Forçada a se prostituir aos 13: as meninas traficadas após fugir da perseguição:ggpoker shop

Legenda do vídeo, 'Se não se prostituir, vou te matar': as crianças refugiadas nas mãosggpoker shoptraficantes

ggpoker shop Meninas no inícioggpoker shopsua adolescência que vivemggpoker shopcamposggpoker shoprefugiados rohingyasggpoker shopBangladesh, na Ásia, estão sendo traficadas para se prostituir, revelou uma investigação da BBC.

Estrangeirosggpoker shopbuscaggpoker shopsexo conseguem facilmente ter acesso a crianças que fugiram do conflitoggpoker shopMianmar - e que, agora, enfrentam um novo perigo.

Centenasggpoker shopmilharesggpoker shoprohingyas têm fugido para Bangladesh nas últimas décadas; o número aumentou drasticamente no ano passado, após uma ondaggpoker shopviolência e perseguiçãoggpoker shopMianmar, onde a etnia, muçulmana, representava cercaggpoker shop5% da população.

Maisggpoker shop600 mil refugiados vivemggpoker shopcampos montadosggpoker shopBangladesh; entre eles, maisggpoker shop60% são crianças, segundo a Agência da ONU para Refugiados.

Anwara tem 14 anos. Ela deixou Mianmar depois queggpoker shopfamília foi morta. Na estrada rumo a Bangladesh, recebeu uma ofertaggpoker shopajuda. "Mulheres vieramggpoker shopuma van. Perguntaram se eu gostariaggpoker shopir com elas."

Ao entrar no veículo, Anwara pensava estar a salvo e a caminhoggpoker shopuma nova vida. Em vez disso, foi levada para a cidade mais próxima, Cox's Bazar, onde foi estuprada.

"Não demorou muito para levarem dois rapazes até mim. Eles me mostraram uma faca, me deram um soco no estômago e me espancaram, porque eu não estava cooperando. Então, os dois me estupraram. Não queria fazer sexo, mas eles continuaram mesmo assim."

Legenda da foto, Cercaggpoker shop700 mil muçulmanos rohingya fugiram da violênciaggpoker shopMianmar desde agosto

Há muitas históriasggpoker shoptráficoggpoker shoppessoas nos camposggpoker shoprefugiados próximos a Cox's Bazar. Mulheres e crianças são as principais vítimas. Elas são atraídas para longe destes locais com promessasggpoker shoptrabalho e acabam sendo forçadas a fazer sexo.

Uma equipe da BBC e da Fundação Sentinel, uma ONG dedicada a treinar e ajudar forçasggpoker shopsegurança no combate à exploração infantil, foi a Bangladesh para investigar a rede por trás desse esquemaggpoker shoptráfico e prostituição.

Táticas cruéis

Menoresggpoker shopidade e suas mães e pais contaram ter recebido ofertasggpoker shopemprego no exterior e na capital, Daca, para trabalhar como domésticas eggpoker shopequipesggpoker shophotéis e restaurantes.

O caos nos camposggpoker shoprefugiados cria oportunidades para que crianças sejam levadas a essa indústria do sexo. Oferecer a esperançaggpoker shopuma vida melhor a famílias desesperadas é uma das táticas mais cruéis destes traficantes.

Legenda da foto, Traficantes se gabam da grande coleçãoggpoker shopmeninas que têm à disposição dos clientes

Mas para muitos, simplesmente não há outra saída. Masuda,ggpoker shop14 anos, que hoje recebe ajudaggpoker shopuma organizaçãoggpoker shopcaridade, contou que, quando como foi traficada, "sabia o que aconteceria". "A mulher me ofereceu um trabalho, todo mundo sabe que ela obriga as pessoas a fazerem sexo. Ela é rohingya e vive aqui há bastante tempo, nós a conhecemos. Mas eu não tinha escolha. Não havia nada para mim aqui", disse ela.

"Minha família havia desaparecido. Não tinha dinheiro. Fui estupradaggpoker shopMianmar. Costumava brincar na floresta com meus irmãos. Agora, não me lembroggpoker shopcomo é brincar."

Alguns pais aceitaram que seus filhos fossem levados mesmo com o receioggpoker shopnunca vê-losggpoker shopnovo. Outros sorriam pensando que seus filhos agora tinham uma vida melhor, mesmo não tendo mais notícias deles. Como disse uma mãe, "qualquer lugar é melhor" do que a vida nos campos.

Mas para onde essas crianças estão sendo levadas e por quem?

Muitas meninas à disposição

Passando-se por estrangeiros recém-chegadosggpoker shopBangladeshggpoker shopbuscaggpoker shopsexo, a equipe investigativa da BBC buscou formasggpoker shopter acesso a crianças. Após 48 horas, questionando donosggpoker shoppequenos hotéis e pousadas na praia - locais conhecidos por terem quartos disponíveis para sexo -, conseguimos os númerosggpoker shoptelefoneggpoker shopcafetões locais.

Com o conhecimento da polícia, pedimos por meninas mais novas para estrangeiros, especificamente meninas rohingya. "Temos meninas jovens, muitas, mas por que você quer rohingyas? Elas são as mais sujas", disse um homem.

Legenda da foto, Traficantes disseram que meninas nas fotos tinham entre 13 e 17 anos

Isso foi recorrente na investigação. Na hierarquia da prostituiçãoggpoker shopCox's Bazar, jovens rohingya são consideradas as menos desejáveis e as mais baratas.

Recebemos ofertasggpoker shopuma sérieggpoker shopcafetões que integram uma redeggpoker shopprostituição. Nas negociações, destacamos que queríamos as meninas imediatamente, para não criar uma demanda por elas.

Fotosggpoker shopdiferentes meninas começaram a chegar, e nos diziam que elas tinham idades entre 13 e 17 anos. Ficamos impressionados com o númeroggpoker shopmeninas disponíveis e o tamanho dessa rede. Se não tivéssemos gostado das meninas nas fotos, havia muitas outras à disposição.

Várias vivem com as famílias dos cafetões. Quando não estão com um cliente, estão cozinhando ou fazendo limpeza. "Não ficamos com elas por muito tempo. A maioria dos homens que pedem por elas sãoggpoker shopBangladesh. As mais novas costumam causar mais problemas, então, nos livramos delas", nos disseram.

Com gravaçõesggpoker shopmãos, apresentamos as evidências para a polícia. Uma pequena equipe foi designada para uma ação controlada.

Conflito entre a prostituição e a miséria

O cafetão foi identificado imediatamente pela polícia. "Eu o conheço. Sabemos muito bem quem ele é", disse um dos policiais, sem dar mais detalhes.

Legenda da foto, Hotéisggpoker shopCox's Bazar são conhecidos por terem quartos disponíveis para clientes dos cafetões

Em preparação para a ação, ligamos para o cafetão e pedimos que duas das meninas que vimosggpoker shopuma fotografia fossem entreguesggpoker shopum hotel conhecidoggpoker shopCox's Bazar naquela mesma noite, às 20h.

O homem que se passava por um cliente estrangeiro, que é membro da Fundação Sentinel, esperou do ladoggpoker shopfora do hotel junto com um tradutor. Policiais à paisana aguardavam no estacionamento.

Conforme o horário marcado se aproximava, houve uma troca intensaggpoker shoptelefonemas entre o cafetão e o cliente. O cafetão queria que o cliente se afastasse do hotel - nos recusamos a fazer isso. O cafetão mandou então um motorista para entregar as duas meninas.

Depois que o pagamento foi feito, o cliente perguntou se, caso a noite corresse bem, outras meninas poderiam ser entregues. O motorista acenou positivamente com a cabeça.

A polícia entrouggpoker shopaçãoggpoker shopseguida. O motorista foi preso, e assistentes sociais e especialistasggpoker shoptráfico humano ajudaram a providenciar auxílio para as meninas. Uma delas se recusou a ir para um abrigo, enquanto a outra, que disse ter 15 anos, ficou sob os cuidados das assistentes sociais.

Legenda da foto, Operação conjunta com a polícia mostrou como atua a indústria da prostituiçãoggpoker shopCox's Bazar

As meninas pareciam estarggpoker shopconflito entre se prostituir e viver na miséria - elas disseram que, sem a prostituição, não conseguiriam se sustentar ou sustentar suas famílias.

Indústria oculta

Transportar mulheres e crianças tanto dentro do país quanto no exterior exige um certo grauggpoker shoporganização. A internet fornece as ferramentas para que diferentes membrosggpoker shopgruposggpoker shopcrime organizado se comuniquem entre si e ofereçam serviços sexuais.

Encontramos casosggpoker shopcrianças rohingya levadas para Chittagong e Daca,ggpoker shopBangladesh, Katmandu, no Nepal, e Calcutá, na Índia.

Na efervescente indústria do sexoggpoker shopCalcutá, elas recebem documentos indianos e são absorvidas pelo sistema, perdendo para sempre suas identidades originais.

Legenda da foto, Os camposggpoker shoprefugiados dão fácil acesso a crianças a quem busca fazer sexo com elas

Na unidadeggpoker shopcrimes cibernéticosggpoker shopDaca, policiais explicaram como traficantes oferecem meninas pela internet. Grupos abertos e fechados no Facebook são como portaisggpoker shopuma indústria ocultaggpoker shopprostituição infantil.

Em meio ao labirintoggpoker shopsites criptografados, conhecemos uma plataforma usada por pedófilos para trocar informações e compartilhar experiênciasggpoker shopcomo fazer sexo com crianças ao redor do mundo.

Um dos usuários mais prolíficos oferece um passo a passoggpoker shopcomo se aproveitarggpoker shopcrianças, especificamente as rohingyas,ggpoker shopmeio à criseggpoker shoprefugiados. Ele relata como evitar ser detectado, detalhes sobre a polícia local e as melhores áreas para conseguir suas vítimas.

Isso já foi tirado do ar pelas autoridades, mas é um sinal arrepianteggpoker shopcomo a criseggpoker shoprefugiados cria oportunidades para que pedófilos e traficantes se aproveitem desse momentoggpoker shopque estão tão vulneráveis.

Traficantes, cafetões e outros membros das redes online e offlineggpoker shopprostituiçãoggpoker shopBangladesh continuam a fornecer mulheres e crianças para quem busca sexo.

A crise rohingya não criou a indústria do sexo no país, mas aumentou a ofertaggpoker shopvítimas dessa indústria, fez cair o preço cobrado por esses serviços e fez a demanda aumentar como nunca.

Os nomes usados nesta reportagem foram alterados para proteger os entrevistados.

ggpoker shop Créditos:

Produtor Investigativo: Sam Piranty

Consultor Investigativo: Glenn Devitt

Imagens: Nick Woolley

Apresentador : Mishal Husain

Produtor Executivo: Jacky Martens