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'Como defender meritocracia quando Brasil é o país que menos taxa herança?', diz discípulobaixar pixbet grátisPiketty:baixar pixbet grátis
Nascido na Irlanda, Milá é aluno do francês Thomas Piketty, o economista que ganhou fama mundial com seu livro, o best-seller O Capital no Século 21,baixar pixbet grátisque mostrou que o capitalismo vem concentrando renda.
No Brasil, a alíquota máxima do imposto sobre herança, o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação),baixar pixbet grátiscompetência estadual, ébaixar pixbet grátis8%. Mas a média cobrada é menor,baixar pixbet grátis4%, lembra o economista.
Jábaixar pixbet grátisoutros países, como a Europa Ocidental, os Estados Unidos e o Japão, essa taxa é bem mais alta,baixar pixbet grátis25% a 40%.
Milá defende a implementaçãobaixar pixbet grátisum sistemabaixar pixbet grátisimpostosbaixar pixbet grátisherança "progressivo".
"Ou seja, quanto maior a fortuna a ser recebida, maior a incidência do imposto", explica.
Isso não significa dizer que toda e qualquer herança deveria ser sobretaxada. O economista reforça que o imposto deveria variarbaixar pixbet grátisacordo com o montante recebido.
"Talvez seja injusto para famílias mais modestas pagar maior alíquota da herança. Mas a chave é a progressividade. Acimabaixar pixbet grátisdeterminado nível, tem que ser debatido se as taxas deveriam ser aumentadas ebaixar pixbet grátisaté quanto. O problema do Brasil é que se aplica apenas uma alíquota, o que é muito limitante, independentemente do volume do patrimônio transferido", diz.
Milá lembra, contudo, que outras nações emergentes não cobram nenhum imposto sobre herança, como China, Índia ou África do Sul.
"Mas a pergunta que devemos nos fazer é: deveríamos seguir o exemplo deles?", questiona o economista.
Segundo ele, há uma associação direta entre a taxaçãobaixar pixbet grátisgrandes heranças e a desigualdade.
"Há uma forte correlação entre como você regula a transmissãobaixar pixbet grátisriqueza e o desempenho dos indicadoresbaixar pixbet grátisdesigualdadebaixar pixbet grátisrenda", diz.
Questionado pela reportagem, Milá argumenta que o caso vale inclusive para os Estados Unidos, que, embora longebaixar pixbet grátisser exemplo, ainda é menos desigual do que o Brasil.
"É importante lembrar que, durante as décadasbaixar pixbet grátis50, 60 e 70, países como os Estados Unidos e o Reino Unido eram os que cobravam as maiores alíquotas sobre a herança, chegando a 70%-80%baixar pixbet grátisalguns casos", explica.
O problema, segundo Milá, é que não basta aperfeiçoar a tributação sobre a herança se o sistema tributário não for reestruturado como um todo.
"Trata-sebaixar pixbet grátisapenas um ingrediente. No caso americano, por exemplo, essa taxação foi amplamente erodida ao longo do tempo. Hoje há várias lacunas que possibilitam aos mais ricos evitarem pagar um imposto maior."
No contexto brasileiro, além da alíquota única e baixa, o sistema também é falho, argumenta o economista.
"Não necessariamente a transmissão é feita quando da morte, mas pode ser feita por meiobaixar pixbet grátis'presentes' e doações", acrescenta.
Na avaliaçãobaixar pixbet grátisMilá, "não queremos construir uma sociedade na qual as pessoas herdem fortunas e, por causa disso, não tenham que trabalhar, enquanto os outros não têm a mesma opção".
Solução
Qual seria, então, a solução para a desigualdade no Brasil?
Para Milá, "essa decisão cabe aos brasileiros. Como um observador internacional, dependebaixar pixbet grátisquais são as preferências".
Ele arrisca palpites. "Há muito mais que pode ser feito no campo da arrecadação. O Brasil ainda recolhe muito pouco comparado com o que poderia porque há muitas isenções".
Neste sentido, diz ele, o argumento "de que se paga muito imposto no Brasil" pode ser justificável do pontobaixar pixbet grátisvista da classe média.
"Talvez a classe média tenha um ponto. Porque muitas dessas isenções se aplicam a rendas dos muitos ricos, então esse fardo acaba ficando com ela", diz.
"Aqueles que ganham mais deveriam pagar uma fatia maior dabaixar pixbet grátisrenda. Esse é um elemento crucial. Estou falando do montantebaixar pixbet grátisimposto que você paga se abaixar pixbet grátisrenda ultrapassar um determinado limiar", acrescenta.
"Por exemplo, se um executivo ganha US$ 1 milhão e quer ganhar outro US$ 1 milhão, a alíquota vai incidir sobre esse adicional. Isso cria um menor incentivo para que ele receba esse aditivo salarial. É uma formabaixar pixbet grátisregular renda numa sociedade."
Segundo Milá, é preciso definir quais níveis são "justificados".
"Alguém deveria ganhar maisbaixar pixbet grátisUS$ 1 milhão por ano? A alíquota não é tão importante, mas, sim, a partirbaixar pixbet grátisque limiar essa alíquota vai valer. Claro que você não vai aplicar uma alíquotabaixar pixbet grátis90%baixar pixbet grátisquem ganha 50 mil reais por ano. Tudo dependebaixar pixbet grátiscomo você estrutura as alíquotasbaixar pixbet grátisacordo com os limiares", assinala.
O economista acrescenta que a desigualdade no Brasil e no mundo é uma "escolha política".
"Em última análise, a desigualdade não é um fenômeno natural. Sempre foi uma escolha política. Quando as sociedades se tornam mais desiguais, o processo econômico para sustentar mais crescimento fica mais difícil, uma vez que há poucas pessoas no topo", diz.
Para Milá, quanto mais desigual uma sociedade, menos democrática ela se torna.
"Se você concentra renda nas mãosbaixar pixbet grátispoucas pessoas, qual é o sentido da democracia? Qual é o sentido do processo eleitoral? Neste sentido, a política acaba se tornando um jogobaixar pixbet grátisR$ 1 por voto,baixar pixbet grátisUS$ 1 por voto,baixar pixbet grátisvezbaixar pixbet grátisuma pessoa por voto", conclui.
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