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Crise na Venezuela: qual a situação atual após a ofensiva contra Maduro:blaze crash regra do intervalo
* Matéria atualizada 02blaze crash regra do intervalomaio às 13h30
blaze crash regra do intervalo Os venezuelanos viveram na terça-feira, 30blaze crash regra do intervaloabril, um diablaze crash regra do intervaloturbulências blaze crash regra do intervalo que deixou muitas perguntas sem resposta.
Pouco antes do amanhecer, o presidente da Assembleia Nacional e líder da oposição, Juan Guaidó, anuncioublaze crash regra do intervalovídeo publicado nas redes sociais o início da "Operação Liberdade", uma tentativablaze crash regra do intervaloderrubar o governo do presidente Nicolás Maduro por meioblaze crash regra do intervalouma mobilização popular.
Em resposta, milharesblaze crash regra do intervaloopositores tomaram as ruasblaze crash regra do intervalomuitas cidades do país e,blaze crash regra do intervaloalgumas delas, realizaram protestosblaze crash regra do intervalofrente a quartéis e instalações militares. A expectativa da oposição era que militares e membrosblaze crash regra do intervaloforçasblaze crash regra do intervalosegurança passassem a apoiar os protestos.
Nesta quinta-feira, porém, o presidente venezuelano Nicolás Maduro apareceu ao ladoblaze crash regra do intervalocentenasblaze crash regra do intervalosoldadosblaze crash regra do intervalouma base militarblaze crash regra do intervaloCaracas, elogiando a lealdade do Exército e conclamando os militares a se uniremblaze crash regra do intervalodefesa da Constituição.
"Ninguém ousa tocar nosso solo sagrado ou trazer guerra para a Venezuela", disse Maduro.
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Finalblaze crash regra do intervaloTwitter post, 1
Imagensblaze crash regra do intervaloMaduro com os soldados foram divulgadas pela TV venezuelana e pelo Twitter nesta quinta-feira.
"O ódio e a mentira não poderão jamais acabar com a disciplina e o patriotismo dos soldados do Libertador Simón Bolívar. Contamos com uma FANB (Forças Armadas da Venezuela) cada vez mais socialista, bolivariana e profundamente chavista", escreveu Maduro na rede social.
Já Guaidó havia convocado para esta quinta-feira uma greve geralblaze crash regra do intervalofuncionários públicos - não há informações se a greve chegou a ocorrer.
O líder da oposição também pediu que sejam encontrados os responsáveis pela morteblaze crash regra do intervalouma mulherblaze crash regra do intervalo27 anos durante o segundo diablaze crash regra do intervaloprotestos, na quarta-feira, 1ºblaze crash regra do intervalomaio. Na ocasião, opositores e forças pró-governo voltaram a se enfrentar nas ruas.
"Irmão da FANB: juraste defender o Povo, não um usurpador que se esconde enquanto vês que matam os teus irmãos. Em todo o país há um Povo valente que, junto a váriosblaze crash regra do intervaloseus companheirosblaze crash regra do intervaloarmas, hoje está do lado da Constituição. Chegou a horablaze crash regra do intervaloser livres", escreveu Guaidó nablaze crash regra do intervaloconta no Twitter, na noiteblaze crash regra do intervaloquarta-feira.
Como a 'Operação Liberdade' começou?
No vídeo divulgado na terça-feira, Guaidó aparecia acompanhadoblaze crash regra do intervalohomens com uniformes e por outro líder da oposição, Leopoldo López - que estava preso desde 2014, acusadoblaze crash regra do intervaloincitar a violência durante protestos contra o governo, e nos últimos dois anos desfrutava do benefícioblaze crash regra do intervaloprisão domiciliar sob a custódia do Serviço Bolivarianoblaze crash regra do intervaloInteligência (Sebin).
No vídeo, Guaidó convocou os cidadãos a sair às ruas, indicando que havia dado início ao fim definitivo da "usurpação", expressão usada por ele para fazer alusão ao governoblaze crash regra do intervaloMaduro, convidando os militares a participar deste movimento "dentro da Constituição".
A presençablaze crash regra do intervalomilitares uniformizados no vídeo, gravado nos arredores da base aéreablaze crash regra do intervaloLa Carlota, no lesteblaze crash regra do intervaloCaracas, dava a impressãoblaze crash regra do intervaloque se tratavablaze crash regra do intervalouma grande operação militar - ideia que foi reforçada por mensagensblaze crash regra do intervalomembros do governo Maduro, como o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, que denunciou no Twitter um "movimento golpista que pretendia levar violência ao país".
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Enquanto isso, milharesblaze crash regra do intervaloopositores tomaram as ruasblaze crash regra do intervalomuitas cidades do país e,blaze crash regra do intervaloalgumas delas, realizaram protestosblaze crash regra do intervalofrente a quartéis e instalações militares,blaze crash regra do intervaloum cenário que parecia serblaze crash regra do intervaloconfronto.
A violência se traduziu, no entanto,blaze crash regra do intervaloenfrentamentos entre manifestantes e membros da Guarda Nacional (GN), que não economizaram no usoblaze crash regra do intervalogás lacrimogêneo e balasblaze crash regra do intervaloborracha.
Em alguns casos, a repressão gerou cenas muito fortes, como ablaze crash regra do intervaloblindados que avançaram e pareceram oprimir um grupoblaze crash regra do intervalopessoas que protestavam perto da base aéreablaze crash regra do intervaloLa Carlota.
Outra incógnita é o númeroblaze crash regra do intervalovítimas dos conflitos. Não há dados oficiais, mas ONGs registraram pelo menos duas mortes: Samuel Enrique Méndez, 24 anos,blaze crash regra do intervaloum protesto da oposição no Estadoblaze crash regra do intervaloAragua, segundo a ONG Provea; e Jurubith Rausseo García, 27,blaze crash regra do intervaloCaracas, segundo a o Observatórioblaze crash regra do intervaloConflitos.
Versões
Por volta das 21h (horário local)blaze crash regra do intervaloterça-feira, Nicolás Maduro fez um pronunciamentoblaze crash regra do intervalorede nacionalblaze crash regra do intervalorádio e televisão, após maisblaze crash regra do intervalo10 horasblaze crash regra do intervalosilêncioblaze crash regra do intervaloque apenas se manifestou por meioblaze crash regra do intervalomensagens no Twitter. Em seu discurso, o presidente acusou a oposiçãoblaze crash regra do intervalobuscar um confronto armado no país.
Maduro afirmou que se tratoublaze crash regra do intervaloum "levante" liderado por um grupoblaze crash regra do intervalooposição "da extrema-direita venezuelana, da oligarquia colombiana e do imperialismo americano".
Já Guaidó, que publicou uma mensagem nas redes sociais pouco antesblaze crash regra do intervaloMaduro, apresentou os eventosblaze crash regra do intervaloterça-feira como o último passo para o "fim da usurpação" - meta que para ser alcançada requer o respaldo dos militares, conforme ele advertiu há alguns meses.
Assim, o líder da oposição aproveitou os acontecimentos para demonstrar que Maduro "não tem apoio, tampouco respeito" das Forças Armadas, embora tenha reconhecido que a oposição ainda precisa receber mais suporte dos militares.
Dúvidas
Muitas perguntas continuaram no ar, começando pela própria maneirablaze crash regra do intervalocaracterizar o ocorrido. Foi realmente uma tentativablaze crash regra do intervalogolpeblaze crash regra do intervaloEstado, como afirmou o governo, ou uma "rebelião pacífica", como apresentou Guaidó?
Por que a oposição decidiu adiantar a jornadablaze crash regra do intervalomobilizações, inicialmente agendada para 1ºblaze crash regra do intervalomaio? Foi uma tentativablaze crash regra do intervaloapostar no elemento surpresa ou, como se especulava no início do dia, uma reação para deter os supostos planos do governoblaze crash regra do intervaloprender Guaidó? Há ainda outras possibilidades.
O analista espanhol Felipe Sahagún questiona, por exemplo, se o movimento foi motivado pelo desesperoblaze crash regra do intervaloGuaidó diante "dos maus resultados alcançados" desde janeiro, quando se autoproclamou presidente interino da Venezuela, com o intuitoblaze crash regra do intervalotirar Maduro do poder e convocar novas eleições.
Além disso, qual foi a verdadeira participação dos militares nessa iniciativa e quem estava realmente comprometido com ela?
Segundo Maduro, 80% dos soldados que acompanharam Guaidó foram enganados, e o númeroblaze crash regra do intervalomilitares realmente leais à oposição se resumiria a duas dezenas.
Mas, embora a oposição tenha recebido o apoioblaze crash regra do intervaloum pequeno grupoblaze crash regra do intervalomilitares nos eventos desta terça-feira, o que chamou mais atenção na verdade foi - exatamente o contrário - a faltablaze crash regra do intervaloefetivo uniformizado nas ruas.
Este fato foi verificado, entre outros, por Anatoly Kurmanaev, correspondente do jornal The New York Timesblaze crash regra do intervaloCaracas, que sinalizou que os controles militares e policiaisblaze crash regra do intervalocostume não estavam operando nas estradas da cidade.
"Não há soldados na estrada principal. Os soldados não estão se juntando ao protesto, mas tampouco estão reprimindo. É a mesma atitudeblaze crash regra do intervaloespera das Forças Armadas que estou ouvindoblaze crash regra do intervalooutras partes do país", destacou.
E o Serviçoblaze crash regra do intervaloInteligência?
Em relação aos militares, ficaram grandes dúvidas sobre a participação do Serviço Bolivarianoblaze crash regra do intervaloInteligência (Sebin).
É possível que membros do Sebin tenham colaborado para a libertaçãoblaze crash regra do intervaloLeopoldo López. Mas qual foi o envolvimento do órgão?
Na noiteblaze crash regra do intervaloterça-feira, Maduro anunciou a substituição do general que chefiava a agência, Manuel Ricardo Cristopher Figuera. Masblaze crash regra do intervalocarta publicada pela imprensa venezuelana e atribuída a Figuera, ele reiteroublaze crash regra do intervalolealdade a Maduro e negou ter participado do ocorrido.
Por outro lado, se o governoblaze crash regra do intervaloMaduro estava tão certo da lealdade das Forças Armadas, por que Maduro e seus principais ministros - com exceçãoblaze crash regra do intervaloPadrino - demoraram tantas horas para aparecer diante das câmerasblaze crash regra do intervalotelevisão?
Outros poderes
As dúvidas também recaem sobre outros poderes do Estado.
Algumas análises sugerem que o que aconteceu na terça-feira foi parteblaze crash regra do intervalouma operação mais ampla, que contaria com a participação não apenasblaze crash regra do intervalomilitares, mas tambémblaze crash regra do intervalomembrosblaze crash regra do intervalooutros poderes.
Esta é, por exemplo, a versão da jornalista e analista Luz Mely Reyes, que sugeriublaze crash regra do intervaloartigo publicado no siteblaze crash regra do intervalonotícias Efecto Cocuyo que o plano previa que o presidente do Supremo Tribunal, Maikel Moreno, aprovasse uma medida que abriria caminho para que Padrino e outros altos funcionários das Forças Armadas pediriam a renúncia a Maduro.
A teseblaze crash regra do intervaloReyes parece estar alinhada, pelo menos parcialmente, com o que disse o assessorblaze crash regra do intervalosegurança nacional da Casa Branca, John Bolton, que sugeriu a existênciablaze crash regra do intervalouma espécieblaze crash regra do intervaloconspiração. Em entrevista coletiva, ele afirmou na terça-feira que Padrino, Moreno e o comandante da guarda presidencial, Iván Rafael Hernández Dala, "concordavam que Maduro deveria sair."
O secretárioblaze crash regra do intervaloEstado dos EUA, Mike Pompeo, foi ainda mais longe e declaroublaze crash regra do intervaloentrevista à rede CNN que Maduro estava disposto a deixar a Venezuela na terça-feira, mas a Rússia o convenceu a ficar.
"Eles tinham um avião na pista. Até onde sabemos, ele (Maduro) estava pronto para partir nesta manhã. Os russos disseram que ele deveria ficar", afirmou Pompeo.
Os porta-vozes do governo americano não ofereceram, no entanto, qualquer evidência para validar estas afirmações - negadas veementemente por Maduro duranteblaze crash regra do intervaloapariçãoblaze crash regra do intervaloredeblaze crash regra do intervalotelevisão na terça-feira à noite.
"Até onde chega a insensatez, a loucura e a manipulação. Sr. Pompeo, por favor, que faltablaze crash regra do intervaloseriedade", afirmou o presidente, presumindo que sairia "vitorioso" deste embate.
A confiança que tanto Maduro quanto Guaidó demostram -blaze crash regra do intervaloque, no final, vão levar a melhor - é uma das poucas coisas que eles têmblaze crash regra do intervalocomum.
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