A escola secreta para meninas no Afeganistão:cassino online betano

Imagem artística da escola secreta

"A maioria das minhas estudantes mulheres não têm smartphones, e suas famílias não permitem que usem a internet", disse. "Aquelas que estavam usando um celularcassino online betanoum parente homem frequentemente eram vigiadas durante a aula, para que checassem com quem estavam falando."

Mas não é só a desigualdade digital que está impedindo as mulherescassino online betanoavançar. O conflito no Afeganistão entre o governo e as forças do Talebã vive um momento crítico. Com a saída das forças lideradas pelos Estados Unidos, muitos temem uma retomada do grupo extremista. Nos últimos meses, o Talebã já anunciou alguns ganhos territoriais.

Famoso por impor regras patriarcais radicais, o Talebã baniu no passado todo tipocassino online betanoeducação para mulheres e proibiu que elas trabalhassem ou deixassem duas casas sem a presençacassino online betanoum parente homem.

O grupo militante atualmente diz que não é mais contrário à educaçãocassino online betanomeninas. "Tanto homens quanto mulheres devem ter acesso à educação, e isso é muito importante. Mas um ambiente especial e seguro deve ser preparado para as mulheres e professoras devem ser contratadas", disse à BBC o porta-voz do Talebã Zabihullah Mujahid.

No entanto, para muitos defensores dos direitos das mulheres, inclusive Shahla, há um grande temorcassino online betanoque educação para meninas volte a ser completamente banida.

Imagem artísticacassino online betanoperseguir sonhos e ambições

A escola secreta

Atualmente na faixa dos 60 anos, Shahla descreve como abriu uma escola secreta para meninas nos anos 1970, quando o Talebã assumiu o controlecassino online betanotodo o país. Com idade entre 9 e 10 anos, muitas meninas chegavam ao colégio usando a tradicional burka azul. Shahla sempre as aconselhava a esconder os livros didáticoscassino online betanoinglês dentrocassino online betanocapascassino online betanolivros islâmicos.

Sentada no fundocassino online betanoum jardim, embaixo da sombracassino online betanouma árvore e uma tendacassino online betanopano, Shahla conduzia a aula usando um pequeno quadro negro. "Eu comecei a escola com 20 meninas, mas terminei com apenas quatro. Duas delas eram minhas filhas" diz Shahla, descrevendo como é difícil manter alunas na escola.

Ela conta que o Talebã frequentemente fazia buscas na casa procurando por evidências, mas só conseguiu fechar seu colégio uma vez. "Temporariamente", ela acrescenta. Agora, muitos anos depois, Shahla diz que está devastada com o fatocassino online betanoter que reunir livros para o casocassino online betanoprecisar reabrir a escola secreta.

A aluna

A sete horascassino online betanoviagemcassino online betanocarro da casacassino online betanoShahla vive uma jovemcassino online betano16 anos chamada Wahida. Toda semana, ela caminha para a escola com seu irmão mais velho. Mas o desejo delacassino online betanoestudar está dividindo a família. O pai e o avô pararamcassino online betanofalar com ela. "Eles dizem que devo deixar a escola e me casar", diz.

Imagem artísticacassino online betanobuscar uma educação

Wahida vive com a família na Provínciacassino online betanoKandahar, berço do Talebã e onde vários distritos continuam sob controle do grupo. De todos os 17 distritos da Província, só três têm escolas para meninas. Questionado pela BBC por que tantos distritos não possuem educação para mulheres, Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talebã, disse:

"Em Kandahar e Helmand, porque a guerra está tão intensa, as escolas estão fechadas. Tem menos escolas para homens também. Também é algo da mentalidade. Normas locais e culturais fazem com que menos pessoas queiram levar suas filhas para a escola. É preciso um poucocassino online betanotempo, mas da nossa parte não tem problema."

No casocassino online betanoWahida, é graças ao apoio do irmão mais velho e da mãe que ela tem conseguido estudar. A mãe, que nunca foi autorizada a frequentar a escola, disse para a filha que ela precisa continuar lutando pelos direitos das mulheres, apesar da escalada do conflito.

"Eu espero que eu consiga fazer os sonhos da minha mãe se tornarem realidade. Mas, na situação atual, eu tenho medocassino online betanosequer conseguir terminar a escola, imagine ir à universidade e advogar pelos outros", lamenta. Mas Wahida tem esperaça por causacassino online betanohistórias como acassino online betanoShamsia Alizada.

A estudante universitária

Há algumas mulheres jovens que, apesar da dificuldadecassino online betanoacesso à internet, da violência, da desigualdade social e da covid-19, continuam sendo inspiradoras.

No ano passado, Shamsia conseguiu nota mais alta que todos os 170 mil candidatos no "vestibular" para entradacassino online betanouniversidades do Afeganistão. Filhacassino online betanoum minerador, ela cresceu numa das áreas mais pobres e vulneráveiscassino online betanoCabul.

Em 2018, a escola dela foi atacada pelo Estado Islâmico. Quarenta e seis colegas dela morreram. Em 2020, depoiscassino online betanose mudar para um novo bairro, a nova escolacassino online betanoShamsia também foi atacada pelo grupo extremista.

Imagem artística do ataque à universidadecassino online betanoCabul

"Estudar no Afeganistão é difícil, e eu tenho vários medos. Mas nosso centro educacional adotou algumas medidascassino online betanosegurança que me ajudaram me sentir mais segura. E, quando você está muito ocupada estudando, não tem muito tempo para pensarcassino online betanoquestõescassino online betanosegurança", diz Shamsia.

Depoiscassino online betanoganhar uma bolsacassino online betanoestudos para estudar na Turquia, Shamsia agora prepara para se tornar médica.

Estado Islâmico: uma nova ameaça

Em novembro do ano passado, Shahla estava lecionando na Universidadecassino online betanoCabul quando vários homens armados entraram no campus e abriram fogo na salacassino online betanoaula ao lado.

"Eu estava numa apresentação sobre um livro quando ouvi o som contínuo da armacassino online betanofogo. Estudantes desesperados corriam por toda parte. Alguns estavam chorando, enquanto outros falavam ao telefone e corriam até o portão principal", conta Shahla.

Quando as forçascassino online betanosegurança do governo chegaram, uma batalha se formou entre os dois lados, durando várias horas. Vinte e duas pessoas morreram e maiscassino online betano20 ficaram feridas. "A maioria das vítimas era menina", diz Shahla. "E mesmo a polícia não queria ajudar mulheres feridas a escapar, porque acreditava que encostar nelas era haram (proibido pela lei islâmica)."

"Mas depois, quando as forças especiais chegaram, eles carregaram as meninas." O Estado Islâmico assumiu responsabilidade pelos ataques, dizendo que tinham como alvo a "formaçãocassino online betanojuizes e investigadores trabalhando para o governo afegão apóstata".

O ISIS-K, um braço do grupo jihadista, se formou no Afeganistãocassino online betano2014. Desde então, ele assumiu responsabilidade por alguns dos mais sangrentos ataques na capital, incluindo a centros educacionais e escolas. Mulheres e crianças, inclusive recém-nascidos, foram alvoscassino online betanoataques do Estado Islâmico no ano passado. Um atentado numa maternidade deixou 16 mortos e outros 16 feridos.

Imagem artística da luta pela educação feminina no Afeganistão

Para a dedicada professora Shahla, a escalada da violência por grupos insurgentes como o ISIS e a expansão do território Talebã são o motivo pelo qual ela voltou a reunir livros.

"Eu preciso garantir que terei dinheiro suficiente para uma tenda, livros, tablets e canetas. Porque eu sei que o Talebã não vai permitir que meninas estudem nas escolas. Mesmo atualmente, quando tomam um distrito, a primeira coisa que fazem é fechar as escolas para meninas."

Ilustraçõescassino online betanoJilla Dastmalchi

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