A jovem escritora que transformouapostas on line na ilha de são joãolivro o abuso sexual que sofreuapostas on line na ilha de são joãotio na infância:apostas on line na ilha de são joão
Mas nesse tempo, López Peiró, escritora e jornalista, transformou a história do abusoapostas on line na ilha de são joãoseu primeiro livro, Por qué Volvías Cada Verano (Porque Voltava Todo Verão,apostas on line na ilha de são joãotradução livre).
"Foi para concretizar isso que eu chamoapostas on line na ilha de são joãominha própria justiça", conta a jovem autora à BBC Mundo.
Os verões no povoado
Nas férias, durante a infância e a adolescência, ela ia visitar seus tiosapostas on line na ilha de são joãoSanta Lucía, um povoado nos arredoresapostas on line na ilha de são joãoBuenos Aires, na Argentina. Ali saía com primas e amigas enquanto seus pais, separados, trabalhavam na cidade.
Foi onde aconteceu a maioria dos episódiosapostas on line na ilha de são joãoviolência sexual que sofreu, escondidos atrás da fachada carismáticaapostas on line na ilha de são joãobom pai do abusador – marido da irmãapostas on line na ilha de são joãosua mãe.
O abuso só foi percebido quando o namorado da mãe da vítima viu como o tio abusador olhava para a jovem e suspeitou que algo estava se passando.
A partir daí começou um longo processo que López Peiró descreve como uma passagem por três etapas: a primeiro, reconhecer-se como vítima. A segundo, conseguir se libertar do estadoapostas on line na ilha de são joãovítima, e, por último, encontrar empoderamento para superar essa experiência.
A superação veio por meio da escrita, quando,apostas on line na ilha de são joãouma oficina, mostraram que ela "poderia transformar o traumaapostas on line na ilha de são joãoarte".
O caminho não foi fácil: quando decidiu falar, perguntaram por que ela não havia dito nada antes, por que voltava todos os verões, por que havia "feito isso comapostas on line na ilha de são joãofamília".
Sua resposta foi contar tudo e tornar visível, no povoadoapostas on line na ilha de são joãosua infância, o que muitos não queriam ver.
López Peiró diz que teve sorte, porque seus parentes mais próximos – seu pai,apostas on line na ilha de são joãomãe e seu irmão – não duvidaram dela e lhe deram apoio. E também porque teve recursos para fazer terapia, estudar, escrever. Faz tempo que a jovem não volta a Santa Lucía, onde o tio abusador continua solto.
As vozes do abuso
O relato escrito na oficina literária foi a sementeapostas on line na ilha de são joãoseu livro. "Eu não fui capazapostas on line na ilha de são joãocontinuar com essa história na primeira pessoa, continuar contando como eu tinha vivido essa situação. Mas sinto que saíram outras vozes", conta.
"É um livro polifônico. O que faço é montar um coro entre a minha voz, a voz do abusador, a voz do meu pai, da minha mãe, do meu irmão, da psicóloga que me tratou, dos médicos, da ginecologista que me atendeu, do advogado que me recebeu para escrever a denúncia, do policial que me atendeu."
No livro, todas essas vozes se entrelaçam como partes do processo contra o tio, como perícias psicológicas e testemunhasapostas on line na ilha de são joãofamiliares.
O resultado mostra o papel desempenhado pelo ambiente social e familiar nesse tipoapostas on line na ilha de são joãocrime. "Há toda uma rede que cria silêncio. Custa muito para esclarecer uma situaçãoapostas on line na ilha de são joãoviolência", diz López Peiró.
Reivindicação
A leitura da obra é impactante não apenas pela descrição do abuso mas também pelo que dizem as pessoas que supostamente deveriam ajudar a vítima.
"Quis pôrapostas on line na ilha de são joãoevidência as respostas, as reações, as palavras das pessoas cada vez que escutam uma mulher que sofreu abusos", diz López Peiró.
"É uma críticaapostas on line na ilha de são joãocomo funcionam as instituições e como elas tratam as mulheres que passam por essa situação. A Justiça te fecha portas, os médicos fecham portas. Para a família, quanto mais silêncio, mais tranquilos eles podem viver."
Por isso, diz ela, as pessoas deveriam preparar-se melhor para ouvir e ajudar mulheres que sofreram abusos. Essa reivindicação feminista marca a publicaçãoapostas on line na ilha de são joãoseu livroapostas on line na ilha de são joãonão-ficção, mas que López Peiró também considera uma obra política.
"Acho que há alguns anos um livro como esse não conseguiria ser publicado", diz. A publicação teve resultados que a autora não esperava.
"Mas depois, pensando friamente, percebi que deveria ser o esperado. Porque aqui na Argentina umaapostas on line na ilha de são joãocada cinco meninas sofreu algum tipoapostas on line na ilha de são joãoabuso e 80% deles ocorremapostas on line na ilha de são joãoambientes familiares. Então claramente não estou sozinha."
Segundo ela, colegasapostas on line na ilha de são joãotrabalho e da faculdade disseram que, por meio da história, puderam pela primeira vez reconhecer e falar queapostas on line na ilha de são joãoalgum momentoapostas on line na ilha de são joãosua vida haviam sofrido algum tipoapostas on line na ilha de são joãoviolência.
"Me deu muita ternura uma mulher que me escreveu da província argentinaapostas on line na ilha de são joãoChaco. Ela disse que era avó e pela primeira vez na vida tinha conseguido falar sobre uma situação que havia vivido. Foi a primeira vez que conseguiu encontrar palavras para falar, porque havia lido essas palavrasapostas on line na ilha de são joãoum livro."
A escritora disse que fez um esforçoapostas on line na ilha de são joãoseu texto para "chamar as coisas pelo nome", sem os eufemismos que muitas vezes se usa para falarapostas on line na ilha de são joãoabuso.
Para ela, a obra também é um sinalapostas on line na ilha de são joãoesperança. "Ao longo do livro minha voz também cresce. E termina com a decisãoapostas on line na ilha de são joãoque não tenho porque viver com culpa."