Nova encíclica do papa Francisco é criticada 'por excluir mulheres':grupo de sinais brabet

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Nova encíclica usa a palavra 'irmãos', o que despertou críticas dentro da Igreja

Representantesgrupo de sinais brabetgruposgrupo de sinais brabetmulheres católicas, como Paola Lazzarini, da associação Mulheres para a Igreja, notaram a contradição: o títulogrupo de sinais brabetuma encíclica sobre irmandade e fraternidade não contempla as mulheres.

"Esse é um fragmentogrupo de sinais brabetum problema muito maior que existe dentro da Igreja Católica. Na missa também estamos habituadas a ouvir sempre expressões masculinas. Os documentos são todos escritos por homens", afirma a polonesa Zuzanna Flisowska, integrante da Voices of Faith, organização que defende mais espaço para as mulheres na igreja.

A crítica é dirigida ao pontífice que mais atuou para dar protagonismo às mulheres no Vaticano.

Francisco promoveu várias delas a cargosgrupo de sinais brabetdireção, embora o poder na Santa Sé seja predominantemente masculino e clerical. A realidade ainda é permeadagrupo de sinais brabetsituações típicasgrupo de sinais brabetum mundo muito atrasado: há muitos casos,grupo de sinais brabetRoma e alhures,grupo de sinais brabetfreiras e irmãs que servem padres, bispos e cardeais como domésticas, sem qualquer direito e remuneração, para não falar dos casosgrupo de sinais brabetabuso sexual, debate que vem ganhando corpo internamente nos últimos anos. As mulheres representam a maioria dos fiéis católicosgrupo de sinais brabettodo o mundo, e são também as que mais frequentam as igrejas.

Numa carta encaminhada ao papa, assinada por trinta organizações femininas da Europa, África, Ásia e América Latina, as católicas argumentam: "o substantivo masculino distanciará muitosgrupo de sinais brabetum momentogrupo de sinais brabetque as mulheresgrupo de sinais brabetmuitos idiomas e culturas diferentes sofrem por ouvir que o masculino é entendidogrupo de sinais brabetum sentido genérico". Elas mencionam a "explícita e dolorosa" exclusão das mulheres na palavragrupo de sinais brabetabertura da encíclica ao citar a tradução para idiomas como inglês e alemão.

Crédito, AFP

Legenda da foto, O títulogrupo de sinais brabetuma encíclica sobre irmandade e fraternidade não contempla as mulheres

"Na melhor das hipóteses será uma distração, na pior um sério obstáculo", ressalta a carta, dizendo que tudo seria resolvido se incluíssem a palavra irmãs ("sorelle",grupo de sinais brabetitaliano) ao ladogrupo de sinais brabetirmãos. "Sabemos que uma mudança assim pequena estariagrupo de sinais brabetsintonia com o espíritogrupo de sinais brabetSão Francisco e com as suas intenções", escreveram as mulheres ao pontífice. "Nós te convidamos a demostrar que é realmente aberto ao diálogo e que está escutando a voz das mulheres".

'Mansplaining'

O Vaticano se manifestou, o que foi uma surpresa para algumas das mulheres das organizações que assinaram a carta — "anos atrás, esse tipogrupo de sinais brabetcrítica não era nem levadagrupo de sinais brabetconsideração", disse Paola Lazzarini.

A instituição comentou a polêmica por meiogrupo de sinais brabetum editorial escrito pelo diretor editorial do dicastério (similar a ministério) para a comunicação, Andrea Tornielli, e num artigo assinado por um especialistagrupo de sinais brabetSão Franciscogrupo de sinais brabetAssis publicado no jornal L'Osservatore Romano, órgão oficial da Santa Sé.

No texto veiculado no site do Vaticano, Tornielli escreveu que "seria um absurdo pensar que o título, nagrupo de sinais brabetformulação, tenha a intençãogrupo de sinais brabetexcluir mais da metade dos seres humanos, ou seja, as mulheres". Ele ressalta que a "fraternidade e a amizade", temas da encíclica, "indicam aquilo que unem homens e mulheres". "Por isso não são possíveis mal-entendidos ou leituras parciais da mensagem universal e inclusiva das palavras 'fratelli tutti'", escreveu.

Já o frade e historiador suíço Niklaus Kuster,grupo de sinais brabetartigo no L'Osservatore Romano, argumentou que "as traduções pouco sensíveis ignoram" que, na obra citadagrupo de sinais brabetSão Franciscogrupo de sinais brabetAssis, ele se refere "a todas as mulheres e todos os homens cristãos", já que se tratagrupo de sinais brabetuma irmandade universal.

A respostagrupo de sinais brabetAndrea Tornielli gerou ainda mais críticas. Segundo Paola Lazzarini, trata-segrupo de sinais brabetum típico casogrupo de sinais brabet"mansplaining", termo usado para definir um atogrupo de sinais brabetque o homem tenta explicar a uma mulher,grupo de sinais brabettomgrupo de sinais brabetsuperioridade, algo simples ou que ela já sabia. "Não temos liberdadegrupo de sinais brabetdizer que não nos sentimos incluída? Parece mais importante salvar uma citação do que irgrupo de sinais brabetencontro a uma reinvindicação", disse a fundadora da associação Mulheres para a Igreja.

Crédito, Edison Veiga

Legenda da foto, Vaticano contestou as críticas, dizendo ser um 'absurdo' que um título possa excluir as mulheres

Zuzanna Flisowska afirma que houve uma mudança quanto ao uso da linguagem, que tornou-se mais inclusiva nos últimos anos, e diz que a Igreja também deve levar issogrupo de sinais brabetconsideração, não sendo mais possível repetir conteúdosgrupo de sinais brabetquase mil anos atrás - caso da passagem escrita por São Francisco - para justificar um título que exclua as mulheres.

"Talvez esse seja o papa mais abertogrupo de sinais brabettodos que conhecemos, mas essa é uma questãogrupo de sinais brabetmentalidade que envolve todo mundo. Sendo um pontífice sensível aos excluídos, ele deveria se sensibilizar sobre isso", comenta Flisowska.

A encíclica é o grau máximo das comunicações pontifícias e é dirigida aos bispos e fiéis, constituindo uma espéciegrupo de sinais brabetcorpo doutrinário da Igreja Católica sobre diversos assuntos. Esta será a terceira publicada por Bergoglio desde que ele virou papa,grupo de sinais brabet2013.

O Vaticano não deu nenhum sinalgrupo de sinais brabetque vai alterar o título do documento, que será assinado por papa Francisco no sábado (dia 3) e divulgado no domingo (4, dia da festagrupo de sinais brabetSão Franciscogrupo de sinais brabetAssis). A Santa Sé confirmou apenas que o título — "Fratelli tutti" — será mantidogrupo de sinais brabetitaliano também nas traduções da carta para outros idiomas, como aconteceu comgrupo de sinais brabetencíclica anterior, a "Laudato Sí",grupo de sinais brabet2015, voltada para o meio ambiente.

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