Como rótulos ligados à maternidade afetam a carreiraapostar final da copa do mundolíderes políticas:apostar final da copa do mundo
"Se você é o empregadorapostar final da copa do mundouma empresa, precisa saber que tipoapostar final da copa do mundomulher está empregando", questionou o entrevistador. "A pergunta é: é válido uma primeira-ministra sairapostar final da copa do mundolicença-maternidade enquanto estiver no cargo?"
Ardern, visivelmente irritada com a pergunta, disse que as mulheres têm o direitoapostar final da copa do mundomanter seus planosapostar final da copa do mundomaternidade no âmbito privado e que não podem ser discriminadas por isso por seus empregadores.
"É totalmente inaceitável,apostar final da copa do mundo2017, que mulheres tenham que responder esse tipoapostar final da copa do mundopergunta no ambienteapostar final da copa do mundotrabalho", respondeu a política. "Ter ou não filhos é uma decisão da mulher e isso não deve predeterminar se ela receberá ou não oportunidadesapostar final da copa do mundotrabalho."
'Estéril'
Filhos - ou a ausência deles - são frequentemente alvoapostar final da copa do mundodebates quando se trataapostar final da copa do mundomulheres na política.
Ali perto da Nova Zelândia há um exemplo recente disso: a ex-premiê da Austrália, Julia Gillard, que chegou a ser chamadaapostar final da copa do mundo"deliberadamente estéril" por um senador da oposição eapostar final da copa do mundo"uma ateia ex-comunista sem filhos" por um rivalapostar final da copa do mundoseu próprio partido.
Em um editorial, o jornal Sydney Morning Herald escreveu que "a persona midiática (de Gillard) não cumpria as expectativasapostar final da copa do mundoalguns eleitores: uma mulher solteira, sem filhos, que dedicaapostar final da copa do mundovida aapostar final da copa do mundocarreira".
Gillard costumava reagir a esse tipoapostar final da copa do mundoataque. Em resposta ao líder da oposição, ela disse: "Se ele quer saber qual a cara da misoginia na Austrália moderna, ele precisaapostar final da copa do mundoum espelho".
A cientista política britânica Jessica Smith, do Birkbeck College,apostar final da copa do mundoLondres, pesquisa paternidade, gênero e política. Ela afirma que, apesar das mudançasapostar final da copa do mundopapéis na sociedade, a ideia que se sobressai das mulheres éapostar final da copa do mundoque elas são mães.
"O estereótipoapostar final da copa do mundomulheres como cuidadoras ainda é a lente pela qual elas são vistas", diz Smith à BBC. "Há também (a ideia)apostar final da copa do mundoque, se uma mulher não teve filhos, ela sacrificou (a maternidade) pela carreira."
Smith afirma que famílias se tornaram cada vez mais importantes na política, à medida que nos tornamos "mais interessados nas personalidades dos políticos". Mas ela faz a ressalvaapostar final da copa do mundoque "homens parecem conseguir escapar das discussões sobre família, ao contrário das mulheres".
Na Alemanha, o cenário é um pouco distinto. A chanceler (premiê) Angela Merkel costuma ser chamada,apostar final da copa do mundomodo afetuoso,apostar final da copa do mundo"mutti" (mãe) por muitos alemães, mas ela própria não tem filhos biológicos.
Não éapostar final da copa do mundoconhecimento público por que Merkel não teve filhos, e o assunto não é coberto pela imprensa - a Alemanha tem leis rígidasapostar final da copa do mundoproteçãoapostar final da copa do mundoprivacidade.
Mas isso não impediu que oponentes políticos tentassem politizar o tema:apostar final da copa do mundo2005, quando Merkel concorria contra seu antecessor, Gerhard Schröder, a mulher deste, Doris Schröder-Köpf, comentou que ela "não personificava, comapostar final da copa do mundobiografia, as experiências da maioria das mulheres" -apostar final da copa do mundouma clara referência à ausênciaapostar final da copa do mundofilhos.
O Reino Unido viveu episódio semelhante no ano passado, quando as políticas Andrea Leadsom e Theresa May disputavam a liderança do Partido Conservador - e, por consequência, do país.
Leadsom disse a um jornal que, por ser mãeapostar final da copa do mundotrês filhos, "tinha um interesse muito real" no futuro do país, declaração que foi interpretada como uma alfinetada a May, que não tem filhos.
Mas o comentário pegou mal e, apesarapostar final da copa do mundoLeadsom ter pedido desculpas, acabou preterida - e May se tornou premiê. De qualquer forma, o episódio mostrou como a ausênciaapostar final da copa do mundofilhos pode ser usada contra uma política.
A mãe 'típica'
Estereótipos comumente definem mulheres como mais "amáveis" que os homens, diz Smith, e a maternidade pode ajudá-las a formar essa imagem.
Na América Latina há exemplos disso: a ex-presidente Dilma Rousseff era chamadaapostar final da copa do mundo"mãe do PAC", o Programaapostar final da copa do mundoAceleração do Crescimento, quando se projetava rumo à Presidência; a ex-primeira-dama argentina Evita Perón era frequentemente chamadaapostar final da copa do mundo"mãe dos pobres".
Atualmente, Smith diz que essa imagem maternal tem sido explorada por políticos à direita no espectro político, com o objetivoapostar final da copa do mundose associarem a valores familiares tradicionais. Ela cita a "hockey mom" ("mãe do hóquei") Sarah Palin, que concorreu à Vice-Presidência dos EUAapostar final da copa do mundo2008 como a "típica mãezona". Apesar da derrota, ela se projetou nacionalmente na ala mais à direita da política americana.
De volta à Alemanha, Frauke Petry é o mais recente exemploapostar final da copa do mundouma mãe cujos filhos são centrais paraapostar final da copa do mundoimagem.
A líder do partido populistaapostar final da copa do mundodireita AfD participou da conferência partidária quando já estava no final da gravidezapostar final da copa do mundoseu quinto filho. Na semana passada, ela tuitou uma fotoapostar final da copa do mundocom o bebê recém-nascido, acompanhada da seguinte legenda: "Qual aapostar final da copa do mundorazão para lutar pela Alemanha?"
E há também a ex-candidata à Presidência americana Hillary Clinton, que tentou suavizarapostar final da copa do mundoimagem ao jogar luz sobre o fatoapostar final da copa do mundoser avó.
Obstáculos
Para algumas políticas, porém, a maternidade virou um obstáculo.
No Japão,apostar final da copa do mundo2009 a ministra encarregadaapostar final da copa do mundoelevar as taxasapostar final da copa do mundonatalidade do país, Yuko Obuchi, disse que estava preocupadaapostar final da copa do mundocomo conciliar a maternidade com o trabalho.
Seis anos antes, a ministra russa Zumrud Rustamova percebeu, enquanto participavaapostar final da copa do mundouma reunião uma semana antesapostar final da copa do mundodar à luz, que "as pessoas fingiam que tudo estava bem, mas secretamente não tiravam os olhos da minha enorme barriga".
O escrutínio extra sobre a vida familiar da mulher costuma refletir a forma como os eleitores veem as candidatas mulheres.
"Eleitores reconhecem que há dois pesos e duas medidas (para mulheres na política), mas tomam parte disso ativa e conscientemente", argumenta a Barbara Lee Family Foundation, organização americana que estuda questõesapostar final da copa do mundogênero na política.
"Eles demonstram ansiedade quanto ao trabalho político da mulher ficarapostar final da copa do mundosegundo planoapostar final da copa do mundorelação a seu papel doméstico e se perguntam quem está cuidando das crianças (enquanto a mulher trabalha). Se uma candidata não tem filhos, os eleitores temem que ela não seja verdadeiramente capazapostar final da copa do mundoentender as preocupações das famílias."