Brasileiros solidários abrem casas para desconhecidos que fogemodds apostasfuracão nos EUA:odds apostas

Maria Oliveira eodds apostasfamília

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, A cearense Maria Oliveira trouxe a família e dois cachorros para a sala dos anfitriões na Flórida

"Ei gente! Moroodds apostasDanbury/Connecticut, se alguém precisarodds apostasabrigo podem me chamar."

Mensagensodds apostasFacebook

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As mensagens surgiramodds apostasgrupos no Facebook criados por brasileiros que vivem na Carolina do Sul, Carolina do Norte e na Virgínia, principais estados na rota do fenômeno descrito como "extremamente perigoso" e "catastrófico" que deve chegar ao continente até esta sexta-feira.

Em comum, os brasileiros que decidiram abrir seus lares para receber pessoas que fogem do furacão têm a lembrançaodds apostassituações passadas, quando eles próprios precisaram deixar suas casasodds apostasbuscaodds apostasabrigoodds apostasginásios, escolas ou casasodds apostasparentes.

Autoraodds apostasum dos convites, a auxiliarodds apostaslimpeza baiana Ana Souza, que vive com o marido há 17 anos na Flórida, precisou deslocar os móveis da sala do apartamento alugado onde o casal vive para abrir espaço a pelo menos 8 colchões infláveis que já começam a receber famíliasodds apostasfuga.

Mapa

Memória do caos

"Eu passei por isso o ano passado e sei como é difícil", conta Souza à reportagem.

"Tem muita gente precisando, gente que não tem condições mesmo. Então, eu senti vontadeodds apostaspelo menos fazer um pouco e não tem problema nenhum abrir as portas da minha casa. Se pudesse eu ajudaria mais, porque tem gente que nem gasolina pra vir para outro estado tem. É muito difícil."

Moradoraodds apostasTampa, na Flórida, ela encarouodds apostascasa a passagem do furacão Irma,odds apostasagostoodds apostas2017, que deixou um rastroodds apostasdestruição e pelo menos 40 mortos no Caribe e outros 50 na Flórida.

Ana Souza e o marido

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, A baiana Ana Souza e o marido devem receber oito pessoasodds apostascasa durante a passagem do furacão Florence

"Foi muita chuva, vento muito forte, muitas árvores quebradas", lembra. "Meu marido fechou todas as janelas com madeira. Compramos muita comida e água, mas, graças a Deus, o furacão não passou por aqui e foi desviado."

Os primeiros hóspedes já chegaram: a família da donaodds apostascasa cearense Mariaodds apostasOliveira, que trouxe o marido, veterano militar e portadorodds apostasdeficiência, a filhaodds apostas13 anos e dois cachorros.

"É uma pessoa com um coração muito grande. Abrir a porta da casa para gente que ela não conheceodds apostasuma situação dessa é difícil. São muito poucas pessoas que têm coragem e coração para isso", diz Oliveira por telefone, enquanto se alojava no colchão inflável.

Moradoraodds apostasLumberton, na Carolina do Norte, ela própria já é veteranaodds apostasfuracões.

"O furacão Mathew (2016) foi minha primeira experiência. Eu nunca tinha passado por algo do tipo. Ficamos 7 dias sem energia e água", diz.

Imigrantes ilegais

Outra brasileira, que prefere não ter o nome divulgado, também abriu as portas da casaodds apostasOrlando e pretende oferecer abrigo a imigrantesodds apostassituação irregular nos EUA.

"Quase todo ano passa furacão aqui, alguns mais fortes e outros menos. No ano passado, eu não estava preparada para receber o Irma. Tinham me dito que seria tranquilo mas um dia,odds apostasmadrugada, recebemos um alerta para evacuar tudo nas próximas horas. Eu não sabia o que fazer, para onde ir, e vi num grupo uma pessoaodds apostasAtlanta oferecendo abrigo. Ela me recebeu", conta.

"Assim como recebi ajuda no ano passado, quis estender isso a outras famílias porque sei que o risco é muito grande. Muita gente não tem ninguém próximo para acolher, outros estão ilegais e ficam com medoodds apostasir para abrigos", diz a brasileira, que receberá 10 pessoas na casaodds apostasque vive com o filho e o marido.

"Não estou preocupada com a documentaçãoodds apostasquem vem. 90% dos brasileiros que moram aqui já estiveramodds apostasalgum momentoodds apostassituação ilegal, e este foi o meu caso também. Isso para muitos é um status temporário e não cabe a ninguém julgar isso."

Os visitantes também serão alojadosodds apostascolchões infláveis no quarto do filho da brasileira.

"Eles vão ficar confortáveis. Fico feliz. É uma corrente que vira, sabe?"

Famíliaodds apostasVerissima Saias

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Legenda da foto, A famíliaodds apostasVerissima Saias já emprestou geradoresodds apostasenergia aos funcionáriosodds apostassua empresa da última vezodds apostasque um furacão passou pela Carolina do Sul

Geradores emprestados

Alémodds apostasabrirem as portasodds apostascasa, brasileiros têm oferecido outros tiposodds apostasauxílio aos conterrâneos.

A família da empresária mineira Veríssima Saias, que viveodds apostasMyrtle Beach, bem no caminho do furacão, na Carolina do Sul, decidiu adiantar as férias e seguir para um resort na Flórida.

"Recebemos avisoodds apostasevacuação. A partir das 2h da tarde, ninguém mais entra ou sai da cidade", diz. "Carreguei documentos, roupa do corpo, e o resto ficou tudo para trás."

Donosodds apostascaminhões e uma empresaodds apostasconstrução civil, eles tentaram convencer funcionários e conhecidos a deixar o local, mas não tiveram sucesso.

"Muita gente saiu, muitos amigos, mas alguns poucos ficaram. Tentei ajudar algumas pessoas, mas elas recusaram. Muitos com animaisodds apostasestimação quiseram ficar"

No furacão do ano passado, ela conta, a família ficou sem energia elétrica por duas semanas.

A forma encontrada para ajudar os que ficaram foi ceder energia elétrica.

"Emprestamos todos os geradoresodds apostasenergia da empresa para os funcionários. Vários ainda estavam nas caixas", conta.

Os equipamentos garantirão eletricidade para motoristasodds apostascaminhão, pedreiros e ajudantes. "A lei do retorno é como o mar. A maré sempre trazodds apostasvolta", diz Saias.

A famíliaodds apostas6 pessoas havia acabadoodds apostasterminar a construçãoodds apostassua casaodds apostas400 metros quadrados,odds apostasuma região nobre.

"Temos seguro", afirma. "Vão-se os anéis, ficam os dedos."

Furacão Florence

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Legenda da foto, Florence teveodds apostasintensidade rebaixada para uma tempestadeodds apostascategoria 2 (com ventosodds apostas165 km/h), mas ainda amedronta

Florence

Prestes a chegar à Costa Leste dos EUA, o furacão Florence pode "matar muita gente", segundo as autoridades locais.

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, o administrador da Agência Federalodds apostasGerenciamentoodds apostasEmergências (Fema), Brock Long, disse que as tempestades podem trazer inundações catastróficas para as áreas do interior.

Nesta quarta-feira, o furacão teveodds apostasintensidade rebaixada para uma tempestadeodds apostascategoria 2 (com ventosodds apostas165 km/h).

Segundo Long, enquanto a velocidade do vento diminuiu, a áreaodds apostasimpacto se ampliou e as previsõesodds apostaschuva se mantiveram inalteradas.

O nível previsto por meteorologistas para a água das enchentes pode chegar a até 4 metros.

"É uma tempestade muito perigosa", disse Long. "Inundações no interior matam muitas pessoas, infelizmente, e é isso que estamos prestes a testemunhar."