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Eleição nos EUA 2020: por que a vitóriavaidebet noticiasBiden não significa o fim do trumpismo:vaidebet noticias
Apesarvaidebet noticiaster sido derrotado, Trump teve desempenho melhor do que o esperado e, segundo números parciais, recebeu neste ano maisvaidebet noticias7 milhõesvaidebet noticiasvotos a mais do que havia recebidovaidebet noticias2016, quando também perdeu o voto popular, mas conquistou os votos necessários no Colégio Eleitoral para chegar à Casa Branca.
Contrariando as expectativas dos democratas, o Partido Republicano ampliou a presença na Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados), recuperando algumas das cadeiras perdidas na eleição legislativavaidebet noticias2018.
A expectativavaidebet noticiasque o Partido Democrata conseguiria a maioria no Senado também foi colocadavaidebet noticiasxeque. Com poucas cadeiras ainda sem resultado confirmado, a única esperança do partido é vencervaidebet noticiasjaneiro duas disputasvaidebet noticiassegundo turno na Geórgia, Estado tradicionalmente republicano, apesarvaidebet noticiasJoe Biden aparecer à frente na apuração da eleição presidencial.
A base eleitoral fiel e o apoiovaidebet noticiasquase metade do país devem fazer com que, mesmo fora da Casa Branca, Trump continue sendo um líder influente no Partido Republicano.
"O resultado desta eleição demonstra que o trumpismo continua firme e forte", diz à BBC News Brasil o cientista político Justin Gest, professor da Universidade George Mason, na Virgínia.
"Mesmo perdendo, será uma forte influência sobre os americanos e o futuro do Partido Republicano daqui para a frente", afirma Gest, que é autor do livro The New Minority: White Working Class Politics in an Age of Immigration and Inequality ("A Nova Minoria: Política da Classe Trabalhadora Brancavaidebet noticiasuma Eravaidebet noticiasImigração e Desigualdade",vaidebet noticiastradução livre).
Acidentevaidebet noticiaspercurso
Durante meses, Biden e os democratas repetiram que Trump, suas ações e declarações não representavam os americanos. "Não é isso que somos", disse o democrata maisvaidebet noticiasuma vez.
Muitos opositoresvaidebet noticiasTrump acreditavam quevaidebet noticiasvitóriavaidebet noticias2016, quando chocou o mundo ao derrotar a adversária democrata, Hillary Clinton, era um acidentevaidebet noticiaspercurso.
Trump ingressou na campanhavaidebet noticias2015 com um discurso agressivo contra imigrantes e a promessavaidebet noticiascolocar os Estados Unidos "em primeiro lugar". Durante seus quatro anos na Casa Branca, quebrou protocolos, ridicularizou e atacou oponentes e até aliados e chegou a sofrer um impeachment, sendo absolvidovaidebet noticiasjulgamento no Senado controlado por seu partido.
Seus críticos o acusamvaidebet noticiasincompetência evaidebet noticiaster incitado e aprofundado a polarização já existente no país e abalado a confiança nas instituições nacionais. Nos últimos meses, ele foi duramente criticado porvaidebet noticiasresposta à pandemiavaidebet noticiascoronavírus, que já deixou maisvaidebet noticias240 mil mortos nos Estados Unidos e milhões sem emprego.
Para grande parte dos opositoresvaidebet noticiasTrump, os eleitores que haviam votado nelevaidebet noticias2016 estavam apostandovaidebet noticiasuma mudança, sem saber o que aconteceria. Mas agora, depoisvaidebet noticiasquatro anosvaidebet noticiasque as medidasvaidebet noticiasseu governo evaidebet noticiaspostura como presidente ficaram claras, esses opositores esperavam que Trump e o partido liderado por ele fossem amplamente rejeitados nas urnas.
Essa expectativa foi alimentada por pesquisasvaidebet noticiasintençãovaidebet noticiasvoto, que indicavam clara vantagem para Biden. Muitos esperavam que o democrata fosse vencervaidebet noticiaslavada, conquistando Estados como a Flórida, sempre disputada, e até mesmo o Texas, tradicionalmente republicano. Os democratas também esperavam retomar o controle do Senado e ampliarvaidebet noticiasmaioria na Câmara.
No entanto, assim como ocorreu 2016, as pesquisas subestimaram o apoio a Trump. Biden realmente venceu o pleito, como previsto, masvaidebet noticiasvantagemvaidebet noticiasvários Estados foi bem menor do que a esperada.
Negros e latinos
Trump manteve a força entre eleitores brancos sem ensino superior e evangélicos. Os resultados mostram ainda que permanece a grande divisão entre moradores das zonas rurais (que apoiam Trump) e urbanas (favoráveis aos democratas).
A maioria dos eleitores negros e latinos vota historicamente no Partido Democrata, e essa tendência também se manteve neste ano. Segundo a bocavaidebet noticiasurna Edison Research, Biden recebeu o apoiovaidebet noticias80% dos homens negros, 91% das mulheres negras, 61% dos homens latinos, e 70% das mulheres latinas.
Mas a pesquisa indica que,vaidebet noticiasalguns Estados, Trump teve desempenho melhor neste grupo do que o registrado há quatro anos. De acordo com a bocavaidebet noticiasurna, Trump recebeu os votosvaidebet noticias18% dos homens negros, acima dos 13%vaidebet noticias2016. Entre mulheres negras, a fatia passouvaidebet noticias4% para 8%. Ele recebeu os votosvaidebet noticias36% dos homens latinos e 28% das mulheres latinas, aumentovaidebet noticiastrês pontos percentuaisvaidebet noticiascomparação à eleição anterior.
Apesar das expectativas iniciaisvaidebet noticiasmuitos democratas, Trump venceu na Flórida e no Texas, assim comovaidebet noticias2016. Nesses dois Estados, o desempenhovaidebet noticiasBiden entre os latinos ficou abaixo do esperado e também do registrado por Hillary Clinton há quatro anos. Em 2016, Trump recebeu os votosvaidebet noticias35% dos latinos na Flórida. Neste ano, segundo a bocavaidebet noticiasurna, foi apoiado por 47%.
Mesmo pequenos, esses avanços surpreenderam aqueles que acreditavam que esse eleitorado se afastaria ainda maisvaidebet noticiasTrump, que chamou imigrantes mexicanosvaidebet noticiasestupradores, endureceu leisvaidebet noticiasimigração e respondeu com força e promessasvaidebet noticiaslei e ordem os protestos contra injustiça racial que se espalharam pelo país neste ano.
Mas o eleitorado latino nos Estados Unidos tem grande diversidadevaidebet noticiasorigem e posições políticas. Muitos são conservadoresvaidebet noticiasquestões econômicas e sociais, como a populaçãovaidebet noticiasorigem cubana ou venezuelana na Flórida. Parte dos homens latinos que votaramvaidebet noticiasTrump também parecem ter sido atraídos pela imagemvaidebet noticiasmasculinidade forte e tradicional projetada pelo republicano.
No entanto, analistas recomendam cautela ao encarar esses dados, ressaltando que nacionalmente o apoio das minorias ao Partido Democrata permanece praticamente intacto.
O cientista político Vincent Hutchings, professor da Universidadevaidebet noticiasMichigan, salienta que, apesarvaidebet noticiasTrump ter ido um pouco melhor entre o eleitorado latinovaidebet noticiasalguns Estados, nacionalmente não há diferença relevantevaidebet noticiasrelação à eleição anterior.
"(O desempenhovaidebet noticiasTrump com o eleitorado negro) é o mesmo que qualquer candidato republicano receberia", diz Hutchings à BBC News Brasil.
"Trump tem um estilo bombástico, mas as políticas que ele defende são consistentes com asvaidebet noticiasum republicano genérico", afirma.
Apoiadores
Biden concorreu prometendo acabar com o caos e unificar uma nação dividida. Mas esta eleição mostrou que os Estados Unidos permanecem tão (ou mais) polarizados do que há quatro anos, e que quase metade do país continua fiel a Trump.
Seus eleitores comemoram o bom desempenho econômico registrado pelo país antes da pandemia, cortesvaidebet noticiasimpostos do primeiro anovaidebet noticiasgoverno e o fatovaidebet noticiasTrump ter nomeado para os tribunais do país juízes conservadores, que se opõem ao aborto. Também não acham que Trump tem culpa pelos estragos do coronavírus.
Críticos dizem que Trump aprofundou o ressentimentovaidebet noticiasseus apoiadores e reforçou a mensagemvaidebet noticias"nós contra eles". Em um momentovaidebet noticiasextrema polarização, ambos os lados consideram os adversários um perigo mortal para os valores do país.
Seu estilovaidebet noticiasfazer política passou a ser copiado por muitos candidatos republicanos a cargos estaduais e locais. Se quatro anos atrás Trump era rejeitado por grande parte dos políticos tradicionaisvaidebet noticiasseu partido, hoje ele tem o domínio completo. Poucos ousam discordar delevaidebet noticiaspúblico, com medovaidebet noticiasvirarem alvovaidebet noticiasseu exércitovaidebet noticiasquase 90 milhõesvaidebet noticiasseguidores no Twitter.
Apesarvaidebet noticiasser bilionário, Trump cultivou entre seus eleitores uma imagemvaidebet noticiasopositor das elites, que diz o que pensa e não se desculpa.
"Ele deu poder e voz a um grupo que se sentia alienado e excluído, seja isso verdade ou não", diz à BBC News Brasil o cientista político Hans Noel, professor da Universidadevaidebet noticiasGeorgetown,vaidebet noticiasWashington.
"Esses eleitores brancosvaidebet noticiasclasse trabalhadora estavam ouvindo que seu sofrimento e seus problemas não eram culpa deles, e que Trump iria ajudá-los", afirma Noel.
Continuação
Gest observa que, entre os apoiadoresvaidebet noticiasTrump, há desde pessoas com tendências nacionalistas e autoritárias até eleitores religiosos e ainda republicanos tradicionais que sempre votaram no partido. No entanto, também há eleitores que costumavam votar nos democratas, mas se sentiram abandonados pelo partido.
"Muitos decidiram apostarvaidebet noticiasTrump (em 2016) porque estavam sofrendo, estavam vendo o declínio econômico, tinham a sensaçãovaidebet noticiasdeclínio social, sentiam que, culturalmente, eram desprezados emvaidebet noticiassociedade, sentiam que haviam perdido poder político", afirma.
Segundo Gest, eram esses os eleitores que muitos pensavam que poderia retornar ao partido democrata neste ano.
"Mas os democratas não fizeram muito para conquistá-losvaidebet noticiasvolta. A única coisa que fizeram,vaidebet noticiasuma maneira simbólica, foi escolher Biden, o melhor candidato para apelar a esse tipovaidebet noticiaseleitor", afirma Gest.
"Mas o problema é que o Partido Democratavaidebet noticiassi não reflete mais essa fatia demográfica como ocorria até o século passado."
Apesarvaidebet noticiasalguns críticos e opositores considerarem que a Presidênciavaidebet noticiasTrump foi um desvio na história do país, outros dizem que ele é apenas a continuaçãovaidebet noticiasum movimento que sempre existiu. Hutchings, da Universidadevaidebet noticiasMichigan, diz que evita chamarvaidebet noticiastrumpismo o fenômeno atual.
"Porque isso poderia sugerir que começou com Trump, mas não é o caso. Trump não é a fonte desse pontovaidebet noticiasvista na política americana, ele é apenas seu símbolo mais recente", afirma.
"Basicamente é uma linhavaidebet noticiasconservadorismo, se é que é possível chamar assim, na política americana que está aqui talvez desde o início. Se havia qualquer expectativavaidebet noticiasque isso iria desaparecer ou diminuir, (essa expectativa) estava errada."
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