Por que as drogas psicodélicas estão mais perto do mercado convencional:mag777 slot

Em uma hora, os efeitos da substância se manifestam. Surge uma sensação estranha, difícilmag777 slotser descrita. Formas e caleidoscópios podem surgir e dançarmag777 slotsincronia.

Poderão surgir conexões sinestésicas - quando você consegue ouvir ou sentir o gosto das cores. Dependendo da dose, no pico da droga você pode ser atirado para uma dimensão totalmente alterada: um lugar esquisito, cheiomag777 slotentidades, cobras, desenhos atrás dos olhos, cadeiasmag777 slotDNA e uma admiração radicalmente ampliadamag777 slotarte e estética. Ou algo muito mais sombrio.

O mundomag777 slotDoblin zumbia, palpitava, cantarolava. Depoismag777 slotflutuar pela cantina do campus, ele voltou para o dormitório para ter uma viagem interior.

Observando seu amigo - também sob usomag777 slotLSD -, Doblin foi surpreendido por uma visão nova. Ele não só deduzia os pensamentos e emoções do colega. Doblin conseguia vê-los, claros como o dia. O conforto, bem-estar e o calor do seu amigo eram tão visíveis quanto seus braços e pernas.

As experiências transformadoras são diferentes da maioria, mesmo das mais dramáticas.

Doblin queria sentir-se livre. Ele estava se desfazendo. Namag777 slotprópria rotoscopia do LSD, Doblin havia voltado a ser criança - não mais um adulto - e o desequilíbrio entre as emoções e o intelecto que dirigiamag777 slotvida diária era sensível. Mas Doblin percebeu que ele se sentia assim por um motivo. E isso significava que ele não era estático. Ele podia mudar as coisas. Ele podia ser livre.

Para o filósofo L. A. Paul, a experiênciamag777 slotDoblin pode ser descrita como "transformadora". Elas não são como a maioria das experiências, mesmo as mais dramáticas. O que as torna especiais é a forma como elas mudam uma pessoa: suas preferências, ideias e identidades são viradas do avesso. Quando Doblin fezmag777 slotprimeira viagem, talvez ele não tivesse percebido que, no dia seguinte, ele não seria a mesma pessoa.

Doblin depois soube que ele estava a caminhomag777 slotalgum lugar. Ele faria outras viagens - muitas das quais foram desestabilizadoras - mas divulgar o potencial terapêutico das drogas psicodélicas tornou-se a missão damag777 slotvida.

Hoje, Doblin é o executivo fundadormag777 slotuma organização sem fins lucrativos chamada Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos (Maps, na siglamag777 slotinglês), cujo propósito é aproximar as drogas psicodélicas do uso mainstream (convencional) na medicina emag777 slotoutros campos. A organização aconselha os cientistas a conduzir testes e obter financiamento, alémmag777 slottrabalharmag777 slotestreita colaboração com os órgãos reguladores.

Os esforçosmag777 slotDoblin emag777 slotoutras pessoas estão sendo finalmente recompensados. Nos últimos dez anos, drogas psicodélicas como o LSD, cogumelos mágicos, DMT, uma sériemag777 slot"remédios vegetais" - incluindo ayahuasca, iboga, sálvia alucinógena e peiote - e compostos relacionados, como MDMA e cetamina, começaram a perder grande parte do estigma adquirido na décadamag777 slot1960.

Testes clínicos promissores sugerem que os psicodélicos podem tornar-se tratamentos inovadores contra a depressão, transtornomag777 slotestresse pós-traumático e vício. Grande parte da comunidade psiquiátrica,mag777 slotvezmag777 slotmostrar-se depreciativa ou mesmo cética, tem reagidomag777 slotforma receptiva. As drogas podem marcar a primeira mudançamag777 slotparadigma neste campo desde os inibidores seletivosmag777 slotrecaptaçãomag777 slotserotonina (SSRIs, na siglamag777 slotinglês) na décadamag777 slot1980.

Em 2017, por exemplo, a Agência reguladoramag777 slotAlimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA, na siglamag777 slotinglês) declarou o MDMA - o princípio ativo do ecstasy - como "terapia inovadora", o que significa quemag777 slotanálise será acelerada para o segundo estágio dos testesmag777 slotFase 3. Doblin espera que o MDMA consiga a aprovação da FDA até 2023.

Os psicodélicos permanecem sendo drogas do Anexo 1mag777 slotnível federal nos Estados Unidos emag777 slotClasse A no Reino Unido, mas as normas estão sendo flexibilizadas. Além da Áustria e da Espanha na União Europeia, os cogumelosmag777 slotpsilocibina foram descriminalizadosmag777 slotWashington DC emag777 slotuma sériemag777 slotoutras cidades norte-americanas, alémmag777 slotterem sido legalizados para terapiamag777 slotOregon, onde o LSD também foi descriminalizado.

Uma lei para descriminalizar o LSD e psilocibina na Califórnia foi aprovadamag777 slotdiversos estágiosmag777 slotcomitê fundamentais e será votada no ano que vem. Uma votação para decidir sobre o financiamento federalmag777 slotpesquisas com psicodélicos chegou recentemente ao Congresso dos Estados Unidos.

Antecipando essa mudança, os pesquisadores e fornecedores clínicosmag777 slotdrogas psicodélicas vêm atraindo investimentos significativos. Relatórios comerciais descrevem "euforia com os psicodélicos" e "expansão dos cogumelos".

Este fenômeno é conhecido como o "renascimento dos psicodélicos" - e promete mudanças na nossa sociedade que vão muito além dos tratamentos prescritos pelos médicos. Ao contráriomag777 slotoutras drogas, os psicodélicos podem alterar radicalmente a forma como as pessoas veem o mundo. Eles também trazem experiências místicas e alucinógenas que estão à margem da compreensão científica atual. Mas o que poderá acontecer se os psicodélicos se tornarem mainstream?

Esta não é a primeira ondamag777 slotentusiasmo pelos psicodélicos na psiquiatria. Eles foram anunciados pela primeira vez como remédios milagrosos na décadamag777 slot1950.

Ao longomag777 slotcercamag777 slot6000 estudos com maismag777 slot40.000 pacientes, os psicodélicos foram testados como tratamentos experimentais para uma enorme variedademag777 slotmales: alcoolismo, depressão, esquizofrenia, reincidência criminal e autismo infantil. Os participantes incluíram artistas, escritores, criadores, engenheiros e cientistas. Os resultados foram promissores.

Já a partir da primeira sessãomag777 slotLSD, os estudos sugeriram que a droga aliviou problemas com bebidamag777 slot59% dos alcoólicos participantes. Em experimentos com doses menores, chamadasmag777 slot"psicolíticas", muitos terapeutas ficaram surpresos com o poder do LSD como complemento à psicoterapia.

Mas isso não duraria muito tempo. Em outubromag777 slot1966, o LSD foi proibido na Califórnia. Restrições federais se seguiriammag777 slot1970, com a Lei das Substâncias Controladas.

Diversos rumores alarmantes chegaram às campanhas governamentais - queixasmag777 slotlesões cromossômicas induzidas por LSD, bebês mutantes, que o registromag777 slotcinco, seis (ou sete) viagens tornaria você "legalmente insano" - e foram divulgados para criançasmag777 slotidade escolar como Doblin (embora ele simplesmente ignorasse os avisos na época).

Isso também afetou a ciência. Exceto por poucos grupos remanescentes no Canadá e nos Estados Unidos, todo o campo da ciência dos psicodélicos desapareceria por décadas.

Os órgãos reguladores restringiram o acesso. Os financiadores perderammag777 slotdisposição. No alto da repressão nas décadasmag777 slot1970 e 1980, as tentativasmag777 slotDoblinmag777 slotiniciar pesquisas com psicodélicos levaram a portas fechadas e dificuldades reaismag777 slotmanutençãomag777 slotempregos.

A narrativa convencional relaciona a repressão à carreiramag777 slotTimothy Leary, cientistamag777 slotHarvard que se tornou o maior promotormag777 slotLSD da contracultura na segunda metade da décadamag777 slot1960. Um escândalo no seu Projetomag777 slotPsilocibinamag777 slotHarvardmag777 slot1963 - quando o seu codiretor foi acusadomag777 slotdesviar psilocibina para estudantes - marcaria os primeiros casosmag777 slotreação mais sensacionalista na imprensa.

Pouco depois, os órgãos reguladores ficariam mais preocupados com o usomag777 slotLSD como moeda no mercado negro "fora do laboratório", com grande colaboração do ativismomag777 slotLeary depoismag777 slotHarvard - incluindo alegaçõesmag777 slotque o LSD daria "milharesmag777 slotorgasmos" às mulheres e incentivaria revoluções contra as instituições.

Mas esta não é a história completa. Alguns historiadores da medicina culpam a expansão da metodologiamag777 slotEstudos Randomizados Controlados (RCT, na siglamag777 slotinglês) pela reação negativa.

Esta é agora a forma padrãomag777 slotconduçãomag777 slottestes clínicos emag777 slotintrodução levantou dúvidas entre os órgãos reguladores sobre o verdadeiro caráter científico da "ciência dos psicodélicos". Os RCTs envolvem a comparaçãomag777 slotdois gruposmag777 slotpessoas: um que tomou e outro que não tomou a droga. Os participantes não podem sabermag777 slotqual grupo estão, mas isso é difícil com substâncias psicodélicas.

O Experimento da Sexta-Feira Santamag777 slot1962 - que foi uma sessão promovidamag777 slotuma igreja com estudantes seminaristas para testar a capacidade da psilocibinamag777 slotinduzir experiências místicas - é um exemplo ilustrativo.

Metade dos pacientes recebeu a droga ativa e a outra metade recebeu placebo (todosmag777 slotduplo cego), masmag777 slot30 minutos já era evidente quem tinha recebido o quê. Os que receberam a droga vagueavam pelos camposmag777 slottorpor visualizando Deus, segundo contou um dos participantes, enquanto o grupo que recebeu placebo (incluindo ele) apenas "entrelaçou os dedos e cantou os hinos".

Entre os anos 1980 e a metade da décadamag777 slot2000, foram observados sinaismag777 slotmudança entre as reações negativas. Mas o recente renascimento dos psicodélicos escancarou as portas.

Ele começou com um estudo emblemático da Universidade Johns Hopkinsmag777 slot2006, liderado pelo cientista Roland Griffiths, que fez carreira estudando a cafeína. Griffiths e seus coautores tentaram reproduzir o Experimento da Sexta-Feira Santa, maismag777 slot40 anos depois. Os resultados foram impressionantes.

"É surpreendente", segundo Griffiths, "que 67% dos voluntários tenham avaliado a experiência com psilocibina como a experiência isolada mais significativa das suas vidas, ou como uma das cinco experiências mais significativas das suas vidas". Em outras palavras, comparávelmag777 slotintensidade com o casamento, nascimentomag777 slotfilhos, picosmag777 slotcarreira e outros rituaismag777 slotpassagem profundos.

Embora os desafios da conduçãomag777 slottestes clínicos extensos continuem presentes, os órgãos reguladores agora estão mais abertos para os resultados dos testes com psicodélicos do que no passado.

As mudançasmag777 slotvalores culturais e do significado dos psicodélicos na última década foram surpreendentes.

Enquanto isso, clínicas privadas começam a ser abertasmag777 slottodo o mundo. A clínica Awakn,mag777 slotBristol (Inglaterra), oferece infusõesmag777 slotcetamina como tratamento contra a depressão, transtornomag777 slotestresse pós-traumático, distúrbios da alimentação e adicção; embora não seja um psicodélico clássico como o LSD, altas dosesmag777 slotcetamina podem ocasionar experiências visionárias poderosas com potencial terapêutico.

Segundo os estudos dos antropólogos Tehseen Noorani e Joanna Steinhardt, "o entusiasmo pela cura com psicodélicos ainda é limitado. Mas as mudançasmag777 slotvalores culturais e do significado dos psicodélicos na última década foram surpreendentes."

Se a tendência atual continuar, pode ser questãomag777 slottempo para que a psicoterapia assistida por psicodélicos receba o sinal verde dos órgãos reguladores.

Será que, daqui a uma década, os hospitais e clínicas poderão manter Salasmag777 slotSessões Psicodélicas equipadas com almofadas, incenso, velas e pinturas? Os médicos prescreverão comprimidosmag777 slotpsilocibina ou LSD, fabricados por grandes empresas farmacêuticas, com efeitos colaterais que incluem "êxtase", "mudançasmag777 slotcrenças metafísicas" e "ataques agudosmag777 slotpânico"? Poderemos ver a versão comercial das clínicas psicodélicas - talvez com nomes como "Pala", "Índigo" ou "Oásis"?

É difícil saber quais serão os desdobramentos, mas, se o uso terapêutico dos psicodélicos tornar-se mais comum, este pode ser apenas o iníciomag777 slotuma transformação significativa dos comportamentos culturais e científicos.

A cultura dos psicodélicos

O renascimento dos psicodélicos na medicina vem ocorrendo paralelamente à ampliação da cultura mainstream, algo que as drogas não experimentaram desde o início da décadamag777 slot1960.

Na Europa e na América do Norte, o uso recreativo está crescendo - o usomag777 slotLSD aumentoumag777 slot50%mag777 slot2015 a 2018 nos Estados Unidos - e os psicodélicos estão se popularizando como tema nos meiosmag777 slotcomunicação, enquanto influenciadores e celebridades estão se revelando usuários e as drogas psicodélicas estão perdendo seu estigmamag777 slotforma provavelmente nunca prevista pelos seus pioneiros.

Essa presença no ambiente mainstream mudou as pessoas que estão tendo experiências psicodélicas, segundo Erik Davis, escritor e comentarista sobre psicodélicosmag777 slotlonga data. No século 20, os psicodélicos eram restritos a grupos alternativos: hippies, hackers, o Vale do Silício, comunidades espirituais, cultura rave e ambientalistas.

Mas atualmente o interesse vemmag777 slotgrupos inesperados: comunidadesmag777 slotbem-estar, cultura hip hop, a direita política, entusiastasmag777 slotcriptomoedas, comerciantesmag777 slotWall Street, financistas e pessoas comunsmag777 slotbuscamag777 slotsoluções paramag777 slotsaúde mental.

É possível que observemosmag777 slotbreve o surgimento dos efeitos na cultura mais ampla, como vimos na música, literatura, arte e política das décadasmag777 slot1960 e 1970. Mas é improvável que uma eventual cultura psicodélica tenha a mesma aparência - ou sensação, para os usuáriosmag777 slotpsicodélicos - porque o mundomag777 slotque vivemos agora é muito diferente.

Para ajudar a entender o porquê, é possível basear-semag777 slotum conceito proposto pelo cientista social Ido Hartogsohn, denominado "collective set and setting" (comportamento e ambiente coletivo,mag777 slottradução livre). Uma parte da experiência com psicodélicos dependemag777 slotfatores individuais imediatos - formamag777 slotpensar pessoal, o ambiente local ou a presençamag777 slotoutras pessoas.

Mas as forças sociais mais amplas também causam impacto: o espírito da época, manchetes da imprensa e conversas culturais mais amplas. A décadamag777 slot1960 tinha um "comportamento e ambiente coletivo" completamente diferente,mag777 slotcomparação com o momento atual. As pessoas não só viviammag777 slotforma diferente, mas também tinham experiências diferentes.

Como uma mudança importante na sociedade, como, por exemplo, as mudanças climáticas, refletem-se nas experiências das pessoas?

Examine as diferentes influências dos dias atuais. Tecnologia e inteligência artificial. Conflitos políticos. Uma sensação mais generalizadamag777 slotque a sociedade está caminhando "na direção errada". Estadomag777 slotvigilância.

Um cientista que entrevistei já observou,mag777 slotoff, uma tendência crescentemag777 slotviagens "apocalípticas", que não diminuiu durante as pressões gerais da covid-19. Paralelamente, estão surgindo viagens "messiânicas": experiênciasmag777 slotque as pessoas vislumbram o seu próprio papel salvador para realizar mudanças no sistema.

Como as mudanças climáticas poderão alimentar as experiências das pessoas? Isso depende do indivíduo, mas, quando consumidas no contexto correto, as drogas podem ampliar significativamente amag777 slotconexão com a natureza. Um dos exemplos mais famosos nesse sentido é o do cofundador da Extinction Rebellion, Gail Bradbrook, que se inspiroumag777 slotuma experiência com iboga para iniciar o movimento.

Por isso, um cientista social propôs o termo "ecodélico". Outro pesquisador entrevistado pela revista Vice levantou a ideiamag777 slottrazer noções ambientalistas para as sessões com psicodélicos - a ideia é alavancar a capacidademag777 slotmonopolização da mente para aumentar a relação com a natureza e até reduzir o ceticismo sobre as mudanças climáticas.

Experiência mística

Abaixo da superfície, surge um efeito ainda mais radical. Tanto nos testes clínicos quanto no uso recreativo, os psicodélicos frequentemente produzem estadosmag777 slot"experiência mística" ou "dissolução do ego": picosmag777 slotconsciência caracterizados por contentamento e boa vontade, interconexão, sensaçãomag777 slot"sagrado", possível "perdamag777 slotsi mesmo" ou até encontros com entidades espirituais e com Deus (ou deuses).

O que acontece se mais pessoas começarem a ter essas experiências? E como poderemos compreendermag777 slotnatureza melhor do que entendemos atualmente?

Para os pesquisadores, a experiência mística é fundamental para a formamag777 slotque as drogas produzem esses resultados impressionantes. Isso é abordado a todo tempomag777 slotdocumentos e relatórios. Os estudos sugerem que, quanto maior a experiência mística, maior o benefício terapêutico alcançado. Cada vez surgem mais questionários para medir, rastrear e entender melhor a experiência mística.

Mas a ciência e a psiquiatria vêm formulando suspeitas sobre a experiência mística há séculos. "Mesmo para o público, [experiência mística] é um nome horrível", segundo Matt Johnson, cientistamag777 slotpsicodélicos da Universidade Johns Hopkins, "porque 'místico' dá a ideia que você tem uma bolamag777 slotcristal e está lançando um feitiço. Para algumas pessoas, a conotação é medieval."

Isso significa que, apesar do papel das experiências espirituais no tecido cultural - que servemmag777 slotbase para manifestações da ciência, arte e religião há milênios -, elas foram cronicamente pouco estudadas.

As pessoas relutammag777 slotcompartilhar suas histórias devido ao riscomag777 slotestigmatização, patologia ou diagnóstico. A perda do sentidomag777 slotsi próprio, por exemplo, pode ser diagnosticada como "despersonalização" e uma mudança transformadora das crenças espirituais pode ser interpretada como manifestação sutilmag777 slotum colapso mental.

Fora do uso psicodélico, mais pessoas tiveram experiências místicas do que você pode imaginar. Entre 1962 e 2009 - último ano com dados disponíveis - o númeromag777 slotamericanos que relataram uma experiência mística durante a vida mais que dobrou e atingiu a metade da população.

Com issomag777 slotmente, os pesquisadores podem precisar conseguir melhor compreensãomag777 slotcomo elas funcionam e suas consequências. A noçãomag777 slotque existe um único tipomag777 slotexperiência mística definido, por exemplo, está sendo questionada.

Não é óbvio como suas características centrais - o infinito, o sagrado, a atemporalidade, o contentamento - se encaixam. "Existem boas possibilidadesmag777 slotque elas ocorram juntas, mas só porque algumas coisas acontecem juntas, isso não significa que elas são parte da mesma coisa", afirma Johnson.

Como indica o autor Jules Evansmag777 slotA artemag777 slotperder o controle (em tradução livre do inglês), a característicamag777 slotunião da experiência mística clínica - o sentidomag777 slotperda do ego, tornando-se "uno com o todo" - também omite metade do quadro. Um terço dos fumantesmag777 slotDMT, 17% dos usuáriosmag777 slotLSD e 12% dos usuáriosmag777 slotpsilocibina relatam encontros com entidades externas. Em rituais neoxamânicos com ayahuasca, daime e iboga, essas entidades são âncoras da experiência principal.

Um pacientemag777 slotum estudo sobre ayahuasca, por exemplo, descreveu um encontro típico: "Ele recebeu uma ninhadamag777 slotovosmag777 slotpolvo que foram postos dentro damag777 slotcabeça. Ele interpretou isso como uma ocasião auspiciosa e escreveu que acreditava que os ovos simbolizavam uma fontemag777 slotsabedoria. Ele imediatamente reconheceu o polvo como um aliado do bem."

Os psicodélicos são também frequentemente definidos pelas alucinações que eles causam (ou, mais precisamente, pseudoalucinações). Essas alucinações levaram os médicos, na primeira onda da décadamag777 slot1950, a considerar LSD um "psicotomimético", ou droga que imita a psicose: uma decisão que faz sentido, devido àmag777 slottendênciamag777 slotformar visões extraordinárias e ouvir vozes.

Se as experiências alucinatórias chegarem ao mainstream, e não forem apenas desestigmatizadas, isso poderá representar uma mudança radical, segundo Erik Davis, pois elas são mais frequentemente associadas a condições patológicas, como a esquizofrenia. Ele sugere que este seria o ápice do atual movimento da "neurodiversidade", que reconhece condições como ouvir vozes ou autismo como diferençasmag777 slotum espectro, e não como problemas discretos a serem resolvidos.

Para Davis, a compreensão das experiências extraordinárias dos psicodélicos não deverá - e não pode - ser o único domínio da ciência. Algumas pessoas sugeriram que a literatura e a poesia podem ser um complemento útil para os questionários científicos.

Outros convocaram teólogos para que também participem da discussão. Afinal, sem uma abordagem mais ampla, ele adverte que algumas pessoas podem passar por experiências estranhas que resistem a qualquer "modelo" - e que poderão agravarmag777 slotsaúde mental,mag777 slotvezmag777 slotmelhorá-la.

A necessidademag777 slotminimizar

Os psicodélicos oferecem algo que poucas coisas conseguem: uma experiência muito além do que a nossa realidade diária poderia conceber ou esperar. Não está claro como o mercado mainstream lidará com isso. O mainstream terapêutico pode apresentar questões importantes para discussão, mas não se sabe se as instituições médicas podem lidar com elas sozinhas. "O interesse da indústria, especialmente para os médicos, é minimizar tudo isso. O que eles procuram é uma situação suavizante, curadora e restauradora", afirma Davis.

Mas as experiências místicas, alucinógenas e transformadoras relacionadas a essas drogas podem causar mudanças muito maiores para muitas pessoas.

"Os psicodélicos são como inquéritos filosóficos", explica Davis. "Mesmo se você não for uma pessoa filosófica, você subitamente precisa lidar [com isso] no dia seguinte. 'O que foi tudo aquilo? O que eu faço com isso? A mensagem que recebi para pararmag777 slotbeber álcool foi um vislumbremag777 slotrealidade? Vou levar isso a sério? Isso me torna um louco?'"

Para Rick Doblin - aindamag777 slotconsequência daquela primeira viagem transformadora -, as possibilidades dos psicodélicos são profundas e vão além do ambiente clínico. Commag777 slotorganização Maps, ele pretende "legalizar os psicodélicos não apenas para os pacientes, mas para todos nós que lutamos com um mundomag777 slotebulição... para tentar cuidarmag777 slotnão destruir tudo. Você poderá dizer que a estratégia é a medicalização. Mas este não é o objetivo final."

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