Prefeituracorinthians cuiaba palpiteNY pede que moradores andem com seringas antioverdose para salvar usuárioscorinthians cuiaba palpiteheroína:corinthians cuiaba palpite

Mulher segura seringa

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Legenda da foto, Campanha da prefeituracorinthians cuiaba palpiteNY é tentativa ousadacorinthians cuiaba palpiterever aumentocorinthians cuiaba palpitemortes por overdose
Pôster da campanha com imagemcorinthians cuiaba palpiteEvelyn, que salvou a vidacorinthians cuiaba palpiteum vizinho

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Legenda da foto, Pôster da campanha com imagemcorinthians cuiaba palpiteEvelyn, que salvou a vidacorinthians cuiaba palpiteum vizinho porque carregava seringacorinthians cuiaba palpitenaloxona

Eles pedem que moradores tenham na bolsa dosescorinthians cuiaba palpiteremédios que revertem os efeitoscorinthians cuiaba palpiteuma overdose - e para isso contam histórias como acorinthians cuiaba palpiteEvelyn, que conversou com a BBC Brasil na semana passada.

"Eu tinha pegado um caminho diferente para voltar do trabalho para casa. Era tarde e encontrei um homem no chão. Ele estava azul e não respirava. Vi que éramos vizinhos", conta a nova-iorquinacorinthians cuiaba palpite58 anos. "Eu tinha o remédio na bolsa e apliquei nele. Não demorou dois minutos e ele já estava respirandocorinthians cuiaba palpitenovo."

"Me sinto satisfeita", completa a mulher, com a voz embargada. "Se eu tivesse feito o caminhocorinthians cuiaba palpitesempre, hoje esse homem estaria morto."

Evelyn conta nunca usou drogas. Mas, como milharescorinthians cuiaba palpitepessoascorinthians cuiaba palpitetodo o mundo, não deixoucorinthians cuiaba palpiteter a vida afetada por elas.

"Eu ainda era uma criança, nos anos 1960, quando minha mãe recebeu um telefonema dizendo que o corpo do nosso primo havia sido encontradocorinthians cuiaba palpiteum prédio abandonado, três dias depoiscorinthians cuiaba palpitemorrer por overdose. Há três meses, outro primo foi encontrado mortocorinthians cuiaba palpiteum motel", conta Evelyn.

"Eu conheço esse sofrimento e, desde que o remédio está disponível, o carrego comigo."

Homem segurando seringa

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Legenda da foto, Maiscorinthians cuiaba palpite1 milhãocorinthians cuiaba palpiteamericanos já são dependentescorinthians cuiaba palpiteheroína e drogas similares

Uma morte a cada 7h

O remédiocorinthians cuiaba palpitequestão é a naloxona - uma substanciacorinthians cuiaba palpiteefeito rápido que anula os efeitos da overdose por drogas derivadas do ópio.

Graças a convênios da prefeitura, a medicação -corinthians cuiaba palpiteseringas ou aplicação nasal - passou a ser vendidacorinthians cuiaba palpitemaiscorinthians cuiaba palpite700 farmácias sem necessidadecorinthians cuiaba palpitereceita médica, alémcorinthians cuiaba palpiteser distribuída gratuitamentecorinthians cuiaba palpitepontos espalhados por toda a cidade.

O objetivo é que todo cidadão nova-iorquino esteja preparado para aplicar a medicação, caso encontre alguémcorinthians cuiaba palpiteestágiocorinthians cuiaba palpiteoverdosecorinthians cuiaba palpiteseu caminho.

O programacorinthians cuiaba palpiteredução das mortes por heroínacorinthians cuiaba palpiteNova York também inclui uma linha telefônica para aconselhamentocorinthians cuiaba palpite200 idiomas, 24 horas, e tem investimento anualcorinthians cuiaba palpiteUS$ 38 milhões - ou quase R$ 150 milhões, 12 vezes maior que o extinto programa Braços Abertos, da prefeituracorinthians cuiaba palpiteSão Paulo contra o crack.

A disponibilização do medicamento ecorinthians cuiaba palpitecursos gratuitos para identificação dos sinaiscorinthians cuiaba palpiteoverdoses e procedimentos para aplicar o remédio, segundo a prefeituracorinthians cuiaba palpiteNY, pretende reduzir os riscos a que os usuárioscorinthians cuiaba palpitedrogas ilícitas estão expostos, alémcorinthians cuiaba palpiteaproximar usuários e não usuários na luta pela reduçãocorinthians cuiaba palpitemortes por overdose.

"Um nova-iorquino morre a cada 7 horas por overdose. Nós sabemos que as overdoses podem ser prevenidas, e um dos caminhos é engajar as pessoas", disse à BBC Brasil a médica Hillary Kunins, uma das responsáveis pela campanha na Secretariacorinthians cuiaba palpiteAbusocorinthians cuiaba palpiteÁlcool e Drogas da cidade.

Hillary Kunins

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Legenda da foto, A médica Hillary Kunins é uma das responsáveis pela campanha na secretariacorinthians cuiaba palpiteAbusocorinthians cuiaba palpiteÁlcool e Drogascorinthians cuiaba palpiteNY

Questionada sobre uma possível resistência entre a população, a especialista nega que os nova-iorquinos sejam individualistas e diz que há um "senso fortecorinthians cuiaba palpitecomunidade" entre eles. "Queremos encorajar as pessoas a sentirem empatia e tomarem iniciativa", afirma Kunins. "Qualquer indivíduocorinthians cuiaba palpiteNova York pode salvar a vidacorinthians cuiaba palpitealguém."

Com o rosto ecorinthians cuiaba palpitehistória estampadacorinthians cuiaba palpitevagõescorinthians cuiaba palpitetrens e memes pela internet, a nova-iorquina Evelyn se tornou uma das seis personagens da campanha que apela a moradores para aplicarem o remédio quando encontrarem pessoascorinthians cuiaba palpiteoverdose - mesmo se não tiverem relação próxima com os usuários.

Billy, moradorcorinthians cuiaba palpiteManhattan, conta na campanha que salvou uma mulher às 2 horas da manhã com uma injeçãocorinthians cuiaba palpitenaloxona. Já o militar Brian, morador do Queens, diz que encontrou o pai caído da cama e sem respirar após o usocorinthians cuiaba palpiteheroína.

"Depoiscorinthians cuiaba palpitealguns minutos, ele estavacorinthians cuiaba palpitevolta. Ele saiu dessa. Aquele foi um momento decisivo para nós dois."

Os personagens - homens, mulheres, brancos, negros e latinos - refletem a incidência da epidemia.

Segundo o governo, as mortes já se espalham por todos os bairroscorinthians cuiaba palpiteNova York e envolvem diferentes grupos étnicos -corinthians cuiaba palpite2016, a taxa absolutacorinthians cuiaba palpiteoverdoses foi ligeiramente maior entre nova-iorquinos brancos, do sexo masculino.

Reduçãocorinthians cuiaba palpitedanos X internação compulsória

O númerocorinthians cuiaba palpitepessoas salvascorinthians cuiaba palpiteoverdoses no ano passado graças a aplicação da naloxona foi maior do que uma por dia, segundo dados oficiais.

"Quando há estigma ou preconceito contra pessoas que usam drogas, ou contra os serviços dedicados àqueles que usam drogas, os indivíduos ficam menos à vontade para falar sobre seu vício ou procurar ajuda quando precisam", diz a coordenadora do programa à BBC Brasil.

"Eles precisam admitir para si mesmos que têm um problema. Reduzindo e mostrando que esta é uma questãocorinthians cuiaba palpitesaúde, acreditamos que será mais fácil para pessoas e familiares buscarem ajuda e se ajudarem."

Segundo a porta-voz da secretariacorinthians cuiaba palpiteAbusocorinthians cuiaba palpiteÁlcool e Drogas da cidade, a "reduçãocorinthians cuiaba palpiteriscos" é parte importante da estratégia adotada pela cidade para reduzir as mortes por overdose.

"É uma formacorinthians cuiaba palpiteengajar pessoas que podem não estão preparadas ou interessadascorinthians cuiaba palpiteabandonar completamente as drogas naquele momento, mas estão interessadascorinthians cuiaba palpitedar passos para protegercorinthians cuiaba palpitesaúde", diz, ressaltando que o plano não visa transformações imediatas, mas a médio prazo - ecorinthians cuiaba palpitemaneira sustentável.

Cartaz da campanha "Salve uma vida"

Crédito, NYC Department of Health and Mental Hygiene

Legenda da foto, Cartaz da campanha promovida pela prefeituracorinthians cuiaba palpiteNY

"A reduçãocorinthians cuiaba palpitedanos é parte do programa, que também inclui tratamento para usuários, campanhascorinthians cuiaba palpiteprevenção e aumento do conhecimento das pessoas sobre o assunto. São estratégias múltiplas acontecendo, porque o problema, como se sabe, é complexo."

A BBC Brasil pergunta sobre a estratégiacorinthians cuiaba palpiteinternação compulsória, anunciada pela prefeituracorinthians cuiaba palpiteSão Paulo para o combate ao crack.

"Esse é um tópico que também é discutido aqui nos Estados Unidos e nasce da vontadecorinthians cuiaba palpiteajudar as pessoas e protegê-las. Vejo boas intenções. Mas, infelizmente, não há bases científicas consistentes para essa abordagem, nem informações que provem que ela funciona."

A médica completa: "infelizmente,corinthians cuiaba palpitemuitos lugarescorinthians cuiaba palpiteque a internação compulsória foi aplicada não usam as estratégias científicas mais recentes ou táticas comprovadascorinthians cuiaba palpitelaboratórios".

'Meus impostos, não!'

Segundo especialistas, o crescimento abrupto do númerocorinthians cuiaba palpitedependentes pode ser fruto do aumentocorinthians cuiaba palpiteprescriçõescorinthians cuiaba palpiteanalgésicos opiáceos (remédios contra dor, que agem no cérebrocorinthians cuiaba palpitemaneira semelhante à heroína), vendidos sob receita médica no país.

Segundo o CDC (Center for Disease Control and Prevention - Centros para o Controle e a Prevençãocorinthians cuiaba palpiteDoenças,corinthians cuiaba palpitetradução livre), a quantidadecorinthians cuiaba palpiteanalgésicos opiáceos receitados nos EUA quadruplicou desde 1999.

Leis recentes restringiram o acesso ao remédio, mas traficantes passaram a vender os medicamentos, assim como a heroína, cujos efeitos podem ser mais rápidos e fortes. Assim, muitos usuários acabaram migrando dos analgésicos para a droga ilícita.

Nos Estados Unidos, como no Brasil, as estratégiascorinthians cuiaba palpitecombate ao vício esbarramcorinthians cuiaba palpiteresistênciacorinthians cuiaba palpiteparte da população, que afirma preferir que o dinheirocorinthians cuiaba palpiteseus impostos seja investidocorinthians cuiaba palpiteoutra maneira.

Homem sob efeitocorinthians cuiaba palpitedrogascorinthians cuiaba palpiteNY

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Legenda da foto, Epidemia inéditacorinthians cuiaba palpiteheroína já mata três pessoas por overdose todos os diascorinthians cuiaba palpiteNY

A médica Hillary Kunins agradece quando perguntada sobre isso.

"As pessoas que usam drogas experimentam consequências emcorinthians cuiaba palpitesaúde, mas esses problemas nos afetam a todos", diz.

Ela dá exemplos: "Crescimento da transmissãocorinthians cuiaba palpiteHIV, colocando outroscorinthians cuiaba palpiterisco. Ou pessoas com vidas menos estáveis e, portanto, mais custosas à sociedade, porque dependemcorinthians cuiaba palpitemais tratamentos na saúde pública. Ou o aumento no númerocorinthians cuiaba palpitepessoas que não estão trabalhando e, consequentemente, pagando impostos".

A médica diz que a reduçãocorinthians cuiaba palpitedanos engaja os usuários a quererem a se tornar membros ativos da sociedade.

"Investircorinthians cuiaba palpitetratamento economizacorinthians cuiaba palpitesaúde ecorinthians cuiaba palpitesegurança. Salva famílias."