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De 170 mil para 2,8 mil carros por ano: os números do colapso da indústria automotiva na Venezuela:casa de apostas virginia
As fábricas da zona industrialcasa de apostas virginiaValencia, que concentram 75% da montagemcasa de apostas virginiaveículos na Venezuela, estão vazias. Dos 11 mil trabalhadores, apenas dois mil estãocasa de apostas virginiaatividade, segundo os sindicatos.
As lojascasa de apostas virginiamuitas concessionárias na capital Caracas também estão fechadas ou vazias.
"Calculo que as fábricas estão operando com 10% dacasa de apostas virginiacapacidade", disse Damiano del Vescovo, presidente da Câmaracasa de apostas virginiaEmpresários do Estadocasa de apostas virginiaCarabobo, cuja capital é Valencia.
Segundo o sindicato dos trabalhadores da FCA (Fiat Chrysler Automobiles),casa de apostas virginia2017 a marca pretende fabricar 600 veículos, embora a fábrica tenha capacidade para fazer 14 mil.
O caso é parecido com o da Ford ou General Motors, com sede tambémcasa de apostas virginiaValência.
Mas os dados vão mais além.
A indústria que chegou a produzir 170 mil automóveis por anocasa de apostas virginia2007, no ano passado - embora faltem informações do mêscasa de apostas virginiadezembro - produziu apenas 2.768, segundo a Câmara Automotiva da Venezuela.
"É a pior crise desde que a indústria foi instaladacasa de apostas virginia1962", afirmam os sindicatos.
De janeiro a novembrocasa de apostas virginia2016, a produção contraiu 75,6%casa de apostas virginiarelação ao mesmo períodocasa de apostas virginia2015.
As razões
Mas como se chegou a esta situação?
Na Venezuela tem indústrias que montam os veículos, e para isso as fábricas precisam importar grande parte dos componentes.
"Há maiscasa de apostas virginiatrês anos as matrizes não mandam para as montadoras as peças dos veículos", explica Del Vescovo.
E isso acontece porque as filiais venezuelanas não conseguiram ter acesso aos dólares, que na Venezuela são distribuídos pelo Estado, nem repatriar o capital e nem trocar seus bolívares, a moeda venezuelana que perdeu valor rapidamente nos últimos anos.
A crise fez com que se acabassem os dólares do Estado, que durante anos fluíram sem cerimônia para as automotivas na época da bonança do petróleo.
Agora, o país tem menos divisas e recebe produtoscasa de apostas virginiaprimeira necessidade, que igualmente ficam escassos.
O governo, que importa da China grande parte do parque automobilístico do Estado, não respondeu ao pedido da BBC Mundo - o serviçocasa de apostas virginiaespanhol da BBC - para ouvir os responsáveis pela indústria e comércio da Venezuela.
A época do boom
Tudo era diferentecasa de apostas virginia2005, 2006, 2007 e 2008, quando eram fabricados por ano até 170 mil veículos e importados outros tantos por causa da grande procura.
Aqueles eram temposcasa de apostas virginiaque o Estado subvencionava os veículos e os isentavacasa de apostas virginiaimpostos.
O preço baixo e os empréstimos bancários fáceis contribuíram para o boom. Ter um veículo era um luxo ao alcancecasa de apostas virginiaquase todo mundo.
"Vamos deixar claro: o compradorcasa de apostas virginiaum Ford Explorer naquela época não é o mesmocasa de apostas virginiaagora", diz um vendedorcasa de apostas virginiauma concessionária Fordcasa de apostas virginiaCaracas que prefere manter o anonimato.
Agora o carro é muito mais caro, com preço próximo ao do mercado internacional.
Nos bons tempos,casa de apostas virginia2007, o funcionário da concessionária conseguia vender até 25 veículos por mês. Agora, vende três, dois ou mesmo um apenas.
O preço baixo criou uma procura tão grande que não havia oferta para satisfazê-la.
Assim, quem comprava um carro novo podia vendê-lo pouco depois e não apenas recuperar o dinheiro gasto, mas adquirir outro recém-saído da fábrica.
E tudo isso com o tanque cheiocasa de apostas virginiagasolina, que saía mais barato do que uma bisnaga ou uma garrafa pequenacasa de apostas virginiaágua. Mas isso ainda se mantém.
"É uma indústria que funciona à imagem e semelhança do mercado petroleiro: a menor entradacasa de apostas virginiadivisas tem como consequência a queda da produção", disse Christian Pereira, presidente da Federação Unitária dos Trabalhadores da Indústria Automotiva ecasa de apostas virginiaAutopeças (Futaac,casa de apostas virginiaespanhol).
A queda
A partircasa de apostas virginia2013, começou uma queda que se acentuoucasa de apostas virginia2015 e 2016 e que promete continuarcasa de apostas virginia2017 já que a Ford, que produziu 2.253 dos 2.768 veículoscasa de apostas virginiatodo o setorcasa de apostas virginia2016 (faltam os dadoscasa de apostas virginiadezembro), vai parar até junho.
A Ford é a marca mais bem sucedida na Venezuela.
No finalcasa de apostas virginia2015, firmou com o governo um convênio que permite que seus veículos sejam pagos partecasa de apostas virginiadólares e partecasa de apostas virginiamoeda venezuelana.
A ideia é que as empresas possam gerar suas próprias divisas para manter ativa a indústria.
Este modelo foi logo seguido por outras companhias, mas no momento os resultados não são os esperados, já que as compras só podem ser feitas por particulares e empresas com uma boa quantidadecasa de apostas virginiadivisas. E isso escasseiacasa de apostas virginiatemposcasa de apostas virginiacrise.
"As matrizes mantêm as fábricas, mas elas estão tecnicamente fechadas", diz Del Vescovo, líder dos empresários do Estadocasa de apostas virginiaCarabobo.
A sobrevivência
Das automotivas consultadas, apenas a Toyota respondeu às perguntas da BBC Mundo sobre acasa de apostas virginiasituação, a da indústriacasa de apostas virginiageral e sobre como sobrevive.
"A Toyota está comprometida com o mercado venezuelano e continuamos moderadamente otimistas sobre a prosperidade futura deste grande país".
"Nosso plano é continuar maximizando nossas operações para estarmos prontos quando o mercado se recuperar", disse a porta-voz da empresa japonesa.
A maior parte das multinacionais, como a Ford, tiraram dos seus balanços consolidados as operações na Venezuela.
Foi uma estratégia para que as perdas atuais não se reflitam nos balanços corporativos e as ações na bolsacasa de apostas virginiavalores não sejam comprometidas.
Além disso, elas podem viver da renda e dos benefícios do passado.
"As fábricas e concessionárias que souberam administrar um pouco o lucro na época das vacas gordas têm mais chancescasa de apostas virginiaresistir", diz o vendedor da concessionária Ford.
"O controle do câmbio caiu como uma luva nesta indústria", diz o sindicalista Pereira.
"Elas terminaram produzindo menos e obtendo mais lucros do quecasa de apostas virginiaoutras partes do planeta", diz, sobre o dólar protegido, que dava às automotivas uma grande capacidadecasa de apostas virginiaimportação.
"Por isso elas resistiram, por isso não foram embora", afirmou.
O presidente Nicolás Maduro destacou esta semana a "potencialidade imensa" da indústria, inclusive para exportar, e atribuiu a situação à não aplicaçãocasa de apostas virginiamedidas já aprovadas pelo governo.
E o futuro?
Apesar dos números, pode ser que a indústria automotiva venezuelana ainda não tenha chegado ao fundo do poço.
Embora a curto prazo a receita do petróleo tenha aumentado, dificilmente o governo a destinarácasa de apostas virginianovo ao setor se continuar a crise da faltacasa de apostas virginiaalimentos e remédios, entre outras coisas.
"Em maiscasa de apostas virginia70 anos, a indústria não foi capazcasa de apostas virginiapassarcasa de apostas virginiaum modelo montador para ocasa de apostas virginiaprodutorcasa de apostas virginiaautopeças", critica o líder sindical Pereira, para quem a mentalidade dos tempos da bonança não foi mudada.
Este é o lamento mais ouvidocasa de apostas virginiaqualquer setor da economiacasa de apostas virginiaum país que pouco se preocupoucasa de apostas virginiaproduzir enquanto usufría tudo do petróleo.
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