Israel envia migrantes africanos indesejados a outros países, aponta investigação da BBC:glowny poker
O pedidoglowny pokerAdam foi negadoglowny pokeroutubroglowny poker2015 e, quando ele tentou renovar a permissão temporária para permanecer no país, acabou sendo levado ao isolado campoglowny pokerHolot, no desertoglowny pokerNegev.
O sudanês não ficou surpreso, já que a maioria dos sudaneses e eritreusglowny pokerIsrael sabem que cedo ou tarde serão enviados a Holot.
O governo israelense chama Holotglowny pokerum "centroglowny pokerestadia aberto", mas o local é gerenciado pelo serviço prisional do país e as regras são severas, incluindo um toqueglowny pokerrecolher à noite que, se for desrespeitado, pode resultarglowny pokerprisão.
A reportagem da BBC conversou com Adam e um grupoglowny pokeramigos do ladoglowny pokerfora dos portões do campo. Eles passavam a maior parte do dia jogando cartas ou sinuca, ou comendo e cozinhandoglowny pokerrestaurantes improvisados.
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Eles se revezavam para fazer a viagemglowny pokeruma horaglowny pokerônibus até a cidade mais próxima, Beersheva, para comprar comida e complementar as refeições servidasglowny pokerHolot.
A maioria dos homens tem entre 20 e 30 anos. Alguns já trabalharam como professores, ou eram ativistas ou estudantes quando moravamglowny pokerseus países.
"Estamos desperdiçando nossa juventude aqui. Se alguém viveglowny pokerHolot, não tem futuro... Você encontra muitas pessoas que ficam loucas aqui", disse Adam.
Desde a visita da BBC a Holot, os restaurantes improvisados e as áreasglowny pokerjogos foram demolidos por ordem do governo. O que deixou os moradores do campo com ainda menos opções para passar o tempo.
Adam ficará no campo por 12 meses. Então é provável que ele tenha estas escolhas: voltar para o Sudão; ficarglowny pokerIsrael, porém preso por tempo indefinido; aceitar o envio para um terceiro país.
Tráfico
O governo israelense tem acordo com dois países na África para enviar os migrantes que não quer.
Às pessoas que escolhem a "partida voluntária para um outro país", Israel promete documentação na chegada, com status legalizado no país, e US$ 3,5 mil (quase R$ 14 mil), entregues ainda no portãoglowny pokerembarque do aeroportoglowny pokerTel Aviv.
O governo israelense se recusa a divulgar o nome dos dois países africanos com que tem acordo, mas os migrantes que conversaram com a BBC dizem ter sido enviados para Ruanda e Uganda.
Um deles é Tesfay, eritreu enviado para Ruandaglowny pokermarçoglowny poker2015 – segundo ele, sem documentos migratórios, casa ou emprego, como lhe fora prometidoglowny pokerIsrael. Ele se transformouglowny pokervítimaglowny pokertráficoglowny pokerpessoas.
Tesfay afirmou que um documentoglowny pokerviagem e um vistoglowny pokerentradaglowny pokerRuanda, ambos emitidosglowny pokerIsrael, foram confiscados na chegada ao aeroportoglowny pokerKigali.
Junto com outros nove eritreus, ele diz que foi levado para uma pensão. Ouviu que não deveria sair da casa, porque seria perigoso fazê-lo sem documentos. Então, dois dias depoisglowny pokerchegar, soube que teriaglowny pokerir embora.
"Você vai para Uganda. Mas, antes, você precisa pagar US$ 150 (cercaglowny pokerR$ 595). Então, da fronteira até Kampala (capitalglowny pokerUganda), você precisa pagarglowny pokernovo", disse a ele um homem que se apresentou como John.
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Amontoadosglowny pokerum micro-ônibus, eles viajaram por seis horas para a fronteiraglowny pokerUganda e, chegando lá, tiveram que sair do veículo.
"Quando cruzamos a fronteira foi quando entendi que estávamos sendo traficados. Fomos à pé,glowny pokersilêncio. Estávamos sendo traficadosglowny pokerum país para outro", disse Tesfay.
Eles pagaram mais US$ 150 para continuar a viagem até Kampala.
Mas, ao chegar, tendo entrado no país como imigrantes ilegais, eles foram presos.
Com o dinheiro que não lhe foi confiscado, ele pagou a fiança. Tesfay foi avisado que provavelmente seria deportado para a Eritreia - o paísglowny pokerregime autoritário e repressivo do qual ele havia fugido.
Tesfay então pagou outro traficante para ir para o Quênia, onde hoje tenta obter refúgio.
Sem confirmações
Ruanda não confirma qualquer acordo para receber os migrantes que Israel não quer. O governoglowny pokerUganda também negou a existência desse tipoglowny pokeracerto e disse à BBC que está investigando como migrantes que alegam ter vindoglowny pokerIsrael estão entrando no país.
A BBC conversou com um homemglowny pokerDarfur que contou ter idoglowny pokerIsrael a Uganda com outros sete homensglowny poker2014. Por motivosglowny pokersegurança, ele pediu para não ser identificado.
"Não recebi nada do que me foi prometido. Nenhum documento, nenhum passaporte, nenhuma assistência, nada. (Israel) só quer levar as pessoas e largá-las", disse.
Em outubro, segundo autoridades migratóriasglowny pokerIsrael, 3 mil solicitantesglowny pokerrefúgio no país deixaram Israel para morarglowny pokerum terceiro país. Mas, segundo a BBC apurou, apenas sete pessoas foram registradas no Alto Comissariado para Refugiados da ONUglowny pokerRuanda e apenas oito se registraramglowny pokerUganda.
Sem deportações
Há cercaglowny poker45 mil eritreus e sudanesesglowny pokerIsrael, e o governo não poderia deportá-los sem violar a Convenção da ONU para Refugiados, que o país assinouglowny poker1954.
De acordo com a convenção, ninguém pode ser obrigado a voltar para um país onde teme,glowny pokerforma justificada, algum tipoglowny pokerperseguição.
Mas se Israel os trata como refugiados pelo menos neste aspecto, qual a razão para recusar os pedidosglowny pokerrefúgio?
O porta-voz do Ministério do Exterior israelense, Emmanuel Nahshon, disse que os migrantes ameaçam a segurança e a identidade do Estado judeu.
"É óbvio que é uma situação complexa. E há esse elementoglowny pokermigrantes que querem ficar aqui – sem dúvida por este ser um país rico e próspero –, então isso pode se transformarglowny pokerum desafio à nossa identidadeglowny pokerIsrael", afirmou.
"Não se trata apenasglowny poker45 ou 50 mil pessoas que já estão aquiglowny pokerIsrael, mas do potencial. Porque essas pessoas dizem para os amigos e famíliasglowny pokerseus países: 'Aqui é muito bom. Venha para cá'."
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Nahshon acrescenta que "fronteiras abertas, pelas quais os migrantes podem passar, também são fronteiras abertas pelas quais as organizações terroristas podem penetrar no território israelense e cometer atosglowny pokerterror".
Críticos alegam que o país está violando a Convenção da ONU para Refugiados.
Para o advogado Anat Ben-Dor, os migrantes acabam "estigmatizados", tratados como infiltrados e têm seus pedidosglowny pokerrefúgio julgados por um sistema que os rejeita indiscriminadamente.
Sigal Rozen, do grupoglowny pokerdefesa dos direitos humanos israelense Hotline for Refugees and Migrants, afirmou que o fatoglowny pokerIsrael não garantir a segurança dos migrantesglowny pokerRuanda e Uganda significa que eles são obrigados a se arriscarglowny pokeroutros lugares.
"Alguns deles vão para o Sudão do Sul, outros para o Quênia, para a Etiópia e muitos acabam na Europa depoisglowny pokerseguir a rota pela Líbia e Itália. Infelizmente muitos outros morrem no caminho."
Rozen afirma que há uma piada entre os migrantesglowny pokerque o "presente"glowny pokerdespedida do governo israelense,glowny pokerUS$ 3,5 mil, é o dinheiro para chegar à Europa.
O governoglowny pokerIsrael insiste que está agindoglowny pokeracordo com as leis internacionais e sendo justo com os migrantes.
Tesfay, que tenta asilo no Quênia, discorda. "Não é o que eles prometeram. Não tenho segurança, não tenho proteção nenhuma."
O risco églowny pokerque Adam e os demais moradoresglowny pokerHolot passem pela mesma experiência quando chegaremglowny pokervolta à África.