Coronavírus: 'Era uma tortura assistir àesportes serie cluta’: médica relata angústiaesportes serie cver filhoesportes serie c4 anos com covid-19:esportes serie c
Em um vídeo postado nas redes sociais, ela descreve como podia ver todos os músculos do menino trabalhando no esforço para fazer o ar entrar e sair dos pulmões e como tentava ficar calma e confortar o filho durante os ataquesesportes serie ctosse.
"Como médica, eu sabia o que estava acontecendo com ele, como estavaesportes serie crespiração", diz Zimmermann à BBC News Brasil. "E eu tinha total confiançaesportes serie cque estávamos fazendo todo o possível."
Mas ela conta que, apesar da experiência como médica, foi muito angustiante ver o sofrimento do filho. Em meio a acessosesportes serie ctosse e ao esforço para respirar, Lincoln dizia "Mamãe, acho que não me sinto muito bem".
"Como mãe, era uma tortura assistir àesportes serie cluta", afirma Zimmermann.
Coronavírusesportes serie ccrianças
Zimmermann lembra da sensaçãoesportes serie cvulnerabilidade ao ficar trancada com o filhoesportes serie cum quartoesportes serie chospital, sem poder sair (por causa do isolamento imposto pela doença), e vendo que ele piorava a cada hora que passava.
"Foi difícil estar no hospital sozinha (com ele) quando tudo o que eu queria era dar um abraço no meu marido e nas minhas filhas e dizer que nós iríamos superar isso."
Ela diz que o pior momento foi no terceiro diaesportes serie cinternação, quando os médicos continuavam aumentando o volumeesportes serie coxigênio mas, mesmo assim, Lincoln ainda tinha dificuldadeesportes serie crespirar.
"Eu estava realmente preocupada. Não conseguia dormir. A cada pequeno barulho eu levantava e ia checar como ele estava", lembra. "Nessa noite, eu chorei. Foi quando me senti mais vulnerável e mais assustada com o que estava por vir."
Agora, Lincoln já estáesportes serie ccasa, totalmente recuperado eesportes serie cvolta à convivência com o pai, Chris, e com as irmãs, Emmeline,esportes serie c6 anos, e Elizabeth,esportes serie cgêmea.
Zimmermann diz que um dos motivos pelos quais resolveu compartilharesportes serie chistória foi o fatoesportes serie cque muita gente acha que crianças não são afetadas pela covid-19.
"É verdade, apenas 2% dos casos sãoesportes serie ccrianças, e apenas umaesportes serie ccada cinco crianças fica gravemente doente e precisa ir para o hospital", afirma a médica, citando dados dos Estados Unidos divulgados neste mês pelo CDC (Centrosesportes serie cControle e Prevençãoesportes serie cDoenças, agênciaesportes serie cpesquisaesportes serie csaúde pública ligada ao Departamentoesportes serie cSaúde).
"Mas acontece. Então, para todas as mães que estão frustradas, arrancando os cabelos enquanto supervisionam as lições escolares dos filhosesportes serie ccasa e tentam manter seus empregosesportes serie ctempo integral e não podem sair para a rua, deixe-me lembrá-las: é por esse motivo que vocês estão fazendo isso (a quarentena)."
Precauções
Zimmermann garante que ela e a família seguiram todas as precauções para evitar o contágio pelo novo coronavírus e não tem ideiaesportes serie ccomo o filho foi contaminado. Desde 12esportes serie cmarço, as crianças estavam fora da escola e todos estavam quase o tempo inteiro dentroesportes serie ccasa.
"Nós demos a volta na quadra algumas vezes, e checamos a correspondência. Meu marido foi ao mercado uma vez, e eu outra", diz Zimmermann sobre as únicas ocasiõesesportes serie cque alguém da família saiu para a rua nesse período.
Mas, apesar dos cuidados,esportes serie cum sábadoesportes serie cmarço, quando já fazia uma semana que estava fora da escola, Lincoln começou a apresentar os primeiros sintomas. Inicialmente, era apenas um poucoesportes serie ctosse e o nariz escorrendo, e os pais acharam que se tratavaesportes serie cuma alergia ou algum vírus fraco.
Depoisesportes serie cuma semana, no entanto, Lincoln começou a ter febre alta, e a tosse piorou. Os pais levaram o menino ao pediatra, e ele voltou para casa com a receitaesportes serie cantibióticos e oxigênio suplementar - apenas pequenas doses, principalmente para dormir.
Mas, como o filho não estava comendo nem bebendo, os pais voltaram ao médico dois dias depois. Lincoln precisavaesportes serie cmais oxigênio, e Zimmermann e o marido decidiram levá-lo ao hospital,esportes serie c30esportes serie cmarço.
Hospitalização e recuperação
Até então, Zimmermann não sabia que o filho tinha covid-19. "Acho que ainda estavaesportes serie cnegação, pensando que tínhamos feito tudo o que deveríamos fazer (para evitar o contágio), pensando que, como há tantos outros vírus que causam doençasesportes serie ccrianças, era provável que fosse um desses outros vírus", afirma.
"Quando o teste deu positivo, comecei a chorar. Em parte, porque me perguntava como isso foi acontecer. Eesportes serie cparte porque me perguntava o quão grave era o quadro. Ele continuava piorando", lembra.
Mas ela conta que, ao mesmo tempo, sentiu alívio ao saber o que o filho tinha. E também porque, com a confirmação, estava descartada a possibilidadeesportes serie co menino ter outra doença grave e, ainda assim, correr o riscoesportes serie ccontrair o coronavírus depois.
Lincoln não comia nem bebia nada e passava a maior parte do tempo dormindo. Mas, depoisesportes serie calguns dias piorando, no quinto diaesportes serie cinternação ele começou a apresentar sinaisesportes serie cmelhora.
Após uma semana no hospital, recebeu alta. Ele ainda precisouesportes serie coxigênio por mais uma semana quando já estava casa. Agora, está completamente recuperado.
"Ele está brincando com as irmãs no pátio. Você olha para ele e nem imagina que ele esteve doente", diz a mãe.
Esperança
Alguns dias depois que Lincoln ficou doente, seu pai apresentou sintomas levesesportes serie ccovid-19, mas também já está recuperado. As irmãs não apresentaram sintomas.
Zimmermann destaca o apoio e a solidariedade que recebeuesportes serie camigos, vizinhos e até desconhecidos. Ela diz que, alémesportes serie cchamar a atenção para o fatoesportes serie cque a doença deve ser levada a sério e pode ser grave mesmoesportes serie ccrianças, seu objetivo ao compartilharesportes serie chistória é também dizer aos pais que não entremesportes serie cpânico.
A médica diz que, quando lançou seu site, chamado Mighty Littles, tinha o objetivoesportes serie ccontar históriasesportes serie cbebês na UTI Neonatal para dar coragem e esperança a outros pais passando pela mesma situação. Ela espera que a experiênciaesportes serie csua família com a covid-19 tenha impacto semelhante e ajude outros pais com filhos doentes.
"Quero mostrar que, mesmo quando fica realmente grave, como aconteceu conosco, ainda há esperança, é possível se recuperar."
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