Por que há uma guerra no Iêmen e qual é o papel das potências internacionais:app casadeapostas com

Homem leva menina ferida

Crédito, Reuters

Legenda da foto, A maior parte das vítimas civís foram alvejadas por ataques aéreos das forças da coalizão.

1. Como começou a guerra?

O conflito tem suas raízes na Primavera Árabe,app casadeapostas com2011, quando uma revolta popular forçou o presidente, Ali Abdullah Saleh, a deixar o poder nas mãos do vice, Abdrabbuh Mansour Hadi.

Supunha-se que a transição política levaria à estabilidade, mas o presidente Hadi enfrentou diferentes problemas, entre eles, ataques da Al-Qaeda eapp casadeapostas comum movimento separatista no sul, corrupção, insegurança alimentar e o fatoapp casadeapostas comque muitos militares seguiam sendo leais a Saleh.

O movimento huti, que defende a minoria xiita zaidi do Iêmen e lutouapp casadeapostas comvárias rebeliões contra Saleh na década passada, se aproveitou da debilidade do novo presidente para tomar controle da Provínciaapp casadeapostas comSaada eapp casadeapostas comzonas próximas.

Desiludidos, muitos iemenitas, mesmo sunitas, apoiaram os hutis, e, ao finalapp casadeapostas com2014, os rebeldes tomaram Saná, a capital, forçando Hadi a se exilar.

2. Quem está se enfrentando no conflito?

O conflito escalou dramaticamenteapp casadeapostas commarçoapp casadeapostas com2015, quando a Arábia Saudita e outros oito países árabes, principalmente sunitas e apoiados pelos Estados Unidos, Reino Unido e França, fizeram ataques aéreos contra os hutis com o objetivo declaradoapp casadeapostas comrestaurar o governoapp casadeapostas comHadi.

A coalizão temia que o sucesso dos hutis daria ao Irã, rival regional e país majoritariamente xiita, um pontoapp casadeapostas comapoio no Iêmen, vizinho da Arábia Saudita.

A Arábia Saudita disse que o Irã está apoiando os hutis com armas e suporte logístico, o que o Irã nega.

Os dois lados vêm sofrendo com as lutas internas. Os hutis romperam com Saleh e combatentes seus o mataramapp casadeapostas comdezembroapp casadeapostas com2017.

Hutís

Crédito, EPA

Legenda da foto, Especialistas das Nações Unidas acreditam que crimesapp casadeapostas comguerra podem ter sido cometidos.

3. O que aconteceu desde então?

Em 2015, as tropas da coalizão conseguiram se estabelecer na cidadeapp casadeapostas comÁden e expulsaram os hutis e seus aliadosapp casadeapostas comgrande parte do sul do país.

Ainda que o governoapp casadeapostas comHadi tenha se estabelecido temporariamenteapp casadeapostas comÁden, o presidente continua no exílio.

Os hutis, no entanto, não foram expulsosapp casadeapostas comSaná e conseguiram se manter na cidadeapp casadeapostas comTaiz,app casadeapostas comonde disparam mísseis e artilhariaapp casadeapostas comdireção à Arábia Saudita.

Militantes deles e da Al-Qaeda na Península Arábica e seus rivais, grupos ligados ao Estado Islâmico, se aproveitaram do caos e tomaram territórios no sul do país, onde fizeram ataques letais, especialmenteapp casadeapostas comÁden.

O lançamentoapp casadeapostas comum míssil balísticoapp casadeapostas comRiad, capital da Arábia Saudita,app casadeapostas comnovembroapp casadeapostas com2017, fez a coalizão saudita reforçar seu bloqueio contra o Iêmen.

A coalizão afirmou que o objetivo era impedir o contrabandoapp casadeapostas comarmas do Irã para os rebeldes, o que Teerã nega.

Mas a ONU afirma que as restrições poderiam provocar "a maior criseapp casadeapostas comfome que o mundo viu nas últimas décadas".

Todos os esforços organizados pela ONU para negociar um acordoapp casadeapostas compaz fracassaram.

4. Qual tem sido o custo humano?

A situação no Iêmen é, segundo as Nações Unidas, um desastre humanitário.

Maisapp casadeapostas com6.800 civis morreram e ao menos 10.700 ficaram feridos desde marçoapp casadeapostas com2015, diz a ONU.

Iêmen

Crédito, AFP

Legenda da foto, A guerra dura maisapp casadeapostas comtrês anos e nela já morreram 6.800 pessoas.

Mais da metade dos mortos e feridos foram vítimasapp casadeapostas comataques aéreos da coalizão saudita.

Segundo o Conselhoapp casadeapostas comDireitos Humanos da ONU, os civis têm sido vítimasapp casadeapostas com"implacáveis violações da lei humanitária internacional".

No ano passado, um surtoapp casadeapostas comcólera afetou um milhãoapp casadeapostas compessoas, das quais 2 mil morreram - muitas delas, crianças.

Foi a maior e mais rápida epidemia já registrada, e ela se espalhou tão velozmente por causa da destruição dos sistemasapp casadeapostas comencanamento e saneamento.

Cercaapp casadeapostas com75% da população (22,2 milhõesapp casadeapostas compessoas) precisamapp casadeapostas comassistência humanitária urgente, incluindo 11,3 milhõesapp casadeapostas comsituação grave que requerem ajuda imediata para sobreviver.

A piora da situação é tal que, segundo a ONU, há 14 milhõesapp casadeapostas compessoas que sofremapp casadeapostas cominsegurança alimentar, 8,5 milhões das quais se levantam sem saber se terão algo para comer ao longo do dia.

E a desnutrição aguda ameaça a vidaapp casadeapostas comaproximadamente 400 mil criançasapp casadeapostas commenosapp casadeapostas comcinco anos.

Só metade das 3.500 instalações sanitárias do país funcionam completamente, o que significa que 16,4 milhõesapp casadeapostas compessoas carecemapp casadeapostas comassistência médica básica.

A guerra também forçou maisapp casadeapostas comtrês milhõesapp casadeapostas compessoas a fugiremapp casadeapostas comseus lares. Dois milhões seguem deslocados.

Imad
Legenda da foto, Os civis têm sido atacados por todos os lados. Imad,app casadeapostas com10 anos, adorava futebol, mas perdeu as duas pernasapp casadeapostas comataques.

5. O que isso tem a ver com o resto do mundo?

Apesar da gravidade, o conflito no Iêmen tem sido descrito como "guerra esquecida" pela escassa atenção que tem recebido do resto do mundo.

O que acontece ali pode exacerbar as tensões na região. Os países ocidentais temem que haja mais ataques, à medida que a situação for ficando mais instável.

As agênciasapp casadeapostas cominteligência ocidentais consideram que a Al-Qaeda na Península Arábica é o braço mais perigoso do grupo por seu conhecimento técnico e alcance mundial. Além disso, há preocupação pelo surgimentoapp casadeapostas comgrupos associados ao Estado Islâmico no Iêmen.

Estrategicamente, o país é importante porapp casadeapostas comlocalização no estreitoapp casadeapostas comBab al-Mandab, que liga o Mar Vermelho ao Golfoapp casadeapostas comÁden, pelo qual passa grande parte dos navios petroleiros do mundo.

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