A cronologia da crise que levou à renúnciapoker telegramEvo Morales na Bolívia:poker telegram

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Legenda da foto, Morales anunciou novas eleições depois que Organização dos Estados Americano (OEA) encontrou 'irregularidades'poker telegramauditoria realizada na apuração dos votos

poker telegram O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou neste domingo, 10poker telegramnovembro, que renuncia poker telegram , após as Forças Armadas "sugerirem" que ele deixasse o cargo. Morales governava a Bolívia desde 2006.

Morales havia comunicado pela manhã que convocaria novas eleições, após quase três semanaspoker telegramprotestos nas principais cidades do país por suspeitapoker telegramfraude nos resultados da votaçãopoker telegram20 outubro que haviam dado a ele um quarto mandato.

O mandatário boliviano fez o anúncio depois da publicaçãopoker telegramum relatório preliminar da auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA), no qual são mencionadas várias "irregularidades".

Pouco antes, o comandante das Forças Armadas da Bolívia, general Williams Kaliman, divulgou um comunicadopoker telegramnome do alto comandopoker telegramque falava que a saídapoker telegramMorales seria importante para resolver o impasse na crise políticapoker telegramque se encontra o país desde as controversas eleições presidenciais.

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Legenda da foto, O general Kaliman sugeriu que Morales deixasse o cargo pouco antespoker telegramele anunciarpoker telegramrenúncia

Candidaturapoker telegramMorales era contestada

No poder desde janeiropoker telegram2006, Morales foi o presidente boliviano que esteve no cargo por mais tempo na história do país.

Uma mudança constitucional aprovadapoker telegram2009, que estabeleceu a possibilidadepoker telegramreeleição presidencial para dois mandatos consecutivospoker telegramcinco anos cada, permitiu que ele disputasse a reeleiçãopoker telegram2010 e 2014.

Em 2016, os partidáriospoker telegramMorales convocaram um referendo para modificar a Constituição novamente, para permitir que ele concorresse a um quarto mandatopoker telegram2019. Mas a proposta foi rejeitada pela maioria dos eleitores por uma pequena margem.

Mas, um ano depois, o presidente conseguiu a liberação do Tribunal Constitucional para disputar a reeleição indefinidamente. A Corte determinoupoker telegramnovembropoker telegram2017 que o limitepoker telegramdois mandatos presidenciais era "uma violação dos direitos humanos". A oposição acusou o tribunalpoker telegrampassar por cima do resultado do referendo.

Assim, ele concorreu ao quarto mandato consecutivo já compoker telegramcandidatura sendo contestada por seus opositores.

O que aconteceu nas eleições?

Os problemaspoker telegramMorales começaram na mesma noite das eleiçõespoker telegramoutubro, quando o Supremo Tribunal Eleitoral (STE) suspendeu a rápida contagem dos votos quando a apuração estava 83% concluída. Uma tendência indicava que haveria um segundo turno entre o presidente boliviano e Mesa.

No dia seguinte, a apuração foi retomada com 95% dos votos contabilizados e indicando que Morales venceria no primeiro turno por uma margem estreita, mas com maispoker telegramdez pontos percentuaispoker telegramvantagem sobre Mesa, o que seria suficiente para lhe garantir um quarto mandato.

As suspeitas levantadas pelos estranhos movimentos do STE levaram a oposição a apontar ter ocorrido uma fraude nos resultados. Muitos bolivianos, que começaram a se mobilizar nas ruas. A OEA e a União Europeia pediram que fosse realizado um segundo turno.

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Legenda da foto, Confrontos violentos vêm sendo registrados na Bolívia desde resultadopoker telegrameleiçãopoker telegram20poker telegramoutubro, que deu quarto mandato a Morales

Mas Morales, o primeiro presidente indígena do país, insistiu que havia vencido as eleições e,poker telegramresposta às manifestações da oposição, pediu aos seus apoiadores que "defendessem a democracia" nas ruas e impedissem um "golpepoker telegramEstado".

Desde então, houve intensos protestospoker telegramtodo o país. Críticos e apoiadorespoker telegramMorales se enfrentaram nas últimas semanas. A violência deixou pelo menos três mortos e centenaspoker telegramferidos.

Os distúrbios policiais foram relatadospoker telegramvários lugares, incluindo La Paz, onde a polícia deixou o governo boliviano e a sede do Legislativo sem proteção. Porpoker telegramvez, as Forças Armadas haviam dito que não agiriam contra os manifestantes.

Desde o resultado do pleito, apoiadores e críticospoker telegramMorales vinham se enfrentando por todo o país.

O que disse a OEA?

O relatório da OEA só seria divulgado na próxima segunda-feira, 13poker telegramnovembro, mas foi adiantado "por conta da gravidade das denúncias", afirmou o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, por meiopoker telegramum comunicado neste domingo

A OEA chegou à conclusão que era estatisticamente improvável que Morales tivesse vencido o pleito com a margempoker telegram10% necessária para evitar um segundo turno das eleições. A auditoria do órgão internacional também encontrou cédulaspoker telegramvotação alteradas e com assinaturas falsificadas.

A OEA assinalou ainda que,poker telegrammuitos casos, a cadeiapoker telegramcustódia do voto não foi respeitada e que houve manipulaçãopoker telegramdados.

Na nota, Almagro pediu que a eleição do último dia 20poker telegramoutubro fosse "anulada e que o processo eleitoral começasse novamente".

A OEA também recomendou que o governo boliviano realizasse um novo pleito "assim que existam novas condições que deem garantiaspoker telegramsua realização, entre elas uma nova composição do órgão eleitoral".

Qual foi a reaçãopoker telegramMorales?

Morales havia aceitado que a OEA conduzisse a auditoria e, após a divulgação do relatório, aceitou seus resultados e anunciou que convocaria novas eleições.

Afirmou também que cumpriria a recomendação da OEApoker telegramsubsituir todos os membros do STE, fortemente criticados pela apuração dos votos nas eleições do mês passado.

Mas o procurador-geral da Bolívia, Juan Lanchipa, foi além e deu início a uma investigação por crimes comuns, eleitorais epoker telegramcorrupção contra membros do Supremo Tribunal Eleitoral e pessoas envolvidas nos eventos "irregulares" mencionados pela OEA.

Vários ministros e políticos ligados a Morales já haviam renunciado, incluindo o ministropoker telegramMinas, César Navarro, e o ministropoker telegramHidrocarbonetos, Luis Alberto Sánchez, além do governadorpoker telegramCochabamba, Iván Canelas, entre outros.

E agora?

Morales anuncioupoker telegramrenúncia ao ladopoker telegramseu vice-presidente, Álvaro García Linera, que disse que também deixa seu cargo. "O golpe foi consumado", afirmou Linera.

A terceira na ordempoker telegramsucessão era a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, que também anuncioupoker telegramrenúncia. O quarto, Victor Borda, presidente da Câmara dos Deputados, também renunciou.

O artigo 169 da Constituição boliviana diz que, "em casopoker telegramimpedimento ou ausência permanente do presidente do Estado, será substituído no cargo pelo vice-presidente e, na ausência deste, pelo presidente do Senado, e na ausência deste, pelo presidente da Câmara dos Deputados. Neste último caso, novas eleições serão convocadas no prazo máximopoker telegramnoventa dias".

Em declarações à emissorapoker telegramtelevisão Unitel, a segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez, disse que estava disposta a assumir temporariamente, se necessário, diante das renúnciaspoker telegramsérie. "Na ordem constitucional, seria minha responsabilidade assumir esse desafio com o único objetivopoker telegramconvocar novas eleições", afirmou.

No entanto, como a própria Áñez esclareceu, o Legislativo deveria ser consultado para levarpoker telegramconta as renúncias e resolver a questãopoker telegramquem deve assumir a Presidência.

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