A história da jovem estudante queimada viva por denunciar assédio sexual:pag bet baixar

Ela prestou depoimento, maspag bet baixarvezpag bet baixarter garantido um ambientepag bet baixarsegurança e acolhimento, ela foi filmada pelos policiais enquanto dava seu depoimento.

No vídeo, Rafi está visivelmente incomodada e tenta esconder o rosto com as mãos. O policial diz que a reclamação dela "não é grande coisa" e manda ela tirar as mãos do rosto. O vídeo foi vazado para a mídia local.

Culpabilização da vítima

Rafi erapag bet baixaruma cidade pequena,pag bet baixaruma família conservadora e frequentava uma escola religiosa. Para uma garota empag bet baixarsituação, relatar um assédio sexual pode trazer consequências. Muitas vezes as vítimas enfrentam julgamentopag bet baixarsuas comunidades, perseguição, pessoalmente e online, epag bet baixaralguns casos, ataques violentos. Rafi passou por tudo isso.

Em 27pag bet baixarmarço, depois da Rafi ir à polícia, o diretor foi preso. A partir daí, as coisas pioraram para a jovem. Um grupopag bet baixarpessoas foi às ruas exigindo a libertação do diretor. O protesto tinha sido organizado por dois estudantes homens e houve relatospag bet baixarque alguns políticos locais participaram.

As pessoas começaram a culpar Rafi e a família dela começou a se preocupar compag bet baixarsegurança.

Em 6pag bet baixarabril, onze dias após o assédio, Rafi precisou ir à escola para as provas finais do semestre.

"Eu tentei levar minha irmã à escola, mas fui impedidopag bet baixarentrar", diz o irmão da jovem, Mahmudul Hasan Noman.

"Se eu não tivesse sido impedido, isso não teria acontecido com minha irmã", afirma.

De acordo com um depoimento dado por Rafi, uma estudante a levou para o último andar da escola, dizendo que uma da suas amigas havia apanhado. Quando chegou lá, quatro ou cinco pessoas usando burcas a cercaram e a pressionaram a retirar as acusações contra o diretor. Quando ela se recusou, eles atearam fogo ao seu corpo.

O chefe da Centralpag bet baixarInvestigações da Polícia Banaj Kumar Majumder disse que os assassinos queriam fazer o homicídio parecer um suicídio. O plano falhou quando Rafi foi resgatada após fugir do local – e conseguiu dar um depoimento antespag bet baixarmorrer.

Um dos assassinos estava segurando a cabeça dela com as mãos, então eles não jogaram querosene ali. É por isso que a cabeça dela não foi queimada", diz Majumder à BBC News Bengali.

Mas quando Rafi foi levada ao hospital local, seu corpo estava 80% queimado. Sem conseguir tratar suas queimaduras, os médicos a enviaram para o Hospital Universitáriopag bet baixarDhaka.

Na ambulância, com medopag bet baixarnão sobreviver, ela gravou um depoimento no celular do irmão.

"O professor me tocou, eu vou lutar contra esse crime até meu último suspiro", diz ela.

Rafi também identificou algumas das pessoas que a atacaram na madraça.

Comoção nacional

Notícias sobre o estadopag bet baixarsaúde da estudante dominaram o noticiariopag bet baixarBangladesh.

Rafi não conseguiu sobreviver às queimaduras e morreupag bet baixar10pag bet baixarabril.

Milharespag bet baixarpessoas compareceram ao seu funeral empag bet baixarcidade natal.

Desde então, a polícia prendeu 15 pessoas, sete das quais estariam envolvidas no assassinato. Entre os presos estão os dois estudantes que organizaram o protestopag bet baixarapoio ao diretor, que também continua preso.

O policial que filmou Rafi na delegacia quando ela relatou a primeira ocorrência foi removido do cargo e transferido para outro departamento.

A primeira-ministra do país, Sheikh Hasina, se encontrou com a famíliapag bet baixarRafipag bet baixarDhaka e prometeu que todas as pessoas envolvidas no homicídio seriam levadas à Justiça. "Nenhum dos culpados vai escaparpag bet baixarprocessos", disse ela.

A mortepag bet baixarRafi gerou protestos. Milharespag bet baixarpessoas usaram as redes sociais para expressarpag bet baixarrevolta sobre o caso e sobre o tratmentopag bet baixarvítimaspag bet baixarassédio sexual no país.

"Muitas garotas não protestam por medopag bet baixarincidentes do tipo. Burcas não param os estupradores", disse um usuário do Facebook na página da BBC News Bengali.

"Eu quis uma filha minha vida toda, mas agora tenho medo. Dar à luz uma garota nesse país significa uma vidapag bet baixarmedo e preocupação", escreveu uma leitora.

De acordo com o grupopag bet baixardefesa dos direitos das mulherespag bet baixarBangladesh Mahila Parishad, houve 940 incidentespag bet baixarestupro registrados no paíspag bet baixar2018. Mas pesquisadores dizem que o número é provavelmente bem maior.

"Quando uma mulher tenta obter justiça por abuso sexual, ela tempag bet baixarenfrenter muito assédio novamente. O caso se arrasta por anos, há humilhação pela sociedade e faltapag bet baixardisposição da políciapag bet baixarinvestigar as denúncias", diz Salma Ali, advogadapag bet baixardireitos humanos e ex-diretora da Associaçãopag bet baixarAdvogadas Mulheres.

"Isso leva a vítima a desistirpag bet baixarprocurar justiça. No fim, os criminosos não são punidos e cometem o mesmo crimepag bet baixarnovo. E outros não têm medopag bet baixarfazer o mesmo por causa desses exemplos."

Agora, as pessoas estão questionando: por que o casopag bet baixarRafi só recebeu atenção depoispag bet baixarela ser atacada? E seu caso vai mudar a forma como as pessoas enxergam o assédio sexualpag bet baixarBangladesh?

Em 2009, a Suprema Corte do país determinou que houvesse centrospag bet baixartodas as instituiçõespag bet baixarensino onde as estudantes pudessem levar suas reclamações sobre assédio, mas poucas escolas implementaram a iniciativa. Ativistas agora estão exigindo que a ordem seja cumprida para proteger as estudantes.

"Esse incidente nos balançou, mas como já vimos no passado, esse tipopag bet baixarepisódio é esquecido com o tempo. Eu não acho que haverá uma grande mudança depois disso. Precisamos ver se a Justiça será feita", diz a professora Kaberi Gayen, da Universidadepag bet baixarDhaka.

"É preciso mudança, tanto cultural quanto na implementação da lei. Conscientização sobre assédio sexual poderia ser feita desde a infância nas escolas", diz Gayen.

"(As crianças) precisam aprender o que é certo e errado quando se falapag bet baixarassédio sexual."

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