'Retratosbet 667afeto': obra revela intimidadebet 667pessoas com câncer:bet 667
Fundadobet 6671967 pelo casalbet 667médicos Paulo e Scylla Prata, o hospital é referência nacional no tratamento da doença, com atendimento gratuito pelo SUS. Hoje, além da sedebet 667Barretos, a instituição tem unidadesbet 667outras oito cidades, alémbet 66712 carretas que viajam o Brasil realizando exames e pequenas cirurgias.
O trabalho, que mescla fotografias e entrevistas, deu origem ao livro Retratosbet 667Afeto, que será lançadobet 66717bet 667maio no Conjunto Nacional,bet 667São Paulo, onde as obras ficarão expostas até 2bet 667junho.
A BBC Brasil apresenta a seguir algumas das pessoas retratadas por Valdir Cruz.
Maria Madalena Rodrigues da Silva
Moradorabet 667Juazeiro (BA) e viúva há dez anos, Maria Madalena Rodrigues da Silva,bet 66760 anos, descobriu um câncer nas mamasbet 6672013. Ela diz que, mesmo após a cirurgia, jamais abandonou as tarefas domésticas. "Eu faço tudo, eu lavo, eu passo, eu arrumo casa e ainda faço comidabet 667fimbet 667semana pra vender, faço buchada."
É católica, mas isso não impede que cultue Iemanjá. Questionada se já escondeu a doença, responde: "Pois eu não, meu filho. Pode falar que eu tô com câncer onde for. Enquanto com vida, esperança, não é isso?"
Isabely Alves Modesto
Quando notou sangue na urina da filha, Talita Modesto a levou para o hospital e descobriu que a pequena Isabely tinha câncer nos rins. A família viajoubet 667Roraima a Barretos, onde a menina retirou os órgãos no Hospitalbet 667Câncer.
Ela resistiu bem ao tratamento. Hoje, um ano depois, está curada, mas terábet 667fazer exames anuais pelo resto da vida. "Isabely é calada, mas é forte e guerreira, a bichinha", diz a mãe.
Maria Lúcia Barbosabet 667Souza
Maria Lúcia Barbosabet 667Souza,bet 66767 anos, descobriu ter câncer no colo do útero aos 21, quando trabalhava como domésticabet 667Ribeirão Preto (SP). Desde então, passou por quatro cirurgias.
Ela conta como soube que teriabet 667ser operada da última vez: "A doutora disse 'eu vou te contar uma coisa, você não vai gostar, mas eu vou ter que te falar'.
"Eu falei: 'a senhora não fala pra ver que eu brigo com a senhora'. Ela falou: 'vai ter que fechar abet 667xoxota'. Eu falei: 'doutora, essa xoxota já está velha e cansada, já usei muito'. Mas eu não sabia que a equipe dela estava atrás dos panos ali, pensava que só estávamos eu e ela, e depois nós caímos na risada."
Derlis Lagranã
Derlis Lagranã tinha 17 anos quando caiu do cavalo no sítiobet 667que morava com os pais e quatro irmãos. Os médicos acharam que a dor que ele sentia na perna era resultado da queda. Só meses depois descobriu-se que ele tinha osteossarcoma, câncer nos ossos.
"A queda foi só pra ele descobrir o câncer e se tratar pra se curar", conta a mãe, Ruth. O jovem amputou a perna no Hospitalbet 667Câncerbet 667Barretos e passou a fazer quimioterapia, porque também haviam sido detectados cistos no pulmão.
Derlis morreubet 6672013.
Beatriz Carvalhobet 667Freitas
Beatriz Carvalhobet 667Freitas descobriu um sarcoma (câncerbet 667tecidos moles) na mão esquerda ao tratar uma fratura que demorava a curar, aos 13 anos. Hoje, aos 17, se tratabet 667leucemia. Ela conseguiu um doadorbet 667medula e passou por várias sessões quimioterapia. No tratamento, mudou atébet 667tipo sanguíneo.
Hoje estuda numa escola vizinha ao Hospitalbet 667Câncerbet 667Barretos e espera o diabet 667que poderá levar uma vida normal. A mãe, Zelma, diz que o tratamento levará mais dois anos. "Ela vai poder ir a festa, frequentar muita gente. Mas passam logo os anos, passam sim."
Maria Alice Alvesbet 667Oliveira
Mãebet 667três filhos, Maria Alice Alvesbet 667Oliveira descobriu ter câncerbet 667mama aos 39 anos,bet 6672012. Quando soube da doença, temeu ser abandonada pelo marido, mas isso nunca ocorreu.
O cabelo caiu com a quimioterapia. "Aí eu usei peruca, usei lenço, saí careca, fiz tudo". Nos últimos cinco anos, perdeu amigos que conheceu no hospital, mas se diz animada com a perspectivabet 667terminar o tratamento neste ano.
Anida Riston Braun
Anida Riston Braun,bet 66762 anos, ficou grávidabet 667gêmeos quatro vezes ebet 667trigêmeos, uma vez. Dos 18 filhos que deu à luz, nove sobreviveram. Em 2014, foi internada às pressas no Hospitalbet 667Câncerbet 667Porto Velho com uma hemorragia embaixo do olho. Era câncerbet 667pele.
Retirou os tumores e passou a fazer radioterapia. Ela conta que, depois da cirurgia, o marido passou a dormirbet 667outro quarto por orientação do médico. "Mas cuidar, ele cuida do mesmo jeito. Ele fica do meu lado. Se eu levantar, me dá tontura, ele cuida, me segura. Se eu quero, ele me dá banho também. Ele fala que fazbet 667tudo por mim. Ele gostabet 667mim."
Anida morreubet 6672015.
Francisca dos Santos
Francisca dos Santos,bet 66757 anos, chorou quando soube que teriabet 667extrair a mama. O tumor, que se originara seis meses antes, estavabet 667estágio avançado.
"Quando eu cheguei a Salvador, que eu vi minhas amiguinhas tudo sem peito, tudo boa, tudo sadia, aí pronto, aí eu vi que não é um bichobet 667sete cabeças."
O cabelo caiu com a quimioterapia, mas já voltou a crescer. "Eu fui tão curada,bet 667um jeito que eu não tomo comprimido nenhum."
Casada há 37 anos, diz que o marido a apoiou durante todo o tratamento. "Meu marido é novo, tem 61 anos. Mas se eu tivesse um marido que não me aceitasse sem a mama, aí eu podia ter ficado abalada."
Diego Araújo Rabelo
Desde os dois anosbet 667idade, Diego Araújo Rabelo tem xeroderma pigmentoso, rara doença genética que deixa o paciente mais suscetível a câncerbet 667pele.
Recentemente, tevebet 667retirar parte do nariz. A mãe conta que, quando se viu pela primeira vez numa foto após a cirurgia, devolveu a câmera rapidamente. Hoje, segundo ela, o filho se acostumou.
Quando o médico lhe disse que estava ficando bonito, concordou: "Tô ficando bonito".
Henrique Prata
Filho dos fundadores e atual administrador do Hospitalbet 667Câncerbet 667Barretos, na fotobet 6672015, Henrique Prata posa na área onde foi erguido o Hospitalbet 667Câncer da Amazônia,bet 667Porto Velho.
Prata abandonou os estudos aos 15 anos, quando passou a trabalhar nas fazendas do avô materno. Hoje, aos 64 anos, comanda uma estrutura que realiza 6 mil atendimentos por dia, todos gratuitos, e é parcialmente financiada por doaçõesbet 667artistas e apresentadoresbet 667TV.
Scylla Duarte Prata
Filhabet 667pecuaristas e fundadora do Hospitalbet 667Câncerbet 667Barretos ao lado do marido, Paulo Prata, mortobet 6671997, a ginecologista e obstetra Scylla Duarte Prata tirou dinheiro do bolso muitas vezes para quitar dívidas da instituição.
Como médica, ajudou a trazer ao Brasil técnicas modernasbet 667colposcopia ebet 667exame papanicolau.
Hoje, aos 93 anos, continua a trabalhar e a acompanhar a rotina do hospital, agora administrado pelo filho Henrique.