Crise na Venezuela: quem é Juan Guaidó, presidente autoproclamado quer quer tirar Nicolás Maduro do poder?:apostas em cavalos on line

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Guaidó convocou militares e a população venezuela para ajudar a dar fim à 'usurpação do poder' pelo presidente Nicolás Maduro

apostas em cavalos on line A crise na Venezuela apostas em cavalos on line assumiu contornos dramáticos nesta terça-feira após o líder da oposição Juan Guaidó apostas em cavalos on line anunciar a "fase final"apostasapostas em cavalos on linecavalos on linesua tentativaapostasapostas em cavalos on linecavalos on linepôr fim ao governo do presidente Nicolás Maduro - e dizer que tem apoio militar para tanto.

Em um vídeo aparentemente gravado numa base aérea e publicado nas redes sociais, Guaidó aparece junto a homensapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineuniforme militar eapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineoutro líder da oposição, Leopoldo López, que é seu mentor político. López cumpria prisão domiciliar após ter sido considerado culpado por incitar a violência durante protestos contra o governoapostas em cavalos on line2014.

Guaidó pediu que os militares o ajudem a acabar com a "usurpação" do poder por Maduro e convocou a população para tomar as ruas para auxiliar na "operação liberdade".

Porapostasapostas em cavalos on linecavalos on linevez, o governo chamou o episódioapostasapostas em cavalos on linecavalos on line"tentativaapostasapostas em cavalos on linecavalos on linegolpe" promovida por "militares traidores". Maduro postou no Twitter um comentário sobre a situação no país: "Nervosapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineAço! Conversei com os comandantesapostasapostas em cavalos on linecavalos on linetodas as REDI e ZODI do país, que me manifestaramapostasapostas em cavalos on linecavalos on linetotal lealdade ao povo, à Constituição e à Pátria. Convoco à máxima mobilização popular para assegurar a vitória da paz. Venceremos!"

Logo após o anúncioapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó, imagensapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineTV mostraram confrontos nas ruas da capital, Caracas, com bombasapostasapostas em cavalos on linecavalos on linegás sendo lançadas contra manifestantes contrários a Maduro, enquanto eles tentam invadir uma base militar.

Crédito, AFP

Legenda da foto, Caracas vive diasapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineconfrontos das ruas após anúncioapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó

A situação do país se agravou a passos largos desde que Guaidó se autoproclamou presidente interino do país,apostas em cavalos on line23apostasapostas em cavalos on linecavalos on linejaneiro. Pouco tempo atrás, Guaidó era uma figura pouco conhecida dentro e fora da Venezuela. Mas, nos últimos meses, ele se converteu no mais proeminente líder da oposição ao chavismo, graças à turbulência política que sacode o país.

Guaidó,apostasapostas em cavalos on linecavalos on line35 anos, assumiu no inícioapostasapostas em cavalos on linecavalos on linejaneiro a presidência da Assembleia Nacional, o último órgão estatal sob controle da oposição ao governoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineNicolás Maduro. Depois disso, ele emergiu como o rosto mais visível do movimento nacional e internacional que busca remover Maduro da Presidência por considerá-lo um governante ilegítimo.

O opositor se autoproclamou presidente e foi reconhecido como tal por diversos países - entre eles, Brasil, EUA, os da União Europeia e os do Grupoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineLima, que reúne a maioria dos países latino-americanos. A OEA (Organização dos Estados Americanos) também declarou apoio ao oposicionista. "[Guaidó] tem nosso apoio para impulsionar o retorno do país à democracia", disse o secretário-geral do órgão, Luís Almagro.

Mas, afinal, quem é Guaidó e qual o real poder que ele tem como presidente autoproclamado da Venezuela?

Ascensão do deputado

No começoapostasapostas em cavalos on linecavalos on line2018, Guaidó era um deputado da Assembleia Nacional, controlada pela oposição ainda que esvaziadaapostasapostas em cavalos on linecavalos on linesuas funções após várias decisões do Tribunal Supremoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineJustiça (TSJ) e a criação, incentivada por Maduro,apostasapostas em cavalos on linecavalos on lineuma Assembleia Nacional Constituinte "com poderes plenipotenciários".

De acordo com o sistema acertado entre as forças opositoras, a Assembleia original deveria ser presididaapostas em cavalos on lineum esquema rotativo entre os partidos - desta vez, a liderança cabia ao Vontade Popular, o partidoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineLeopoldo López, dirigente opositor presoapostas em cavalos on line2014 após uma ondaapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineprotestos contra o governo.

Legenda da foto, Maduro considera que os movimentosapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó são uma tentativaapostasapostas em cavalos on linecavalos on linegolpeapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineEstado, dirigida pelos EUA

Guaidó, que havia sido um dos mais destacados ativistas juvenisapostas em cavalos on lineum partido do qual é membro desdeapostasapostas em cavalos on linecavalos on linefundação, foi encarregadoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineassumir a Presidência do Legislativo.

No Vontade Popular, galgou postos após a condenaçãoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineLópez e a saída do paísapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineoutros políticos opositoresapostasapostas em cavalos on linecavalos on linepeso.

Com pouco maisapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineuma semana no cargo, seu nome proliferouapostas em cavalos on linecomentários nas redes sociais venezuelanas e se converteu no líderapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineuma oposição que passava por um dos seus piores momentos.

'Usurpador'

No dia 10apostasapostas em cavalos on linecavalos on linejaneiro, a situação começou a se agravar.

Nesse dia, Maduro tomou posse para um segundo mandato presidencial.

Mas a oposição, que não quis participar das eleiçõesapostas em cavalos on linemaio do ano passado, não reconheceu o chavista como presidente legítimo.

Tampouco os EUA, a União Europeia ou o Grupoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineLima, que reúne a maioria dos países latino-americanos - entre os quais o Brasil - e o Canadá.

Crédito, MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DA COLÔMBIA

Legenda da foto, O Grupoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineLima foi criadoapostas em cavalos on line2017, na capital do Peru, reunindo ministros das relações exterioresapostasapostas em cavalos on linecavalos on line14 países

No dia seguinte à posseapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineMaduro, Guaidó se dirigia a um protesto convocadoapostas em cavalos on lineCaracas apelando à fórmula do chamado "cabildo abierto", um mecanismoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineparticipação popular reconhecido na Constituição.

Ele chamou Maduroapostasapostas em cavalos on linecavalos on line"usurpador" e convocou o Exército, o povo da Venezuela e a comunidade internacional a apoiar os esforços da Assembleia Nacional para retirá-lo do poder.

Convocou os venezuelanos a se somarem a uma grande marcha nacionalapostas em cavalos on line23apostasapostas em cavalos on linecavalos on linejaneiro, uma dataapostasapostas em cavalos on linecavalos on linegrande valor simbólico no país por se tratar do diaapostas em cavalos on lineque,apostas em cavalos on line1958, caiu o governo do general Marcos Pérez Jiménez.

Qual a importânciaapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineser presidente interino?

Quando Guaidó se autoproclamou presidente interino, o apoioapostasapostas em cavalos on linecavalos on linediversos países deixou claro o tamanho do desafio que a medida representava para a permanência do presidente venezuelano no poder.

O governoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineMaduro, apoiado por 14 nações (entre elas Rússia e China), considera que os movimentosapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó são uma tentativaapostasapostas em cavalos on linecavalos on linegolpeapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineEstado, dirigida pelos Estados Unidos. O objetivo, diz o líder chavista, seria remover do poder um "legítimo ocupante". Guaidó e os países que o apoiam, por outro lado, dizem que a Venezuela não tem um governante eleitoapostas em cavalos on lineum processo justo e constitucional.

Mas quais são os efeitos práticos a autoproclamaçãoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó, presidente da Assembleia Nacional venezuelana, e do crescente apoio internacional?

Crédito, MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DA COLÔMBIA

Legenda da foto, O venezuelano Juan Guaidó, o presidente colombiano Iván Duque Márquez e o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, apertam mãos no encontro do Grupoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineLima

Alguns especialistas apontam que a medida tem um efeito simbólico, mais do que prático, e serve mais para pressionar Maduro. "(Guaidó) não tem controle efetivo (na Venezuela). Portanto, se trataapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineum reconhecimento mais simbólico que real", afirmou à BBC News Mundo Carlos Malamud, pesquisador sobre América Latina no Real Instituto Elcano.

O especialista avalia que o amparo é uma formaapostasapostas em cavalos on linecavalos on linepressãoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineparte da comunidade internacional, visando a que Maduro se afaste da Presidência e que novas eleições sejam convocadas. "Guaidó é reconhecido (presidente) com a confiançaapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineque possa convocar eleições. Mas os governos sabem das limitações existentes."

Uma coisa é o aspecto simbólico, meramente retórico,apostasapostas em cavalos on linecavalos on lineapoiar uma "figura que pode favorecer a transição". Outra, muito diferente, é "cortar laços com quem tem o poderapostasapostas em cavalos on linecavalos on linefato", afirma Malamud.

Consequências práticas

Mas o apoio a Guaidó já gerou consequências práticas importantesapostas em cavalos on linealguns países, principalmente os Estados Unidos. Maduro mandou fechar todas as embaixadas e consulados e o retornoapostasapostas em cavalos on linecavalos on linetodo o corpo diplomático venezuelano que atuava nos EUA.

Os Estados Unidos, porapostasapostas em cavalos on linecavalos on linevez, entregaram a Guaidó a autoridade sobre as contas oficiais da Venezuela no Federal Reserve Bank,apostas em cavalos on lineNova York, eapostas em cavalos on lineoutros bancos assegurados americanos.

Anunciaram, ainda, sanções contra a estatal venezuelana do petróleo, a PDVSA. Segundo o conselheiroapostasapostas em cavalos on linecavalos on linesegurança nacional da Casa Branca, John Bolton, essa medida poderia bloquear US$ 7 bilhõesapostas em cavalos on lineativos e evitar lucrosapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineUS$ 11 bilhõesapostas em cavalos on lineexportações no próximo ano.

Para Temir Porras, que foi assessorapostasapostas em cavalos on linecavalos on linepolítica externaapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineHugo Chávez e colaborou com Maduro quando este foi chanceler, essa situação é "um escândalo do pontoapostasapostas em cavalos on linecavalos on linevista do direito internacional".

"O Departamento do Tesouro assume o controle das contas da Venezuela no exterior e decide unilateralmente que os ativos do país são do governoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineJuan Guaidó. Isso é um roubo", diz Porras, que abandonou a vida públicaapostas em cavalos on line2013 e agora é professorapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineCiência Política no Institutoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineEstudos Políticosapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineParis, na França.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Apoiadoresapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó tentaram invadir base militar

Porras não nega o estado "catastrófico" da economia venezuelana e avalia que a situação do país é "insustentável". Mesmo assim, afirma que o reconhecimento internacional dado a Guaidó é um "disparate absoluto".

"Na Espanha, houve uma crise constitucional. O que teria ocorrido se a Bélgica tivesse reconhecido Puigdemont?", pergunta Porras, fazendo referência ao ex-presidente do governo catalão, que decretou a independência da Catalunha e foi embora para a Bélgica para não terapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineresponder perante a Justiça da Espanha.

Além das medidas tomadas pelos Estados Unidos, a Colômbia anunciou que proibirá a entrada no paísapostasapostas em cavalos on linecavalos on linemaisapostasapostas em cavalos on linecavalos on line200 pessoas por serem "colaboradores da ditaduraapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineNicolás Maduro".

Enquanto isso, Guaidó nomeou "representantes da Venezuela" nos Estados Unidos, Canadá eapostas em cavalos on linevários países latino-americanos, entre eles Brasil, Argentina e Chile. A decisão foi recebida com certa confusão, já que não estão claras quais seriam as atribuições desses representantes, nem o que vai acontecer com os embaixadores venezuelanos oficiais, nomeados pelo governoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineMaduro.

Diplomatasapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineMaduro x representantesapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó

Na Espanha, diversos meiosapostasapostas em cavalos on linecavalos on linecomunicação aventaram que o representanteapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó na região, ainda não nomeado, não tentará ocupar o cargoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineembaixador, mas atuará como um enviado político. Dessa forma, poderia dividir espaço com o atual embaixador da Venezuela.

Assim, a Espanha evitaria o riscoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineque Maduro expulsasse o embaixador espanhol na Venezuela - medida que deixariaapostas em cavalos on lineuma situação difícil os milharesapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineespanhóis que vivem no país sul-americano.

Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, declarouapostas em cavalos on lineuma entrevista recente que o focoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineCaracas não está na Europa, nem mesmo na América Latina, mas nos Estados Unidos. "De lá está sendo dirigido o golpeapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineEstado,apostasapostas em cavalos on linecavalos on linelá estão subordinando os países da América Latina, da Europa."

"Acredito que haja uma ambiguidade nos governos da Europa, que dizem que reconhecem um, mas que seguem mantendo relações com outro", acrescentou. "Nós sempre demos muita atenção para as comunidades europeias (que vivem) na Venezuela, e seguiremos fazendo isso".

Já nos Estados Unidos, a embaixada venezuelana permanece fechada. O representanteapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó não tem acesso ao edifício.

Exército ainda dá apoio a Maduro

Para Sandra Borda, analista política colombiana e professora da Universidade dos Andes, o reconhecimento internacional dado a Guaidó é, sobretudo, "uma jogada política para pressionar por uma transição" na Venezuela. "Se isso não se traduzirapostas em cavalos on lineuma pressão social para que o regime caia, não vai significar nada", acrescenta.

O analista político Jorge Galindo, baseado na Colômbia, tem um pontoapostasapostas em cavalos on linecavalos on linevista parecido. "Comoapostas em cavalos on linequalquer Estado, o monopólio da violência está nas mãos do Exército. O reconhecimento (internacional) só é útil se a oposição for capazapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineutilizá-lo para convencer os pragmáticos dentro do regime."

Com a chegadaapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineChávez ao poder pelo voto,apostas em cavalos on line1998, as Forças Armadas passaram a exercer influênciaapostas em cavalos on linetodas as instâncias do Estado venezuelano. Mas o preço do apoio dos quartéis a Chávez foi alto. Além do loteamentoapostasapostas em cavalos on linecavalos on linecargos estatais, o chavismo franqueou aos comandantes aliados generosos espaçosapostas em cavalos on linediferentes setores da economia venezuelana.

Mesmo com a oferta e o crescente apoio externo a seu movimento, Guaidó assistiu a alguns episódios esporádicosapostasapostas em cavalos on linecavalos on linedissidência nos quartéis, mas ainda insuficientes para retirar definitivamente o suporte das Forças Armadas que mantém Maduro no poder - apesarapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineo país estar quase falido.

Quem apoia Guaidó argumenta, por exemplo, que as eleições presidenciaisapostasapostas em cavalos on linecavalos on linemaioapostasapostas em cavalos on linecavalos on line2018 na Venezuela foram fraudulentas, pois não teriam sido plurais nem teriam respeitado os princípios democráticos. A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, considera que Maduro está usurpando o poder, por ter sido eleitoapostas em cavalos on linevotações que não foram reconhecidas pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por muitos outros países.

Já para Temir Porras, a questãoapostasapostas em cavalos on linecavalos on linefundo é que na Venezuela "não existe acordo políticoapostasapostas em cavalos on linecavalos on linecoexistência democrática". "Em 2014, o partidoapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó já não reconhecia Maduro como presidente legítimo", diz Porras, para quem o reconhecimento internacional a Guaidó não vai acabar com a polarização política.

"Se a força políticaapostasapostas em cavalos on linecavalos on lineGuaidó toma o poder, quem será a oposição? Quem vai se sentar na Assembleia Nacional", pergunta. "A única saída, a única solução razoável para o problema político na Venezuela é um acordo político interno".

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