Eleições americanas: a impactante fotorobo mines pixbethomem branco jogando ácidorobo mines pixbetjovens negras que voltou à tona nos EUA:robo mines pixbet

robo mines pixbet Esta fotografia correu o mundo e foi fundamental para o avanço dos direitos civis nos Estados Unidos robo mines pixbet .

Ela mostra o rostorobo mines pixbetpânicorobo mines pixbetduas mulheres negrasrobo mines pixbetuma piscina, enquanto um homem branco joga ácido clorídrico na água.

A foto foi tiradarobo mines pixbet18robo mines pixbetjunhorobo mines pixbet1964robo mines pixbetum hotel na cidaderobo mines pixbetSaint Augustine, na Flórida.

De imediato, o registro se converteurobo mines pixbetum dos símbolos da segregação racial que durante décadas impediu os negrosrobo mines pixbetcompartilharem espaços públicos e privados com a população branca na maioria dos Estados americanos do sul.

Nesta terça-feira, maisrobo mines pixbetmeio século depois, um dos candidatos ao governo da Flórida pode se tornar o primeiro governador afro-americano do Estado.

Trata-serobo mines pixbetAndrew Gillum, prefeito da cidaderobo mines pixbetTallahassee, que, com uma agendarobo mines pixbetesquerda, venceurobo mines pixbetagosto as primárias do Partido Democrata, contrariando todos os prognósticos.

Declarações polêmicas

No dia seguinte àrobo mines pixbetvitória, o velho fantasma do racismo reapareceu na Flórida, como consequência das declaraçõesrobo mines pixbetRon DeSantis, adversário republicanorobo mines pixbetGillum.

Em entrevista ao canalrobo mines pixbettelevisão americano Fox News, DeSantis comentou as propostas do oponente e disse que "a última coisa que temos a fazer é macaquices, tentando adotar uma agenda socialista com enormes aumentos impostos e levando o Estado à falência".

Imediatamente, o Partido Democrata condenou as palavras do republicano, acusando o candidatorobo mines pixbetapelar ao racismo dos eleitores usando uma expressão discriminatória.

Poucos dias após a polêmica, alguns moradores da Flórida começaram a receber telefonemas com uma mensagem gravadarobo mines pixbetque um homem com sotaque exagerado se identificava como Gillum e pedia votos, ao somrobo mines pixbettambores e barulhosrobo mines pixbetselva, como uivosrobo mines pixbetmacacos, ao fundo.

Stephen Lawson, porta-voz da campanharobo mines pixbetDeSantis, afirmou que os telefonemas, feitos por um grupo supremacistas brancosrobo mines pixbetIdaho, eram "absolutamente terríveis e repugnantes".

Apesar disso, os dois incidentes deixaram claro que a questão racial teria um papelrobo mines pixbetdestaque na batalha pelo governo da Flórida.

Um passado racista

"Este tem sido historicamente um dos Estados mais racistas nos Estados Unidos", afirma Kenneth Nunn, fundador do Centro para o Estudo das Relações Raciais erobo mines pixbetRaça da Universidade da Flórida.

"É um dos lugaresrobo mines pixbetque houve mais linchamentorobo mines pixbetnegros e, ao contráriorobo mines pixbetoutros Estados do sul, como Geórgia ou Alabama, não houve um movimento significativo a favor dos direitos civis", explica Nunn à BBC News Mundo, serviçorobo mines pixbetespanhol da BBC.

"A realidade é que havia tanta violência aqui, que era muito difícil se organizar, já que as pessoas estavam sendo mortas."

Desde o fim da Guerra da Secessãorobo mines pixbet1865, apesar da abolição da escravatura e da aprovaçãorobo mines pixbetuma Lei dos Direitos Civis que reconhecia a igualdade entre negros e brancos, na Flórida, como na maioria dos Estados do sul do país, os afro-americanos viviam segregados e eram considerados cidadãosrobo mines pixbetsegunda classe.

Essa marginalização era colocadarobo mines pixbetprática por meio das chamadas Leisrobo mines pixbetJim Crow, nome que faz referência a um personagemrobo mines pixbetcomédia do início do século 19, que era interpretado por um ator branco com rosto pintadorobo mines pixbetpreto.

Essas leis variavamrobo mines pixbetum Estado para outro, erobo mines pixbetvalidade foi respaldada pela Suprema Corte dos EUArobo mines pixbet1896, sob a doutrina do "separados, mas iguais".

Entre outras coisas, elas proibiam casamentos inter-raciais e obrigavam comércios, instituições públicas, escolas e meiosrobo mines pixbettransporte a oferecer espaços separados para brancos e negros.

Os afro-americanos eram obrigados a usar banheiros diferentes, inclusive, para "impedir que o homem branco fosse contaminado pela influência do negro".

Quem violava essas leis enfrentava a repressão das autoridades erobo mines pixbetgrupos supremacistas, como a Ku Klux Klan, cujos membros não tinham escrúpulosrobo mines pixbetusarrobo mines pixbetextrema violência contra os negros e outras minorias.

Apenas após a Segunda Guerra Mundial que o movimento integracionista - que defendia o fim da segregação racial - começou a ganhar força no contexto da luta pelos direitos civis.

Eles conquistaram uma vitória importanterobo mines pixbet1954, quando a Suprema Corte declarou inconstitucionais as regras que separavam estudantes negros e brancosrobo mines pixbetescolas públicas.

O movimentorobo mines pixbetSanto Agostinho

Na Flórida, o momento da virada aconteceu a partirrobo mines pixbet1963, com o Movimentorobo mines pixbetSanto Agostinho.

O nome faz referência à cidaderobo mines pixbetSaint Augustine, no norte do Estado - a colônia europeia mais antiga do país,robo mines pixbetque um gruporobo mines pixbetativistas afro-americanos, liderados pelo dentista Robert Hayling, realizou protestos durante meses para exigir o fim da segregação.

Hayling e seus companheiros foram detidos várias vezes e nunca desistiram, mesmo depoisrobo mines pixbetserem sequestrados e espancados por membros da Ku Klux Klan.

Na primaverarobo mines pixbet1964, o Movimentorobo mines pixbetSanto Agostinho recebeu o apoio crucial da Conferência da Liderança Cristã do Sul, liderada na época por Martin Luther King Jr., que enviou à cidade váriosrobo mines pixbetseus colaboradores mais próximos para ajudar a organizar manifestaçõesrobo mines pixbetmassa que acabaram ganhando atenção internacional.

Os manifestantes marcharam pelo centrorobo mines pixbetSaint Augustine,robo mines pixbetuma área conhecida na época como "mercadorobo mines pixbetescravos", enquanto hordasrobo mines pixbetbrancos os insultavam, atirando pedras e garrafas.

Centenasrobo mines pixbetativistas foram presos, a pontorobo mines pixbetfaltar espaço nas delegacias da cidade para abrigá-los.

Aos manifestantes se juntaram freiras, rabinos e muitos cidadãos brancos que defendiam o fim da segregação. Até mesmo a mãe do governadorrobo mines pixbetMassachusetts foi presa enquanto protestavarobo mines pixbetum comércio apenas para brancos.

O protesto do hotel

O próprio Martin Luther King Jr. foi até Saint Augustine, onde foi presorobo mines pixbet11robo mines pixbetjunhorobo mines pixbet1964, após tentar entrar no restaurante do hotel Monson, onde a presençarobo mines pixbetafro-americanos não era autorizada.

Um dos pontos altos dos protestos aconteceu uma semana depois no mesmo hotel, no dia 18robo mines pixbetjunho, quando um gruporobo mines pixbetativistas negros e brancos se jogou na piscina do estabelecimento,robo mines pixbetmeio a uma forte presençarobo mines pixbetpoliciais e da imprensa.

Enfurecido, o gerente do hotel, Jimmy Brock, pegou uma garrafarobo mines pixbetácido clorídrico, usado para limpar azulejos, e começou a jogar nos banhistas para eles saírem da água.

Um policial pulou na piscina para deter os ativistas, que não se feriram, mas acabaram atrás das grades com seus trajesrobo mines pixbetbanho.

As fotografias e gravações do episódio correram o mundo, e a repercussão foi tão forte que até mesmo o presidente americano Lyndon B. Johnson chegou a dizer: "Nossa política externa e tudo mais vai para o inferno por causa disso."

No dia seguinte, após cercarobo mines pixbettrês mesesrobo mines pixbetimpasse devido à faltarobo mines pixbetacordo entre os legisladores, o Senado dos EUA aprovou a Lei dos Direitos Civis, que decretou o fim da segregação racialrobo mines pixbetespaços públicos e privadosrobo mines pixbettodo o país.

"Não tenho certeza se a lei seria aprovada sem o que aconteceurobo mines pixbetSaint Augustine, foi um marco. Éramos jovens e acreditávamos que havíamos feito algo (importante), e fizemos", disse J.T. Johnson, um dos ativistas que pularam na piscina, à rede americanarobo mines pixbetrádio NPR.

A era Trump

Os eventos que ocorreramrobo mines pixbetSaint Augustine na primaverarobo mines pixbet1964 foram apenas mais um capítulo da luta entre negros e brancos, que continua até hoje nos Estados Unidos.

Agora, muitos veem a possibilidaderobo mines pixbetAndrew Gillum se tornar o primeiro governador negro da Flórida como uma formarobo mines pixbetcompensar as décadasrobo mines pixbetabandono e marginalização que a população afro-americana sofreu no Estado.

"Historicamente, a Flórida, fora Miami, Tampa e outras cidades grandes, esteve atrásrobo mines pixbetoutros lugares no sul do paísrobo mines pixbettermosrobo mines pixbetavanços para a população negra", diz Kenneth Nunn.

"É por isso que a eleiçãorobo mines pixbetGillum seria algo muito significativo."

Nunn diz não estar surpreso que os adversários do candidato democrata estejam apelando para o racismo dos eleitores, já que emrobo mines pixbetopinião "basta ver o rumo que o presidente Trump está seguindo".

"É uma tendência nacional. Não quero botar toda a culpa no Trump, mas acho que ele se aproveitou da animosidade racial latente que sempre esteve presente na política americana", diz o professor da Universidade da Flórida.

"Ser racistarobo mines pixbetpúblico volta a ser socialmente aceitável, porque as pessoas viram o presidente tolerar esse tiporobo mines pixbetatitude."

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