Afeganistão: como é o Vale do Panjshir, único território que resiste ao avanço do Talebã:greenbets mines

"Nas últimas duas décadas, essa foi considerada a região mais segura do país, bem como uma zonagreenbets minesresistência", explicou Aman à BBC Mundo, serviçogreenbets mineslíngua espanhola da BBC.

Hoje, é a única entre 34 províncias que não sucumbiu ao avanço dos talebãs.

"Estamos prontos para resistir ao Talebã pela segunda vez", disse o chefe do Departamentogreenbets minesEconomiagreenbets minesPanjshir, Abdul Rahman, na última semana.

A mensagem foi reiterada por Amrullah Saleh, vice-presidente do Afeganistão, que se declarou "legítimo presidente interino" desde que o presidente eleito Ashraf Ghani deixou o país para fugir para o exílio.

Saleh, um ex-chefe dos serviços secretos afegãos, pediu ao povo que se juntasse à resistência no vale, que ele considera um exemplo para o restante do país.

"Nunca estarei sob o mesmo teto que o Talebã. NUNCA", escreveu no Twitter.

Acredita-se que Saleh estejagreenbets minesPanjshir ao lado do filhogreenbets minesum famoso guerrilheiro — Ahmad Masud, cujo pai ficou conhecido como "Leãogreenbets minesPanjshir" — com quem ele supostamente lidera uma frente anti-Talebã.

Uma fortaleza natural

As altas falésias e desfiladeirosgreenbets minesPanjshir fazem do território uma fortaleza natural, com uma entrada bastante estreita e arredores pontuados por altas montanhas que dificultam o acesso.

Cortado pelo rio Panjshir, o vale fica bem próximo à cordilheira Hindu Kush, um maciço montanhoso na fronteira com o noroeste do Paquistão.

Foi uma importante passagem para os exércitosgreenbets minesAlexandre, o Grande e Tamerlão, o último dos grandes conquistadores nômades da Ásia Central.

A região é ricagreenbets minesrecursos naturais, com minasgreenbets minesesmeraldas, hidrelétricas e um parque eólico. Durante os 20 anosgreenbets minesocupação dos Estados Unidos, a infraestrutura ganhou melhorias com a construçãogreenbets minesestradas e uma torregreenbets minesrádio que recebe sinais da capital.

Não chega a ser, porém, um enclave vital a nível econômico.

"É um local que funciona para a guerragreenbets minesguerrilha, mas não é estratégico. Não fica pertogreenbets minesnenhum grande porto, não tem indústrias, não chega a dar grande contribuição ao Produto Interno Bruto do país. O que temgreenbets minesmais significativo é uma rodovia que passa perto, chamada Salang Pass", afirma o jornalista afegão Haroon Shafiqi, da BBC World Service.

"Em 1997, o Talebã cortou todas as rotas para Panjshir e aqueles que viviam lá ficaram sem comida", ele acrescenta. Ainda assim, a resistência se manteve no vale.

A área tem atualmente entre 150 mil e 200 mil habitantes, quase todos falam persa e são da etnia tajique, que representa cercagreenbets minesum quarto dos 38 milhõesgreenbets minespessoas que vivem no Afeganistão.

É uma população historicamente anti-talebã.

'Símbologreenbets minesresistência'

Uma figura-chave na história da resistênciagreenbets minesPanjshir é Ahmad Shah Massoud, famoso guerrilheiro mujahideen (rebeldes apoiados pelos EUA na guerra contra os soviéticos) que liderou a luta pela autonomia na região na décadagreenbets mines1980 e 90 e foi assassinado pela Al-Qaeda dois dias antes do 11greenbets minessetembro 2001.

O retratogreenbets minesMassoud — que ficou conhecido como "Leãogreenbets minesPanjshir" (Panjshir significa "cinco leões") — é encontrado até hojegreenbets minesmuitos lugares na capital afegã,greenbets minesmonumentos a outdoors e vitrines, egreenbets minestoda a provínciagreenbets minesPanjshir.

"Panjshir foi usado como bastião por ele durante a guerra soviético-afegã (na décadagreenbets mines1980)", explica Aman.

"O vale se tornou um símbologreenbets minesresistência naquela época e também depois, na guerra entre as várias facções dos mujahideen e do Talebã,greenbets minesmeados da décadagreenbets mines1990 até 2001 (quando a ocupação do Talebã terminou, na esteira da ocupação americana)."

Desde a mortegreenbets minesMassoudgreenbets mines2001, diz ela, a região manteve seu legadogreenbets minesresistência entre o povo do Afeganistão na luta contra o Talebã.

Massoud foi declarado herói nacional pelo presidente Hamid Karzai.

Desde 2012, seu aniversáriogreenbets minesmorte é comemorado no dia 9greenbets minessetembro como o Dia dos Mártires.

Parte da comunidade internacional, contudo, chegou a denunciar crimesgreenbets minesguerra cometidos pelo comandante. Investigaçãogreenbets mines2005 da Human Rights Watch listou seu nome entre uma sériegreenbets minespersonagens envolidosgreenbets minesviolações contra os direitos humanos que atuaram durante as guerras no Afeganistão .

O vice-presidente Amrullah Saleh deixou claragreenbets minesdevoção a ele.

"Nunca trairei a alma e o legadogreenbets minesmeu herói Ahmad Shah Massoud, comandante, lenda e guia. Sob nenhuma circunstância me curvarei aos terroristas do Talebã", escreveu recentemente no Twitter.

Naturalgreenbets minesPanjshir e membro da etnia tajique, Saleh fez parte da Aliança do Norte, uma frente que lutou contra o Talebã nos anos 1990.

'Sabíamos que este dia podia chegar'

Quem hoje participa ativamente da resistência é seu filho, Ahmad Massoud,greenbets mines32 anos.

Imagens que circularam nas redes sociais no último dia 16greenbets minesagosto supostamente mostram Saleh e Massoud juntos,greenbets minesuma sinalizaçãogreenbets minesaliança entre os dois.

Em um artigogreenbets minesopinião no jornal The Washington Post, o filho do "Leãogreenbets minesPanjshir" disse que seus combatentes têm apoio militargreenbets minesmembros do exército afegão e das forças especiais.

Também afirmou que o grupo teria armazenado pacientemente munições e armas desde o tempogreenbets minesseu pai "porque sabíamos que esse dia poderia chegar". Ele pede, contudo, reforços.

"A resistência dos mujahideen ao Talebã começa agora, mas precisamosgreenbets minesajuda", escreveu.

"Se os talebãs lançarem um ataque, eles certamente enfrentarão forte resistênciagreenbets minesnossa parte. [...] No entanto, sabemos que nossas forças militares e logísticas não serão suficientes. Elas se esgotarão rapidamente, a menos que nossos amigos no Ocidente encontrem uma maneiragreenbets minesnos abastecer sem demora."

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