'Queremos respostas': os parentesinstalar pixbetvítimas da covid-19 na Itália que foram à Justiça contra autoridades:instalar pixbet

Dias depois da morteinstalar pixbetAntonio, Luca criou um grupo no Facebook com o objetivoinstalar pixbetcompartilhar a históriainstalar pixbetvidainstalar pixbetseu avô: um contador dedicado ao trabalho e à família, bastante ativo, um "verdadeiro gentleman", nas palavras do neto.

A ideia era juntar ali históriasinstalar pixbetvida como essa, convidando familiares que perderam seus entes queridos a contarem outras histórias das vítimas da pandemia.

Mas, aléminstalar pixbetcompartilhar essas histórias, participantes passaram a se queixar da negligênciainstalar pixbetautoridades. Para eles, isso contribuiu para a perdainstalar pixbetvidas no norte da Itália que poderiam ter sido salvas. O grupo virou então o "Noi Denunceremo", ou "Nós denunciaremos".

"Para garantir que, se alguém tem responsabilidades, se alguém pode agir e não o fez, ele (ou eles) pagará criminalmente por suas ações e responderá porinstalar pixbetnegligência", diz a descrição do grupo.

Familiares defendem que locais onde o vírus circulava deveriam ter sido isolados mais cedo.

Hoje, o "Noi Denunceremo" tem 60 mil membros, e essas denúncias chegaram até o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.

O líder italiano foi questionado durante três horasinstalar pixbetjunho como parteinstalar pixbetuma investigação sobre supostos erros cometidos por autoridades.

A investigação, liderada pelo Ministério Públicoinstalar pixbetBergamo, nasceu exatamente por causainstalar pixbetqueixas dos familiares das vítimas da covid-19.

O ministro da Saúde, Roberto Speranza, e a ministra do Interior (responsável pela segurança interna e proteção civil contra catástrofes e terrorismo), Luciana Lamorgese, também foram ouvidos.

Bergamo fica no norte da Itália, na região da Lombardia, a Província do país mais atingida pelo coronavírus. A região é governada por Attilio Fontana, membro do partidoinstalar pixbetextrema direita Liga, enquanto o governo da Itália é formado por uma coalizão entre o Partido Democrático,instalar pixbetesquerda, e o Movimento 5 Estrelas.

Como no Brasil, o governo central e autoridades regionais estão brigando sobreinstalar pixbetquem recai a responsabilidade pelas ações - ou falta delas - durante a pandemia.

Respostas

O "Noi Denunceremo" deixouinstalar pixbetser só online e virou uma instituição sem fins lucrativos, que hoje está coletando as histórias para transformá-lasinstalar pixbetqueixas formais e disponibilizá-las ao Ministério Público.

Quase 150 já foram enviadas com a ajudainstalar pixbetsete advogados atuandoinstalar pixbetforma pro bono, segundo Stefano.

"Milhõesinstalar pixbetpessoas querem respostas sobre o que aconteceu. Nós queremos respostas", diz ele.

O grupo não está pedindo compensação financeira, diz (embora outros familiares possam pedir isso individualmente), mas que haja uma investigação e, caso houver denúncia do Ministério Público, que os acusados sejam julgados.

"Todos têminstalar pixbetprópria opinião sobre o que aconteceu. Para mim, as responsabilidades eram da região. As autoridades da região tinham que ter imposto um lockdown", opina Stefano.

O grupo também enviou uma carta à Comissão Europeia e ao Tribunal Europeuinstalar pixbetDireitos Humanos pedindo que supervisionem a investigação na Lombardia, onde teria havido "sinaisinstalar pixbetcrimes indizíveis contra a humanidade", segundo o texto.

Caso o Ministério Público aponte que os erros foram políticos, a conclusão será ainstalar pixbetque foi "uma decisão deliberada para sacrificar vidas, dezenasinstalar pixbetmilharesinstalar pixbetvidas, para evitar uma repercussão políticainstalar pixbetum lockdowninstalar pixbettrês cidades economicamente produtivas no norte da Itália", diz a carta.

A reclamação encontra ecoinstalar pixbetqueixasinstalar pixbetparentesinstalar pixbetvítimasinstalar pixbetoutros países. Stefano diz ter sido contatado por pessoas na França, Espanha, Estados Unidos, Chile e Reino Unido.

"Isso confirma que há muitas pessoas ao redor do mundo que pensam que seus líderes subestimaram o problema", diz o líder do "Noi Denunceremo".

No Reino Unido, uma petição pedindo uma investigação sobre por que maisinstalar pixbet40 mil pessoas morreram pela covid-19 tem maisinstalar pixbet155 mil assinaturas. Também há um grupo no Facebook com cercainstalar pixbet1.200 membros.

Demora para lockdown

As histórias contadas por parentesinstalar pixbetvítimas da covid-19 mostram que muitos pensam que "houve erros na administração da pandemia", diz Stefano.

Muitos reclamam, por exemplo, da forma como a crise foi geridainstalar pixbetAlzano Lombardo, uma áreainstalar pixbetBergamo com 12 mil habitantes. Ali, por causa da presença da indústria einstalar pixbetfábricas e, portanto, "por causa da economia, eles nunca impuseram um lockdown", opina Stefano.

A demora ou mesmo ausênciainstalar pixbetlockdowninstalar pixbetAlzano Lombardo, assim como na cidadeinstalar pixbetNembro, são objetosinstalar pixbetinvestigação do Ministério Público.

"De 23instalar pixbetfevereiro, quando o primeiro caso foi descoberto ali, até dia 8instalar pixbetmarço, quando houve uma restrição parcial, as pessoas foram fazer compras no shopping, foram para restaurantes. Nossa vida estava normal. Se tivessem fechado tudo, talvez essa tragédia não fosse tão grande", diz.

Um dos outros grandes problemas relatados no grupo é sobre como a internaçãoinstalar pixbetalgumas pessoas se deu com atraso - chegavam no hospital com 60%, 65%instalar pixbetsaturaçãoinstalar pixbetoxigênio no sangue, relata Stefano.

Por fim, no grupo há também relatos anônimosinstalar pixbetmédicos. Eles contam como era a situaçãoinstalar pixbetquem estava trabalhando na linhainstalar pixbetfrente do então epicentro da pandemia, e reclamam principalmente da faltainstalar pixbetequipamentosinstalar pixbetproteção.