'Ela tem tanta dor que só quer morrer': jovemcasa de apostas 10bet19 anos pede eutanásia e causa polêmica no Chile:casa de apostas 10bet

paula
Legenda da foto, Os sintomas começaramcasa de apostas 10bet2013 e têm piorado desde então | Foto: Twitter/#JusticiaParaPaula/Reprodução

casa de apostas 10bet Paula Díaz tem 19 anos e quer morrer.

A jovem chilena, que nasceu na cidadecasa de apostas 10betTalca, ao sul da capital, Santiago, sofre desde o fimcasa de apostas 10bet2013casa de apostas 10betum mal raro que, até agora, não foi diagnosticadocasa de apostas 10betforma conclusiva pelos médicoscasa de apostas 10betseu país.

Sua família afirma que, no decorrer dos últimos quatro anos ecasa de apostas 10betforma cada vez mais intensa, Paula faz movimentos involuntários, tem episódioscasa de apostas 10betperda da consciência, paralisia das extremidades e uma dor que a jovem define como "insuportável".

Um vídeo compartilhado pela mãe e pela irmãcasa de apostas 10betPaula no iníciocasa de apostas 10betfevereiro nas redes sociais mexeu com Chile e ultrapassou as fronteiras do país.

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Nele, a jovem pedecasa de apostas 10betforma desesperada à presidente Michelle Bachelet que autorizecasa de apostas 10beteutanásia - proibida no país -, porque não suporta mais a dor e não aguenta mais viver.

"É algo tão terrível que não consigo descansar. Nemcasa de apostas 10betdia, nem à noite (...). Já não suporto meu corpo. Ele está despedaçado. Não consigo apoiar qualquer parte dele sem sentir dor. Como não conseguem entender que já não aguento mais?", diz emcasa de apostas 10betmensagem à presidente.

Também há imagens da jovem aparentemente antescasa de apostas 10betapresentar os sintomas e outrascasa de apostas 10betque está se contorcendo na cama, com as extremidades tensionadas, muitas vezes na maca do hospital, com o semblante aflito.

Em poucos dias, os vídeos viralizaram, atingindo maiscasa de apostas 10bet1 milhãocasa de apostas 10betvisualizações, dividindo opiniões e reacendendo o debate sobre eutanásia no país. Em 2014, um caso semelhante,casa de apostas 10betuma menina que pedia a Bachelet permissão para morrer, já havia mexido com a opinião pública.

A mãe e Paula
Legenda da foto, A mãe (acima) e a irmãcasa de apostas 10betPaula começaram a campanha nas redes sociais para dar visibilidade ao caso | Foto: Facebook/María Cecilia Ahumada/Reprodução

O tema voltou aos meioscasa de apostas 10betcomunicação chilenos e à agendacasa de apostas 10betalguns políticos, que têm usado o caso para rediscutir a legalização do suicídio assistido no país.

O casocasa de apostas 10betPaula, contudo, é bastante diferente do episódiocasa de apostas 10bet2014.

A ausênciacasa de apostas 10betinformações claras sobre seu problemacasa de apostas 10betsaúde, a ausênciacasa de apostas 10betum diagnóstico conclusivo e um laudo médico que lhe atribui um transtorno psiquiátrico, que seria o responsável pelos sintomas que Paula alega sentir, fizeram com que a polêmica que cerca a discussão sobre eutanásia no Chile ganhasse novas camadas.

Primeiros sintomas

Vanessa Díaz, irmãcasa de apostas 10betPaula, diz à BBC Mundo que tudo começou no fimcasa de apostas 10bet2013, quando a jovem foi hospitalizada com sintomas que os médicos associaram à coqueluche.

"Nossa família relaciona (os acontecimentos subsequentes) ao fatocasa de apostas 10betque Paula, pouco antescasa de apostas 10betser hospitalizada naquele ano, recebeu a vacina tríplice, que protege contra três doenças (tétano, difteria e coqueluche) - e foi hospitalizada pela primeira vez justamente por uma suposta coqueluche", argumenta Vanessa.

Familiares - e alguns médicos, ainda que nenhum tenha se manifestado oficialmente por escrito - acreditam que um vírus presente na vacina se alojou na medulacasa de apostas 10betPaula e é responsável porcasa de apostas 10betcondição atual.

Assim, a acusação por si só tem gerado repercussão no Chile, país onde a imunização é obrigatória.

Paula e a mãe
Legenda da foto, Segundo a família, Paula era saudável e levava uma vida normal até 2013 | Foto: Facebook/María Cecilia Ahumada/Reprodução

O médico Miguel Kottow, chefe da Unidadecasa de apostas 10betBioética da Escolacasa de apostas 10betSaúde Pública da Universidade do Chile, afirma que não há antecedentescasa de apostas 10betqualquer caso parecido no país e considera a acusação delicada.

"É um tema muito grave, já que qualquer decisão que se tome nesse caso também colocacasa de apostas 10betevidência o tema da imunização obrigatória", pondera.

De acordo com a irmãcasa de apostas 10betPaula, depois da vacina e da primeira hospitalização, a situação da jovem piorou.

"A partir daí, ela começou a apresentar uma sériecasa de apostas 10betsintomas que não tinham ligação com a coqueluche. Foi hospitalizada diversas vezes, ficou internadacasa de apostas 10betmuitas clínicas e começou a perder a mobilidade das pernas, dos braços, a sensibilidadecasa de apostas 10betalgumas partes do corpo e a sentir muita dor", afirma.

Desde então, acrescenta Vanessa, Paula já foi avaliada por dezenascasa de apostas 10betespecialistas, sem que eles tenham encontrado uma causa para o que ela diz sentir.

"O último diagnóstico foicasa de apostas 10bet2015, que dizia que ela tinha um problema neurológico que também era degenerativo, mas nunca nos disseram que ele era sintomacasa de apostas 10betuma determinada doença ou o que ele provocava", afirma.

Segundo o jornal chileno El Mostrador, nos prontuários das diferentes clínicas pelas quais a jovem passou desde 2013 são encontrados diagnósticos que vãocasa de apostas 10betbronquite obstrutiva, pneumonia e edemacasa de apostas 10betlaringe a transtorno depressivo maior, perda auditiva, escoliose, ataxia (perdacasa de apostas 10betcoordenação muscular), síndrome da conversão (transtorno mental que causa reações neurológicas sem uma causa aparente) e encefalite.

A variedadecasa de apostas 10betdiagnósticos é uma das razões que levam a família a acreditar que Paula foi vítimacasa de apostas 10betdescaso dos médicos.

"Queremos justiça para minha irmã, porque sabemos que houve negligência. Exigimos que se abra uma investigação para saber o que aconteceu com ela, uma jovem completamente saudável e que agora se encontracasa de apostas 10betsituação deplorável, que pode morrer. Queremos saber o que causou o dano cerebral", diz Vanessa.

Até o momento, contudo, a família não apresentou laudo médico que atribui os sintomas a um problema neurológico degenerativo - e a clínica onde aparentemente o diagnóstico foi realizado proibiu, para preservar a privacidade dos pacientes, a divulgaçãocasa de apostas 10betdetalhes do tratamentocasa de apostas 10betquem passou por ali.

Paula
Legenda da foto, Paula foi hospitalizada diversas vezes, mas não há diagnóstico conclusivo sobrecasa de apostas 10betdoença | Foto. Twitter/#JusticiaParaPaula/Reprodução

Por isso,casa de apostas 10betacordo com o médico Kottow, um dos dilemas éticos do caso é o fatocasa de apostas 10betque as informações que o municiam são muito "vagas e precárias".

"Até agora, o que temos é o que diz a família - o que estão dizendo, não comprovando. Não sabemoscasa de apostas 10betfato o que aconteceu durante os diversos atendimentos médicos, se houve negligência ou não, se houve desentendimento da família com o tratamento indicado, se houvecasa de apostas 10betfato esse diagnóstico ou a que conclusões chegaram os especialistas. São fatores que devemos levarcasa de apostas 10betconta antescasa de apostas 10betdebater se a assistência médica funcionou ou não", argumenta.

Os dilemas do diagnóstico

As incertezascasa de apostas 10betrelação ao diagnósticocasa de apostas 10betdano cerebral crescem quando se levacasa de apostas 10betconta um outro laudo médico sobre a jovem emitido por um renomado hospital chileno.

"Emcasa de apostas 10betterceira hospitalização, na Clínica Bicentenario, submeteram-na a uma sériecasa de apostas 10betexames e chegaram à conclusãocasa de apostas 10betque não havia nenhum dano neurológico. Nos disseram que minha irmã tinha síndrome da conversão e que ela estava causando a si mesma os sintomas", comenta Vanessa.

A síndrome da conversão é uma rara doença psiquiátrica que gera sintomas que se assemelham aoscasa de apostas 10betuma doença neurológica.

Segundo a Associação Americanacasa de apostas 10betPsiquiatria, uma das principais dificuldades para o tratamento desse transtorno é o fatocasa de apostas 10betque, muitas vezes, ele não é reconhecido nem pelos paciente nem por seus familiares - o que pode levar a isolamento social, atraso escolar nos mais novos e,casa de apostas 10betalguns casos, complicações como prostrações e contraturas.

Após o diagnósticocasa de apostas 10betPaula, o hospital sugeriu transferir a jovem para uma clínica psiquiátrica para fazer tratamento, recomendação que a família rechaçou por não concordar com a opinião dos médicos.

"Conhecemos minha irmã, era uma menina saudável que não tinha nenhum problema, nós sabemos que não é um problema psiquiátrico", alega Vanessa.

Desde 2015, a família se nega a submeter Paula a novos exames e decidiu apoiá-la emcasa de apostas 10betdecisãocasa de apostas 10bettentar a eutanásia.

"Estamos respeitando a vontadecasa de apostas 10betPaula, não queremos que ela continue sendo obrigada a passar pelas hospitalizações. Como ela é uma paciente supostamente psiquiátrica,casa de apostas 10betmuitos momentos questionam o que ela sente, tratam-na como louca ou como alguém que está foracasa de apostas 10betsi - e ela não quer mais passar por isso", ressalta a irmã.

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"Ela já está há maiscasa de apostas 10betquatro anos prostradacasa de apostas 10betuma cama, confinada entre quatro paredes, já que não pode nem sentarcasa de apostas 10betuma cadeiracasa de apostas 10betrodas para se movimentar pela casa. Não é certo viver assim, vendo que seu corpo falha cada dia um pouco mais. Ela tem tanta dor que só quer morrer."

Vanessa acrescenta que a situaçãocasa de apostas 10betPaula tem impacto sobre toda a família - e que a mãe se viu obrigada a abandonar o trabalho e que agora tem dificuldadecasa de apostas 10betpagar as contas.

"Minha irmã enviou uma carta à presidente no fimcasa de apostas 10bet2017, mas não tivemos resposta. Minha mãe então pediu ajuda a um senador, que leu a carta no Congresso, mas mesmo assim não tivemos muito retorno - apenas a notíciacasa de apostas 10betque receberíamos uma pensão mensal", acrescenta.

O debate da eutanásia

Mesmo com suas incertezas, o caso reativou o debate sobre eutanásia no Chile, pouco tempo depois da legalização do aborto - apenascasa de apostas 10betcasoscasa de apostas 10betestupro,casa de apostas 10betriscocasa de apostas 10betvida da mulher ecasa de apostas 10betinviabilidade fetal - ecasa de apostas 10betmeios às discussões sobre a reinstalação da penacasa de apostas 10betmorte no país.

O deputado do Partido Liberal Vlado Mirosevic é um dos que têm levantado a bandeira da legalização do suicídio assistido no país - e o caso da jovem foi um dos exemplos que ele utilizou recentemente no Congresso para reforçar a necessidadecasa de apostas 10betdiscussão do tema.

"O ponto aqui é respeitar o direito que Paula ou qualquer umcasa de apostas 10betnós temcasa de apostas 10betuma morte com dignidade. Isso é primeiramente um direito. Assim, se deve colocar a decisão do indivíduo à frente daquela da sociedade", destaca à BBC Mundo.

"Ao mesmo tempo, esse é um tema humanitário,casa de apostas 10betcompaixão,casa de apostas 10betse colocar no lugar do outro. Sob esse aspecto, a decisão sobre a eutanásia deve ser pessoal, e não determinada por uma leicasa de apostas 10betmaneira uniforme e autoritária que não deixe espaço para uma morte digna", acrescenta - reconhecendo, contudo, que não tinha até então ciência do diagnóstico psiquiátrico da jovem.

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Kottow, mesmo considerando que o debate sobre a eutanásia no Chile ecasa de apostas 10betlegalização não são apenas "pertinentes, mas necessários", rejeita a ideiacasa de apostas 10betque o caso da Paula deva servir como exemplo, como está acontecendo agora.

"Nesses casos, estaríamos falandocasa de apostas 10beteutanásia médica, quer dizer, executada por um médico. Se não há diagnóstico, como ocorre com essa jovem, derruba-se todo o caso", argumenta.

"Antescasa de apostas 10betpensarcasa de apostas 10betuma solução extrema - que não é possível porque não é válida por lei e porque a presidente não tem autoridade para permiti-la -, era preciso primeiramente determinar o que ela temcasa de apostas 10betfato, se é algo tratável, se tem prognóstico negativo, ecasa de apostas 10betque bases se está fundamentando o pedidocasa de apostas 10beteutanásia", ressalta.

Também membro da Sociedade Chilenacasa de apostas 10betBioética, ele afirma que seria "um mau precedente" abrir caminho para o suicídio assistido com esse caso, dada a quantidadecasa de apostas 10betincógnitas e dificuldadecasa de apostas 10betacesso a informaçõescasa de apostas 10bettorno da situaçãocasa de apostas 10betPaula.

"Até agora, a única informação que temos são alguns vídeos nas redes sociais. Mas isso não informa muito sobre a condição real da jovem. Com basecasa de apostas 10betum vídeo e na opinião da família não se pode chegar a nenhuma conlusão, mesmo que seja somente ética, sem força legal. Este é um caso que devemos analisar para além da boa vontade e da compaixão", defende.