A chegadaapa itu ujian cbetmilharesapa itu ujian cbetimigrantes na costa britânica que gera guerra diplomática entre Reino Unido e França:apa itu ujian cbet
"As agênciasapa itu ujian cbetsegurança estão desmantelando as ganguesapa itu ujian cbettráficoapa itu ujian cbetpessoas (que costumam operar a travessia do canal). O trabalhoapa itu ujian cbetconjunto com os franceses dobrou o númeroapa itu ujian cbetpoliciais nas praias francesas", acrescentou.
Mas essa colaboração se transformouapa itu ujian cbetum focoapa itu ujian cbetatrito entre os dois países.
Por que há mais migrantes cruzando o canal?
"Existem várias razões que explicam o aumentoapa itu ujian cbetmigrantes que cruzam o canal", diz Peter Walsh, pesquisador do Observatórioapa itu ujian cbetMigração da Universidadeapa itu ujian cbetOxford (Inglaterra), à BBC Mundo, o serviçoapa itu ujian cbetnotíciasapa itu ujian cbetespanhol da BBC.
Walsh trabalha analisando dados do Ministério do Interior, das Nações Unidas eapa itu ujian cbetrequerentesapa itu ujian cbetasilo no Reino Unido.
Segundo ele, a raiz do problema é "geopolítica". "A maioria dos migrantes vem do Irã, Afeganistão, Iêmen, Síria e Sudão, paísesapa itu ujian cbetconflito onde há guerras e perseguição política."
"A variação sazonal é outra explicação: o número aumenta quando o mar está calmo e o céu está limpo (como tem acontecido nos últimos dias e semanas)", acrescenta.
O especialista acrescenta que as rotas terrestres estão cada vez mais "inviáveis" para a travessiaapa itu ujian cbetmigrantes porque são cada vez mais vigiadas. Somam-se a isso as restrições durante a pandemia e devido ao Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia.
'Meia volta'
Na quinta-feira (9/9), a ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, disse querer devolver à França os barcos que transportam migrantes pelo Canal da Mancha.
Fontes do governo inglês confirmaram à BBC que uma equipe da Forçaapa itu ujian cbetFronteira britânica vem treinando há meses para iniciar a operação.
Por essa tática, autoridades britânicas forçariam os barcosapa itu ujian cbetmigrantes a dar meia volta no canal. Caberia, então, à guarda costeira francesa interceptar as embarcaçõesapa itu ujian cbetsuas águas.
No entanto, a França se opõe ao plano. O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, disse que "proteger vidas humanas no mar é uma prioridade".
Darmanin também acusou o Reino Unidoapa itu ujian cbet"chantagem financeira".
Ele se referia a um acordo fechado no início deste ano, pelo qual os britânicos prometeram pagar à França maisapa itu ujian cbetUS$ 75 milhões por operações extraordinárias, incluindo a duplicação do númeroapa itu ujian cbetpatrulhas costeiras.
Patel disse que o Reino Unido poderia reter esse dinheiro, a menos que mais barcos sejam interceptados.
Mas os barcosapa itu ujian cbetmigrantes podem ser devolvidos?
Limites legais
O governo britânico alega que a devoluçãoapa itu ujian cbetbarcos que passam pelo canal seria legalapa itu ujian cbetcircunstâncias limitadas e específicas, embora não tenha confirmado quais.
Ao mesmo tempo, o Reino Unido não poderia entrar nas águas territoriais francesas sem consentimento, o que poderia causar problemas, disse à BBC o professor Andrew Serdy, professorapa itu ujian cbetDireito Internacional Público e Governança do Oceano na Universidadeapa itu ujian cbetSouthampton (Inglaterra).
"Se a França não quer obrigar os barcos a recuarem, ninguém pode obrigar-lhe a fazer isso", explica Serdy.
Walsh diz que não está muito claro como essa política seria implementada porque a cooperação da França é necessária.
"Sem essa cooperação é muito difícil imaginar como os barcos podem dar meia volta", disse o analista.
Também não está claro se a tática do Reino Unido seria legalapa itu ujian cbetacordo com o direito internacional.
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar afirma que os países são obrigados a "dar assistência a qualquer pessoa que esteja no marapa itu ujian cbetriscoapa itu ujian cbetse perder".
De acordo com o direito internacional, o Reino Unido deve determinar os riscos que cada migrante enfrentaapa itu ujian cbetum barco antesapa itu ujian cbetforçá-lo a sair da água, explica à BBC James Turner, advogado especializadoapa itu ujian cbetdisputas marítimas.
'Morte na água'
A táticaapa itu ujian cbetobrigar os navios a recuarem nunca foi usada no Canal da Mancha antes, mas tem sido usada no Mediterrâneo, disse a Union for Borders, Immigration and Customs (ISU), sindicato que representa funcionáriosapa itu ujian cbetfronteira, imigração e alfândega no Reino Unido.
Lucy Moreton, da ISU, disse que ficaria "muito surpresa" se o Reino Unido adotasse tal estratégia, descrevendo-a como "morte na água".
"Há, compreensivelmente, muitas limitações, e não se pode fazer isso com nenhuma embarcação que seja vulnerável".
Muitos migrantes dessas embarcações "vulneráveis" são resgatados pela Royal National Lifeboat Institution (RNLI), uma organização sem fins lucrativos que opera na costa da Grã-Bretanha, Irlanda, Ilhas do Canal e Ilhaapa itu ujian cbetMan.
"Sempre viremosapa itu ujian cbetauxílio dos que estãoapa itu ujian cbetapuros no mar, como temos feito desde nossa fundação,apa itu ujian cbet1824. Continuaremos a operar [resgates] quando nos forem confiados pela Guarda Costeira Britânica, que inicia e coordena a busca e o resgate", disse um porta-voz da RNLI à BBC News Mundo.
"Quando lançamos nossos botes salva-vidas, operamosapa itu ujian cbetacordo com a legislação marítima internacional, que estabelece que temos permissão, eapa itu ujian cbetfato somos obrigados, a entrarapa itu ujian cbettodas as águas, independentemente dos territórios, para finsapa itu ujian cbetbusca e salvamento."
"E quando se trataapa itu ujian cbetresgatar pessoas que tentam cruzar o Canal da Mancha, não questionamos por que eles se meteramapa itu ujian cbetproblemas, quem são ouapa itu ujian cbetonde vêm. Tudo o que precisamos saber é que eles precisamapa itu ujian cbetnossa ajuda."
O que acontece com os migrantes que cruzam o Canal da Mancha?
- Se estiveremapa itu ujian cbetáguas nacionais do Reino Unido, é provável que sejam levados para um porto britânico.
- Se estiveremapa itu ujian cbetáguas internacionais, o Reino Unido trabalhará com as autoridades francesas para decidir para onde levá-los.
- Cada país tem zonasapa itu ujian cbetbusca e salvamento.
- Uma lei da União Europeia chamada Dublin III permite que os requerentesapa itu ujian cbetasilo sejam transferidosapa itu ujian cbetvolta para o primeiro estado-membroapa itu ujian cbetque eles entraram, mas o Reino Unido não faz mais parte deste acordo e não concordou com um novo para substituí-lo.
Patel se encontrou com seu homólogo francês na quarta-feira para discutir a crise da imigração, mas eles não conseguiram chegar a um acordo.
Em um tuíte, a ministra britânica disse que as negociações foram construtivas. "Deixei claro que obter resultados e interromper as travessias (do canal) era uma prioridade para o povo britânico", disse ela.
Mas Darmanin disse que o empregoapa itu ujian cbettáticasapa itu ujian cbetrecuo "correria o riscoapa itu ujian cbetafetar negativamente nossa cooperação".
O deputado francês Pierre-Henri Dumont, que representa Calais (cidade francesaapa itu ujian cbetcujos arredores saem muitos barcos com migrantes) declarou que "nada" pode impedir as travessiasapa itu ujian cbetembarcações, devido ao tamanho da costa francesa.
"Temos entre 300 e 400 quilômetrosapa itu ujian cbetlitoral para monitorar todos os dias e todas as noites e é impossível ter policiais a cada 100 metros devido ao comprimento do litoral", explicou.
"Rotas mais seguras"
Várias ONGS pediram ao Home Office (Ministério do Interior) do Reino Unido que adote uma "abordagem mais humana e responsável"apa itu ujian cbetrelação aos requerentesapa itu ujian cbetasilo.
A Anistia Internacional afirmou que as pessoas têm o direitoapa itu ujian cbetpedir asilo no Reino Unido e que "fazem viagens perigosas e dependem dos traficantes porque não existem alternativas seguras disponíveis para elas".
"Uma pequena minoriaapa itu ujian cbetrefugiados globais encontra segurança e quer reconstruir suas vidas no Reino Unido porque eles têm uma família e uma comunidade aqui", disse Tim Naor Hilton, diretor executivo da ONG britânica Refugee Action, à BBC News Mundo.
"O governo deve fornecer alternativas mais seguras, como planosapa itu ujian cbetreunião familiar, vistos humanitários e um compromissoapa itu ujian cbetlongo prazo para reassentar 10 mil refugiados por ano."
"A maioria das pessoas no Reino Unido acredita que devemos oferecer abrigo aos necessitados. E vimos uma mudança palpável na opinião pública desde a tragédia no Afeganistão, com doações para instituiçõesapa itu ujian cbetcaridade, ofertasapa itu ujian cbetmoradia e convocatórias para tratar os refugiados com a dignidade que eles merecem", acrescentou Hilton.
O Refugee Council, um grupo britânico que trabalha com refugiados e requerentesapa itu ujian cbetasilo, pediu medidas para ajudar os migrantes.
"Em vezapa itu ujian cbetgastar tempo, recursos e imenso esforço para afastar essas pessoas vulneráveis, este governo deve dar às pessoas opçõesapa itu ujian cbetrotas seguras para impedir essas viagens perigosasapa itu ujian cbetprimeiro lugar."
"Instamos este governo a reconsiderar suas políticas brutais e a pensar sobre as vidas individuais no centro dessas jornadas desesperadas."
Walsh, da Universidadeapa itu ujian cbetOxford, diz à BBC News Mundo que,apa itu ujian cbetacordo com um levantamento do Ministério do Interior, quase todos os migrantes que cruzam o canal e pedem asilo no Reino Unido o fazem porque já têm família no país, pela percepçãoapa itu ujian cbetque se trataapa itu ujian cbetuma nação pacífica e tolerante, e o fatoapa itu ujian cbetque o inglês é o idioma falado.
"Em muitos casos, os próprios migrantes não têm escolha; os contrabandistas decidem por eles", argumenta.
Ele também acredita que essa questão éapa itu ujian cbetgrande preocupação para os cidadãos britânicos, mas muito complexaapa itu ujian cbetser tratada pelo governo, que pode usá-la antes "como algo simbólico para fazer retórica política".
O governo britânico disse que continua a avaliar e testar uma variedadeapa itu ujian cbetopções seguras e legais para encontrar maneirasapa itu ujian cbetimpedir que pequenas embarcações façam a viagem pelo canal.
Também observou que precisa usar todas as táticas possíveis àapa itu ujian cbetdisposição para combater o tráficoapa itu ujian cbetpessoas.
Patel falouapa itu ujian cbetvárias ocasiões sobre ganguesapa itu ujian cbetcrime organizado contrabandeando pessoas para o Reino Unido, e que o novo Projetoapa itu ujian cbetLei da Nacionalidade e Fronteiras visa "quebrar seu modeloapa itu ujian cbetnegócios".
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