Cientistas suspeitam que coronavírus pode desencadear diabetes e agravar quadros pré-existentes:sbobet 69
Em casa há pouco maissbobet 69um mês, curado da covid-19, doença causada pelo coronavírus, Domberg continua com as aplicações, três vezes ao dia (de manhã,sbobet 69jejum, e antes do almoço e do jantar).
"Sabia que estava no gruposbobet 69risco do coronavírus, por ser diabético, mas até então achava que o máximo que poderia acontecer era ter a forma mais grave da covid-19, e não que ela mexeria com as taxassbobet 69glicose desse jeito. Foi uma surpresa", relata o empresário.
Desde o início da pandemia, a relação entre o diabetes e o SARS-CoV-2 vem sendo discutida. Já se sabe, contudo, que quem tem taxas elevadassbobet 69glicemia no sangue - assim como os portadoressbobet 69outras patologias crônicas - fica mais suscetível a ter complicações quando infectado com um vírus.
"A hiperglicemia parece comprometer a resposta imune do organismo, dificultando o combate às infecções", explica Rodrigo Moreira, presidente da Sociedade Brasileirasbobet 69Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Além disso, como os diabéticos têm o organismo naturalmente inflamado pela doença, quando contraem algum tiposbobet 69vírus, que por si só também provoca um processo inflamatório, a condição pode ser agravada e, pior, desencadear o quadro mais complexo da infecção viral.
"É importante deixar claro que essa consequência é mais comumsbobet 69quem está com a glicose mal controlada, é obeso e tem outras comorbidades associadas. Por isso é primordial fazer o tratamento corretamente", acrescenta Moreira.
Se com tudo isso a ligação entre coronavírus e diabetes já era preocupante, recentemente ficou um pouco mais complicada.
Uma equipesbobet 6917 cientistas, membros do programa internacional CoviDiab Registry, divulgou uma carta na revista científica New England Journal of Medicine com um alertasbobet 69que a covid-19 pode desencadear o diabetessbobet 69pessoas saudáveis e agravá-losbobet 69quem já é portador.
"Existe uma relação bidirecional entre covid-19 e diabetes. Por um lado, o diabetes está associado a um risco aumentadosbobet 69covid-19 grave. Por outro, diabetes recente e complicações metabólicas do pré-existente, incluindo cetoacidose diabética e hiperglicemia hiperosmolar, para as quais são necessárias doses excepcionalmente altassbobet 69insulina, foram observadassbobet 69pacientes com covid-19. Essas manifestações apresentam desafios no manejo clínico e sugerem uma fisiopatologia complexa do diabetes relacionado à covid-19", diz o documento.
Em entrevista à BBC News Brasil, Francesco Rubino, professorsbobet 69cirurgia metabólica da Universidade King's College London, do Reino Unido, e pesquisador no projeto CoviDiab Registry, diz que a alta prevalência do diabetes entre os mortos por covid-19 e a maior susceptibilidadesbobet 69os diabéticos experimentarem efeitos particularmente graves e atípicos da doençasbobet 69base sugerem que deve existir uma interação diferente das conhecidassbobet 69termossbobet 69resposta ao estresse que acontece com qualquer infecção.
Rubino acrescenta que os mecanismos biológicos pelos quais o novo coronavírus entra nas células humanas também indicam que ele pode causar danos diretos aos principais órgãos metabolizadoressbobet 69açúcar.
"Sabemos que, ao se ligar a uma proteína específica, chamada receptor ACE-2, o SARS-CoV-2 detém as chaves para inserir célulassbobet 69órgãos críticos para o metabolismo da glicose, incluindo o pâncreas, o intestino, o tecido adiposo e o fígado. Suspeitamos que, ao causar disfunçõessbobet 69um ou mais desses órgãos, o vírus possa piorar o diabetes existente ou até ser capazsbobet 69causar um novo aparecimento da doença", explica o especialista.
Foi justamente por conta da natureza preliminar dessas observações que Rubino e mais 16 pesquisadores lançaram o CoviDiab Registry. O objetivo é reunir mais evidências para confirmar ou dissipar as preocupações.
"Não sabemos exatamente como a covid-19 influencia o diabetes e, dado o curto períodosbobet 69contato humano com o novo coronavírus, ainda não está claro qual tipo ele pode exacerbar ou desencadear, e também não podemos excluir que possa até induzir uma nova formasbobet 69diabetes, e nem se a condição será reversível quando a infecção se resolver", pondera o especialista.
Ana Carolina Nader, chefe do Departamentosbobet 69Endocrinologia do Hospital Federalsbobet 69Servidores do Estado do Riosbobet 69Janeiro, diz que, apesarsbobet 69faltarem muitas respostas, casos como os indicados pelos pesquisadores estão realmente ocorrendo.
"Tenho visto tanto pacientes diabéticos que controlavam muito bem a glicose com medicamento oral, mas que, depois da infecção pelo coronavírus, passaram a necessitarsbobet 69altas dosessbobet 69insulina, quanto pacientes que não tinham diabetes e a desenvolveram após serem diagnosticados com covid-19. Está marcadamente havendo uma mudança no padrão da doença", relata.
Diante dessa situação, a médica avalia que,sbobet 69alguns meses, poderá haver uma sobrecarga nos sistemassbobet 69saúde, por conta da demanda reprimida dos diabéticos que não saíramsbobet 69casa durante a pandemia e agora voltam a procurar tratamento, e os novos casos - ao que tudo indica, provocados pelo vírus.
"Independentemente disso, temos que tranquilizar a população. Se uma pessoa for diagnosticada com diabetes após contrair o coronavírus, ela precisa saber que há médicos preparados para o atendimento. Ao contrário da covid-19, que ainda é desconhecida, o diabetes não é. Há especialistas que sabem muito sobre a doença e, com tratamento, dá para controlá-la e levar uma vida normal", afirma.
O que é diabetes?
Patologia crônica, o diabetes é caracterizado pela produção insuficiente ou pela má absorçãosbobet 69insulina (hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo), resultando na elevação do nívelsbobet 69açúcar no corpo - o normal, para uma pessoa saudável esbobet 69jejum, é abaixosbobet 69100 mg/dl.
Quando esse quadro permanece por longos períodos, pode causar danos gravessbobet 69órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
Os principais são doenças cardiovasculares, insuficiência renal crônica, amputações dos membros inferiores, problemas na visão, acometimento dos nervos (neuropatia periférica) e cetoacidose diabética. O riscosbobet 69morte também é grande.
Na listasbobet 69sintomas, os mais comuns são sede constante, vontadesbobet 69urinar diversas vezes ao dia, alterações no apetite, perdasbobet 69peso (mesmo comendo mais), fraqueza e fadiga.
O diabetes é divididosbobet 69quatro tipos: Tipo 1, Tipo 2, Latente Autoimune do Adulto (LADA) e gestacional.
O Tipo 1 se dá quando o próprio sistema imunológico ataca as células do pâncreas que produzem insulina, fazendo com que pouca ou nenhuma quantidade do hormônio seja liberada para o corpo. Em decorrência disso, a glicose fica no sangue ao invéssbobet 69ser usada como energia.
Essa variação, causada por fatores genéticos e outros ainda desconhecidos, se manifesta geralmente na infância ou na adolescência. O tratamento é feito com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas.
O Tipo 2 ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxasbobet 69glicemia. Ele acomete com mais frequência os adultos e está diretamente relacionado à sobrepeso, sedentarismo e dieta inadequada.
Seu tratamento, muitas vezes, é feito com a adoçãosbobet 69alimentação saudável e prática regularsbobet 69exercícios, mas,sbobet 69alguns casos, se faz necessário o usosbobet 69insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.
Segundo a Sociedade Brasileirasbobet 69Diabetes (SBD), algumas pessoas que são diagnosticadas com o Tipo 2 desenvolvem um processo autoimune e acabam perdendo células beta do pâncreas.
Neste caso, o diagnóstico é o LADA, cujo controle da glicemia também é feito com insulina e/ou medicamentos orais, planejamento alimentar e atividade física.
Por último, o diabetes gestacional é uma condição temporária que acontece durante a gravidez por conta das alterações hormonais. Neste caso, há risco tanto para as mães quanto para os bebês, como crescimento excessivo (macrossomia fetal), partos traumáticos e prematuros, hipoglicemia neonatal e obesidade e diabetes na vida adulta.
Seu controle é feito, na maioria das vezes, com a orientação nutricional adequada, associada ou não à atividade física e usosbobet 69insulina.
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