O dito e o não dito no anúnciobestbola com apostas onlineTrumpbestbola com apostas online'rompimento' entre EUA e OMS:bestbola com apostas online
"Autoridades chinesas ignorarambestbola com apostas onlineobrigaçõesbestbola com apostas onlinerelatar (casos) à OMS e pressionaram a organização a desviar (o foco do) o mundo quando o vírus foi descoberto pela primeira vez."
"O mundo está sofrendo hoje por consequência da má conduta do governo chinês", disse, defendendo que o país asiático "instigou uma pandemia global que custou maisbestbola com apostas online100.000 vidas americanas" e "profundas dificuldades econômicas"bestbola com apostas onlinetodo o mundo.
Os EUA são hoje o país com o maior númerobestbola com apostas onlinemortes (102.709, segundo dados coletados pela universidade Johns Hopkins) e casosbestbola com apostas onlinecoronavírus (1.744.258)bestbola com apostas onlinetodo o mundo.
Representantes da China porbestbola com apostas onlinevez acusaram os EUAbestbola com apostas onlineserem responsáveis pela propagação do vírusbestbola com apostas onlineseu próprio território, atribuindo o surto aos "políticos que mentem".
Washington vs OMS: capítulos anteriores
As críticasbestbola com apostas onlineTrump à OMS começaram no mês passado, quando o presidente ameaçou retirar definitivamente o financiamento dos EUA ao órgão caso ele não se comprometesse "com grandes melhorias substanciais nos próximos 30 dias", como dissebestbola com apostas onlineuma cartabestbola com apostas onlinetermos duros enviada à direção da OMSbestbola com apostas online18bestbola com apostas onlinemaio.
Em abril, o presidente americano já havia anunciado também a suspensão temporáriabestbola com apostas onlinesua contribuição financeira à OMS, a maior participaçãobestbola com apostas onlineum único país ao orçamento da organização.
Todos os países-membros da ONU são obrigados a contribuir com o orçamento da OMS. Essa contribuição é proporcional àbestbola com apostas onlineriqueza e àbestbola com apostas onlinepopulação. Mas, além das contribuições obrigatórias, é comum que países como EUA e China façam também outros repasses voluntários.
"A China tem total controle sobre a OMS, apesarbestbola com apostas onlinepagar apenas US$ 40 milhões por ano — comparado ao que os EUA tem pagado, que é aproximadamente US$ 450 milhões por ano", acusou Trump nesta sexta-feira.
O Departamentobestbola com apostas onlineEstado dos EUA enviou à imprensa, após o anúnciobestbola com apostas onlineTrump, uma nota afirmando que os "Estados Unidos continuam liderando a resposta global à covid-19", com menção a bilhõesbestbola com apostas onlinedólares cedidos por Washington à assistência humanitária e ao financiamentobestbola com apostas onlinepesquisas científicasbestbola com apostas onlineoutros países, alémbestbola com apostas onlineparcerias com o setor privado para fornecimentobestbola com apostas onlineventiladores mecânicos fora do território americano.
Como seria um 'término' com a OMS?
Mestre e doutorabestbola com apostas onlinedireito internacional pela Universidadebestbola com apostas onlineSão Paulo (USP), Elaini Silva destaca que é preciso cautela ao encarar o anúnciobestbola com apostas onlineTrump, já que "romper com a OMS" não é simples e, tecnicamente, não existe — ao menos não nos termos apresentados por Trump.
"Existe uma linguagem formal e técnica para diferentes tiposbestbola com apostas onlinecomportamento (na diplomacia), ebestbola com apostas onlinegeral falamos 'cortar relações' para vínculos diplomáticos — como entre dois países. Mas não existe vínculo diplomático com organizações internacionais", explica, acrescentando que fóruns internacionais como a OMS, a OMC e a própria ONU foram projetos patrocinados pelos EUA embestbola com apostas onlinepolítica externa no século passado.
"Usar esses termos pode ser um sinalbestbola com apostas onlineque ele não consultou o assessoramento jurídico da própria Casa Branca antesbestbola com apostas onlinefazer a declaraçãobestbola com apostas onlinehoje, que tinha inclusive o objetivobestbola com apostas onlinetratarbestbola com apostas onlineoutro tema. Então, há a possibilidadebestbola com apostas onlineuso político ebestbola com apostas onlineque o anúncio tenha sido feito com alguma espontaneidade."
Silva, professora na Pontifícia Universidade Católicabestbola com apostas onlineSão Paulo (PUC-SP), explica que a relação entre um país e uma organização internacional se dá com a ratificaçãobestbola com apostas onlineum tratado internacional — no caso da OMS, o tratadobestbola com apostas onlinesua constituição, assinado pelos EUAbestbola com apostas online1946. E, para sair, é preciso que o país "denuncie" este tratado.
Mas vincular-se a um tratado tem duas facetas,bestbola com apostas onlinedentro para fora ebestbola com apostas onlinefora para dentro — não só abestbola com apostas onlinerelação à organização internacional, mas também ao ordenamento interno do próprio país. Por exemplo, a ratificação da constituição da OMS pelos EUA precisou passar pelo Congresso americano. E se precisou passar pelo Legislativo para aderir à OMS, precisaria dele também para "denunciar" — e sair — do tratado.
"O presidente,bestbola com apostas onlineum país democratico como os EUA, não pode tudo e qualquer coisa, mesmo nas relações exteriores — por exemplo, lá, até acordos comerciais precisambestbola com apostas onlineaval do Congresso."
"Nos últimos três anos, isto está muitobestbola com apostas onlinedebate nos EUA, desde que o Trump começou a denunciar tratados internacionais —bestbola com apostas onlineespecialbestbola com apostas onlinecontrolebestbola com apostas onlinearmas. É uma discussão institucional, e o caso da OMS seria só mais um. A tendência é pelo entendimentobestbola com apostas onlineque o procedimento para sair é igual o da entrada."
"Então se precisou da autorização prévia do Congresso antesbestbola com apostas onlineser membro (de um tratado internacional), ele vai precisar da autorização do Congresso também para sair."
Elaini Silva destaca ainda que, além do tratadobestbola com apostas onlineconstituiçãobestbola com apostas onlineuma organização internacional, há ainda tratados independentes gestados nas reuniõesbestbola com apostas onlineseus membros — como a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. E estes precisariambestbola com apostas online"denúncias" umabestbola com apostas onlinecada vez para efetivar o "rompimento".
Qual pode ser o impacto do pronunciamento na relação entre os países?
Em comentário enviado à BBC News Brasil por email, Michael Cornfield, professorbestbola com apostas onlineciência politica da George Washington University, relativizou os efeitos práticos do anúnciobestbola com apostas onlineTrump na relação entre China e EUA, tendo a OMS como alvo.
"O presidente Trump fez toda uma argumentação contra o governo chinês embestbola com apostas onlinefala hoje, mas há pouco que ele pode fazerbestbola com apostas onlinetermosbestbola com apostas onlineações decisivas. A relação dos EUA com a China é multidimensional e tem um alcance épico."
"É aí que a OMS entrabestbola com apostas onlinecena. Apontá-la como cúmplice da China traz pouco risco para os interesses dos EUA, mas parece algo contundente para alguns no campo (de apoio)bestbola com apostas onlineTrump."
"No entanto, é uma ação que não salva vidas, não recupera empregos e não faz nada para afetar a China."
Também escrevendo à BBC News Brasil, Thomas Whalen, cientista político da Universidadebestbola com apostas onlineBoston, avaliou que a OMS se tornou "um alvo conveniente e irresistível" para Trump.
"O presidente Trump é o mestre da distração política. A retirada dos EUA da OMS é uma tentativa desesperadabestbola com apostas onlineafastar (a atenção da)bestbola com apostas onlinegestão imperdoável e inepta da pandemia."
"O anúncio também alimentabestbola com apostas onlinefervorosa base republicana nacionalista e branca, que é contra qualquer coisa que remonte ao internacionalismo, que dizem se tratarbestbola com apostas onlineuma conspiração 'globalista' para minar a liderança dos EUA no exterior", escreveu Whalen, destacando também que o fogo aberto contra a OMS desvia a atenção da atual perturbaçãobestbola com apostas onlineMinneapolis após a mortebestbola com apostas onlineum homem negro por um policial — e da conexão disso com falas e atos anterioresbestbola com apostas onlineTrump acusadosbestbola com apostas onlineracismo.
Ian Bremmer, cientista político e presidente da consultoria Eurasia, escreveu no Twitter que "a saída dos EUA da OMS não vai quebrá-la ou criar uma alternativa no cenário internacional".
"A China terá mais influência sobre ela (a OMS), enquanto o mundo briga para criar uma vacina. Um exemplo do porquê líderes chineses estão com a esperançabestbola com apostas onlineque Trump seja reeleito, e não Biden (Joe Biden, candidato à Presidência americana pelos democratas)."
Críticas à China
Embestbola com apostas onlinefala desta sexta-feira, Trump acusou também a Chinabestbola com apostas onlineesvaziar as indústrias e empregos nos Estados Unidos atravésbestbola com apostas onlinepráticas desleais, como "roubando" propriedade intelectual e descumprindo normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
No pronunciamento, o americano anunciou também que descontinuaria o tratamento preferencial dado pelos EUA a Hong Kong no comércio e na circulaçãobestbola com apostas onlineviajantes. O território asiático, antes uma colônia britânica, tem status especial embestbola com apostas onlinevinculação ao governo chinês — com liberdades não vistas na área sob domínio diretobestbola com apostas onlinePequim, por exemplo.
A China introduziu recentemente uma nova leibestbola com apostas onlinesegurança sobre Hong Kong que para muitos representa o fim deste status único do territóriobestbola com apostas onlinerelação a Pequim, que vem impondobestbola com apostas onlineautoridadebestbola com apostas onlineforma mais incisiva ali após manifestações críticas ao regime chinês.
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