Claudia Díaz Guillén, a ex-enfermeirasportingbet eleições brasilHugo Chávez que luta para não ser extraditada para a Venezuela:sportingbet eleições brasil

"Eles nos torturariam, violariam todos os nossos direitos, que por si só já foram violados", afirmou Díaz Guillénsportingbet eleições brasilentrevista à BBC Mundo, serviçosportingbet eleições brasilespanhol da BBC, quando perguntada sobre o que acha que aconteceria se fosse extraditada para seu país.

Emsportingbet eleições brasilprimeira decisão,sportingbet eleições brasiloutubro, a Audiência Nacional da Espanha deu sinal verde para a extradição, a pedido das autoridades venezuelanas. Mas a defesasportingbet eleições brasilDíaz Guillén recorreu da decisão, alegando que a extradição colocaria a vidasportingbet eleições brasilsua clientesportingbet eleições brasil"sério risco".

De efermeira a tesoureira

Díaz Guillén era militar e,sportingbet eleições brasil2001, passou a integrar a Guardasportingbet eleições brasilHonra, encarregada da segurança do presidente. Ela combinousportingbet eleições brasilcarreira militar com a obtençãosportingbet eleições brasildiplomassportingbet eleições brasilEnfermagem e Direito na Universidade Central da Venezuela.

Isso a levou a trabalhar, a partirsportingbet eleições brasil2003, na equipesportingbet eleições brasilmédicos e enfermeirossportingbet eleições brasilChávez, onde ficou até 2011, e depois no Escritório Nacional do Tesouro.

Ele afirma que assumiu esses cargos públicos por mérito próprio.

"Sou apresentada simplesmente como enfermeira, sem nenhum tiposportingbet eleições brasilformação, e sou uma mulher que se preparou, estudou e combinou muito bem a carreira militar com a obtençãosportingbet eleições brasilduas formações", diz.

Embora ressalte que seu relacionamento com Chávez era "puramente profissional", ela enfatiza que "durante os oito anossportingbet eleições brasilque trabalhou diretamente com ele nas funçõessportingbet eleições brasilenfermagem, foi criada uma relaçãosportingbet eleições brasilrespeito e amizade".

"Lembro dele como uma pessoa muito humana, boa e sensível", acrescentou ela sobre o ex-presidente, que morreusportingbet eleições brasil2013.

Ela se desligou "completamente das funçõessportingbet eleições brasilenfermagem"sportingbet eleições brasil2011 - mesmo anosportingbet eleições brasilque Chávez foi diagnosticado com câncer -, quando assumiu o cargosportingbet eleições brasilchefe do Escritório Nacional do Tesouro, cargo que ocupou por dois anos, assim como osportingbet eleições brasilsecretária-executiva do Fundo Nacionalsportingbet eleições brasilDesenvolvimento (FONDEN).

Ambos os postos eramsportingbet eleições brasilgrande responsabilidade financeira - ela recebia ordens diretamente do ministro da Fazenda, Jorge Giordani.

Mas tudo mudou para Diaz Guillén quando a saúdesportingbet eleições brasilChávez piorou.

"No último estágio da doença dele, o ministro e eu fomos submetidos a uma forte pressão do alto escalão do governo - nessa época, Chávez não podia exercer diretamente (o poder), já nos últimos mesessportingbet eleições brasilsua doença, no fimsportingbet eleições brasil2012. E foi aí que começamos a receber instruções totalmente fora da lei, e o ministro (Giordani) e eu recusamos categoricamente", relata.

"Eu e o ministro ficamos muito surpresossportingbet eleições brasilver como, diante dos últimos momentossportingbet eleições brasilvida do presidente, eles foram capazessportingbet eleições brasildar instruções deste tipo, como se tivessem se aproveitando do fatosportingbet eleições brasilque ele estavasportingbet eleições brasilseus últimos dias."

Díaz Guillén se recusa a dizer os nomes das pessoas que emitiram essas ordens "fora da lei" - ela alega que está passando por um processosportingbet eleições brasilextradição e que teme porsportingbet eleições brasilvida. Afirma apenas que eram "altos funcionários".

Segundo ela, uma das instruções tinha a ver com a devolução do pagamentosportingbet eleições brasilimpostos feito por uma empresa.

Chávez "não estava ciente dessas instruções", explica Díaz Guillén, porque "ele já havia delegado suas funções".

"Uma vez que Chávez morreu -sportingbet eleições brasil5sportingbet eleições brasilmarçosportingbet eleições brasil2013 - as ordens fora da lei que chegavam ao ministro e a mim foram intensificadas. E nós, categoricamente, dissemos não, que não compactuaríamos com esses pedidos."

Em abrilsportingbet eleições brasil2013, ela foi demitida do cargo pelo presidente Nicolás Maduro.

A saída da Venezuela

Díaz Guillén conta que semanas antessportingbet eleições brasilser demitida, e poucos dias depois da mortesportingbet eleições brasilChávez, o marido dela "foi ameaçadosportingbet eleições brasilmorte e disseram a ele que precisava sair do país".

"Não deram a ele nem 24 horas para sair, e ele deixou a Venezuela." Foi para a República Dominicana.

Mas Díaz Guillén permaneceu na Venezuela até dezembrosportingbet eleições brasil2014, quando recebeu baixa do serviço militar. E se encontrou com o marido na República Dominicana.

Ela explica que, nesse períodosportingbet eleições brasilque permaneceu na Venezuela,sportingbet eleições brasilgestão foi auditada por empresas internacionais, como a Deloitte, e também por auditores internos.

"Em nenhum momento fui acionada por qualquer objeção que tenha sido apresentada na administraçãosportingbet eleições brasilrecursos", argumenta.

'Panama papers'

Mas as suspeitas contra Díaz Guillén esportingbet eleições brasilgestão começaram quando o nomesportingbet eleições brasilseu marido, Velázquez Figueroa, apareceu nos chamados "Panama papers",sportingbet eleições brasilabrilsportingbet eleições brasil2016. Nesse mesmo ano, ela e a família se mudaram para a Espanha, onde moram atualmente.

Nesse momento, o Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação e emitiu uma ordemsportingbet eleições brasilprisão internacional contra o casal por enriquecimento ilícito.

Segundo a procuradoria venezuelana, o casal recebeu a assistência do escritóriosportingbet eleições brasiladvocacia panamenho Mossack Fonseca - no centro do escândalo dos "Panama papers" por ajudar seus clientes a lavar dinheiro, evitar sanções e sonegar impostos - para criar empresas "offshore" e "encobrir" uma fortuna não declarada.

O mandadosportingbet eleições brasilprisão contra o casal alega que ambos utilizaram seus cargos públicos para obter vantagens econômicas e "adquirir bens móveis e imóveissportingbet eleições brasilterritório nacional e no exterior" e aumentar seu capital "de maneira desproporcional àsportingbet eleições brasilrenda".

O documento sugere ainda que Velázquez Figueroa é o donosportingbet eleições brasilnove empresas no Panamá.

"As acusações feitas pela Venezuela são totalmente falsas. Minha gestão foi auditada e não houve danos ao patrimônio, como dizem", declarou à BBC Mundo.

Ela admite que o marido abriu duas empresas no Panamá, "o que não é um crime", afirma.

"Meu marido decidiu abrir essas empresas no Panamá para preservar o patrimônio e pelas diferentes flutuações cambiais. Ele tinha uma empresa na Venezuela, e essa empresa tinha contratos nacionais e internacionais, por isso ele se viu obrigado a criar uma empresa no Panamá", respondeu Díaz Guillén ao ser questionada sobre o motivo pelo qual seu marido decidiu criar tais empresas.

Ela também argumenta que seu patrimônio é frutosportingbet eleições brasilseu trabalho e das empresassportingbet eleições brasilseu marido.

"Nosso patrimônio vem do fatosportingbet eleições brasilque meu marido é empreendedor desde muito antes da gente se conhecer, é um empresário que teve sucesso", diz.

"É a culpasportingbet eleições brasilum crime que eles querem colocarsportingbet eleições brasilnós", acrescenta.

"E como não houve irregularidade na minha gestão, maissportingbet eleições brasiltrês anos se passaram, e foi quando o nome do meu marido apareceu nos 'Panama papers', é a desculpa perfeita para montar este argumento".

'Troféu político'

Após serem detidos,sportingbet eleições brasilabril, as autoridades venezuelanas pediram à Espanha para extraditar o casal.

Díaz Guillén considera que a solicitação tem motivações políticas.

"A Venezuela não quer justiça, querem nos levar até lá para nos exibir como troféus políticos".

Por que iam querer exibir como troféu político uma ex-funcionária que era próxima a Chávez?, pergunto a ela.

"Dizem que o governo Maduro é uma continuidade do governosportingbet eleições brasilChávez, o que é totalmente falso, porque começaram a emitir diretrizes contrárias às que estávamos seguindosportingbet eleições brasilacordo com a lei", responde.

"E eles querem nos usar como troféus políticos para encobrir exatamente a situação que existe na Venezuela. Caso a Espanha conceda a extradição, a Espanha, que é um país que preza a liberdade, que assinou acordos importantes com organizações internacionais, que acredita que foram cometidos crimes contra a humanidade na Venezuela, ao nos extraditar, está outorgando um caráter democrático à Venezuela", acrescenta.

A Audiência Nacional está analisando separadamente com os pedidossportingbet eleições brasilextradiçãosportingbet eleições brasilDíaz Guillén e Velásquez.

Em despacho datadosportingbet eleições brasil26sportingbet eleições brasiloutubro, o tribunal considerou "que foram dados todos os requisitos legais para prosseguir com a extradição" da ex-enfermeira.

A defesasportingbet eleições brasilDíaz Guillén, liderada pelo advogado espanhol Ismael Oliver, recorreu da decisão e está disposta a esgotar todos os recursos possíveis para evitar a extradição. Eles estão aguardando agora um segundo parecer.

Mas no casosportingbet eleições brasilo tribunal espanhol emitir outra decisão favorável à extradição, eles ainda podem recorrer ao Supremo Tribunal e ao Tribunal Europeusportingbet eleições brasilDireitos Humanos,sportingbet eleições brasilEstrasburgo, na França.

Eles argumentam que a Venezuela é um paíssportingbet eleições brasilque os direitos humanos não são respeitados.

"Nós não fugimos da justiça, nosso advogado afirmou à corte que queremos que a Venezuela envie todas as provas que supostamente têm contra nós", diz Díaz Guillén.

"Nós nos colocamos à disposição da justiça, mas o que não queremos é que nos mandem para a Venezuela, um país onde vão nos torturar", argumenta.

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