Por que a crise na Nicarágua divide a esquerda na América Latina:logo pixbet

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Legenda da foto, Líderes da Venezuela e da Bolívia apoiaram Ortega. E no Brasil, o PT divulgou nota dizendo que o governo é legítimo

Enquanto o Forologo pixbetSão Paulo, organização que reúne entidadeslogo pixbetesquerda latino-americanas, acusou os Estados Unidos e a "direita golpista"logo pixbettentar desestabilizar a Nicarágua, o Partido Socialista chileno expressou "indignação pela violenta repressão no país".

Ortega "está polarizando a esquerda até mais que a Venezuela", disse Javier Corrales, professorlogo pixbetCiência Política no Amherst College, nos Estados Unidos.

Por trás deste fenômeno, há várias explicações.

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Legenda da foto, A crise da Nicarágua está rachando a esquerda da América Latina

'Um sonho que se desviou rumo à autocracia'

Parte da esquerda deixoulogo pixbetver Ortega como a continuaçãologo pixbetuma guerrilha que derrubou o governo Somoza (aliado dos Estados Unidos na Nicarágua) no final dos anos 1970 e instalou um amplo governo democrático, depoislogo pixbetenfrentar a ação armada dos "contras" financiada pelos Estados Unidos, na décadalogo pixbet1980.

Ortega é acusado agoralogo pixbetimpulsionar as ações repressivas da polícia elogo pixbetparamilitares contra manifestantes desarmados, muitos dos quais são jovens. Os enfrentamentos deixaram maislogo pixbet300 mortos desde abril.

"Sinto que algo que foi um sonho se desvia e cai na autocracia e entendo que os que no passado foram revolucionários perderam a noçãologo pixbetque na vida há momentoslogo pixbetque é preciso dizer: 'vou embora'", disse Mujicalogo pixbetjulho, no Senado uruguaio.

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Legenda da foto, Quando jovem, Ortega (foto) integrou a revolução sandinista da décadalogo pixbet70 que inspirou a esquerda da América Latina

O teólogo brasileiro adepto da teologia da libertação Leonardo Boff, que já foi aliado dos sandinistas, divulgou uma carta dizendo estar "perplexo que o mesmo governo que conduziu a libertação da Nicarágua possa estar imitando as práticas do antigo ditador".

"O processologo pixbetdesencanto com Ortega tem sido difícil e lento, mas chegamos ao pontologo pixbetprovocar um racha na esquerda", afirma Corrales.

Para parte da esquerda, Ortega é considerado traidor da causa desde que se aliou a empresários e à Igreja Católica. Agora, o presidente da Nicarágua acusa bispos católicoslogo pixbetapoiar os "golpistas".

Na verdade, Ortega tem gerado divergências dentro do próprio sandinismo, com alguns expoentes da revolução tendologo pixbetafastado do presidente antes da crise atual.

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Legenda da foto, José Mujica afirmou acreditar que a Nicarágua está se tornando uma autocracia

Qual será a posição do presidente do México?

Uma questão para a qual ainda não se sabe a resposta é se o recém-eleito presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que élogo pixbetesquerda, vai ou não apoiar o governologo pixbetOrtega. Ele assumelogo pixbetdezembro.

O atual governo do México tem sido ativo, a nível regional,logo pixbetcondenar a violência na Nicarágua, mas Mercelo Ebrard, indicado pelo futuro presidente para ministrologo pixbetRelações Exteriores, anunciou que "vai adotar uma política externa respeitosalogo pixbetnão-intervenção" nos assuntos internos da Nicarágua elogo pixbetoutros países, como a Venezuela.

Um dos principais respaldos que Ortega tem hoje vem do Forologo pixbetSão Paulo, que se reuniulogo pixbetmeadoslogo pixbetjulho, com a presençalogo pixbetMaduro, Morales e o presidentelogo pixbetEl Salvador, Salvador Sánchez Céren.

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Legenda da foto, O presidente venezuelano Nicolás Maduro é um dos presidentes latinoamericanos que deram apoio a Ortegalogo pixbetmeio à crise

"Denunciamos que os graves atoslogo pixbetbarbárie e violação dos direitos humanos cometidos pela direita golpista e terrorista nicaraguenses", declarou o Foro, que também afirmou que o governologo pixbetOrtega tem o "legítimo direitologo pixbetse defender".

A ex-presidente Dilma Rousseff também participou do encontro. "Na Nicarágua, existe uma institucionalidade democrática estabelecida e que deve ser respeitada. Cabe ao seu governo e aos gruposlogo pixbetoposição preservá-la para assegurar que a segurança e os interesses da população sejam garantidos e que as divergências sejam resolvidas politicamente", disse o PT,logo pixbetnota divulgada no finallogo pixbetjulho.

O ex-presidente cubano Raúl Castro expressou na semana passada "solidariedade" à Nicarágua.

Maduro enviou no sábado saudações ao "hermano" Ortega elogo pixbetesposa, a vice-presidente da Nicarágua, Rosario Murillo, dizendo acreditar que o governo nicaraguense está sendo "atacado pelo império".

"A Venezuela está firme com vocês. Estamos com a Nicarágua", disse Maduro.

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Legenda da foto, Raúl Castro e Evo Morales apoiaram publicamente Ortega

Críticos da Nicarágua fazem paralelo com 'autoritarismo venezuelano'

As críticas a Ortega geraram rachas na esquerda latino-americana difíceislogo pixbetimaginar pouco tempo atrás.

Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte venezuelana, respondeu publicamente a Mujica: "Ele está pensandologo pixbetser candidato outra vez no Uruguai. Os egos se inflamam".

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Legenda da foto, O apoiologo pixbetHugo Chávez foi crucial para a consolidaçãologo pixbetOrtega no poder

Mas quem se opõe a Ortega tem traçado semelhanças entre a Nicarágua e a Venezuela, cujo governo também é acusadologo pixbetautoritarismo e repressão violenta a opositores.

"Na Venezuela, assim como na Nicarágua, não há um socialismo, o que existe lá é o usologo pixbetuma retóricalogo pixbetesquerda do século 20, para encobrir uma oligarquia que rouba do Estado", tuitou o ex-guerrilheiro colombianologo pixbetesquerda Gustavo Petro, na semana passada.

No entanto, Nicarágua e Venezuela parecem gerar sentimentos conflitanteslogo pixbetrelação às diferentes referências esquerdistas da América Latina.

Uma diferença apontada por alguns deles é que, enquanto o líder da revolução venezuelana- Hugo Chávez- está morto, na Nicarágua os protagonistas estão vivos.

"Nunca se gerou na Venezuela essa mística que surgiu com o sandinismo", disse o cientista político uruguaio Adolfo Garcé à BBC News Mundo, o serviço espanhol da BBC.

Mas ele afirma que, para a esquerda regional, parece difícil questionar a Venezuela, porque o chavismo teceu laços políticos e econômicos mais recentes com outros países.

"É como se o amor da esquerda pela Nicarágua tenha sido mais intenso, mas também muito mais longínquo e distante", diz Garcé. "E (esse amor) tem sido muito menos constante e vocal nos últimos anos."