Coronavírus: o modelo matemático que explica como evitar meio milhãobonus gratis 35 vera&johnmortes na América Latina:bonus gratis 35 vera&john

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Universidadebonus gratis 35 vera&johnWashington aponta que medidas importantes como usobonus gratis 35 vera&johnmáscara podem evitar centenasbonus gratis 35 vera&johnmilharesbonus gratis 35 vera&johnmortes na América Latina

"Mais do que contar mortos, os cenários buscam quantificar quantas vidas podem ser salvas. Isso muda muito a mensagem", afirma Lozano à BBC Mundo (serviçobonus gratis 35 vera&johnespanhol da BBC) por videochamada desde a cidade americanabonus gratis 35 vera&johnSeattle.

A insistênciabonus gratis 35 vera&johnLozano no enfoque otimista faz sentido. Em junho, América Latina e Caribe se tornaram o novo epicentro da pandemia, depoisbonus gratis 35 vera&johnChina, Europa e EUA ocuparem esse posto.

Nos últimos 14 dias, o Brasil e outros países do subcontinente americano somaram 872 mil casos novos, pouco maisbonus gratis 35 vera&johnum terço do total global (2,6 milhões), segundo dados do Centro Europeubonus gratis 35 vera&johnControle e Prevençãobonus gratis 35 vera&johnDoenças. 

Se formos considerar as mortes por covid-19 registradas no fimbonus gratis 35 vera&johnjunho, morriam cercabonus gratis 35 vera&john5 mil pessoas no mundo por dia. A cada 10 mortes, 2 ocorriam no Brasil e 3bonus gratis 35 vera&johnoutros países da América Latina e do Caribe. 

Segundo cálculos do IHME,bonus gratis 35 vera&john1ºbonus gratis 35 vera&johnoutubro, a América Latina e o Caribe (contando o Caribe inglês) somarão 438 mil mortes.

Mais especificamente, o Brasil deve superar 166 mil mortes e o México 88 mil, enquanto outros seis países ultrapassarão a barreira das 10 mil mortes: Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala e Peru.

E esses números nem são os projetados pelo cenário mais fatalista.

O modelo

O IHME não é o primeiro nem o único instituto medindo o curso da pandemiabonus gratis 35 vera&johncovid-19 a partir do númerobonus gratis 35 vera&johnpessoas suscetíveis à doença, daquelas expostas ao vírus,bonus gratis 35 vera&johninfectados ebonus gratis 35 vera&johnrecuperados.

Mas a equipe do instituto vai além e estábonus gratis 35 vera&johncontato com governos da Colômbia, do Peru, do Brasil, do Chile e dos EUA, entre outros tomadoresbonus gratis 35 vera&johndecisão.

"A grande vantagem do modelo que estamos usando é que nos baseamosbonus gratis 35 vera&johnuma sériebonus gratis 35 vera&johnvariáveis que ajudam não apenas a estabelecer dados concretos como tambémbonus gratis 35 vera&johnque momento haverá uma demanda maior por leitos hospitalares", diz Lozano.

Para isso, são levadosbonus gratis 35 vera&johnconsideração "elementos como o númerobonus gratis 35 vera&johnpessoas que circulam pelas ruas, quando as normasbonus gratis 35 vera&johndistanciamento social entrarambonus gratis 35 vera&johnvigor e o graubonus gratis 35 vera&johnaceitação destas normas, ou que proporção da população usa máscara."

Além disso, levabonus gratis 35 vera&johnconsideração outros determinantes "menos tradicionais" entre modelos matemáticos, segundo ele, como densidade demográfica, perfisbonus gratis 35 vera&johnmortalidade no país ou padrões sazonaisbonus gratis 35 vera&johnpneumonia — que atualmente estão no auge no hemisfério Sul.

Mas talvez o mais interessante seja como seu gráfico interativo simplesmente mostra o efeito que diferentes decisões políticas e individuais têm na trajetória da pandemia.

Os 3 cenários

Lozano explica que, ao construir o modelo matemático, conversaram com governantes, equipes técnicas e encarregadosbonus gratis 35 vera&johnsetoresbonus gratis 35 vera&johnsaúde pública das partes mais distintas do mundo.

"Primeiro, eles queriam saberbonus gratis 35 vera&johnque momento haverá uma pressão maior por leitos", conta Lozano, tanto gerais quantobonus gratis 35 vera&johnunidadesbonus gratis 35 vera&johnterapia intensiva (UTI), e também por respiradores artificiais.

Depois, segundo Lozano, os países queriam entender quando é o momentobonus gratis 35 vera&johnsair da mitigação da pandemia, do distanciamento social severo.

"E agora, estamos com o debate entre não fazer nada ou forçar muito a abertura, e é sempre bom para o político e a populaçãobonus gratis 35 vera&johngeral terbonus gratis 35 vera&johnvista esses cenários."

O primeiro cenário é o "pessimista". Ele supõe que as medidasbonus gratis 35 vera&johnquarentena (obrigaçãobonus gratis 35 vera&johnficarbonus gratis 35 vera&johncasa, fechamentobonus gratis 35 vera&johnescolas e serviços não essenciais, proibiçãobonus gratis 35 vera&johneventos coletivos etc.) vão se flexibilizandobonus gratis 35 vera&johnforma contínua e constante.

Segundo Lozano, "se as medidas preventivas forem flexibilizadas, estimamos para a região da América Latina e do Caribe que haverá cercabonus gratis 35 vera&john900 mil mortesbonus gratis 35 vera&john1ºbonus gratis 35 vera&johnoutubro".

"Não há governo que possa aceitar esse tipobonus gratis 35 vera&johncenário, mas não mostrá-lo é deixarbonus gratis 35 vera&johninformar", afirma o pesquisador.

Nos outros dois cenários, as projeções também se baseiam na ideiabonus gratis 35 vera&johnque as medidas vão sendo relaxadas, mas aqui, se a taxa diáriabonus gratis 35 vera&johnmortes atinge a marcabonus gratis 35 vera&john8 por 1 milhãobonus gratis 35 vera&johnhabitantes, o país volta a impor medidasbonus gratis 35 vera&johnrestriçãobonus gratis 35 vera&johncirculação por seis semanas.

A diferença desses dois cenários está na utilização ou nãobonus gratis 35 vera&johnmáscaras.

Na projeção que o IHME chamabonus gratis 35 vera&john"tendência atual", a população não usa máscarasbonus gratis 35 vera&johnforma abrangente. Mesmo assim, como resultado, a estimativabonus gratis 35 vera&johnmortes por covid-19 para toda a região passa a ser 438 milbonus gratis 35 vera&john1ºbonus gratis 35 vera&johnoutubro.

No terceiro cenário,bonus gratis 35 vera&johnque, além da voltabonus gratis 35 vera&johnmedidasbonus gratis 35 vera&johndistanciamento, o usobonus gratis 35 vera&johnmáscara passa a ser generalizado, as mortes cairiam para 389 mil.

"É uma ação que mistura a responsabilidade dos indivíduos, toda vez que saímos para as ruas, com a dos governantes, que são os que estão gerando essas válvulasbonus gratis 35 vera&johnescape para reabrir a economia", diz Lozano.

Quais são as projeções para o Brasil?

O modelo matemático da Universidadebonus gratis 35 vera&johnWashington aponta três perspectivas para o Brasil.

No cenário "pessimista",bonus gratis 35 vera&johnque a flexibilização do distanciamento social seguebonus gratis 35 vera&johnfrente mesmo quando a situação se agrava, o país atingiria a marcabonus gratis 35 vera&john4,5 mil mortes por diabonus gratis 35 vera&john7bonus gratis 35 vera&johnsetembro. Em comparação, o Brasil registrabonus gratis 35 vera&john7bonus gratis 35 vera&johnjulho uma médiabonus gratis 35 vera&johnquase mil mortes por dia.

No cenário considerado como "tendência atual", o país estariabonus gratis 35 vera&johntorno do patamarbonus gratis 35 vera&john900 mortes por dia. E caso haja uma adoção abrangentebonus gratis 35 vera&johnmáscaras pela população, haveria cercabonus gratis 35 vera&john760 mortes por dia.

Em números absolutos, o modelo prevê 340 mil mortes no pior cenário, 166 mil na perspectivabonus gratis 35 vera&johnabre e fecha e 147 mil com uso abrangentebonus gratis 35 vera&johnmáscaras.

A Universidadebonus gratis 35 vera&johnWashington também estima que, por causa da subnotificação, o númerobonus gratis 35 vera&johncasos novos diáriosbonus gratis 35 vera&johncovid-19 é seis vezes maior que o oficial. Ou seja, segundo o modelo, 250 mil pessoas contraem atualmente o vírus no país por dia. Em comparação, os dados oficiais indicam uma médiabonus gratis 35 vera&john40 mil casos por dia.

Daqui a um mês, seriam 900 mil no pior cenário, cercabonus gratis 35 vera&john110 mil na tendência atual e quase 100 mil com uso abrangentebonus gratis 35 vera&johnmáscara.

O caso do Equador

Ao analisar os gráficos, os cenários parecem não oferecer soluções simples para os governos da região.

O exemplo mais dramático é o do Equador, onde o IHME projeta uma segunda onda a partirbonus gratis 35 vera&johnagosto.

Segundo o modelo, se as medidasbonus gratis 35 vera&johnflexibilização avançarem sem qualquer recuo, o país sul-americano passará das 4.781 mortes registradasbonus gratis 35 vera&john6bonus gratis 35 vera&johnjulho para maisbonus gratis 35 vera&john21,3 milbonus gratis 35 vera&john1ºbonus gratis 35 vera&johnoutubro. No cenáriobonus gratis 35 vera&johnque o distanciamento é readotado, morreriam 20,2 mil. Na projeção que considera uso abrangentebonus gratis 35 vera&johnmáscaras, as mortes totalizariam 19,5 mil.

"A epidemia no Equador é completamente diferente da epidemia no Brasil, no México e na Colômbia. É muito parecida com a europeia. Teve seu crescimento nos mesesbonus gratis 35 vera&johnmarço e abril e depois um platô por muitos meses", explica Lozano.

Segundo ele, a pequena diferença entre os três cenários do Equador mostram que quando os níveisbonus gratis 35 vera&johnpropagação do vírus são muito elevados, as intervenções perdembonus gratis 35 vera&johneficácia.

Os bem-sucedidos Paraguai e Uruguai

Por outro lado, as projeções preveem um crescimento considerávelbonus gratis 35 vera&johninfecções e mortesbonus gratis 35 vera&johnpaíses que têm sido elogiados mundialmente por suas exitosas estratégiasbonus gratis 35 vera&johncontenção do coronavírus.

É o caso do Paraguai, quebonus gratis 35 vera&john6bonus gratis 35 vera&johnjulho tinha 20 mortes pela covid-19 e pode ter 271 mortesbonus gratis 35 vera&john1ºbonus gratis 35 vera&johnoutubro, segundo o IHME. Nos mesmos três meses, o Uruguai passariabonus gratis 35 vera&john28 para 340 mortes.

Em relação a esses dois países, Lozano afirma que a explicação dos números está na sazonalidade e na prevalênciabonus gratis 35 vera&johnpneumonias. "O inverno no Sul é dentro e forabonus gratis 35 vera&johncasa, e não apenas fora, como acontece nos países europeus. Isso faz uma enorme diferença."

Segundo Lozano, do IHME, "a narrativa sobre a pandemia deve começarbonus gratis 35 vera&johnbuscabonus gratis 35 vera&johnesperança,bonus gratis 35 vera&johnsaídas".

Para isso, ele acredita que é importante fornecer dados que permitam aos governos tomar medidas fundamentadas, mas também que as pessoas possam avaliar e decidir se devem ou não visitar seus avós ou encontrar seus amigos.

Descobrir qual é a prevalênciabonus gratis 35 vera&johncasos na área, se a reunião ocorrerábonus gratis 35 vera&johnum espaço aberto ou fechado e quanto tempo durará, por exemplo, "permite que um comportamento mais colaborativo reduza a propagação do vírus", defende o médico mexicano.

"O que precisamos é melhorar nossos indicadores para que as pessoas possam avaliar a situação dia a dia e se sentirem confiantesbonus gratis 35 vera&johnsair."

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