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Estamos indoroleta roulettedireção a um mundo sem direitos humanos?:roleta roulette
Mas quase 70 anos depois, os ideais dos anos 1940 começam a parecer batidos. Enfrentando ondasroleta roulettemilharesroleta roulettemigrantes e refugiadosroleta roulettesuas fronteiras, muitos países europeus parecem relutantesroleta roulettehonrarroleta rouletteobrigaçãoroleta rouletteoferecer asilo.
Pelo contrário, seus esforços - desde a cerca na Hungria até o debate britânico sobre aceitar ou não algumas dúziasroleta roulettejovens refugiados afegãos - parecem mais focadosroleta roulettemanter as pessoas afastadas.
Do outro lado do Atlântico, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, falaroleta roulettesancionar a controversa técnicaroleta rouletteinterrogatório conhecida como waterboarding, uma simulaçãoroleta rouletteafogamento considerada tortura.
Questionado sobre o tema, ele afirmou: "Eu faria muito pior... Não me diga que a tortura não funciona... acrediteroleta roulettemim, ela funciona".
Na Síria e no Iêmen, civis são bombardeados ou morremroleta roulettefome, e os médicos e hospitais que tentam tratá-los têm sido atacados por todos os lados dos conflitos.
Por isso, funcionários da ONU eroleta rouletteoutras organizaçõesroleta roulettedireitos humanos já se perguntam: qual será o futuro desse tiporoleta rouletteacordo internacional?
'Corrida ao fundo do poço'
Em Genebra, onde estão as sedes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, da Agênciaroleta rouletteRefugiados da ONU e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, já se falaroleta rouletteum mundo "pós-direitos humanos".
"Não se pode negar que estamos enfrentando desafios enormes: o retrocesso que vemos no respeito aos direitos na Europa ocidental e possivelmente também nos Estados Unidos", diz Peggy Hicks, diretoraroleta rouletteprogramas dos Direitos Humanos.
Virando a esquina, na sede da Cruz Vermelha há provasroleta rouletteque esses desafios são reais.
Uma pesquisaroleta rouletteopinião realizada durante o verão europeu pela organização mostra uma tolerância maior à tortura. Entre as pessoas entrevistadas, 36% acreditavam que era aceitável torturar combatentes inimigos capturados para obter informações.
Além disso, menos da metade dos entrevistados que pertenciam aos cinco países membros permanentes do conselhoroleta roulettesegurança (EUA, Reino Unido, China, Rússia e França) disseram ser errado atacar áreas muito populosas, sabendo que civis seriam mortos.
Maisroleta roulette25% deles disseram achar que impedir o acessoroleta roulettecivis a comida, água e remédios é parte inevitável da guerra.
Para o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Peter Maurer, os dados são preocupantes. "Até na guerra, todos merecem ser tratadosroleta roulettemaneira humana", diz.
"Usar a tortura só dá início a uma corrida até o fundo do poço. Tem um impacto devastador nas vítimas e também brutaliza sociedades inteiras por gerações."
Desconexão
Mas quantas pessoas fora da "bolha"roleta rouletteGenebra estão ouvindo?
Peggy Hicks, da ONU, tenta explicar por que as atitudes das pessoasroleta rouletterelação aos direitos humanos podem estar mudando.
"Quando confronto o mal que vemos no mundoroleta roulettehoje, não me surpreende que as pessoas que não pensaram muito profundamente sobre isso (a tortura) às vezes tenham convicçãoroleta rouletteque isso pode ser uma boa ideia."
Mas na Europa e nos Estados Unidos, líderesroleta rouletteopinião tradicionais - desde políticos até funcionários da ONU - têm sido acusadosroleta rouletteserem elitistas e desconectados da realidade. Sugerir que algumas pessoas simplesmente não refletiram o suficiente sobre tortura para entender que é errado pode ser parte do problema.
"Eu acho que a comunidade dos direitos humanos - eu mesma incluída - tem o problemaroleta roulettenão usar uma linguagem que se conecta com as pessoas num diálogo verdadeiro", admite Hicks.
"Precisamos fazer melhor, eu realmente acho isso."
A ideia que ninguémroleta rouletteGenebra parece querer enfrentar, no entanto, é aroleta rouletteque os princípios adotados nos anos 1940 podem simplesmente não ser mais tão relevantes para as pessoas no mundo atual.
Eles parecem pensar que os princípios continuam sendo válidos, só não são respeitados o suficiente.
"Não estamos buscando um mundoroleta roulettefantasias imaginário", diz Tammam Aloudat, médico da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Estamos buscando a manutenção das garantias básicasroleta rouletteproteção e assistência a pessoas afetadas por conflitos."
'Visão imoral'
A preocupaçãoroleta rouletteAloudat é que a mudançaroleta rouletteatitude, especialmenteroleta rouletterelação a profissionaisroleta roulettesaúde trabalhandoroleta roulettezonasroleta rouletteguerra, acabe com essas garantias básicas.
Recentemente, perguntaram a ele por que a equipe do MSF não diferencia - na horaroleta rouletteatender os feridos - quais são civis e quais podem ser combatentes que, se forem tratados, podem retornar à batalha.
"Isso é absurdo. Qualquer pessoa desarmada merece tratamento... Não temos autoridade moral para julgar suas intenções no futuro."
Seguindo essa lógica, diz ele, podem acabar exigindo que médicos e outros profissionaisroleta roulettesaúde recusem tratamento ou alimentação a criançasroleta roulettepaísesroleta rouletteconflito, para evitar que elas se tornem combatentes ao crescer.
"É uma visãoroleta roulettemundo ilegal, antiética e imoral", afirma.
"Aceitar a tortura, a privaçãoroleta roulettemantimentos, o cerco a cidades e outros crimesroleta rouletteguerra como coisas inevitáveis - ou mesmo 'ok', caso elas resolvam o conflito rapidamente - é horripilante. Eu não gostariaroleta rouletteestarroleta rouletteum mundoroleta rouletteque essa fosse a regra."
Peggy Hicks, porroleta roulettevez, alerta para o excessoroleta roulettecríticas às leis atuaisroleta roulettedireitos humanos sem que haja alternativas genuínas a elas.
"Quando buscamos alternativas, não há nenhuma. Mesmo que o sistema atual tenha problemas, se você não tem nada para substitui-lo, é melhor ter cuidado ao tentar destrui-lo."
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