'Quid pro quo': A expressão medieval que hoje domina a discussãobonus vaidebetimpeachment nos EUA:bonus vaidebet

Donald Trump,bonus vaidebet4bonus vaidebetoutubro

Crédito, EPA

Legenda da foto, Trump diz que não prometeu ajuda militar à Ucrâniabonus vaidebettrocabonus vaidebetinvestigações contra seu rival Joe Biden

bonus vaidebet "Não houve nenhum quid pro quo bonus vaidebet " é uma das frases mais repetidas pelo presidente americano Donald Trump bonus vaidebet nas últimas semanas, desde que veio a público o telefonema realizado entre ele e seu par ucraniano.

A expressão, que significa "algo dado a uma pessoabonus vaidebettrocabonus vaidebetoutra coisa" (na definição do dicionáriobonus vaidebetCambridge), vem do latim e acabou ganhando um significado um pouco diferente na língua portuguesa, e o motivo disso você descobrirá ao final desta reportagem. Nos EUA, enquanto isso, essa expressão está no centro do debatebonus vaidebettorno do pedidobonus vaidebetimpeachment que a oposição democrata abriu contra Trump.

No telefonema entre Trump e Volodymyr Zelensky,bonus vaidebet25bonus vaidebetjulho, segundo documento divulgado pela própria Casa Branca, Trump pede que o presidente ucraniano "dê uma olhada" no suposto envolvimento da famíliabonus vaidebetJoe Biden (pré-candidato democrata nas eleições presidenciais do ano que vem)bonus vaidebetcasosbonus vaidebetcorrupção na Ucrânia.

Trump também admitiu ter retido quase US$ 400 milhõesbonus vaidebetauxílio militar a Kiev alguns dias antesbonus vaidebetsua conversa com Zelensky, mas negou que isso fosse para pressioná-lo — e sim para forçar a "Europa e outros países a também contribuírem" com o governo ucraniano.

Assim, quando afirma que "não houve nenhum quid pro quo", Trump defende que não usou a ajuda militar para pressionar o governo ucraniano a investigar Biden.

Pule Twitter post, 1
Aceita conteúdo do Twitter?

Este item inclui conteúdo extraído do Twitter. Pedimosbonus vaidebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabonus vaidebetusobonus vaidebetcookies e os termosbonus vaidebetprivacidade do Twitter antesbonus vaidebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebonus vaidebet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobonus vaidebetterceiros pode conter publicidade

Finalbonus vaidebetTwitter post, 1

Mas essa linhabonus vaidebetargumento foi colocadabonus vaidebetxeque no último dia 3bonus vaidebetoutubro, quando vieram à tona mensagens que indicam que alguns dos diplomatas americanos envolvidos com a Ucrânia temiam que houvesse, justamente, um "toma lá dá cá" na relação com o governobonus vaidebetKiev.

No mesmo dia da ligação entre Trump e Zelensky, o então enviado especial do Departamentobonus vaidebetEstado americano à Ucrânia, Kurt Volker, afirmou a um assessorbonus vaidebetZelensky:

—"Bom almoço, obrigado. Tive retorno da Casa Branca — presumindo que o Presidente Z convença Trumpbonus vaidebetque vai investigar/"chegar ao fundo do que ocorreubonus vaidebet2016" (aparente referência ao anobonus vaidebetque um procurador-geral ucraniano foi expulso, sob pressãobonus vaidebetBiden), vamos decidir uma data para uma visita a Washington".

A conversa foi tornada públicabonus vaidebet3bonus vaidebetoutubro pelo próprio Congresso americano, junto a uma trocabonus vaidebetmensagensbonus vaidebet1ºbonus vaidebetsetembro entre Bill Taylor, diplomatabonus vaidebetalto escalão na Ucrânia, e Gordon Sondland, embaixador americano na União Europeia:

—"Estamos agora dizendo que assistênciabonus vaidebetsegurança e reuniões com a WH [siglabonus vaidebetCasa Branca] estão condicionadas a investigações?", disse Taylorbonus vaidebetmensagembonus vaidebettexto a Sondland.

Depois, no dia 9bonus vaidebetsetembro, o mesmo Taylor disse a Sondland:

—"Como disse por telefone, acho que é uma loucura reter ajudabonus vaidebetsegurança (em aparente referência aos quase US$ 400 milhõesbonus vaidebetajuda militar retidos à Ucrânia)bonus vaidebettrocabonus vaidebetajuda com uma campanha política".

Sondland respondeu:

—"Bill, acho que você está incorreto quanto às intenções do presidente Trump. O presidente foi claríssimo sobre nenhum quid pro quobonus vaidebetnenhum tipo. O presidente está tentando avaliar se a Ucrânia vai realmente adotar as reformas e a transparência que o presidente Zelensky prometeu durantebonus vaidebetcampanha e sugiro que nós paremos essa ida e vindabonus vaidebettextos".

Donald Trump

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Alguns democratas têm dito que não é necessário um "toma lá dá cá" explícito para dar continuidade ao processobonus vaidebetimpeachment

'Interesse da nação'

Trump tem afirmado que essa mensagembonus vaidebetSondland deixa claro que não houve quid pro quo entre ele e Zelensky. Do outro lado, democratas têm dito que a ação do presidente visava a interferênciabonus vaidebetum país estrangeiro no pleito do ano que vem, com potenciais ganhos eleitorais para o republicano. Como exemplo disso, críticos afirmam que Trump pedia, no telefonema, que Zelensky lidasse com seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, no referente às investigações sobre Biden, e não pelos canais diplomáticos tradicionais.

"Alguém acha que esse telefonema era do interesse da nação, ou do interesse pessoal e político do presidente?", afirmoubonus vaidebetsetembro o senador democrata Chuck Schumer.

Além disso, alguns democratas têm dito que não é necessário um "toma lá dá cá" explícito para dar continuidade ao processobonus vaidebetimpeachment.

"O governo argumenta que o documento (em referência ao memorando do telefonema entre Trump e Zelensky) não contém um quid pro quo explícito. Não é preciso que haja esse 'quid pro quo' explícito para quebrar o juramento (presidencial) e a lei, quando você próprio conduziu o 'quid pro quo' e reteve ajuda militar", afirmou no plenário da Câmara dos Representantes o deputado democrata Sean Patrick Maloney.

Muitos republicanos, porém, mantiveram a defesabonus vaidebetTrump. "Uau. Pedidobonus vaidebetimpeachment por causa disso?", afirmou pelo Twitter o senador republicano Lindsay Graham quando a Casa Branca divulgou o memorando sobre o telefonemabonus vaidebet25bonus vaidebetjulho. "Que (ausência de) quid pro quo. Os democratas perderam a cabeça no que se refere ao presidente Donald Trump."

Pule Twitter post, 2
Aceita conteúdo do Twitter?

Este item inclui conteúdo extraído do Twitter. Pedimosbonus vaidebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabonus vaidebetusobonus vaidebetcookies e os termosbonus vaidebetprivacidade do Twitter antesbonus vaidebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebonus vaidebet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobonus vaidebetterceiros pode conter publicidade

Finalbonus vaidebetTwitter post, 2

Agora, os comitês da Câmarabonus vaidebetRepresentantes envolvidos no inquérito do impeachment estão emitindo intimações para oficiais da Casa Branca e do Pentágono,bonus vaidebetbuscabonus vaidebetinformações relacionadas à retenção da ajuda militar à Ucrânia - que evidenciem, ou não, o possível quid pro quo.

Em português, quiprocó: uma confusão farmacêutica

A expressão latina vem da era medieval e originalmente se escrevia qui pro quo, o que ajuda a explicar por que na língua portuguesa acabou se transformando na palavra "quiprocó", diz à BBC News Brasil José Rodrigues Seabra Filho, professor do Departamentobonus vaidebetLetras Clássicas e Vernáculas da Faculdadebonus vaidebetFilosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

Só que,bonus vaidebetportuguês, a palavra tem um significado diferente:bonus vaidebetvezbonus vaidebetsignificar "dar-se algobonus vaidebettrocabonus vaidebetoutra coisa", como no original latino, significa, segundo o Houaiss, "equívoco que consistebonus vaidebettomar-se uma coisa por outra; confusão criada por esse equívoco: 'o fatobonus vaidebetserem gêmeos gerou um enorme quiprocó'".

Como o "toma lá dá cá" original virou uma "confusão"?

Objetosbonus vaidebetboticário

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Quando antigos boticários não tinham um ingrediente medicinal, recorriam ao livro 'Quid pro quo' para encontrar equivalentes; erros e confusões decorrentes dessa prática parecem estar por trás da versão aportuguesada 'quiprocó'

O serviçobonus vaidebetdúvidas da língua portuguesa do Instituto Universitáriobonus vaidebetLisboa cita uma explicação: os boticários, que eram os antigos farmacêuticos, nem sempre tinhambonus vaidebetmãos os componentes necessários para produzir os medicamentos receitados pelos médicos.

Na ausência desses componentes, recorriam a um livro chamado Quid pro quo, que era basicamente um livro com equivalentes medicinais que pudessem substituir os ingredientesbonus vaidebetfalta.

Um dicionário datadobonus vaidebet1720 diz, segundo o instituto lisboeta, que "quando os boticários não têm uma droga, acham nele (livro) outra para porémbonus vaidebetseu lugar. Daí veio o dizer 'livre-nos Deusbonus vaidebetum quid pro quo, porque às vezes há erros nas drogas e,bonus vaidebetlugarbonus vaidebet(remédio), os boticários dão um veneno".

Ou seja, o quid pro quo às vezes levava a confusões cometidasbonus vaidebetremédios, com desfechos pouco agradáveis.

Línea

bonus vaidebet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube bonus vaidebet ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbonus vaidebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabonus vaidebetusobonus vaidebetcookies e os termosbonus vaidebetprivacidade do Google YouTube antesbonus vaidebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebonus vaidebet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobonus vaidebetterceiros pode conter publicidade

Finalbonus vaidebetYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbonus vaidebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabonus vaidebetusobonus vaidebetcookies e os termosbonus vaidebetprivacidade do Google YouTube antesbonus vaidebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebonus vaidebet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobonus vaidebetterceiros pode conter publicidade

Finalbonus vaidebetYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbonus vaidebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabonus vaidebetusobonus vaidebetcookies e os termosbonus vaidebetprivacidade do Google YouTube antesbonus vaidebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebonus vaidebet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobonus vaidebetterceiros pode conter publicidade

Finalbonus vaidebetYouTube post, 3