Por que Barcelona se tornou o principal núcleo jihadista da Espanha?:benefits of cbet
Passado jihadista
Entre os 113 detidos na Espanha entre 2013 e 2016 por atividades relacionadas com o grupo autodenominado Estado Islâmico (EI), maisbenefits of cbet27% viviambenefits of cbetBarcelona, 30%benefits of cbetterritório catalão,benefits of cbetacordo com um relatório divulgado pelo Real Instituto Elcano, um dos principais centrosbenefits of cbetestudos estratégicos do país.
Ceuta e Melilla, cidades espanholas no norte da África, e Madri, capital do país, vêm na sequência como principais cenáriosbenefits of cbetradicalização jihadista na Espanha.
A presença da Catalunha nesse ranking remonta a um processo que começou anos atrás - a listabenefits of cbetepisódios ligados ao jihadismo nessa parte do país é longa.
"Uma das reuniões preparatórias para os atentadosbenefits of cbet11benefits of cbetsetembrobenefits of cbet2001benefits of cbetNova York aconteceu na Catalunha", afirmou à BBC Mundo, o serviçobenefits of cbetespanhol da BBC, Ignacio Álvarez Ossorio, professorbenefits of cbetestudos árabes e islâmicos da Universidadebenefits of cbetAlicante.
Depois dos atentadosbenefits of cbet11benefits of cbetmarçobenefits of cbet2004benefits of cbetMadri, porbenefits of cbetvez, que deixaram 192 mortos, os fugitivos passaram por Santa Colomabenefits of cbetGramanet, localizada na periferiabenefits of cbetBarcelona.
Em 2008, as forçasbenefits of cbetsegurança frustraram um plano para atacar o metrôbenefits of cbetBarcelona e prenderam dez pessoas vinculadas com o movimento talibã paquistanês.
"Aquilo alertou a políciabenefits of cbetque isso poderia acontecer na Catalunha. A partir daquele momento eles começaram a se preparar e,benefits of cbetcerto modo, estavam esperando algo assim (como o atentadobenefits of cbetBarcelona)", disse o professor Peter R. Neumann, diretor do Centro Internacional para o Estudo da Radicalização e da Violência Política da Universidade King's College,benefits of cbetLondres.
"Barcelona era um centrobenefits of cbetradicalização ebenefits of cbetpregadores salafistas há anos", acrescentou.
Desde 2012, 30 operações contra atividades jihadistas foram deflagradas na Catalunha.
Focobenefits of cbetradicalização e salafismo
As razões para a fixação dessas organizações na região são diversas.
"Uma delas é que o território tem uma das comunidades muçulmanas mais importantes da Espanha. Também influencia a proximidade com a França. Na Catalunha existem grupos radicais do Magreb (procedentes do norte da África), bem conectados com o EI e com a al-Qaeda, que mobilizaram combatentes. Em outras ocasiões, eles oferecem refúgio a militantes e se estabelecem como ponte com a Síria e com o Iraque", ressalta Álvarez Ossorio.
O perfil dos detidos na Espanha vinculados ao EI, ainda conforme o relatório do Real Instituto Elcano, mostra que 45,3% deles são espanhóis, 41,1%, marroquinos e 13,6%,benefits of cbetoutras nacionalidades.
"São antesbenefits of cbettudo homens jovens, casados e com filhos, tanto os espanhóis quanto os marroquinos, embenefits of cbetmaioria com ensino médio e com uma taxabenefits of cbetdesemprego semelhante ao do conjunto da população espanhola. Não é incomum que tenham antecedentes criminais. Embora tenham ascendência muçulmana, o conhecimento do Islã e da sharia ou da lei islâmica costuma ser elementar", afirma o relatório Estado Islâmico na Espanha, elaborado pelos investigadores Carola García-Calvo e Fernando Reinares.
Cercabenefits of cbetmetade dessas pessoas pertence à segunda geraçãobenefits of cbetdescendentesbenefits of cbetimigrantesbenefits of cbetpaíses majoritariamente muçulmanos, segundo o mesmo documento, e grande parte delas se radicalizou a partir do auge do EIbenefits of cbet2013.
Nesse processo, a aceitação dos preceitos do salafismo, uma versão radical e às vezes violenta do Islã, mostra ser fundamental.
Mais da metade das congregações salafistas da Espanha estão na Catalunha, escreveu Fernando Reinares, um dos maiores especialistasbenefits of cbetjihadismo da Espanha,benefits of cbetum artigo publicado no jornal El País.
Pela internet
Mas essa não é a única viabenefits of cbetradicalização. Cercabenefits of cbet35% dos detidos na Espanha por terem vínculos com o EI começaram o processo "basicamente online", enquanto cercabenefits of cbet40% combinaram a internet com relações pessoaisbenefits of cbetseu entorno.
"Isso se dá frequentemente por meiobenefits of cbetamigos próximos e familiares, entre outras razões porque essa é a melhor maneirabenefits of cbetevitar a infiltração das forçasbenefits of cbetsegurança. Assim,benefits of cbetmuitas ocasiões, esse processo acontece por grupos muito pequenos, que necessitambenefits of cbetpoucos recursos", diz Álvarez Ossorio.
O professor destaca, entretanto, a "maior complexidade" do ataque desta semana, que envolveu vários suspeitos e afetou diversos lugares, quando se compara a outros atentados que aconteceram na Europa nos últimos meses.
"Temos visto o EI reivindicar autoriabenefits of cbetataques que não tinha planejado. Um atentado desta envergadura, por outro lado, poderia ter contado com aprovação do grupo", ressalta.
A escolhabenefits of cbetBarcelona e do popular calçadão das Ramblas como cenário para um ataque com essas dimensões não foi por acaso, quando se levabenefits of cbetconta seu planejamento ou seu impacto midiático. Entre as vítimas há pessoasbenefits of cbet34 nacionalidades.
"Sabia-se da intençãobenefits of cbetrealizar um ataquebenefits of cbetBarcelona. É uma cidade que gera interesse internacionalmente, e o que os organizadores procuram nesses casos é um alto-falante, que os meiosbenefits of cbetcomunicação se concentrem no atentado. Barcelona tinha todos os números do 'bilhetebenefits of cbetloteria' para um ataque dessas proporções", afirma Álvarez Ossorio.