Crise na Venezuela: 8 perguntas para entender a escalada da tensão no país:esportes bet.io

Milharesesportes bet.iopessoas levantam as mãos como um gesto simbólicoesportes bet.ioapoio a Juan Guaidóesportes bet.iofotoesportes bet.iojaneiro

Crédito, AFP

Legenda da foto, Milharesesportes bet.iopessoas levantaram as mãos como um gesto simbólicoesportes bet.ioapoio a Juan Guaidó quando ele se declarou presidente

esportes bet.io O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse ter derrotado o que chamouesportes bet.iotentativaesportes bet.iogolpe militar pelo líder da oposição, Juan Guaidó.

Na terça-feira, membros da Guarda Nacional se juntaram à oposiçãoesportes bet.ioconfrontos nas ruas que deixaram maisesportes bet.iocem feridos.

Masesportes bet.ioum pronunciamento na TV, Maduro disse que Guaidó fracassou na tentativaesportes bet.iocolocar os militares contra seu governo.

Guaidó diz que Maduro perdeu o controle sobre as Forças Armadas e que uma transição pacíficaesportes bet.iopoder estáesportes bet.ioandamento, e apelou para que seus correligionários e simpatizantes tomassem as ruas da Venezuela novamente nesta quarta-feira.

Guaidó, que é presidente da Assembleia do país, foi reconhecido como líder interino da Venezuela por maisesportes bet.io50 países - entre eles, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e vários países latino-americanos.

Mas Maduro conta com apoioesportes bet.ioRússia, China e do alto escalão militaresportes bet.ioseu país, que se recusa a ceder o poder a seu rival.

O país sul-americano está há anosesportes bet.iouma espiralesportes bet.iodescontentamento político, alimentado pela crescente hiperinflação, cortesesportes bet.ioenergia e escassezesportes bet.ioalimentos e remédios.

Maisesportes bet.iotrês milhõesesportes bet.iopessoas deixaram a Venezuela nos últimos anos.

Mas quais são os principais elementos desta crise? Confira as principais perguntas e respostas.

Quem é o presidente?

Montagemesportes bet.iofotosesportes bet.ioNicolás Maduro e Juan Guaidó discursando

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Alguns países reconhecem como presidente venezuelano Nicolás Maduro (à esq.), e outros, Juan Guaidó

Tanto Maduro quanto Guaidó se dizem presidente da Venezuela.

Guaidó se declarou presidente interinoesportes bet.io23esportes bet.iojaneiro e disse que assumiria os poderes do Executivo daliesportes bet.iodiante.

Foi um desafio direto ao poderesportes bet.ioNicolás Maduro, que havia sido empossado para um segundo mandato apenas duas semanas antes.

Maduro classificou o gestoesportes bet.ioseu oponente como manobra dos EUA para derrubá-lo.

Vários países acataram a visãoesportes bet.ioGuaidó eesportes bet.ioobservadores internacionais,esportes bet.ioque as eleições presidenciais foram fraudadas eesportes bet.ioque ele, como presidente da Assembleia, teria o direitoesportes bet.ioocupar a Presidência interina do país.

Por que a legitimidadeesportes bet.ioMaduro é questionada?

Maduro foi eleito pela primeira vezesportes bet.ioabrilesportes bet.io2013 depois da morteesportes bet.ioseu mentor e predecessor, Hugo Chávez. Ele ganhou com uma estreita margemesportes bet.io1,6 ponto percentual.

No primeiro mandato, a economia foi ladeira abaixo e muitos venezuelanos culpam Maduro eesportes bet.iogestão socialista pelo declínio do país.

Maduro foi reeleitoesportes bet.iomaioesportes bet.io2018 para um segundo mandato,esportes bet.ioseis anos,esportes bet.iouma eleição boicotada por partidosesportes bet.iooposição eesportes bet.iolisura contestada por observadores internacionais.

A reeleiçãoesportes bet.ioMaduro não foi reconhecida pela Assembleia Nacional do país, controlada pela oposição.

Manifestante segura pôster com fotosesportes bet.ioHugo Chávez e Nicolás Maduro

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Legenda da foto, Nicolás Maduro foi eleitoesportes bet.io2013, depois da morteesportes bet.ioseu mentor, Hugo Chávez

O que argumenta Guaidó?

Seguindo a linhaesportes bet.ioque a eleição fora irregular, a oposição afirma que Maduro é um "usurpador" e que a Presidência está vaga.

Esta é uma argumentação que vem sendo defendidaesportes bet.ioforma contundente por Guaidó, que é presidente da Assembleia Nacional.

Citando os artigos 233 e 333 da Constituição do país, Guaidó diz que a legislação permite que,esportes bet.iocasos como este, o líder da Assembleia Nacional tenha o direitoesportes bet.ioatuar como presidente - e assim o fez,esportes bet.io23esportes bet.iojaneiro.

Como foi a reação a esta medida?

Maisesportes bet.io50 países reconheceram Guaidó como o presidente legítimo, entre eles os EUA e o Brasil.

Mas a Rússia e a China, entre outras, ficaram do ladoesportes bet.ioMaduro.

Na Venezuela, os que se opunham ao governo comemoraram a iniciativaesportes bet.ioGuaidó, enquanto autoridades do governo disseram que defenderiam o presidente das "ameaças imperialistas".

Apesaresportes bet.iocontar com o apoioesportes bet.iomuitos líderes internacionais, Guaidó não tem muito poderesportes bet.iotermos práticos.

Ele é o presidente da Assembleia Nacional, mas o órgão legislativo teve seu poder amplamente deteriorado com a criação da Assembleia Nacional Constituinteesportes bet.io2017 - exclusivamente composta por partidários do governo.

A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, continuou a se reunir, mas suas decisões são ignoradas pelo Executivoesportes bet.iodetrimento das deliberações da Assembleia Nacional Constituinte.

Mulher segura cartaz que diz: 'Maduro usurpador'

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Opositores chamam Nicolás Maduroesportes bet.io'usurpador'

Quem pode quebrar o impasse?

Os militares têm sido vistos como o fiel da balança nessa crise. Até agora, eles têm sido leais a Maduro, que os recompensou com sucessivos aumentos salariais e cargos no alto escalão.

Já Guaidó prometeu anistia a todos os agentes das forçasesportes bet.iosegurança que mudaremesportes bet.iolado.

Em 30esportes bet.ioabril, Guaidó publicou um vídeo no Twitter no qual pediu novamente que os militares mudassemesportes bet.iolado. Imagens mostravam-no cercado por um grupoesportes bet.iohomens fardados perto da base aéreaesportes bet.ioLa Carlota,esportes bet.ioCaracas.

Na terça-feira, o opositor disse que tem o apoio dos militares e anunciou o início da "fase final"esportes bet.iosua tomada do poder. Mas o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, disse que todas as bases militares permanecem sob controle do governo e operam normalmente.

Como a Venezuela chegou a este ponto?

Alguns dos problemas que se manifestam agora têm raiz antiga.

O chavismo está no poder desde 1999 - quando Hugo Chávez assumiu prometendo reduzir a desigualdade no país.

Mas medidas como o controleesportes bet.iopreçosesportes bet.ioprodutos básicos, por exemplo, estão na raiz do desabastecimento generalizado no país. Os poucos negócios venezuelanos que produziam esses itens como farinha, óleoesportes bet.iocozinha e produtosesportes bet.iohigiene pessoal passaram a não considerar lucrativo fabricá-los.

Críticos também atribuem o surgimentoesportes bet.ioum amplo mercado clandestinoesportes bet.iodólares ao controleesportes bet.iomoeda estrangeira instituído por Chávezesportes bet.io2003.

Desde então, os venezuelanos que querem trocar bolívares por dólares devem fazer uma solicitação à agência monetária administrada pelo governo. Somente aqueles que têm razões consideradas válidas para fazer o câmbio - por exemplo, para importar mercadorias - são autorizados a fazê-lo.

Como muitos não conseguiam comprar dólares livremente, o mercado clandestino floresceu.

Juan Guaidó acena ao públicoesportes bet.ioeventoesportes bet.iojaneiro,esportes bet.iomeio a bandeiras da Venezuela

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Guaidó se declarou presidente interino da Venezuelaesportes bet.iojaneiro

Como a crise se reflete no dia a dia?

A hiperinflação atingeesportes bet.ioforma brutal e indiscutível o dia a dia dos venezuelanos. A taxaesportes bet.ioinflação anual chegou a 1.300.000% nos 12 meses até novembroesportes bet.io2018,esportes bet.ioacordo com um estudo realizado pela Assembleia Nacional - controlada pela oposição.

No finalesportes bet.io2018, os preços dobraram,esportes bet.iomédia, a cada 19 dias. Isso representou, para muitos venezuelanos, uma luta para comprar itens básicos - como comida e remédio.

Imagem mostra a quantidadeesportes bet.iobolívares necessária para comprar um roloesportes bet.iopapel higiênico - também retratado

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Imagem representa a quantidadeesportes bet.iobolívares necessária para comprar um roloesportes bet.iopapel higiênico

Como os venezuelanos têm reagido?

Muitas pessoas, cansadas da situação, foram buscar melhores condiçõesesportes bet.iovidaesportes bet.iooutros lugares.

Segundo dados da ONU, três milhõesesportes bet.iovenezuelanos deixaram o país desde 2014, quando a crise econômica começou a agravar-se.

No entanto, o vice-presidente, Delcy Rodríguez, contestou os números, dizendo que eles estão inflados por "países inimigos" que tentam justificar uma intervenção militar.

A maioria dos que partiram cruzou para a vizinha Colômbia, enquanto outros seguiram para Equador, Peru, Chile e Brasil.

Esta migraçãoesportes bet.iomassa é considerada um dos maiores deslocamentos forçados no hemisfério ocidental.

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