as outras versões anteriores do coronavírus", explica Kalil Filho.
"Outra maneirajackpotmasterconferir essa eventual perdajackpotmasterefetividade das vacinas é observar o que acontece nos lugares onde a ômicron circula com mais intensidade. Será preciso acompanhar a população, fazer testesjackpotmasterdiagnóstico, ver quantas pessoas ficaram doentes, quantas tiveram quadros mais graves e quantas estavam vacinadas", continua o especialista.
"A partir daí, é possível fazer cálculos estatísticos para determinar o tamanho do problema", completa.
Outra etapa mais complexa é entender como ficarão outros aspectos importantes da imunidade que não dependem necessariamente dos anticorpos, como a atuação dos linfócitos T, uma unidadejackpotmasterdefesa que destrói as células infectadas pelo coronavírus.
Boa parte dessas investigações já estájackpotmastercurso, sob a liderança das próprias farmacêuticas ejackpotmastergruposjackpotmasterestudos independentes. A expectativa é que os primeiros resultados saiam até a próxima semana.
Até agora, todas as novas versões do vírus que causaram maior preocupação (alfa, beta, gama e delta) continuam a ser barradas pelas vacinas. "Os dadosjackpotmastervida real nos mostram um bom níveljackpotmasterproteção contra essas variantes", informa a imunologista Cristina Bonorino, da Universidade FederaljackpotmasterCiências da SaúdejackpotmasterPorto Alegre.
"O grande problema é que, se continuarmos nessa situaçãojackpotmasternão vacinar grande parte do mundo, como os países mais pobres da África e da Ásia, uma hora ou outra vai surgir uma nova variante com mutações que conseguem escapar totalmente das vacinas", alerta a especialista, que também integra a Sociedade BrasileirajackpotmasterImunologia.
"Estamos diantejackpotmasterum problema global cujas soluções são pensadasjackpotmastermaneira local. Assim fica difícil acabar com a pandemia", critica.
O que será feito na sequência?
Vamos supor que essas pesquisasjackpotmasterandamento mostrem que a realidade se aproxima do cenário 2 (perda da imunidade, mas ainda com um nível suficientejackpotmasterproteção contra as formas mais graves da covid).
Nesse caso, os especialistas podem indicar, por exemplo, uma dose extra das vacinas já disponíveis. Há diversos estudos mostrando que esse booster, como é conhecido o reforçojackpotmasteringlês, aumenta os níveisjackpotmasteranticorpos contra o coronavírus.
A terceira dose, aliás, já está sendo aplicadajackpotmasterrotina nos países com a campanhajackpotmastervacinação mais avançada, como é o caso do Brasil.
Agora, se o cenário 3 se concretizar (perda grande da imunidade e muita gente vulnerável), a situação fica um pouco mais complicada: pode ser necessário desenvolver novos imunizantes que consigam barrar especificamente a ômicron.
Farmacêuticas como Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen, inclusive, anunciaram nos últimos dias que estão desenvolvendo novas versõesjackpotmasterseus produtos para contemplar a nova variante.
A Pfizer anunciou que conseguiria desenvolver um novo produtojackpotmastercercajackpotmaster100 dias. Já a Moderna calcula que levaria "alguns meses" para ter uma versão atualizadajackpotmasterseu imunizante.
Em tese, a parte técnica desse processo nem é tão complicada assim: tanto nas vacinasjackpotmastermRNA (Pfizer e Moderna) quanto nasjackpotmastervetor viral (AstraZeneca e Janssen), basta trocar aquele código genético que "ensina" nossas células a fabricar a proteína S por uma versão mais aproximada ao que se observa na ômicron.
Ou seja: na mais otimista das hipóteses, todo esse processo demoraria por voltajackpotmasterseis meses para ser finalizado, segundo os próprios cálculos dos laboratórios.
"O desafio maior vem a seguir: fabricar, distribuir e vacinar todo o mundo, num momentojackpotmasterque a maioria da população global ainda não recebeu suas doses", aponta Bonorino.
Segundo a imunologista, a adaptação e a atualização das vacinas não exigiria longos testes clínicos, como aconteceu para a aprovação da primeira levajackpotmasterimunizantes entre o finaljackpotmaster2020 e o iníciojackpotmaster2021.
"É mais ou menos o que acontece com a vacinação contra a gripe,jackpotmasterque temos alterações no produto utilizado a cada anojackpotmasteracordo com as cepas do vírus influenza que circulam com mais intensidade naquele momento", exemplifica.
Esse processo, claro, exigiria toda uma discussão entre os especialistas e a criaçãojackpotmasterregras regulatórias que ainda não existem até agora, pois a covid-19 é uma doença relativamente nova.
Órgãos como a Anvisa no Brasil e o FDA nos Estados Unidos precisam definir essas normas e como seria feita essa mudança dos produtos, caso isso se mostre realmente necessário.
O que fazer até lá?
Não custa reforçar: por enquanto, falamos apenasjackpotmastercenários hipotéticos. Não se sabe se a ômicron realmente escapa da imunidade e se haverá necessidadejackpotmastercriar novas vacinas.
Portanto, é vital que a campanhajackpotmastervacinação contra a covid-19 continue a evoluir e que todo mundo receba as suas doses no momento indicado. O recado vale inclusive para a terceira aplicaçãojackpotmastertodos os adultos, como anunciado pelo Ministério da Saúdejackpotmasternovembro.
Em relação a isso, não há dúvidas entre os especialistas: os imunizantesjackpotmasteruso são efetivos e oferecem proteção, especialmente contra as formas mais graves da covid-19.
E, mesmo se a ômicron se mostrar realmente uma péssima notícia, as demais formasjackpotmasterprevenção continuarão a funcionar contra ela: o usojackpotmastermáscarasjackpotmasterboa qualidade, o cuidado com as aglomerações, a lavagemjackpotmastermãos e circulaçãojackpotmasterar pelos ambientes seguem como recomendações básicas para diminuir o riscojackpotmastertransmissão e infecção com o coronavírus.
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