Coronavírus: 'O que mais sinto falta é do abraço da minha mulher e dos meus filhos', diz médico italiano:mercados brasileiros de apostas on line
A Itália é atualmente o país com o maior númeromercados brasileiros de apostas on linemortos devido a covid-19 no mundo.
E Milão, a cidade onde Messina vive e trabalha, é a capital da Lombardia, a região mais afetada pela covid-19 no país.
Quando terminarmosmercados brasileiros de apostas on linefalar, o vírus já havia afetado 35 mil pessoas nesta região, quase metademercados brasileiros de apostas on linetodos os casos no país, e matou maismercados brasileiros de apostas on line5 mil.
Várias centenasmercados brasileiros de apostas on linepacientes com covid-19 são hospitalizados onde Messina trabalha. Ele e seus 60 colegas cuidammercados brasileiros de apostas on line35 doentes internadosmercados brasileiros de apostas on lineterapia intensiva.
Confira a seguir trechosmercados brasileiros de apostas on linesua entrevista à BBC News Mundo, o serviçomercados brasileiros de apostas on linenotíciasmercados brasileiros de apostas on lineespanhol da BBC.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: Como está a situação agora?
mercados brasileiros de apostas on line Antonio Messina: Humanamente, é uma experiência extremamente difícil.
Nunca imaginaria, nem eu nem mais ninguém, viver algo como essa pandemia na minha vida profissional. Tanto pelo númeromercados brasileiros de apostas on linepessoas afetadas quanto pelas dificuldades envolvidasmercados brasileiros de apostas on linetrabalharmercados brasileiros de apostas on lineum ambiente onde é essencial não ser infectado.
No entanto, tenho muito orgulho da nossa resposta como profissionais.
Todos estão dando o melhormercados brasileiros de apostas on linesi e há um climamercados brasileiros de apostas on lineprofunda colaboração e empatia, tanto com os doentes como entre si.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: Houve momentosmercados brasileiros de apostas on lineque o Sr. se sentiu sobrecarregado?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: No começo, a parte mais difícil era se ajustar ao trabalho por tantas horas dentro daqueles macacões protetores.
É muito difícil, física e mentalmente, e até a noção do tempo muda radicalmente.
Além disso, levamos cercamercados brasileiros de apostas on line20 minutos para nos vestirmos. E, terminado o turno, levamos 30, 40 minutos ou até uma hora para deixar a UTI.
Porque tirar a roupa requer a ajudamercados brasileiros de apostas on lineuma pessoa externa que não esteja contaminada, e esse processo só pode ser feito com uma pessoamercados brasileiros de apostas on linecada vez. Se há 10mercados brasileiros de apostas on linenós que acabamosmercados brasileiros de apostas on linetrabalhar, temos que esperar nossa vezmercados brasileiros de apostas on linesair.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: Quais são as maiores dificuldades dentro da UTI?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Por exemplo, conversar com os doentes é complicado. Eles vêm com dificuldades respiratórias e colocamos uma máscaramercados brasileiros de apostas on lineoxigênio neles e ficamos falando por detrásmercados brasileiros de apostas on lineuma máscara com viseira.
E depois há o relacionamento com seus parentes. Ligamos para eles todos os dias, uma vez por dia, para explicar qual é a situação clínica.
Certa vez, pouco antesmercados brasileiros de apostas on lineentubarmos um paciente e sedá-lo, a última coisa que ele me disse foi: 'Doutor, conte à minha esposa'.
Naquele momento, eu me coloquei no lugar dele e penso na última coisa que ele diria para minha esposa ou meu filho.
Isso é muito difícil, mas é algo que sempre aconteceu conosco nesta profissão. O que a diferencia agora é o númeromercados brasileiros de apostas on linepacientes.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: O Sr. já teve que comunicar a mortemercados brasileiros de apostas on linealguns deles à família?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Claro! Mas,mercados brasileiros de apostas on linenossa profissão, o relacionamento com a morte é algo cotidiano.
O que é muito difícil é comunicar por telefone a mortemercados brasileiros de apostas on lineuma pessoa a um membro da família que você provavelmente nunca viu pessoalmente.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: O Sr. já teve que segurar as lágrimasmercados brasileiros de apostas on linealgumas ocasiões?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Acho que não é correto segurar as lágrimas, mas tampouco chorar na frentemercados brasileiros de apostas on lineum paciente. Também quero chorar e, se for preciso, espero ficar sozinho ou fazê-lomercados brasileiros de apostas on linecasa.
Sempre tentei não levar para casa os problemas do trabalho, mas, infelizmente, nos últimos tempos, tornou-se difícil, porque confinado, émercados brasileiros de apostas on linecasa onde todas as tensões escoam.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: E quando foi a última vez que isso aconteceu?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Foi há alguns dias, porque estava exausto.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: Temos visto muito italianos nas últimas semanas saírem à sacada para aplaudir o trabalho dos profissionaismercados brasileiros de apostas on linesaúde. Isso lhe dá conforto?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Essa é uma das coisas mais bonitasmercados brasileiros de apostas on linetodo esse período! Um banner com o desenhomercados brasileiros de apostas on lineum arco-íris e a frase "Andrà tutto bene" foram pendurados na porta do nosso hospital (tudo ficará bem,mercados brasileiros de apostas on lineportuguês).
Há também uma pizzaria nas proximidades que nos envia pizzas gratuitas e nas caixasmercados brasileiros de apostas on linepapelão eles escrevem uma mensagemmercados brasileiros de apostas on lineapoio.
Acho que a população está assustada e se apega à saúde pública como algo valioso. Isso é lindo, assim como eu acho lindo que todos que precisam dela sejam tratados emercados brasileiros de apostas on linegraça.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: Houve alguma demonstraçãomercados brasileiros de apostas on lineafeto que lhe chamou atençãomercados brasileiros de apostas on lineparticular?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Olha, a coisa mais linda é o que meu filhomercados brasileiros de apostas on line6 anos me transmite. Ele percebe que algo está mudando e tenta racionalizar o que está acontecendo. Àmercados brasileiros de apostas on linemaneira, ele me faz entender que estou fazendo algo importante. Isso para mim é o mais bonito!
Também tenho o apoio da minha família e dos meus amigos. Estávamos a pontomercados brasileiros de apostas on linemudarmercados brasileiros de apostas on linecasa e a pessoa que se mudaria para nosso imóvel me disse: 'Sei o que você está fazendo, leve o tempo que precisar'.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: Até o momento, maismercados brasileiros de apostas on line60 médicos morreram na Itália. Maismercados brasileiros de apostas on line6,2 mil profissionaismercados brasileiros de apostas on linesaúde foram infectados, 7,5%mercados brasileiros de apostas on linetodos os casos. O Sr. não tem medo?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Não, não tenho medo. Estou no lugar certo, na hora certa. Se profissionais como eu não estiverem ali, quem mais poderia estar?
Mas é verdade que existe a possibilidademercados brasileiros de apostas on lineque seja infectado. E o que me assusta são precisamente as possíveis repercussões disso no meu ambiente familiar. Meus pais têm maismercados brasileiros de apostas on line60 anos e estão trancados dentromercados brasileiros de apostas on linecasa.
O que realmente me assusta é o retorno à normalidade. Não sei quanto tempo levará para que possamos nos abraçar, apertar as mãos ou olharmercados brasileiros de apostas on lineperto como fazíamos antes.
Acho que por um tempo o medomercados brasileiros de apostas on linenos infectarmos permanecerá.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: É disso que o Sr. mais sente falta agora,mercados brasileiros de apostas on lineum abraço?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Não posso abraçar minha mulher ou meus filhos. Sei que outros médicos decidiram viver isoladosmercados brasileiros de apostas on linesuas famílias, mas as chances deles serem infectados por mim oumercados brasileiros de apostas on linealgo sério acontecer com eles são muito baixas.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: Alguns dias atrás, o Sr. publicou uma cartamercados brasileiros de apostas on lineseu perfil do Facebook que dizia: 'Vovó, eu te amo muito, mas se você tivesse coronavírus, não a colocaria na UTI, e espero que nenhum outro médico faça isso'. O que o Sr. quis dizer com isso?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Minha avó tem 86 anos, é lúcida, tem boa saúde, mas é muito provável que ela não saia vivamercados brasileiros de apostas on lineuma UTI.
Não pense se tratarmercados brasileiros de apostas on linealgo incomum. Escolhemos diariamente emercados brasileiros de apostas on linegrupo qual tratamento aplicarmercados brasileiros de apostas on lineacordo com as condições dos pacientes emercados brasileiros de apostas on lineexpectativamercados brasileiros de apostas on linevida. É o que chamamosmercados brasileiros de apostas on lineproporcionalidademercados brasileiros de apostas on linetratamentos. Em outras palavras, muitas coisas podem ser feitas na medicina e as máquinas podem ser usadasmercados brasileiros de apostas on linemuitas áreas.
Mas há um momentomercados brasileiros de apostas on lineque o que estamos fazendo não garante mais a sobrevivência do paciente e no qual a aplicação da técnica prevalece sobre as expectativasmercados brasileiros de apostas on linecura.
Além disso, a vontade do paciente deve ser levadamercados brasileiros de apostas on lineconsideração, e tenho certezamercados brasileiros de apostas on lineque minha avó também não gostariamercados brasileiros de apostas on lineser colocadamercados brasileiros de apostas on lineuma UTI.
mercados brasileiros de apostas on line BBC News Mundo: Qual é a primeira coisa que o Sr. fará quando a pandemia terminar?
mercados brasileiros de apostas on line Messina: Honestamente, uma das coisasmercados brasileiros de apostas on lineque mais sinto falta agora é a normalidade: poder sentar com meus amigos ao redormercados brasileiros de apostas on lineuma mesa, tomar um copomercados brasileiros de apostas on linevinho e comer algo delicioso juntos.
Terminada a entrevista, nos despedimos. Horas depois, Messina me envia uma mensagem do WhatsApp.
"Non molliamo e ne usciremo. Dobbiamo ". ("Não desistiremos e sairemos disso. Temos que fazer isso",mercados brasileiros de apostas on lineportuguês).
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