O que se sabe sobre a polêmica relaçãoonabet partnerTrump com a Rússia:onabet partner

Trump e Putin

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Legenda da foto, Relaçãoonabet partnerTrump com Putin é alvoonabet partnerpolêmicas desde o fim das eleições americanas | Fotos: AFP/Getty Images

onabet partner A proximidade do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem dominado as manchetes há maisonabet partnerum ano e envolvido o governo Trumponabet partnercontrovérsias.

Nesta semana a polêmica ganhou novo capítulo - na terça-feira, o ex-assessor sênior do presidente, Steve Bannon, foi ao Congresso para prestar depoimento. As duas casas legislativas fazem investigações sobre a suposta ligação da Rússia com a equipe que trabalhou na campanhaonabet partnerTrump para as eleições americanasonabet partner2016.

A força-tarefa do Departamentoonabet partnerJustiça que conduz a principal investigação sobre o caso também o convocou para depor dianteonabet partnerum grande júri - procedimento que seria substituído, depoisonabet partnerum acordo feito por Bannon, por um interrogatório conduzido pelo líder da operação, Robert Mueller, informou nesta quarta a redeonabet partnerTV CNN.

Mas qual é, afinal, a ligação entre Trump e a Rússia? Como começou? No que vai dar?

Steve Bannon chegando ao Congresso para prestar depoimento

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Legenda da foto, Steve Bannon (ao centro) foi ouvido por uma comissão do Congresso americano na terça-feira (16)

Quatro pessoas ligadas à campanha eleitoral e ao governoonabet partnerTrump já foram acusadas formalmente. O presidente nega qualquer irregularidade e diz que não há nenhuma evidência concreta contra ele.

A BBC reuniu o que se sabeonabet partnermais importante sobre o caso e as perguntas que ainda precisam ser respondidas.

Quem investiga o caso?

Robert Mueller, um respeitado ex-diretor do FBI, foi escolhido pelo Departamentoonabet partnerJustiça para comandar uma força-tarefa sob supervisão do órgão. O objetivo é investigar uma possível influência russa nas eleições – uma das suspeitas mais sérias da história dos EUA envolvendo o alto escalão da política.

A operação inclui advogados renomados que atuam no setor privado, advogados do Departamentoonabet partnerJustiça e agentes do FBI.

Donald Trump e Michael Flynnonabet partner2016

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Legenda da foto, Michael Flynn foi demitido por Trumponabet partnerfevereiroonabet partner2017

Além da força tarefa, o caso também está sendo investigado por quatro comissões diferentes do Congresso americano – as comissõesonabet partnerInteligência da Câmara e do Senado, a comissãoonabet partnerJustiça do Senado e a comissãoonabet partnersupervisão da Câmara.

Quais as suspeitas contra Trump envolvendo a Rússia?

As equipes responsáveis pela campanha eleitoralonabet partnerTrump e pela transiçãoonabet partnergoverno foram acusadasonabet partnerconspirar com agentes russos para influenciar as eleições americanasonabet partnerprol do candidato republicano.

Agênciasonabet partnerinteligências dos EUA, como a CIA e a NSA, chegaram "com grande confiança" à conclusãoonabet partnerque a Rússia estava por trásonabet partnerum esforço para favorecer Trump nas eleiçõesonabet partner2016.

Tanto o presidente americano quando Vladimir Putin menosprezaram as acusações. Trump disse que estava sendo vítima da "maior caça às bruxas política da história".

Quais as evidências?

Pelo menos 12 assessoresonabet partnerTrump tiveram contato com agentes russos durante a campanha e a transição,onabet partneracordo com uma análiseonabet partnerdados públicos feita pela CNN. Eles se encontraram pessoalmente com pessoas ligadas ao governo russo pelo menos 19 vezes e se comunicaram pelo menos 51 vezes.

O grupo inclui o cunhado e conselheiroonabet partnerTrump Jared Kushner, seu filho Donald Trump Jr., seu ex-assessoronabet partnerSegurança Nacional, Michael Flynn, e o secretárioonabet partnerJustiça, Jeff Sessions.

Michael Flynnonabet partner2017

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Legenda da foto, Ex-assessoronabet partnerSegurança Nacionalonabet partnerTrump, Michael Flynn é uma das pessoas envolvidas no escândalo

Trump Jr. e Jared Kushner se encontraram com um grupoonabet partnerrussos, incluindo a influente advogada russa Natalia Veselnitskaya,onabet partner2016. A reunião foi na Trump Tower,onabet partnerNova York, e aconteceu após um articulador russo contatar Trump Jr. dizendo que tinha material que incriminaria a candidata democrata, Hillary Clinton.

O filho do presidente admitiu o encontro, mas se defendeu das acusações – embora tenha dito que a advogada tinha oferecido apenas "disparates" e que "provavelmente deveria ter agido um pouco diferente".

Partidáriosonabet partnerTrump afirmam que interações com estrangeiros são rotinaonabet partnerqualquer campanha para a Casa Branca, mas dois dos assessoresonabet partnerTrump já admitiram ter mentido sobre os encontros.

Quem foi formalmente acusado?

Quatro pessoas foram denunciadas oficialmente pela força-tarefa que investiga o caso: ex-dirigente da campanhaonabet partnerTrump Paul Manafort, um antigo sócio dele chamado Rick Gates, um conselheiroonabet partnercampanhaonabet partnerTrump chamado George Papadopoulos e Michael Flynn.

Tanto Gates quanto Manafort se declararam inocentesonabet partner12 acusações, incluindo aonabet partnerconspirar contra os Estados Unidos.

Papadopoulos, que é acusadoonabet partnertentar marcar encontros entre Trump e representantes russos, admitiu ter mentido ao FBI sobre o caso.

Membro mais sênior ligado a Trump a ser indiciado, Flynn também admitiu ter mentido ao FBI sobre encontros que ele teve com o embaixador russo, Sergei Kislyak.

Trump sabia?

A confissãoonabet partnerFlynnonabet partnerter mentidoonabet partnerjuízo sobre os encontros faz parteonabet partnerum acordo que ele fez com a promotoria. Ele receberá penas bem mais leves do que as que teria enfrentado sem o acordo, como, por exemplo, por fazer negócios privados com um país estrangeiro enquanto ocupava um cargo público.

Especialistasonabet partnerlegislação dizem que esse tipoonabet partneracordo só costuma se oferecido quando um acusado tem evidências que incriminem alguémonabet partnerum cargo superior.

Trump demitiu Flynnonabet partnerfevereiro, dizendo que ele tinha mentido para o vice-president Mike Pence sobre seu encontro com o diplomata russo.

Críticos questionam se o presidente sabia da relaçãoonabet partnerFlynn com o embaixador. Os jornais americanos têm dito que resposta para essa pergunta pode fazer parte do acordo do ex-assessoronabet partnerSegurança Nacional com a Justiça.

Qual a importânciaonabet partnerSteve Bannon?

Um dos articuladores da ideia "A Américaonabet partnerprimeiro lugar" como tema da campanhaonabet partnerTrump, Bannon era um dos assessores mais próximos do presidente antesonabet partnerser demitidoonabet partneragosto.

Nas últimas semanas ele entrou publicamenteonabet partnerconflito com o presidente, depoisonabet partnerfazer comentários negativos sobre Trump eonabet partnerfamília no livro Fire and Fury (Fogo e Fúria),onabet partnerMichael Wolff. Recém-publicado nos EUA, o livro chega ao Brasilonabet partnermarço.

Bannon chamou a reunião do filho do presidente com os russosonabet partner"antipatriótica" e "traiçoeira" e disse que o Departamentoonabet partnerJustiça iria "desmascarar Trump Jr.onabet partnerrede nacional".

Trump respondeu dizendo que seu ex-assessor "estava louco".

Como a Rússia interferiu nas eleições?

Adulterar urnasonabet partnervotação, por exemplo, é algo que difícil nos Estados Unidos. Mas é possível interferir nas eleiçõesonabet partneroutras formas – atravésonabet partnerpessoas.

Membros das agênciasonabet partnerinteligência americanas dizem que a Rússia tinha uma operação nesse sentidoonabet partnerduas frentes.

A primeira supostamente envolvia mandar e-mailsonabet partner"phishing" – uma técnica pouco sofisticada para tentar enganar as pessoas e conseguir suas senhas – para figuras do Partido Democrata.

A Catedralonabet partnerSão Basílioonabet partner2009

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Legenda da foto, Agênciasonabet partnerinteligência americanas dizem que a Rússia atuavaonabet partnerduas frentes para tentar influênciar a eleição nos EUA | Foto: AFP/Getty Images

Hackers teriam conseguido invadir os sistemas do comitê do partido e vazar milharesonabet partnere-mails revelando o trabalho da campanhaonabet partnerHillary Clinton, com comentários privados e embaraçosos.

A segunda frente supostamente envolvia um esquema para encher as redes sociais – e especialmente o Facebook – com notícias falsas contrárias ao partido democrata.

De acordo com o depoimentoonabet partnerrepresentantes do Facebook para o Congresso, o conteúdo distribuído pelos russos impactou 126 milhõesonabet partneramericanos na rede social durante e depois da eleição.

Desde quando se sabe sobre a intervenção da Rússia?

De acordo com o Washington Post, a CIA mandou um relatório para a Casa Brancaonabet partneragostoonabet partner2016 dizendo que Vladimir Putin estava por trásonabet partneruma tentativaonabet partnerinterferir nas eleições.

Segundo os jornais americanos, o governoonabet partnerBarack Obama ficou receosoonabet partnerdivulgar a suspeita – o medo supostamente seriaonabet partnera revelação ser interpretada como uma tentativaonabet partnerinterferir no pleito. A administração então teve uma resposta relativamente discreta.

Outras agênciasonabet partnerinteligência chegaram separadamente à mesma conclusão, e os republicanos no Congresso estavam relutantesonabet partnerapoiar uma crítica pública à Moscou.

Diplomatas russos foram notificados, mas um pronunciamento público do governo sobre o caso só foi feito no fimonabet partnersetembroonabet partner2016, quando todas as principais agênciasonabet partnersegurança concordaram. Para evitar parecer partidário, o documento não foi assinado pelo então presidente.

Trump pode interferir na investigação?

No fim do ano passado surgiram rumoresonabet partnerque o presidente poderia demitir Mueller, o chefe da força-tarefa, e conferir perdão presidencial a Flynn, na tentativaonabet partnerbarrar a investigação.

Os rumores começaram depoisonabet partnerum dos advogados do líder americano ter acusado a força-tarefaonabet partnerobter e-mails ilegalmente. Os investigadores disseram que o material foi conseguido por meios legais.

A manobra seria vista por democratas como obstruçãoonabet partnerjustiça e poderia desencadear pedidos para pedir um impeachment do presidente. Por enquanto, no entanto, parece estar descartada – um advogado da Casa Branca disse que demitir o investigador estava foraonabet partnercogitação.

Em fevereiroonabet partner2017, o FBI estava investigando Michael Flynn por causaonabet partnerseus contatos com os membros do governo russo.

James Comey

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Legenda da foto, James Comey foi removido do cargoonabet partnerdiretor do FBI quando a agência investigava Flynn

O então diretor do FBI, James Comey, esteveonabet partneruma reunião na Casa Branca com o presidente, o vice-presidente, Mike Pence, e o secretárioonabet partnerJustiça, Jeff Sessions. Segundo um relatórioonabet partnerComey escrito logo após o encontro, o presidente teria pedido para Pence e Sessions saírem da sala e sugerido que o diretor do FBI parasseonabet partnerinvestigar Flynn.

Alguns meses depois,onabet partnermaio, o presidente demitiu James Comey, citando "aquela coisa da Rússia",onabet partneruma movimentação que chocou Washington e deu margem a rumores sobre uma tentativaonabet partnerencobrir o caso.

A repercussão do caso levou o Departamentoonabet partnerJustiça a criar a força-tarefa e apontar Mueller para liderar a investigação.

O que vai acontecer agora?

Há muita especulação sobre Mueller estar considerando se é possível embasar uma acusaçãoonabet partnerobstruçãoonabet partnerJustiça contra o presidente. É difícil dizer se a decisãoonabet partnerdemitir Comey sozinha daria um caso - especialistas divergem sobre isso, pois é preciso provar que a intenção do presidente foi encobrir a investigação.

É praticamente impossível acusar o presidenteonabet partnerexercícioonabet partnerum crime – o caso teria que ser apresentado pelo Poder Executivo, do qual Trump é o chefe.

Seria possível apresentar acusaçõesonabet partnerobstruçãoonabet partnerJustiça para um pedidoonabet partnerimpeachment. Há implicações políticas suficientes para isso, principalmente dianteonabet partnercasos do passado, como a aberturaonabet partnerpedidoonabet partnerimpeachmentonabet partnerBill Clinton – que acabou inocentado durante o processo – e a resignaçãoonabet partnerRichard Nixon.

Mas um impeachment é algo improvável, já que o Partido Republicano tem maioriaonabet partnerambas das casas do Congresso, onde o processo seria apresentado e julgado. É preciso que uma maioria simples na Câmara abra o processo e maisonabet partnerdois terços do senado vote pelo impedimento.

O que os americanos pensam sobre o escândalo?

Pesquisas apontam que a maioria das pessoas leva o caso a sério.

Uma delas, feita pelo jornal Washington Post e pelo canal ABC News e publicadaonabet partnernovembroonabet partner2017, mostra que 49% dos americanos acreditam que Trump provavelmente cometeu um crime. Mais da metade – 53% – afirma que as acusações contra as pessoas associadas ao presidente indicam que houve uma conspiração.

Uma pesquisa da rede CBS mostra que dois terços do eleitorado pensa que o acordoonabet partnercooperação e a declaraçãoonabet partnerculpaonabet partnerMichael Flynn são um "problema sério" para o governo Trump.