'Tento dar conforto e carinho': o relato da médica brasileirabetano bonus 100hospital que atendeu centenasbetano bonus 100feridosbetano bonus 100Gaza:betano bonus 100

Liliana Mesquitabetano bonus 100uma maternidade no Afeganistão

Crédito, Cortesia/Liliana Mesquita

Legenda da foto, A anestesista carioca Liliana Mesquita está embetano bonus 10011º missão junto ao Médicos Sem Fronteira, organização que aderiu há oito anos
Liliana Mesquita, ao centro, participabetano bonus 100operaçãobetano bonus 100Gaza

Crédito, Aurelie Baumel/MSF

Legenda da foto, Hospitalbetano bonus 100Gaza onde a anestesista brasileira (centro) trabalha atendeu 336 pacientes na segunda-feira; essa foto foi tirada um dia depois

Ela contou que, não apenasbetano bonus 100casobetano bonus 100guerra, masbetano bonus 100qualquer situaçãobetano bonus 100que há grande fluxobetano bonus 100pacientes, é protocolo fazer uma triagem, identificando casos mais graves como "vermelho" para priorizá-los e para tentar estabilizar o maior número possívelbetano bonus 100casos.

"Não se tem tempo hábil, nem recurso humano suficiente para operar todos...o que se faz é o que se chamabetano bonus 100controlebetano bonus 100danos num primeiro momento", justifica.

A maioria dos 40 feridos que foi parar no centro cirúrgico do hospital onde Liliana está trabalhandobetano bonus 100Gaza eram homens, jovens e com ferimentos nas pernas, causados por tiros.

Entre as quase 60 pessoas mortas na segunda-feira estavam sete crianças e um homem que teve as duas pernas amputadas, segundo as autoridades palestinas. Israel mobilizou maisbetano bonus 100100 atiradores, muitos delesbetano bonus 100unidades especiais,betano bonus 100diferentes pontos da fronteira, durante os diasbetano bonus 100protestos na região.

Confronto entre palestinos e israelensesbetano bonus 100Gazabetano bonus 10014betano bonus 100maiobetano bonus 1002018

Crédito, EPA

Legenda da foto, Confronto na Faixabetano bonus 100Gaza deixou maisbetano bonus 10050 mortos e milharesbetano bonus 100feridos

Há seis semanas que palestinos da Faixabetano bonus 100Gaza participaram desses protestos, a chamada "Grande Marchabetano bonus 100Retorno" que terminou na terça, 15betano bonus 100maio - databetano bonus 100que palestinos lembram a "nakba", "a catástrofe", o êxodobetano bonus 100massa ocorrido há 70 anos e que está na raiz do conflitobetano bonus 100décadas com os israelenses.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos criticou Israel pelo "uso indiscriminado da força" contra os manifestantes palestinos. Israel diz que agiu legitimamente para proteger seus civisbetano bonus 100militantes que tentam violar a fronteira.

Os confrontos se intensificaram na região por causa da transferência da Embaixada americanabetano bonus 100Tel Aviv para Jerusalém. O gesto americano simboliza a aceitaçãobetano bonus 100Jerusalém como capitalbetano bonus 100Israel. Os palestinos também reivindicavam o direitobetano bonus 100ter Jerusalém como capitalbetano bonus 100seu futuro Estado, e havia um acordo entre as duas partesbetano bonus 100que o status da cidade seria decidido no estágio finalbetano bonus 100negociaçõesbetano bonus 100paz - que estão suspensas.

Liliana Mesquita no Iêmem

Crédito, Cortesia/Liliana Mesquita

Legenda da foto, A anestesista carioca está embetano bonus 10011º missão pelo Médico Sem Fronteiras, organização para qual trabalha há oito anos

'Não me assusto mais'

A médica brasileira, que nasceu no Rio e mora há 16 anosbetano bonus 100Brasília, não hesitoubetano bonus 100dizer que "ama" estarbetano bonus 100Gaza. Ela é católica e diz que,betano bonus 100algumas situações e a dependerbetano bonus 100onde trabalha, precisa usar o hijab, o véu que muçulmanas usam para cobrir a cabeça.

Ela disse que já não se impressiona mais com a violência da região. "Não me assusto tanto com essas situações por já ter vivido outras vezes situaçãobetano bonus 100guerra", diz, admitindo que tenta dar apoio psicológico aos colegas que estão pela primeira vez numa áreabetano bonus 100conflito.

Liliana Mesquita ao centro com outras duas integrantes do MSF

Crédito, Cortesia/Liliana Mesquita

Legenda da foto, Liliana (centro) diz que tenta "dar amor, conforto e carinho" aos pacientes e aos colegas do Médico Sem Fronteiras

Liliana está embetano bonus 100terceira missãobetano bonus 100Gaza, que visitou pela primeira vezbetano bonus 1002012 e, depois,betano bonus 1002014. Já viajou 11 vezes para integrar equipes da Médicos sem Fronteiras.

Estevebetano bonus 100uma maternidade no Afeganistão,betano bonus 100um hospital erguido pela organizaçãobetano bonus 100Mossul, no Iraque, e também no Iêmen.

Ela diz que entrou para a Médicos sem Fronteira por vontadebetano bonus 100ajudar, e que acabou ficando "por ter sido a experiência mais transformadora da minha vida".

Vida e morte

Sobre o conflito entre palestinos e israelenses, ela diz ter "amigos nos dois lados". "Minha única função é, exclusivamente, atender quem precisabetano bonus 100anestesia e tentar dar amor, conforto e carinho", afirma.

Liliana Mesquita tratabetano bonus 100criança que nasceubetano bonus 100hospitalbetano bonus 100Gaza

Crédito, Cortesia/Liliana Mesquita

Legenda da foto, Nascimentobetano bonus 100uma garotinha ajudou a quebrar "climabetano bonus 100tensão" no hospital onde médica brasileira está trabalhandobetano bonus 100Gaza

A médica brasileira conta ainda que, alémbetano bonus 100receber feridosbetano bonus 100protestos, seu hospital atende todas as "demandasbetano bonus 100um hospital local". "As pessoas continuam ficando doentes, as mulheres continuam tendo filhos", observa.

E foi assim que acabou ajudando no partobetano bonus 100uma menina, na terça-feira, na mesma salabetano bonus 100que um homem ferido no confrontobetano bonus 100segunda estava sob cuidados médicos. O nascimento, segundo ela, "quebrou o climabetano bonus 100tensão no hospital".

Liliana também anestesiou uma criança vítimabetano bonus 100queimadura - caso que não estava relacionado ao conflito.

A equipe da Médicos Sem Fronteiras no hospitalbetano bonus 100Lilianabetano bonus 100Gaza foi reforçada.

"A vida continua", avalia. No fim das fériasbetano bonus 100Gaza, Liliana volta à Brasília. Chegará numa quinta e, no dia seguinte, já começa a trabalhar.