Como é Palm Beach, a ilha bilionária na Flórida onde Trump pretende viver após a Casa Branca:poker cash

A decisão tem gerado desconforto entre alguns dos moradorespoker cashPalm Beach, cidade onde se localiza a imponente construção e que é conhecida pela exclusividade, elitismo, riqueza e - sobretudo - pela vontadepoker cashmanter esse status.

Mas como funciona esse recanto seleto ao sul da Flórida já definido por Trump como o "paraíso na Terra"?

Descanso

Palm Beach é uma cidade com apenas 11 mil habitantes.

Esse número que triplica na alta temporada (de novembro a abril), quando chegam as chamadas "aves migratórias", como são chamadas por aqui as pessoas que residem nas partes mais frias do país.

Separados do continente por uma enorme faixapoker cashágua, o lago Worth, os residentes se referem à cidade como uma ilha que pode ser acessada pela estrada costeira ou por uma sériepoker cashpontes, uma das quais leva diretamente para Mar-a-Lago.

Depoispoker cashdirigir por uma hora e meia vindopoker cashMiami, eu seguiapoker cashdireção a Palm Beach quando me deparei com a primeira barreira: uma placa com uma grande seta que desviava todo o tráfego para a esquerda.

Eu queria repetir a jornada feita pelo comboio que transportou Trump epoker cashfamília na última quarta-feira, 20poker cashjaneiro, horas após deixar a Casa Branca e a presidência do país.

Naquele dia, dezenaspoker cashapoiadorespoker cashambos os lados da estrada o receberam com bandeiras e cartazespoker cashapoio.

Nesta sexta-feira (22), no entanto, o que vi foi um caospoker cashcarros dando meia-voltapoker cashbuscapoker cashum caminho alternativo para chegarem a seus destinos.

Os engarrafamentos e bloqueiospoker cashestradas costumam ser a principal fontepoker cashfrustração para esta comunidadepoker cashpessoas que, empoker cashmaioria, escolheu Palm Beach como um refúgio para evitar ter que lidar exatamente com esses aborrecimentos do dia a dia.

Luxo por toda parte

Uma vez encontrada uma alternativapoker cashacesso a Palm Beach, o contraste com a cidade que ficou para trás, West Palm Beach, é marcante.

Os dois lugares não são apenas separados por uma ponte, mas também por milhõespoker cashdólares.

Grandes casarões, protegidos por enormes arbustos e plantas nas paredes, uma longa e estreita faixapoker cashpraia, lojas das marcas mais exclusivas, galeriaspoker casharte e restaurantes com mesas ao sol aguardam o visitante curioso.

Os residentes, no entanto, não são tão abertos a quem vempoker cashfora.

Quando questionados sobre como se sentem agora que Trump não está passando apenas férias, a maioria prefere não responder.

Melissa, uma jovem que fuma do ladopoker cashfora da lojapoker cashroupas onde trabalha na Worth Avenue, o centro do luxo comercial da cidade, diz à BBC News Mundo, o serviçopoker cashespanhol da BBC, que para ela nada muda.

"Trump vem para Mar-a-Lago como presidente há quatro anos, e antes disso ele também veio. Estamos acostumados. A única coisa que muda é que agora ficamos mais conhecidos, embora essa atenção também passe."

Mas nem todos os residentes vêm a presençapoker cashTrump na cidade com tanta naturalidade.

Batalha legal

"Recebi e-mails e ligaçõespoker cashresidentes que não querem que o presidente more no condadopoker cashPalm Beach", disse à BBC Mack Bernard, comissário do condadopoker cashPalm Beach para o Distrito 7, ao qual Mar-a-Lago pertence.

"Ele está na cidade e vai ter que fazer um acordo com a prefeitura para ver se consegue continuar usando Mar-a-Lago como residência. Entendo que haja limitações", ele diz.

As limitações a que se refere o comissário datampoker cash1993, anopoker cashque Trump e a Câmara Municipalpoker cashPalm Beach assinaram um pacto pelo qual o então magnata recebia permissão para transformar a mansãopoker cashum clube.

Em contrapartida, ele se comprometera a não poder usar o prédio como residência.

Segundo o acordo,poker cashpermanência no clube só poderia serpoker cash21 dias por ano, distribuídospoker cashtrês semanas não-consecutivas. Além disso, um limitepoker cash500 pessoas foi imposto ao espaço, e Trump prometeu que pelo menos 50% destes residiriam ou trabalhariampoker cashPalm Beach.

No dia 15poker cashdezembro, o advogado Reginald Stambaugh, representante da família DeMoss, donapoker cashuma quinta próxima a Mar-a-Lago, enviou uma carta à prefeitura e ao Serviço Secreto dos Estados Unidos na qual denunciava uma violação do referido acordo.

"Sob o acordopoker cashusopoker cash1993, Mar-a-Lago é um clube social e ninguém pode residir na propriedade", escreveu Stambaugh.

"Para evitar constrangimento a todos e dar tempo ao presidente para fazer outros planospoker cashmoradia na região, acreditamos quepoker cashequipe trabalhará para lembrar dos parâmetros do acordopoker cashuso [do casarão]", continua a carta.

"Palm Beach tem muitas propriedades adoráveis ​​à venda e vocês certamente encontrarão uma que atenda às suas necessidades."

As Organizações Trump,poker cashresposta, emitiram um comunicado que dizia o seguinte:

"Não há nenhum documento ou acordopoker cashvigor que proíba o Presidente Trumppoker cashusar Mar-a-Lago como residência."

A BBC News Mundo tentou falar com o advogado Stambaugh, mas não teve resposta.

Figura extravagante

Conhecedorespoker cashPalm Beach, como o escritor Laurence Leamer, ou o corretorpoker cashimóveis Rick Rose, apontarampoker cashdiferentes entrevistas que o desprezopoker cashuma parte da sociedadepoker cashPalm Beach por Donald Trump não é novidade.

Já o jornalista Ronald Kessler, autorpoker cashmaispoker cash20 livros sobre a Casa Branca, o Serviço Secreto e agênciaspoker cashinteligência como o FBI ou a CIA, acredita que essa imagempoker cashrejeição, no entanto, é exagerada.

À BBC, Kessler lembra que, tantopoker cash2016 quantopoker cash2020, a maioria das pessoaspoker cashPalm Beach votoupoker cashTrump.

"Sempre houve a conhecida 'velha guarda' que tende a ser anti-semita e racista, para os quais [Trump] nunca caiu bem. O clubepoker cashTrump admite negros e judeus", diz ele.

"Alguns não gostam do estilo dele, acham que é extravagante, algo que quase todos concordam, mas acho que é só isso, e é um segmento da população".

Para Kessler, a tese da carta não tem base legal.

"O fatopoker cashele morar lá agora não é muito diferente do que acontecia quando ele era presidente e vinhapoker cashsexta a domingo ou duas semanas no Natal. Ou mesmo antespoker cashser presidente", afirma.

A cidade das doações

Palm Beach recebeu o statuspoker cashcidadepoker cash17poker cashabrilpoker cash1911, depoispoker casha vizinha West Palm Beach tentar anexar a ilha naquele mesmo ano.

Após maispoker cash100 anos, Palm Beach se tornou uma comunidade voltada a eventos sociais, e não à toa seus residentes doam mais dinheiro per capita para organizaçõespoker cashcaridade do que qualquer outra comunidade nos Estados Unidos.

"A cidade girapoker cashtorno dos bailespoker cashcaridade", diz Ron Kessler.

"Eles dão tanta atenção à decoração e à comida quanto ao dinheiro que doam. Há comitês para esses bailes, onde brigas internas acontecem para ver quem é o membro mais querido ou a rainha da alta sociedadepoker cashPalm Beach", acrescenta.

"Essa é a indústria deles. Eles são todos ricos e não precisam trabalhar, portanto, têm determinadas formaspoker cashsocialização e essas hierarquias."

Mar-a-Lago

Trump chegou alipoker cash1985, quando comprou Mar-a-Lago por US$ 10 milhões.

A mansãopoker cash126 cômodos pertencia a Marjorie Merriweather Post, proprietária da General Foods, que morreupoker cash1973 e a deixou para o governo dos Estados Unidos como uma possível "Casa Brancapoker cashInverno".

O governo devolveu a propriedadepoker cash1981. Depoispoker cashcomprá-la, Trump gastou milhõespoker cashreformas enquanto morava lá sazonalmente, geralmente entre novembro e maio, quando o clima da Flórida é ameno.

No início da décadapoker cash1990, Trump passou por dificuldades financeiras devido à queda dos preços dos imóveis e à falênciapoker cashváriospoker cashseus negócios. Ele então disse ao conselho municipal que não poderia pagar os US$ 3 milhões anuais necessários para manter o clube.

Foi assim que foi assinado o acordo pelo qual Trump conseguiu transformar Mar-a-Lagopoker cashum clube social no qual, hoje, os associados pagam uma taxa inicialpoker cashUS$ 200.000 e uma taxa anualpoker cashUS$ 14.000.

"Mar-a-Lago é a coisa mais próxima do paraíso. Trump diz isso e eu concordo", diz Ron Kessler, que já visitou o lugarpoker cashvárias ocasiões.

"Quem está lá fica deslumbrado com a beleza, a folhagem, a água dos dois lados da ilha, o clubepoker cashpraia à beira-mar, as duas piscinas aquecidas a cercapoker cash25 graus o ano todo, a comida, as bebidas... é espetacular, uma maravilha."

Autoridades

A descrição feita pelo escritor norte-americano bate com o padrão das demais mansões que se escondem por trás dos portões e palmeiras exuberantes.

Quando tento me aproximarpoker cashMar-a-Lago pelo norte, uma barreira semelhante à da ponte anterior indica que a passagempoker cashtodos os veículos, exceto para moradores, é proibida.

Há um postopoker cashcontrole da polícia a um quilômetro da casapoker cashTrump. Os agentes explicam que o local permanecerá ativo por alguns dias.

"Aos poucos vamos retomando a normalidade. Agora tudo é muito recente e as ameaças são reais", me diz um dos policiais.

Tanto o Gabinete do Xerife do Condadopoker cashPalm Beach quanto o Departamentopoker cashPolícia da Cidade respondem às perguntas da reportagem com a mesma mensagem.

"A prioridade é garantir a segurança não apenaspoker cashTrump, maspoker cashtodos os residentes."

Em relação à disputa sobre a possível residência permanentepoker cashTrump, as autoridades da cidade são evasivas.

A prefeita republicana Gail Coniglio não respondeu aos nossos pedidospoker cashentrevista.

O administrador da cidade, Kirk Blouin, nos envia uma breve mensagem: "A Câmara Municipal não tem conhecimento da intençãopoker cashTrump a esse respeito. Quando soubermos,poker cashfato, que o presidente Trump pretende residirpoker cashMar-a-Lago, trataremos do assuntopoker cashforma adequada".

Função positiva

Porpoker cashvez, o comissário Mack Bernard, do governo do condado, tenta encontrar as vantagenspoker cashter uma figura tão destacada no bairro.

"Quando se tem um ex-presidente morandopoker cashseu distrito, minha maneirapoker cashpensar é me perguntar o que isso pode trazerpoker cashpositivo", disse Bernard à BBC.

Para o comissário, Trump poderia ajudar a cidade e o condado a enfrentarem melhor os problemas causados ​​pela pandemia.

"Temos muitos moradores que não foram vacinados e também muitospoker cashseus seguidores que não acreditam no distanciamento social ou na importância do usopoker cashmáscara", explica.

"Assim como existem ex-presidentes que abraçam causas que são monumentais e que podem mudar o país, espero que, enquanto Trump for umpoker cashnossos residentes, ele use seu poder epoker cashvoz para influenciar as atitudespoker cashseus apoiadores e defender que os residentes do condadopoker cashPalm Beach se vacinem."

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