A rotinablaze ao vivobeleza sul-coreana que transformou os cosméticos do paísblaze ao vivofebre mundial:blaze ao vivo

Modelo usa maquiagem da marca sul-coreana Beige Chuu

Crédito, Beige Chuu

Legenda da foto, O 'limpar, tonificar e hidratar' comumblaze ao vivomuitos países chega a ter 12 passos na Coreia do Sul

Em 2017, o setorblaze ao vivobeleza da Coreia do Sul movimentou cercablaze ao vivoUS$ 13 bilhões (aproximadamente R$ 48 bilhões),blaze ao vivoacordo com a empresablaze ao vivopesquisasblaze ao vivovarejo Mintel.

O sucesso dos comésticos sul-coreanos se deveblaze ao vivoparte ao fatoblaze ao vivoserem inovadores, diz a editorablaze ao vivobeleza do siteblaze ao vivoMarie Claire no Reino Unido, Katie Thomas. A indústriablaze ao vivobeleza do país está geralmente 10 ou 12 anos à frente do resto do mundo, ela afirma.

Para Thomas, o K-beauty é mais que uma modinha. "Não é uma novidade, nós na verdade estamos correndo atrás deles, graças ao Instagram e dos blogsblaze ao vivobeleza."

Cuidado com a peleblaze ao vivoprimeiro lugar

Os sul-coreanos levam os cuidados com a pele muito a sério. "Isso estáblaze ao vivocerta forma arraigado à cultura,blaze ao vivoque é preciso cuidar da pele desde muito cedo", diz Thomas.

Ela explica que a mentalidade sul-coreana é ablaze ao vivoprocurar ter uma pele saudável, que precise o mínimo possívelblaze ao vivocobertura -blaze ao vivobase oublaze ao vivoprodutos para esconder manchas, por exemplo.

Muita gente está acostumada à tradicional rotinablaze ao vivocuidado com a peleblaze ao vivotrês etapas: limpar, tonificar e hidratar. Na Coreia do Sul, porém, esse processo chega a ter 7 ou até 12 passos, sempre com focoblaze ao vivoprodutos à baseblaze ao vivoingredientes naturais com grande capacidadeblaze ao vivohidratação.

Produtosblaze ao vivobeleza coreanos vendidos na Topshop

Crédito, K Beauty Bar/Jinmee Beauty

Legenda da foto, Embalagens 'divertidas' também atraem os consumidores

"Algumas pessoas podem achar que é demais, mas o fato é que,blaze ao vivocada uma dessas etapas, se está nutrindo a pele com esses ingredientesblaze ao vivoexcelente qualidade", pondera Thomas.

O país realiza volume muito maiorblaze ao vivopesquisasblaze ao vivonovos produtos do que a média, ela acrescenta, porque existe um número expressivoblaze ao vivoempresas no mercado competindo para estarem entre as preferências dos consumidores.

"A indústriablaze ao vivobeleza coreana não tem medoblaze ao vivoarriscar e testar novos ingredientes, alguns únicos, que nunca seriam cogitados por empresas europeias ou americanas", diz Karen Hong, fundadora do K Beauty Bar, uma loja virtual que reúne produtosblaze ao vivodiversas marcas e que conta com quiosquesblaze ao vivoduas lojas Topshop no Reino Unido, umablaze ao vivoLondres e outrablaze ao vivoManchester.

Entre os "ingredientes únicos", Hong cita a mucinablaze ao vivocaracol (a substância viscosa que o molusco produz para se locomover), usadablaze ao vivohidratantes, chá verde para controle da oleosidade, o usoblaze ao vivopérolasblaze ao vivoiluminadores e própolisblaze ao vivoabelha para nutrir e deixar a pele mais macia.

Quiosque da K-Beautyblaze ao vivoloja da Topshopblaze ao vivoLondres

Crédito, Jinmee Beauty/Topshop

Legenda da foto, Quiosque da K-Beautyblaze ao vivoloja da Topshopblaze ao vivoLondres

O papel das redes sociais

Nos Estados Unidos, 13% das adolescentes entre 10 e 17 anos têm interesseblaze ao vivoexperimentar produtos K-beauty, e 18% das jovens entre 18 e 22 já usaram cosméticos ou maquiagem sul-coreanos.

Para o analistablaze ao vivomercadoblaze ao vivobeleza da Mintel, Andrew McDougall, as tendências que saem da Coreia do Sul ganharam popularidade graças a "estratégiasblaze ao vivomarketing digital inteligentes" nas redes sociais, que acabam capturando o interesseblaze ao vivoinfluenciadores e jornalistasblaze ao vivodiversas partes do mundo.

As embalagens "divertidas", ao lado dos tutoriais e avaliaçõesblaze ao vivoprodutos no Instagram e no YouTube, chamam atenção dos consumidores, ele avalia. "São compradores mais bem informados, que pesquisam bastante, e são os influenciadores digitais que geralmente os apresentam ao K-beauty", diz McDougall.

"Aquela coisa divertida do K-pop, com uma abordagem bem-humorada, é muito presente na indústria. E funciona bem. As pessoas compram também porque gostam da embalagem - coisas que elas podem fotografar na prateleira do banheiro", concorda Katie Thomas.

No Reino Unidos, alguns produtos podem ser encontradosblaze ao vivolojas como Topshop e TKMaxx, mas a maioria dos cosméticos e maquiagem só está disponívelblaze ao vivolojas online.

No Brasil, também é no varejo virtual que as consumidoras encontram as principais marcas, ainda que os produtos tenham cada vez mais chegado a lojas físicas e que marcas brasileiras venham incorporando as tendências do K-beauty a seus lançamentos.

O e-commerce YesStyle, sediadoblaze ao vivoHong Kong, oferece maisblaze ao vivo150 marcasblaze ao vivobeleza sul-coreanas e é uma das empresas que está lucrando com a nova tendência.

O e-commerce YesStyle, sediadoblaze ao vivoHong Kong, oferece maisblaze ao vivo150 marcasblaze ao vivobeleza sul-coreanas

Crédito, YesStyle

Legenda da foto, E-commerce YesStyle, sediadoblaze ao vivoHong Kong, oferece maisblaze ao vivo150 marcasblaze ao vivobeleza sul-coreanas

Ela calcula que, só neste ano, a divisãoblaze ao vivoK-beauty deve lhe render US$ 25 milhõesblaze ao vivofaturamento.

Seu fundador, Joshua Lau, acredita o sucesso do site se deve às avaliações feitas por consumidores, que dariam a outros potenciais compradores segurança para se aventuraremblaze ao vivoum produto novo.

O editorblaze ao vivobeleza do e-commerce, Romy Rose Reyes, diz que os consumidoresblaze ao vivopaíses ocidentais têm se interessado particularmente pela maquiagem natural batizadablaze ao vivo"Chok Chok",blaze ao vivoque a pele - alémblaze ao vivoparecer estar sem maquiagem - tem "uma aparência úmida e brilhante".

Reyes e Hong, do K Beauty Bar, dizem que o aspecto "natural" e "jovem" estão na moda, enquanto o matte (com efeito opaco) que ganhou adeptos na Europa e Estados Unidos - e que ainda faz muito sucesso no Brasil - já estaria "out".

Assim, a tendência agora seriam os tons mais naturais nos lábios, as bases mais leves - as cushion (que armazenam a base líquida por trásblaze ao vivouma enponja) e os BB e CC creams - e as máscaras faciais usadas para reparar uma sérieblaze ao vivodanos à pele.

Produtosblaze ao vivoinspiração 'K-beauty'

As marcas ocidentais também tentam tirar proveito da febre do K-beauty. "Nós temos visto algumas empresas incorporarem algumas das etapasblaze ao vivocuidado com a pele àblaze ao vivoplataformablaze ao vivoprodutos", diz Katie Thomas, da Marie Claire.

"A Yves Saint Laurent, por exemplo, lançou uma base e um blush. Uma marca conhecida acaba sendo um caminho mais fácil para alguns consumidores para experimentarem o K-beauty."

A brasileira Boticário, porblaze ao vivovez, tem bases cushion disponíveisblaze ao vivolinhasblaze ao vivotrês marcas diferentes - Eudora, Quem Disse, Berenice? e Boticário.

Na Coreia do Sul, o K-beauty vai muito além das consumidoras e tem um público masculino fiel.

"Na Coreia, a relação dos homens com o cuidado com a pela e com a maquiagem é diferente - eles não têm medoblaze ao vivose expressar se se sentirem bem e confortáveis com o que estão usando, especialmente as novas gerações. Mas essa não é uma tendência que chegou a reverberar nos países ocidentais", diz Hong.

"Os homens desses países têm se tornado cada vez mais consumidoresblaze ao vivoprodutosblaze ao vivobeleza e cuidado pessoal, mas a diferença (quando comparados aos coreanos) ainda é grande", concorda Andrew McDougall.

Ele destaca o caso recente da Chanel, que lançou uma linhablaze ao vivomaquiagem para homens, chamada "Boyblaze ao vivoChanel", primeiramente na Coreia do Sul, e não na França, onde está sediada.