'Você vai ser minha amante': repórter da BBC grava assédiobet esporte bet sportdeputado russo:bet esporte bet sport

Leonid Slutsky

Crédito, Alamy

Legenda da foto, Leonid Slutsky é membro do parlamento russo e do Partido Liberal Democrata, uma sigla conservadora

'Fiquei sem palavras'

Rustamova gravou a entrevista com o parlamentar ocorrida há um ano, na qual ocorreu o incidente.

A gravação estábet esporte bet sportposse da BBC, que decidiu não publicá-la.

Em 24bet esporte bet sportmarçobet esporte bet sport2017, Farida Rustamova visitou Leonid Slutsky, líder do comitêbet esporte bet sportassuntos externos,bet esporte bet sportseu gabinete para ouvi-lo sobre a visita que Marine Le Pen, então candidata à presidência da França, faria à Rússia.

Durante a entrevista, Slutsky inesperadamente mudoubet esporte bet sportassunto e perguntou se a jornalista não gostariabet esporte bet sportdeixar a BBC para trabalhar com ele.

Farida Rustamova
Legenda da foto, Farida Rustamova fez uma acusação anônima inicialmente, mas depois decidiu falar abertamente sobre o casobet esporte bet sportassédio

Quando Rustamova recusou a oferta, ele reclamou: "Você está tentando fugirbet esporte bet sportmim, você não quer me beijar, feriu meus sentimentos".

A jornalista explicou que pretende se casar com seu namorado. O parlamentar retrucou: "Ótimo, você vai se casar com ele, e ser minha amante."

Rustamova diz que o político então se aproximou dela e,bet esporte bet sportsuas palavras, começou a "passar a palma da mão nas partes baixas do meu corpo".

"Eu não entendi o que estava acontecendo", diz ela. "Simplesmente fiquei sem palavras, resmungando alguns sons, fiquei sem reação. Falei algo sobre não voltar a vê-lo, que ele tinha passado a mãobet esporte bet sportmim."

A julgar porbet esporte bet sportresposta, que também foi gravada, o deputado não concordou com a descrição do que ocorreu. "Não passo a mão nas pessoas. Ok, só um pouco. 'Passar a mão' é uma expressão muito feia'", disse ele.

A BBC questionou o deputado Leonid Slutsky sobre o que ocorreu no dia 24bet esporte bet sportmarçobet esporte bet sport2017, mas ele não respondeu às perguntas.

Farida Rustamova é terceira jornalista a acusar o deputadobet esporte bet sportconduta sexual imprópria nas últimas duas semanas. As outras duas mulheres são Yekaterina Kotrikadze, editora do canalbet esporte bet sportTV RTVI, e Daria Zhuk, produtora da TV Rain.

O parlamentar afirma que o caso se tratabet esporte bet sportuma trama política.

"As pessoas estão infelizes com a autoridade do comitêbet esporte bet sportassuntos externos e com seu líder", disse. "Temo que esse seja um típico exemplobet esporte bet sportjornalismo feito sob encomenda para diminuir nossa autoridade, mas acabou fortalecendo-a".

Ekaterina Kotrikadze
Legenda da foto, Ekaterina Kotrikadze, editora-chege do canal RTVI, foi a primeira a acusar o deputado Leonid Slutsky | Foto: RTVI

'Vamos checar'

A Duma, a Casa Baixa da Assembleia Federal da Rússia, afirmou que a culpabet esporte bet sportSlutsky não foi comprovada e pediu que as supostas vítimas relatem os casos ao Comitêbet esporte bet sportÉtica do Parlamento.

Em declaração ao jornal Vedomosti, na quarta-feira passada, o porta-voz do Parlamento, Vyacheslav Volodin, afirmou: "Vamos deixar a política para os políticos. Vamos checar isso (as denúncias). Mas uma história sempre tem dois lados".

"Então, se seguirmos o processo legal, se houver uma acusação, o que podemos fazer? Se você ofender alguém, você deve se desculpar. Se você provocar alguém, você deve assumir a responsabilidade", disse.

Ele também disse que jornalistas mulheres que tenham medobet esporte bet sportcobrir o Parlamento russo devem procurar trabalhobet esporte bet sportoutro lugar.

Rustamova está preparandobet esporte bet sportdeclaração ao Comitêbet esporte bet sportÉtica da Assembleia. Ela diz que Leonid Slutsky não pediu desculpas sobre o que ocorreu.

A legislação russa não tratabet esporte bet sportcasosbet esporte bet sportassédio sexual. A deputada Oksana Pushkin afirmou à BBC que a lei que proíbe coerções sexuais (artigo 133 do Código Penal da Rússia) "não funciona".

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Assédio sexual na Rússia

- A Rússia não tem lei contra assédio sexual

- A culpabilizaçãobet esporte bet sportvítimasbet esporte bet sportassédio ou estupro é muito alta no país. Normalmente, é dito que mulheres "incentivaram" os casos

- Nas redes sociais, no entanto, a forma como o assunto é tratado tem mudado. Em 2016, a hashtag "Não tenho medobet esporte bet sportfalar" se espalhou pelo Facebook na Rússia, com homens e mulheres contando sobre casosbet esporte bet sportviolência sexual que foram vítimas

- Ativistas estão convencendo os jovens sobre condutas sexuais sem violência

- Advogados estão procurando maneirasbet esporte bet sportintroduzir a ideiabet esporte bet sportsexo consensual na lei