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Crise na Venezuela: a vida no Country Clubroleta ao vivo pixbetCaracas, oásisroleta ao vivo pixbetriqueza no país:roleta ao vivo pixbet
"A monstruosidaderoleta ao vivo pixbetalgumas casas é impressionante. Parece Miami", afirma Juan Carlos*, da sacadaroleta ao vivo pixbetseu moderno apartamentoroleta ao vivo pixbetum bairro vizinho.
"Em qualquer lugar do mundo as pessoas perderiam um olho para ter uma casa dessas."
O bairro ganhou o nome graças ao Caracas Country Club (CCC), construídoroleta ao vivo pixbet1928 pelo escritório do arquiteto americano Frederick Law Olmsted, o mesmo que codesenhou o Central Parkroleta ao vivo pixbetNova York e os jardins da Casa Branca, e tido como clube mais elitista do país.
O preço médioroleta ao vivo pixbetuma casa no bairro passaroleta ao vivo pixbetUS$ 1 milhão (cercaroleta ao vivo pixbetR$ 4,2 milhões), e a cifra persiste apesar do declínio generalizado no mercado imobiliário da Venezuela nos últimos anos.
'Uma bolha, uma fantasia'
A famíliaroleta ao vivo pixbetJuan Carlos é sócia do clube há gerações — o custo para se associar pode chegar a US$ 100 mil (cercaroleta ao vivo pixbetR$ 420 mil).
Frequentemente, Juan Carlos convida amigos a comer e beber nas instalações do clube.
"Eu vejo tudo isso como uma formaroleta ao vivo pixbetescape para toda essa gente com poder aquisitivo", afirma Juan Carlos.
"É como um parqueroleta ao vivo pixbetdiversões, você se isola dos problemas e permite que você fiqueroleta ao vivo pixbetum lugar tranquilo, onde você não é roubado. Morando lá: uma bolha, uma fantasia. Um lugar que não representa a realidade do país."
Um bairro também atingido pela crise
Mas o Country Clubroleta ao vivo pixbet2019 não é o mesmo bairro do passado.
Embora à primeira vista isso não seja totalmente óbvio, essa área da capital venezuelana também não está imune à crise.
Algumas casas estão abandonadas, outras estão sendo demolidas e muitas foram vendidas para órgãos diplomáticos e depois transformadasroleta ao vivo pixbetembaixadas.
Os habitantes locais também sofreram financeiramente com o colapso da produção industrial do país,roleta ao vivo pixbetpouco maisroleta ao vivo pixbet30 milhõesroleta ao vivo pixbethabitantes.
Boa parte dos vizinhos são empreendedores que precisam reduzir suas operações ou até fechar seus negócios, demitindo milharesroleta ao vivo pixbetfuncionários. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o desemprego na Venezuela deve atingir 44,3% da população.
"A crise acabou com os negócios do meu pai e com a capacidaderoleta ao vivo pixbetproduzir dinheiro neste país", diz Luis*, outro sócio do Country Club.
Mas o que mais afeta a todos é a hiperinflação.
"Trabalhoroleta ao vivo pixbetuma empresa estrangeira e sempre ganheiroleta ao vivo pixbetdólares. Sempre tive um padrãoroleta ao vivo pixbetvida estável, mas a hiperinflação atingiu um nível tão alto que corrói até os dólares."
"Você vai ao mercado e tem tudo. Mas o que custa US$ 10 hoje, se você for daqui a duas semanas, custará US$ 20. E você se pergunta: por quê? Simplesmente não faz sentido", segundo ele.
A atual Venezuela, que sofre com escassezroleta ao vivo pixbetalimentos e remédiosroleta ao vivo pixbetgrande parte do território, contrasta com aroleta ao vivo pixbetalguns anos atrás, devido à dolarização que o país vive na prática.
Muitas lojas exibem etiquetas tanto com preçosroleta ao vivo pixbetmoeda local quantoroleta ao vivo pixbetdólares. E a maioria aceita pagamentosroleta ao vivo pixbetmoeda estrangeira.
"Saí para beberroleta ao vivo pixbetum bar há uma semana e pedimos uma garrafaroleta ao vivo pixbetrum, que custava US$ 70 (quase R$ 300)", acrescenta Luis. A mesma garrafa da bebida venezuelana é vendidaroleta ao vivo pixbetNova York por US$ 24 (cercaroleta ao vivo pixbetR$ 100).
Por outro lado, o governo do presidente Nicolás Maduro aprovou no mês passado um aumento do salário mínimo para 300 mil bolívares soberanos, cercaroleta ao vivo pixbetUS$ 18 ou R$ 75. Um litroroleta ao vivo pixbetleite chega a custar 38 mil bolívares soberanos, ou US$ 1,31.
Uma geração perdida
Sob um sol escaldante, crianças nadam e brincam ao redor da piscina do clube enquanto seus pais bebem e socializam. Todos parecem se conhecer.
Um pequeno grupo joga golferoleta ao vivo pixbetum camporoleta ao vivo pixbet18 buracos, outro joga tênis. No restaurante, não cabe uma alma.
A idade dos presentes chama a atençãoroleta ao vivo pixbetLuis, cuja família é sócia do clube há maisroleta ao vivo pixbet50 anos.
"Há uma geração inteira que simplesmente não está aqui, e essa é minha geração", afirma o jovem,roleta ao vivo pixbetquase 30 anos.
Como ocorre a todos os setores da sociedade venezuelana, a emigração também atingiu as famílias do Caracas Country Club.
"Neste clube, foram sempre os esnobes que estiveram no comando, mas ultimamente só ficaram os velhos. Não há uma geração relevante. O Country Club está foraroleta ao vivo pixbetmoda", sussura Luis, tomando o cuidadoroleta ao vivo pixbetfalar com ninguém por perto.
Algumas normas do Country Club também parecem datadas, como o traje formal exigido para almoçarroleta ao vivo pixbetum dos restaurantes dali.
'Hoje só restou um amigoroleta ao vivo pixbetCaracas'
Gabriela* é uma integrante dessa "geração perdida"roleta ao vivo pixbettorno do Country Club que vive no exterior e lembra com nostalgia daroleta ao vivo pixbetadolescência no clube.
"Era divertidíssimo, havia muitos jovens, com as roupas da moda, mas quase todos migraram. Acho que só restou um amigoroleta ao vivo pixbetCaracas."
"Hoje, se você é jovem e vai até lá, dá pena. Os mais velhos pensam: 'não teve oportunidaderoleta ao vivo pixbetir embora ou foi loucaroleta ao vivo pixbetnão querer sair'. Eles acham que todo mundo se foi."
Gabriela é uma das maisroleta ao vivo pixbet4 milhõesroleta ao vivo pixbetpessoas que deixaram o país, segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Os seis principais destinos são, nesta ordem: Colômbia, Peru, Chile, Argentina, Equador e Brasil.
A jovem diz que não pensaria duas vezesroleta ao vivo pixbetvoltar caso a situação do país mudasse.
"Seria incrível voltar. Aqui na Europa há muitas coisas boas, mas pensando na minha carreira, lá na Venezuela eu poderia começar um negócio com mais facilidade e ao mesmo tempo contribuir com o desenvolvimento do país."
Outro motivo para querer voltar, afirma ela, é a responsabilidade que sente pela Venezuela.
"Nós fomos muito sortudos. Nossas famílias puderam fazer dinheiro quando dava para isso."
"Mas somos uma parcela muito pequena. Quando fomos embora, saímos com a desculparoleta ao vivo pixbetobter um diploma no exterior. Agora sinto que temos a responsabilidaderoleta ao vivo pixbetvoltar com nossos conhecimentos adquiridos e levar o país adiante", diz.
Grandes sobrenomes, pouco dinheiro
Para muitos venezuelanos, o riscoroleta ao vivo pixbetir para um estrato social mais pobre é bem maior que a chanceroleta ao vivo pixbetascender.
"Como dizemos aqui: há muita gente com grandes sobrenomes, mas com contas bancárias desse tamanhinho aqui", gesticula Juan Carlos.
Segundo Gabriela, o estiloroleta ao vivo pixbetvidaroleta ao vivo pixbetmuitos sócios do Country Club mudou drasticamente.
"Se a pessoa vive na Venezuela talvez não note muito, mas quando viaja ao exterior, se dá contaroleta ao vivo pixbetque não pode mais se permitir tantos luxos como antes."
Futuro incerto
Alémroleta ao vivo pixbettodos os problemas que enfrenta a Venezuela, há um fato que preocupa especialmente às classes mais abastadas: a incerteza.
"Minha maior dorroleta ao vivo pixbetcabeça é não saber o que o futuro me reserva. Às vezes me pergunto se tomei a decisão correta quando decidi ficar no país. Vejo que no exterior muita gente está se desenvolvendo profissionalmente e prosperando", reflete Luis.
Juan Carlos diz ter a mesma dorroleta ao vivo pixbetcabeça, sem saber se há uma "luz no fim do túnel".
Ele começou seu próprio negócio recentemente e garante que, se você tem um espírito empreendedor, é relativamente fácil prosperar profissional e economicamente.
"A Venezuela sempre foi, e ainda é, um país cheioroleta ao vivo pixbetoportunidades."
*Os nomes com asteriscos foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados.
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