Entenda a polêmica decisãoapostaaposta em futebolfutebolIsraelapostaaposta em futebolfuteboldeportar milharesapostaaposta em futebolfutebolmigrantes africanos:aposta em futebol

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em protestoaposta em futeboljaneiro do ano passado, manifestantes exibiam cartazes com fotosapostaaposta em futebolfutebolafricanos que teriam sido mortos após serem deportadosapostaaposta em futebolfutebolIsrael para seu paísapostaaposta em futebolfutebolorigem

aposta em futebol O governo israelense deu um prazoapostaaposta em futebolfutebol90 dias para que quase 40 mil migrantes africanos deixem o país, sob a ameaçaapostaaposta em futebolfutebolserem presos.

A medida, anunciada na terça-feira, é considerada controversa por organizaçõesapostaaposta em futebolfuteboldireitos humanos e chama a atenção para o drama vivido, há quase uma década, por milharesapostaaposta em futebolfutebolafricanos não-judeus que entraram ilegalmente no país,aposta em futebolbuscaapostaaposta em futebolfutebolasilo ou trabalho.

O planoapostaaposta em futebolfuteboldeportação do governo oferece passagem aérea e pagamentoapostaaposta em futebolfutebolUS$ 3,5 mil (cercaapostaaposta em futebolfutebolR$ 11,4 mil) para que eles saiam "voluntariamente"apostaaposta em futebolfutebolIsrael.

Os migrantesaposta em futebolquestão - provenientes principalmente do Sudão e da Eritreia - têm a opçãoapostaaposta em futebolfutebolretornar a seu paísapostaaposta em futebolfutebolorigem ou se dirigir a "países terceiros" -identificados como Ruanda e Uganda por gruposapostaaposta em futebolfuteboldireitos humanos.

"Expulsamos cercaapostaaposta em futebolfutebol20 mil, e agora a missão é retirar o resto", disse o primeiro-ministroapostaaposta em futebolfutebolIsrael, Benjamin Netanyahu, que classifica a presença dos migrantes africanos como uma ameaça à identidade judaica.

Uma fonte do departamentoapostaaposta em futebolfutebolimigraçãoapostaaposta em futebolfutebolIsrael informou à BBC que há atualmente cercaapostaaposta em futebolfutebol38 mil "infiltrados"aposta em futebolterritório israelense, sendo que 1,4 milaposta em futebolcentrosapostaaposta em futebolfuteboldetenção.

Israel usa o termo "infiltrado" para se referir às pessoas que entraram no país sem cruzar oficialmente a fronteira.

Apesar do ultimato, o governo israelense afirma que a saída deles será humanizada e "voluntária". E esclarece que a ordem não se aplica a crianças, idosos e vítimasapostaaposta em futebolfuteboltrabalho escravo ou tráficoapostaaposta em futebolfutebolseres humanos.

"Depois do fimapostaaposta em futebolfutebolmarço, aqueles que partirem voluntariamente receberão um pagamento significativamente menor e que encolherá cada vez mais, e medidasapostaaposta em futebolfutebolaplicação da lei terão início", explicou uma fonte do governo, referindo-se à prisão.

Faltaapostaaposta em futebolfuteboltransparência

A agênciaapostaaposta em futebolfutebolrefugiados da Organização das Nações Unidas (ACNUR) e outros gruposapostaaposta em futebolfuteboldireitos humanos afirmam, no entanto, que o plano é controverso e viola leis internacionais e israelenses.

A ACNUR expressou recentemente "grande preocupação" com a segurança dos africanos deportados.

Crédito, AFP

Legenda da foto, Planoapostaaposta em futebolfuteboldeportação oferece passagem aérea e pagamentoapostaaposta em futebolfutebolUS$ 3,5 mil para que os migrantes africanos deixem Israel 'voluntariamente'

De acordo com a agência, a faltaapostaaposta em futebolfuteboltransparência do governo dificulta o trabalhoapostaaposta em futebolfutebolmonitoramento da implementação da políticaapostaaposta em futebolfuteboldeportação.

"Como parte da Convençãoapostaaposta em futebolfutebolRefugiadosapostaaposta em futebolfutebol1951, Israel tem obrigações legaisapostaaposta em futebolfutebolproteger os refugiados e outras pessoas que precisamapostaaposta em futebolfutebolproteção internacional", afirmou Volker Türk, alto-comissário assistente da ONU para refugiados,aposta em futebolcomunicado emitido pela agênciaaposta em futebolnovembro.

Mas, conforme a BBC reportouaposta em futebol2016, migrantes enviados para Ruanda e Uganda contam ter sido abandonados pelas autoridades israelenses assim que desceram do avião. Um deles se tornou vítimaapostaaposta em futebolfuteboltráfico humano, enquanto outro teveapostaaposta em futebolfutebolse virar por conta própria sem documentos.

Um relatórioapostaaposta em futebolfutebol2015 da organização Human Rights Watch mostrou, porapostaaposta em futebolfutebolvez, que, ao retornar para seu paísapostaaposta em futebolfutebolorigem, muitos africanos enfrentaram tortura, detenção arbitrária e - no Sudão - acusaçõesapostaaposta em futebolfuteboltraição por terem pisadoaposta em futebolIsrael.

O eritreu Teklit Michael,apostaaposta em futebolfutebol29 anos, que solicitou asiloaposta em futebolIsrael, diz que a medida anunciada pelo governo é semelhante a "tráfico humano e contrabando".

"Nós não sabemos o que nos espera (em Ruanda e Uganda)", disse ele à agênciaapostaaposta em futebolfutebolnotícias Reuters por telefone.

"Eles preferem agora ficar na prisão (em Israel)".

Asilo a conta-gotas

Gruposapostaaposta em futebolfuteboldireitos humanos acusam ainda Israelapostaaposta em futebolfutebollentidão para processar os pedidosapostaaposta em futebolfutebolasilo.

Menosapostaaposta em futebolfutebol1% das solicitações realizadas até hoje foram atendidas, deixando a maior parte dos solicitantes no limbo, à esperaapostaaposta em futebolfuteboluma resposta.

Legenda da foto, Migrantes africanos no centroapostaaposta em futebolfuteboldetençãoapostaaposta em futebolfutebolHolot

Nos últimos anos, milhares foram deportados por meioapostaaposta em futebolfuteboldiferentes acordos. E muitos daqueles que permaneceram no país realizam trabalhos mal remunerados, desempenhando funções que muitos israelenses evitam.

Eles sofrem pressãoapostaaposta em futebolfuteboldiferentes lados.

Em maioapostaaposta em futebolfutebol2017, por exemplo, foram implementadas novas regras fiscais, que obrigam o empregador a depositar parte do salárioapostaaposta em futebolfutebolfuncionários migrantes africanosaposta em futebolum fundo, que o trabalhador só pode acessar se sairapostaaposta em futebolfutebolIsrael.

Nos últimos anos, foram noticiados ainda diversos casosapostaaposta em futebolfutebolafricanos agredidos por jovens israelenses - sendo que pelo menos um episódio terminouaposta em futebolmorte.

Segundo Netanyahu, "residentes veteranos" -aposta em futeboluma referência aos israelenses - já não se sentem seguros diante da forte presençaapostaaposta em futebolfutebolmigrantes africanos nos bairros mais pobresapostaaposta em futebolfutebolTel Aviv.

"Então, hoje, estamos cumprindo a nossa promessaapostaaposta em futebolfutebolrestaurar a calma, um sensoapostaaposta em futebolfutebolsegurança pessoal e lei e ordem para os moradores do sulapostaaposta em futebolfutebolTel Aviv eaposta em futebolmuitos outros bairros", afirmou.

Em 2012, a ministra Miri Regev chegou a dizer que os migrantes africanos eram "um câncer", afirmação que foi respaldada por 52% dos judeus israelenses, segundo o Índiceapostaaposta em futebolfutebolPaz, divulgado na época pelo Israel Democracy Institute (IDI ).

Como tudo começou

A maioria dos migrantes africanos chegou a Israel na segunda metade da décadaapostaaposta em futebolfutebol2000, atravessando a Península do Sinai, no Egito.

Para impedir o fluxo migratório, Israel concluiuaposta em futebol2013 a construçãoapostaaposta em futebolfuteboluma cercaapostaaposta em futebolfutebolsegurançaapostaaposta em futebolfutebol245 quilômetros ao longo da fronteira com o Egito. Mas calcula que, antes disso, cercaapostaaposta em futebolfutebol55 mil pessoas tenham entrado no país.

A maior parte foi para Israelaposta em futebolbuscaapostaaposta em futebolfutebolasilo, após fugir da perseguição e do conflitoaposta em futebolseus países, mas as autoridades israelenses os tratam como migrantes "econômicos".

O ultimato dado por Israel nesta semana é um desdobramento do "Programaapostaaposta em futebolfutebolPartida Voluntária", lançado pelo governoaposta em futeboldezembroapostaaposta em futebolfutebol2013.

O plano ganhou força nos últimos meses, quando o Supremo Tribunalapostaaposta em futebolfutebolJustiça aprovou, no fimapostaaposta em futebolfutebolagosto, a controversa políticaapostaaposta em futebolfuteboldeportação forçadaapostaaposta em futebolfutebolmigrantes africanos para "países terceiros", apesar do apeloapostaaposta em futebolfutebolgruposapostaaposta em futebolfuteboldireitos humanos.

A decisão do tribunal prevê, no entanto, que as autoridades israelenses garantam que os paísesapostaaposta em futebolfuteboldestino dos migrantes sejam seguros. E limitaaposta em futebol60 dias o tempoapostaaposta em futebolfutebolprisão para quem se recusar a deixar o país.

aposta em futebol * A BBC usa o termo migrante para se referir a todas as pessoasaposta em futeboldeslocamento que ainda não completaram o processo legalapostaaposta em futebolfutebolreivindicaçãoapostaaposta em futebolfutebolasilo. Este grupo inclui aqueles que fogemapostaaposta em futebolfutebolpaíses devastados pela guerra, como a Síria, que provavelmente receberão o statusapostaaposta em futebolfutebolrefugiados, assim como quem procura emprego e busca uma condição melhorapostaaposta em futebolfutebolvida, mas que os governos costumam classificar como migrantes econômicos.