A extraordinária históriapré aposta sportsbetcomo a China conseguiu seu primeiro porta-aviões:pré aposta sportsbet

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O porta-aviões chegou à Chinapré aposta sportsbet2002 e levou uma década para ficar pronto e operacional

A Ucrânia o vendeupré aposta sportsbet1998 a Xu Zengping, um empresário chinês que prometeu transformá-lo no maior cassino flutuante do mundo, com restaurantes e hotéis — mas a história verdadeira não era bem essa.

Três anos depois, no iníciopré aposta sportsbetnovembropré aposta sportsbet2001, foi notíciapré aposta sportsbettodo o mundo quando a Turquia fechou o Bósforo para permitir a passagem dessa enorme massapré aposta sportsbetferro.

A operação exigiu um grande planopré aposta sportsbetsegurança, com 15 navios auxiliares e um helicóptero militar supervisionando tudo do ar, diante do olhar atônitopré aposta sportsbetmuitos curiosos.

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Legenda da foto, Durantepré aposta sportsbetpassagem pelo estreitopré aposta sportsbetBósforo,pré aposta sportsbet2001, muitos pararam para ver aquele navio enferrujado ser arrastado por rebocadores

O que ninguém sabia na época era que esse navio, o maior que já havia atravessado o estreito, estava a caminhopré aposta sportsbetse tornar o Liaoning, o primeiro porta-aviões da Marinha Chinesa.

Mas falaremos sobre isso mais tarde, porque essa transformação aconteceria uma década depois.

Uma joia inacabada

Quando a construção do Varyag começou,pré aposta sportsbet1985, o porta-aviões da classe Almirante Kuznetsov estava destinado a se tornar a joia da Marinha da União Soviética.

No entanto, o colapso da superpotência comunistapré aposta sportsbet1991 deixou o navio inacabadopré aposta sportsbetum porto da Ucrânia no Mar Negro — apenas 70% dele estava concluído.

Naquela época, o estaleiro estatalpré aposta sportsbetNikolayev estava falido. Assim,pré aposta sportsbet1992, a venda chegou a ser acertada.

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Legenda da foto, O trânsito do Varyag pelo Bósforo exigiu toda uma frotapré aposta sportsbetapoio

O governo chinês, que desde os anos 1970 queria se equipar com um navio, enviou uma delegação à Ucrânia que, após inspecionar o equipamento, recomendoupré aposta sportsbetcompra.

Mas a operação não se concretizou.

"Sugerimos comprá-lo e trazê-lo para a China, mas o governo não o fez devido à situação [política] do momento", disse o general Zheng Ming, um dos membros da delegação, à época chefe do Departamentopré aposta sportsbetArmamento da Marinha Chinesa.

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Legenda da foto, Protestos da Praça da Paz Celestial acabaram sendo severamente reprimidos,pré aposta sportsbet1989

Aparentemente, após a queda da União Soviética e a repressão dos protestos na Praça da Paz Celestialpré aposta sportsbet1989, na qual centenaspré aposta sportsbetpessoas morreram, as autoridades chinesas queriam cultivar um bom relacionamento com os Estados Unidos e evitar uma imagempré aposta sportsbetagressividade que despertasse a desconfiança dos americanos.

Como resultado, quatro anos depois, o Varyag ainda estava ancorado, inacabado e acumulando ferrugem no Mar Negro.

Um porta-aviões a preçopré aposta sportsbetcusto

Em 19pré aposta sportsbetmarçopré aposta sportsbet1998, as autoridades ucranianas realizaram um leilão para finalmente se livrar do Varyag.

Eles receberam ofertaspré aposta sportsbetcompradorespré aposta sportsbetvários países, incluindo Estados Unidos, Austrália, Coreia do Sul e Japão.

Mas o vencedor veio da China: Xu Zengping, que ofereceu US$ 20 milhões, embora tenha acabado pagando US$ 10 milhões adicionais como sobretaxa pelo atraso nos pagamentos acordados, quitadospré aposta sportsbet30pré aposta sportsbetabrilpré aposta sportsbet1999.

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Legenda da foto, O auge dos trabalhos no Varyag foi realizado nos estaleirospré aposta sportsbetDalian

Conhecido por ser o chefe da Chinluck Holdings, uma corporação sediadapré aposta sportsbetHong Kong com atuação nas áreaspré aposta sportsbetcomércio, imobiliária epré aposta sportsbetentretenimento, o empresário chinês iniciaraou esforços para comprar o porta-aviõespré aposta sportsbet1996, muito antes da convocação do leilão.

Estabeleceu um escritóriopré aposta sportsbetKiev, na Ucrânia, e contratou um grupopré aposta sportsbetespecialistaspré aposta sportsbetengenharia marítima e, posteriormente, investiu US$ 770 mil na criação,pré aposta sportsbetMacau, da Agênciapré aposta sportsbetTurismo e Diversões Chong, empresa que possuía todas as autorizações legais para operar um cassino flutuante.

O que não se sabia então era que toda essa operação não passavapré aposta sportsbetuma cortinapré aposta sportsbetfumaça para ocultar os planospré aposta sportsbetfornecer à China seu primeiro porta-aviões.

Crédito, Liaoning.

Legenda da foto, O Liaoning tem capacidade para transportar 24 caças J-15

Missão

Em uma entrevista exclusiva ao jornalpré aposta sportsbetHong Kong South China Morning Post,pré aposta sportsbet2015, o empresário chinês informou que,pré aposta sportsbet1996, ele foi contatado por oficiais da Marinha, pedindo a ele que comprasse o Varyag para o país.

Xu tinha passado parte da vida nas Forças Armadas e fora capitão do timepré aposta sportsbetbasquete no comando militarpré aposta sportsbetCantão, no sul da China.

Como disse na entrevista,pré aposta sportsbetmissão teve duas dificuldades iniciais: seus contatos avisaram que ele precisava usar seu próprio dinheiro — a Marinha não tinha recursos na época — e, além disso, a operação não seria autorizada pelo governo.

"Fui escolhido para negociar. Percebi que era uma missão impossível, porque comprar algo como um porta-aviões deveria ser um compromisso nacional, nãopré aposta sportsbetuma empresa oupré aposta sportsbetum indivíduo. Mas minha paixão me levou a aceitar (o negócio), porque era uma missão, uma oportunidade única para a China comprar um novo porta-aviõespré aposta sportsbetum estaleiro ucraniano quase falido", disse Xu ao jornalpré aposta sportsbetHong Kong.

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Legenda da foto, Após o bombardeiopré aposta sportsbet1999, a sede da embaixada chinesapré aposta sportsbetBelgrado foi destruída

Sejapré aposta sportsbetversão verdadeira ou não,pré aposta sportsbetabrilpré aposta sportsbet2000 ficou claro que Pequim já tinha uma atitude abertamente favorávelpré aposta sportsbetrelação à compra do porta-aviões.

Naquela época, o então presidente da China, Jiang Zemin, visitou Ancara, na Turquia, onde prometeu abrir seu mercado às exportações turcas e estimular o turismo chinês naquele país.

De acordo com o jornal Hong Kong South China Morning Post, a mudança na posiçãopré aposta sportsbetPequimpré aposta sportsbetrelação ao porta-aviões foi influenciada pelo fatopré aposta sportsbetque,pré aposta sportsbetmaiopré aposta sportsbet1999, as forças americanas bombardearam a embaixada chinesapré aposta sportsbetBelgrado, um episódio até hoje considerado sombrio na Guerra do Kosovo.

De qualquer forma, após a aproximação oficial da China, o governo turco anuncioupré aposta sportsbetagostopré aposta sportsbet2001 que permitiria a travessia do Varyag pelo estreitopré aposta sportsbetBósforo.

Em 1ºpré aposta sportsbetnovembro daquele ano, o estreito foi fechado ao tráfego marítimo para permitir a travessia do porta-aviões, o que ocorreu sem incidentes.

Pouco tempo depois, no entanto, devido aos efeitospré aposta sportsbetuma tempestade, os cabos que ligavam o Varyag aos rebocadores foram desconectados e o porta-aviões flutuou por cercapré aposta sportsbetquatro dias no Mar Egeu, perto da ilha gregapré aposta sportsbetSiro.

Atravessou então o Mediterrâneo e partiu pelo estreitopré aposta sportsbetGibraltar até o Oceano Atlântico, desceu até a borda do Cabo da Boa Esperança para continuarpré aposta sportsbetrota para a China, atravessando o estreitopré aposta sportsbetMalaca.

Em 3pré aposta sportsbetmarçopré aposta sportsbet2002, quase quatro anos depoispré aposta sportsbetXu vencer o leilão para comprar o Varyag, o navio entrou com cinco rebocadores no estaleiropré aposta sportsbetDalian, na provínciapré aposta sportsbetLiaoning (nordeste da China), onde mudariapré aposta sportsbetnome e seria finalizado.

Uma dívida pendente

Segundo Xu, quando foi contatado para comprar o Varyag, ele teve que incorrerpré aposta sportsbetnumerosas dívidas para custear o navio.

"Foram US$ 20 milhões [R$ 88 milhões] apenas no leilão do porta-aviões. Na verdade, tive que pagar pelo menos US$ 120 milhões [R$ 525 milhões] pela operação entre 1996 e 1999. Mas ainda não recebi uma moedapré aposta sportsbetnosso governo. Simplesmente entreguei o navio à Marinha", disse elepré aposta sportsbet2015.

Segundo o relato do empresário, para atender às despesas, foi necessário venderpré aposta sportsbetresidência palaciana localizada no bairropré aposta sportsbetluxo The Peak,pré aposta sportsbetHong Kong, e uma propriedadepré aposta sportsbet26 mil metros quadrados na ilhapré aposta sportsbetPeng Chau, alémpré aposta sportsbetpedir emprestado cercapré aposta sportsbetUS$ 30 milhões a um amigo.

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Legenda da foto, O Liaoning foi entregue à Marinha da Chinapré aposta sportsbet2012, quandopré aposta sportsbetconstrução foi concluída

"Passei 18 anos pagando a dívida", disse Xu.

Mas é possível que o governo chinês não estivesse diretamente envolvido na operação? E, além disso, por que Pequim não devolveu o dinheiro a Xu?

Segundo uma fonte ligada à operação, citada pelo jornalpré aposta sportsbetHong Kong, a origem dessas dificuldades se deve ao fatopré aposta sportsbetvários oficiais que entrarampré aposta sportsbetcontato com Xu para a missão do porta-aviões terem morrido ou mesmo sido presos, logo depois.

Esse seria o caso, por exemplo,pré aposta sportsbetJi Shengde, um ex-chefe da inteligência naval que entroupré aposta sportsbetcontato com Xu para a operação, mas depois foi demitido e condenado à morte (pena posteriormente suspensa) por seu papelpré aposta sportsbetum escândalopré aposta sportsbetcorrupção.

Em dívida ou não, a verdade é que Xu não se arrependepré aposta sportsbetter participado da operação.

"Alguns especialistas navais me disseram que minha negociação ajudou nosso país a economizar 15 anospré aposta sportsbetpesquisa científica", disse elepré aposta sportsbetoutra entrevista.

Essa visão parece ser compartilhada por Robert Farley, professor da Escolapré aposta sportsbetRelações Internacionais da Universidadepré aposta sportsbetKentucky, nos Estados Unidos, que enfatizou a importância dessa aquisição para a China.

"O programapré aposta sportsbetporta-aviões da China não dependia da compra do Varyag. Já havia vontade suficiente dentro do Exército Popularpré aposta sportsbetLibertação Nacional e do governo chinês para desenvolver um programapré aposta sportsbetporta-aviões", escreveu elepré aposta sportsbetartigo publicadopré aposta sportsbetnovembro na revista National Interest.

"No entanto, o Varyag (agora Liaoning) sem dúvida acelerou o programa chinês e estruturou seu desenvolvimento ao longo do tempo. A China tem mais porta-aviões, melhores porta-aviões e melhores pilotos hoje porque a arriscada aposta do Varyag foi bem-sucedida."

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