'Muitos ricos se comportam como o crime organizado', diz jornalista que investigou quadrilhas no mundo todo:cassino online bonus
Ele falou à BBC Mundo, o serviçocassino online bonusespanhol da BBC, sobre as mudanças no panorama global do crime desde que publicou seu livro, algo que aborda emcassino online bonusnova edição, e como um acontecimento-chave relativamente recente, a crise econômicacassino online bonus2008, influenciou neste cenário.
cassino online bonus BBC Mundo - O título do livro se deve a um grupo checheno que, na Rússia, deixou que outros grupos usassem seu nome, como uma espéciecassino online bonusfranquia, identificado pelo senhor como um novo "modelocassino online bonusnegócios" dentro do crime organizado, que foi usado também pelos Zetas, no México. Esse modelo segue prosperando?
cassino online bonus Misha Glenny - Dependecassino online bonusonde se está geograficamente. Tornou-se muito popular na antiga União Soviética, era popular no México e é muito importante no Brasil,cassino online bonusespecial com o PCC (Primeiro Comando da Capital, baseadocassino online bonusSão Paulo). Não é tão popular na Itália, onde a 'Ndrangheta (na Calábria) e a Camorra (na Campânia ecassino online bonusNápoles) dependem mais da estrutura familiar.
Mas a 'Ndrangheta está ficando tão poderosa e adquirindo um papel importante na importaçãocassino online bonuscocaína - no norte da Europa, sobretudo na Alemanha e na Escandinávia - que já passa algunscassino online bonusseus trabalhos para grupos locais na Alemanha e na Itália.
O modelocassino online bonusfranquia tem feito muito sucesso. Por exemplo, com o PCC, que era uma organização local quando foi fundadacassino online bonus1993 e agora está presentecassino online bonus23 dos 26 Estados do Brasil, no Paraguai, no Peru e na Bolívia.
O PCC entendeu que o conhecimento dos locais é importante. Por isso, as franquias funcionam. É muito difícil para uma organização externa chegar com acassino online bonusgentecassino online bonusuma área urbana nova para começar algo, como um sistemacassino online bonusproteção por chantagem. Ou tráficocassino online bonusmulheres ou drogas. Por isso, precisamcassino online bonusquem é local.
E os grupos locais entendem que o nome do PCC, dos chechenos ou dos Zetas confere credibilidade a eles. Acimacassino online bonustudo, dá a eles o fator medo. A ameaçacassino online bonusque você pode exercer a violência. Porque todo grupo criminoso deve ser capazcassino online bonusprojetar medo.
A maioria deles, se foram inteligentes, evitarão a violência na medida do possível. Mas, se precisam utilizá-la deve sercassino online bonusforma forte e decisiva.
cassino online bonus BBC Mundo - No livro, o senhor fala da crescente importância do Brasil na exportaçãocassino online bonuscocaína para a Europa, na lavagemcassino online bonusdinheiro e no cibercrime.
cassino online bonus Glenny - O que ocorreu foi que, nos anos 1980 e 1990, os cartéiscassino online bonusCali e Medelin, na Colômbia, expotavam toda a cocaína que podiam para os Estados Unidos, que não era capazcassino online bonusconsumir tudo.
É preciso dar o crédito devido aos americanos porcassino online bonuscapacidadecassino online bonusconsumir cocaína - têm 5% da população mundial e consomem 40% da produção global da droga. Mas, então, os cartéis colombianos começaram a buscar outros mercados.
Entenderam que na Europa poderiam replicar os padrõescassino online bonusmercado americanos. Houve então um enorme aumento do tráficocassino online bonuscocaína da Colômbia para a Europa por meio do Brasil.
Surgiram grandes rotas: uma ao norte - com o envolvimento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) - indo pelo Amazonas, o Estado do Pará e Suriname até a Holanda; a segunda ao sul, por Peru, Bolívia e os Estadoscassino online bonusMato Grosso e São Paulo. A cidadecassino online bonusSantos era o maior porto exportadorcassino online bonuscocaína para a Europa via Espanha e Irlanda e também pela África Ocidental.
O Brasil logo adquiriu um papel crítico no enviocassino online bonuscocaína para a Europa. Mas, quando um país adquire um papel importante das rotascassino online bonustráficocassino online bonuscocaína, rapidamente começam a surgir problemas com o vício. O Brasil é agora o segundo maior consumidorcassino online bonuscocaína no mundo, atrás dos Estados Unidos.
Foi nesse ponto, do final dos anos 1980 a meados dos anos 1990, que os lucros do narcotráfico no Brasil ficam enormes, que os grupos criminosos organizados começaram a se armar. Se você olha os bairros da Colômbia, comparados com as favelas do Rio, as favelas têm muito mais armas. E isso é uma consequência do comérciocassino online bonusdrogas.
Outro paíscassino online bonusimportância crítica é o México, claro. O cartelcassino online bonusCáli decidiu que a parte mais perigosa do processo - levar a cocaína para dentro dos Estados Unidos - seria "terceirizada" para grupos mexicanos. Dessa maneira, transferiram parte da violência da Colômbia para o México, onde alcança níveis intoleráveis.
cassino online bonus BBC Mundo - Os grupos brasileiros ficaram mais poderosos do que os colombianos?
cassino online bonus Glenny - Bom, o mais importante que aconteceu no último ano foi o acordocassino online bonuspaz com as FARC. Isso vai muitas muito as coisas. No entanto, não ser como o acordo vai impactar a produção e exportaçãocassino online bonuscocaína na Colômbia. Obviamente, boa parte da produção ocorre na Bolívia e no Perú, mas ainda há muito na Colômbia.
Não sei se o desmantelamento das FARC e a volta dos combatentes aos seus lares vai levar a um colapso do tráficocassino online bonuscocaína. Ou se alguém vai se aproveitar disso.
cassino online bonus BBC Mundo - O que normalmente ocorre é que alguém preencherá esse vazio, porque a demanda segue existindo.
cassino online bonus Glenny - É verdade. O que estamos vendocassino online bonusquase toda a América Central e do Sul - ainda que não no Brasil - é a descriminalização do portecassino online bonusdrogas. E ainda há o problema do dinheiro envolvido na exportaçãocassino online bonusdrogas. Realmente, tenho simpatia pela posição dos países latino-americanos, porque eles são as vítimas.
Assim como as pessoas que perderam suas vidas por causa disso. São as vítimascassino online bonusuma política gerada e perpetuadacassino online bonusWashington. Por isso, apoio os movimentoscassino online bonusdescriminalização.
cassino online bonus BBC Mundo - Voltando aos chechenos e os Zetas, algo que observei quando era correspondente no México é que as organizações tendem a se desintegrar com facilidade, e, uma vez fragmentados, os grupos começar a lutar entre si, são mais como cartéis competindo pelos mesmos território e mercado.
cassino online bonus Glenny - Quando se tira a autoridade central e o grupo se fragmenta, claro que há uma luta pelo controle do território e do que resta da organização.
Aqui é o onde se vê uma diferença fundamental na natureza do Estadocassino online bonuslugares como Rússia e México. Porque, na Rússia, há uma tradição e uma cultura muito fortecassino online bonusEstado e uma polícia secreta muito poderosa. Enquanto no México a tradição écassino online bonusum Estado fraco, no qual a população não confia.
O que Putin fez brilhantemente foi que, enquanto nos anos 1990 o crime organizado controlava o governo, ele conseguiu inverter isso, e, desde o iníciocassino online bonus2004, é o governo que controla o crime organizado. Não é o mesmo que no México, que é muito mais caótico e mais perigoso se você é uma vítima inocente. Na Rússia, tudo é muito controlado.
Se você temcassino online bonuslidar com o crime organizado, provavelmente seja melhor fazer isso na Rússia do que no México.
cassino online bonus BBC Mundo - Como as coisas mudaram desde a publicação do livro na Iuguslávia, onde o senhor pintava uma situação muito desoladora?
cassino online bonus Glenny - As coisas se acalmatam um pouco. Algo muito interessante sobre lugares como a ex-Iuguslávia, que tradicionalmente eram regiões disputadas e onde toda classecassino online bonuspoder estrangeiro interviu, é que há intensos estaloscassino online bonusviolência - como ocorreu no princípio dos anos 1990 - seguidos por períodoscassino online bonusestabilidade e tranquilidade.
Então, por exemplo, se você vai a Belgrado, Zagreb ou Sarajevo às 3 da manhã, há pouca chancecassino online bonuste acontecer algo. Si não há guerra, a cultura é muito dócil. No entanto, o crime organizado segue sendo muito importante, porque a economia ainda é muito frágil.
A data-chavecassino online bonustudo isso é 2008 e o colapso econômico. O que me interessa realmente é ver como a cultura da máfia tornou-se um modelo atraente para uma parte da elite global, sobretudo no usocassino online bonusparaísos fiscais para lavar dinheiro. Neste ponto, o escândalo dos Panama Papers (fraudes fiscais reveladas após vazamentocassino online bonusregistros do escritóriocassino online bonusadvocacia panamenho Mossack Fonseca) é muito importante.
Muita gente rica se comportacassino online bonusforma parecida com os grandes grupos criminosos organizados: não gostamcassino online bonuspagar impostos, gostamcassino online bonusintimidar os governos e forças policiais e veem a si mesmos como acima da lei.
E quando você vê alguém como Donald Trump ser eleito nos Estados Unidos, você se dá contacassino online bonusque há um crescente apetite pelo que não se comporta dentro do que se entende como regrascassino online bonusum bom governo. Muito disso tem a ver com 2008.
Nesta situação, as máfias estão perfeitamente posicionadas para explorar a angústia econômica, usar mecanismos como paraísos fiscais para lavar dinheiro e fazer pressão sobre pessoas como Trump. Porque, acreditecassino online bonusmim, se alguma organizaçãocassino online bonusTrump recebeu dinheiro ou apoio dos russos, posso assegurar que o crime organizado russo teve um papel fundamental nisso.