Entenda a turbulência econômica na Argentina e como isso pode afetar o Brasil:x25 in 1xbet
Além disso, a Argentina é um dos principais parceiros comerciais do Brasil e importante comprador, principalmente,x25 in 1xbetveículos fabricadosx25 in 1xbetterritório brasileiro. Atrásx25 in 1xbetChina e dos EUA, a Argentina é o terceiro maior importadorx25 in 1xbetprodutos brasileiros. E, apesar do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto)x25 in 1xbet0,2% anunciado nesta sexta no Brasil, o indicador foi pressionado por forte queda da indústria e dos investimentos no segundo segundo trimestrex25 in 1xbet2018, segundo o IBGE (Instituto Brasileirox25 in 1xbetGeografia e Estatísitica).
Por isso, entender a atual crise da Argentina e como o país está reagindo à crise pode ajudar a prever eventuais riscos e minimizar potenciais danos à economia do Brasil. A BBC News Mundo, o serviçox25 in 1xbetespanhol da BBC, ouviu especialistas e listou três pontos para entender o que está acontecendo com a economia argentina, e como isso pode afetar os países da região.
1. O gradualismo e o ajuste
A desvalorização do peso argentino vem ocorrendo desde dezembro, mas, na quarta-feira, a moeda foi à lona depoisx25 in 1xbetum anúncio do presidente. Macri tentava gerar confiança no mercado. O efeito, no entanto, foi o oposto e as palavras do presidente atraíram ainda mais incertezas.
O episódio entrou para a lista do que alguns chamamx25 in 1xbeterro da equipe econômica que se autodenominou "a melhorx25 in 1xbet50 anos".
Muitos analistas dizem que falta ao governo explicar se vai continuar com o histórico déficit fiscal (despesas maiores que receitas)x25 in 1xbetum dos países mais assistencialistas da América Latina. Se continuar tentando por fim ao desequilíbrio entre o que arrecada e o que gastax25 in 1xbetforma gradual, a Argentina corre riscox25 in 1xbetsofrer ainda mais com a já elevada inflação. Se preferir reduzir o déficitx25 in 1xbetpronto, com corte nas despesas, vai dar um duro golpe nos milhõesx25 in 1xbetargentinos que dependem do Estado.
A decisão não é simples,x25 in 1xbetespecial porque Macri ex25 in 1xbetcoalizão tentarão a reeleição dentrox25 in 1xbetum ano.
Mas essa ambiguidadex25 in 1xbetrelação à forma como vai encarar a crise, asseguram especialistas, funciona como repelente para investidores.
Macri, empresário e engenheiro, quis resolver a inflação e o déficit herdadosx25 in 1xbetgovernos passados usando a receita que previa equilibrar contas, emitir dívida e transformar a Argentinax25 in 1xbetum destino para o turismo financeiro.
E o fez optando pelo ajustex25 in 1xbetgastos gradual, o chamado gradualismo econômico, ao invésx25 in 1xbetapostarx25 in 1xbetmedidas que gerassem, num primeiro momento, "sangue, suor e lágrimas" para reduzir as despesas.
Em maio, quando o mundo assistiu à primeira queda forte do peso emx25 in 1xbetgestão, Macri percebeu que os investidores rejeitavam o gradualismo. E, à medida que a incerteza sobre a direção da economia do país aumentava, a Argentina assistiu à fugax25 in 1xbetcapitais e Macri, aparentemente, ficou sem respostas sobre quais medidas tomar.
2. O contexto internacional
O erro mais gravex25 in 1xbetMacri, dizem analistas e até integrantes do próprio partido do presidente, foi fazer uma leitura equivocada do contexto internacional. Num momentox25 in 1xbetprotecionismo extremo, Macri decidiu que a Argentina "voltaria ao mundo".
Ao insistir na dependência do financiamentox25 in 1xbetmercados internacionais, a já histórica vulnerabilidade da economia argentina foi exacerbada. E quando os Estados Unidos elevaram suas taxasx25 in 1xbetjuros, o peso despencou. Quando Donald Trump anunciou novas tarifas sobre o alumínio, o peso caiu. Quando a Turquia entroux25 in 1xbetcrise, o peso também desvalorizou. E assim tem sido.
Nenhuma outra moedax25 in 1xbetmercado emergente sofre tanto quanto a argentina quando há qualquer movimento gerando tensão financeira e políticax25 in 1xbetnível global. Enquanto o governo diz "o mundo não nos acompanhou", os mais críticos falamx25 in 1xbeterrox25 in 1xbetcálculox25 in 1xbetrelação às variáveis externas.
3. A herança histórica
O fatox25 in 1xbetMacri ser um dos empresários mais ricos da Argentina ex25 in 1xbetter sido eleito especialmente para resolver a situação econômica do país dá à crise contornos ainda mais dramáticos.
Ele herdou um Estado com elevado déficit fiscal e inflação, à beira da recessão. As causas, segundo ele, seriam a agenda protecionistax25 in 1xbetcontrolex25 in 1xbetcâmbio e a forte emissãox25 in 1xbetdinheiro para impulsionar o consumo imposta pela administração Kirchner.
Mas, no momento, os indicadores macroeconômicos seguem no vermelho ou estão piores que no passado. O governo Macri afirma ser o custox25 in 1xbet"deixarx25 in 1xbetmentir" ex25 in 1xbet"abandonar o populismo".
Os mais críticos a Macri, no entanto, dizem que o presidente não soube captar a realidade argentina, o que implica lidar com um históricox25 in 1xbetgasto público elevado.
Além dos golpesx25 in 1xbetEstado ex25 in 1xbetgovernos militares autoritários, a Argentina, um dos maiores produtoresx25 in 1xbetalimentos do mundo, tem lutado nos últimos 50 anos para definir que tipox25 in 1xbetmodelo econômico quer implementar.
Como a situação argentina afeta o Brasil e outros países?
O contexto internacional que impacta a Argentina também tem afetado, ainda quex25 in 1xbetmenor escala, outros países da região. Mas a grande questão é saber o tamanho do impacto da desvalorização do peso argentinox25 in 1xbetoutros países.
Certamente, o númerox25 in 1xbetturistas argentinos no exterior vai cair. A expectativa éx25 in 1xbetque não haverá mais filasx25 in 1xbetargentinosx25 in 1xbetlojasx25 in 1xbeteletrodomésticos chilenas e paraguaias, ou grande fluxox25 in 1xbetargentinosx25 in 1xbetpraias brasileiras, por exemplo.
Alémx25 in 1xbetmenos turistas, o Brasil pode ver uma redução também nas transações comerciais com a Argentina,x25 in 1xbetespecial nas relacionadas à indústria automotiva. No ano passado, o vizinho foi o terceiro principal importador do Brasil e aumentoux25 in 1xbet31,3% as suas compras - as aquisiçõesx25 in 1xbetautomóveis e veículosx25 in 1xbetcarga puxaram as vendas brasileiras.
O lado positivo da crise, no entanto, para o Brasil e países da região, pode ser uma redistribuiçãox25 in 1xbetinvestidores que estavam apostando na Argentina. Crises anteriores mostraram que, quando a Argentina entrax25 in 1xbetdificuldade, países como o Paraguai e a Bolívia experimentam uma pequena injeçãox25 in 1xbetinvestimentos.
Para isso, contudo, é preciso exibir a capacidade uma economia mais previsível e menos vulnerável, na avaliaçãox25 in 1xbetespecialistas.
Apesarx25 in 1xbeta inflação brasileira estar controlada, a recente disparada do dólarx25 in 1xbetrelação ao real tem potencial para gerar pressões inflacionárias no Brasil. Com o dólar alto, insumos, produtos e serviços ficam mais caros e essa diferença pode ser repassada ao consumidor.
No entanto, num cenáriox25 in 1xbetbaixo crescimento econômico e com o desemprego alto, como é o caso do Brasil, o repasse da alta do dólar para a inflação tende a ser pequeno. Além disso, a parcelax25 in 1xbetdólar da dívida brasileira é marginal, o país tem um volume expressivox25 in 1xbetreservas internacionais e déficit relativamente pequenox25 in 1xbettransações correntes (que contabiliza as trocas com o exterior) - ainda que,x25 in 1xbetjulho, as transações correntes tenham sido deficitáriasx25 in 1xbetUS$ 4,4 bilhões, após quatro mesesx25 in 1xbetsuperávits, segundo o BC.
Tudo isso minimiza a vulnerabilidade do Brasilx25 in 1xbetrelação aos efeitos adversos atrelados ao cenário externo mais turbulento e também às incertezas sobre o cenário eleitoral, fazendo com que as chancesx25 in 1xbeto país viver uma crise como a da Argentina sejam muito pequenas.